sábado, fevereiro 16, 2008

Já foi nomeado o novo presidente do INEM


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Ambulância do INEM

Foi confirmado que o novo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) será o coronel Abílio Gomes, actualmente a desempenhar funções no Ministério da Defesa e em serviço no Hospital Militar de Belém, e que tem experiência na área da emergência e na implementação e direcção de hospitais de campanha.

O coronel Abílio Gomes, esteve recentemente envolvido na reestruturação dos serviços de saúde militares, que prevê a concentração dos actuais hospitais dos três ramos das Forças Armadas em apenas duas unidades, uma em Lisboa e outra no Porto.

O novo presidente do INEM, que é cardiologista de formação, preside à direcção da Associação Portuguesa para Prevenção e Reabilitação Cardiovascular e é o primeiro nomeado pela nova ministra da Saúde, Ana Jorge.

As reacções à demissão do anterior presidente do INEM corresponderam, essencialmente, ao esperado, sendo comum a ideia de que não será a substituição deste responsável a introduzir alterações significativas no funcionamento do socorro pré hospitalar, mas apenas uma nova orientação a nível de políticas da saúde.

Assistimos, portanto, aos esperados apelos à reabertura de alguns serviços e valências, bem como a uma maior colaboração com os bombeiros, mas, da parte do Governo ou do Ministério da Saúde, ainda não houve uma justificação para esta demissão nem a manifestação do propósito de alterar a política de encerramentos sem que antes existam alternativas.

Há, no entanto, decisões a nível operacional, dependentes do INEM, como a de operar os futuros helicópteros sem médicos e ou das viaturas de suporte imediato de vida (SIV), que são tripuladas apenas por enfermeiros, as quais foram tomadas à revelia das ordens profissionais ou mesmo contra elas.

Também a aceitação de que através do reforço dos meios de socorro pré-hospitalares poderia compensar o encerramento de serviços, substituindo cuidados que só podem ser prestados em unidades de saúde, bem como a manifesta incapacidade de coordenar os meios do INEM com os dos bombeiros, podem ser atribuidos ao responsável agora afastado, que optou por uma via que não podia dar resultados positivos.

Com a designação de um novo presidente, com uma formação diferente, pode-se esperar um conjunto de melhorias a nível organizacional, mas, tal como o coronel Abílio Gomes saberá, decorrente da sua experiência militar, tal como os militares ganham tempo para ser obtida uma solução política, também o socorro pré-hospitalar apenas permite ganhar tempo, mas é na assistência hospitalar que se encontra a solução defenitiva.

Sem alterações significativas e uma reorganização dos mapas de urgência, não será o INEM a compensar as manifestas deficiências e erros resultantes da actual política para o sector da saúde, pelo que é ilusório esperar que seja o INEM a salvar o que o poder político condena.

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