Só assim se entre a opção pelo atendimento automático, uma solução que consideramos de alto risco, pouco eficaz, capaz de introduzir uma aleatoriedade perigosa, mas que tem fins muito concretos, podendo, de alguma forma, maquilhar a situação, dando-lhe uma aparência de maior normalidade e transmitindo uma percepção de acção por parte da tutela política.
Se, por um lado, o tempo de resposta diminui consideravelmente, e talves seja isso o mais importante para muitos, por compor as estatísticas, a qualidade do atendimento prestado pode revelar-se muito inferior ao necessário em situações de emergência, com consequências difíceis de apurar, mas podendo eximir o Estado de responsabilidades resultantes de demoras ou da falta de resposta atempada do socorro.
Esperamos que esta ideia caia rapidamente, dado que, mesmo transitoriamente, utilizada apenas enquanto se disponibilizam novos recursos a nível de atendimento por técnicos especializados, as consequências podem ser trágicas, com um grau de imprevisibilidade elevado, criando uma ilusão de um melhor atendimento que, na verdade, não irá mais do que compor as estatísticas, garantindo que nenhuma chamada está mais do que 3 minutos sem ser atendida.
Entre as propostas na área do socorro de que temos conhecimento, esta será uma das piores, recomendando que não passe da área de projecto e caia, tão rapidamente quanto possível, no esquecimento, investindo-se em operadores, apoiados por tecnologia que os complemente, mas que não os substitua no atendimento a quem se encontra numa situação difícil, por vezes do maior desespero, e que necessita não apenas de ajuda, mas de ouvir uma voz amiga que lhe transmita confiança e dê a necessária esperança numa intervenção rápida.
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