domingo, novembro 08, 2020

Correr atrás do prejuízo - 3ª parte

O recurso ao tele-trabalho e a horários desfasados, mesmo que prejudicando marginalmente a economia, não têm um impacto demasiadamente pesado, tal como nunca o teriam a obrigatoriedade do uso de máscara sempre que o distanciamento social não seja possível, ou algumas restrições a nível de actividades não essenciais ou no condicionamento de algumas deslocações.

Existe todo um conjunto de medidas que, conjuntamente, desde que tivessem sido implementadas na altura própria, teriam contribuído para um agravamento mais lento do volume de infecções, o que permitiria reforçar os meios de combate à pandemia, algo que implica tempo e planeamento, tendo-se, obviamente, perdido a janela de oportunidade dada pelo Verão e que antecedia uma segunda vaga que os especialistas previam.

Por nada ter sido feito, os reforços necessários em termos de pessoal médico e auxiliar apenas estão anunciados, sendo incerta a sua concretização, tendo-se dúvidas de que existam candidatos suficientes para preencher as vagas, mesmo estas sendo poucas, como forma de recusa face ao tipo de condições de trabalho e condições remuneratórias oferecidas, sendo disso exemplo a ausência de contratações no último concurso aberto no Algarve.

Assim, mesmo que estejam disponíveis mais meios, a inexistência de quem os opere torna-os virtualemente inúteis, pelo que o reforço de camas de urgência pode não passar do anúncio do objecto físico e não da sua operacionalização, mantendo-se assim uma realidade virtual que, para além de enganadora, engloba uma multiplicidade de perigos.

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