quarta-feira, agosto 11, 2010

Julho foi o pior mês de fogos dos últimos quatro anos - 4ª parte

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Veículo dos bombeiros num fogo em Portugal

Torna-se, portanto, óbvia a escapatória de responsabilizar a acção humana, dolosa ou negligente, pelo elevado número de fogos, exonerando quem permite, pela sua negligência ou inacção, que as condições para a propagação das chamas sejam as mais favoráveis.

Entre legislação de qualidade duvidosa e os eu incumprimento, seja por impossibilidade, seja por mero desleixo ou ignorância, a falta de vigilância e de controle, aliada a uma manifesta incapacidade do sistema judicial para punir os culpados, poucos são os que apontam para quem criou os cenários e muitos para os actores que neles se movimentam, muitas vezes desastradamente, mas sem conseguir evitar os inúmeros obstáculos que lhes são colocados.

A opção destes últimos anos em alterar o quadro legal, aumentando as restrições e punições, são exemplo de quem opta pela via mais fácil, e exemplo de um Estado fraco, que ao invês de agir de forma decisiva no terreno se fica por uma teoria cada vez mais desligada da realidade, afastado de soluções reais e comprazendo-se em iniciativas inúteis, sublinhadas por declarações cada vez menos credíveis.

Face a este quadro, os comentários de alguns comandantes operacionais, que exigem uma defenição do que se espera da floresta portuguesa, faltando acrescentar a necessidade de a integrar numa perspectiva global do que se pretende para o País, algo que, por uma questão de enquandramento hierárquico e funcional, é naturalmente omitido, vem centrar esta problemática, que carece de uma decisão política antes da escolha de opções tácticas.

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