segunda-feira, agosto 26, 2019

Altice desiste de enterrar rede de comunicações - 1ª parte

Apenas 100 de 1.000 quilómetros de cabos de comunicações da rede SIRESP que se pretendia fossem enterrados, até ao final do ano, já estão enterrados, ficando o processo interrompido dado que a Altice denunciou o contrato, apontando as responsabilidades na direcção da Infraestruturas de Portugal e da IP-Telecom.

Enterrar os cabos foi considerado prioritário como forma de aumentar a resistência da infraestrutura da rede SIRESP em caso de incêndios, corrigindo uma fragilidade óbvia, existente desde o início da implementação da rede de emergência do Estado, e que apenas quando as tragédias de 2017 ocorreram foi tida em conta, apontando-se para a sua passagem para condutas subterrâneas como forma de as proteger.

Actualmente, apenas as estações móveis com comunicação por satélite representam uma efectiva melhoria na resiliência do SIRESP, mas estas não substituem a rede de cabos, dado que se destinam, sobretudo, a substituir ou reforçar esta em caso de necessidade, o que significa que, existindo uma súbita e imprevisível falha de comunicações, esta só será suprida quando novos meios forem deslocados para o local, o que pode demorar, compromentendo as comunicações nesse espaço de tempo.

O processo, acordado entre o Estado e a Altice, que foi acusada pelo Governo de não proteger adequadamente a rede, sempre esteve envolto em polémicas, sendo intuível que nunca iria chegar a bom porto, seja pelas condições contratuais, seja pela manifesta falta de confiança, ou mesmo hostilidade mútua.

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