segunda-feira, janeiro 22, 2007

Incêndio e falta de neve no Parque Natural da Serra da Estrela


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Neve na Serra da Estrela

Um incêndio deflagrou ontem pelas 11:30 na localidade do Sameiro, concelho de Manteigas, em zona do Parque Natural da Serra da Estrela, tendo consumido mato e pinhal, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda.

O incêndio ficou controlado pelas 14:30, hora a que os 37 bombeiros, de quatro corporações, apoiados por oito viaturas iniciaram as operações de rescaldo do fogo.

As causas, bem como a extensão da área ardida ainda estão por determinar.

Também na Serra da Estrela, surgiram suspeitas de deslocação da neve que protege espécies protegidas para colmatar a falta que se faz sentir nas pistas de esqui e tem prejudicado o turismo.

Para a administração da empresa responsável pelas pistas, os movimentos foram legais e efectuaram-se dentro do perímetro autorizado, mas a denúncia feita por ambientalistas e habitantes da região já levou a que as autoridades anunciassem um reforço da vigilância na área.

Estas duas ocorrências, que presumivelmente nada terão a ver entre sí, podem, no entanto, ter uma raiz comum nas temperaturas mais elevadas que resultam das alterações climáticas que se têm vindo a sentir nos últimos anos.

Mesmo com as anunciadas vagas de frio, as estatísticas apontam claramente para temperaturas médias mais elevadas, com Invernos menos rigorosos, do que resulta, mesmo que marginalmente, um aumento do risco de incêndio e, de forma sensível, uma diminuição da quantidade de neve.

Estas alterações, para além do impacto ambiental, são relevantes para a economia local, cada vez mais dependente do turismo, quer no Inverno, quer durante o Verão, altura em que os danos provocados pelos incêndios destes últimos anos são mais visíveis e tendem a desencorajar potenciais visitantes.

O desequilibrio provocado pelas alterações climáticas e pela intervenção humana, potenciado por uma manifesta falta de investimento no Interior, têm vindo a promover a desertificação desta área serrana, cuja sustentabilidade está cada vez mais em causa como resultado de um círculo vicioso que parece impossível de quebrar.

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