Sinistralidade rodoviária volta a aumentar - 2ª parte

Durante o Inverno, com condições de visibilidade menos favoráveis e períodos de chuva, uma menor resposta de um veículo pode ter consequências mais graves, sendo certo que muitos condutores, mesmo sabendo que não efectuaram as manutenções necessárias, conduzem da forma habitual, sem adaptar a condução às condições reais de um veículo que pode não responder de forma tão pronta e eficaz como seria de esperar caso se encontrasse no seu estado habitual.

A falta de manutenção pode, em muitos casos, não ter consequências imediatamente detectáveis, sendo de esperar que o veículo mantenha um desempenho que se aproxima do habitual, mas a fiabilidade vai diminuindo e a não substituição de peças de desgaste, incluindo a nível do sistema de travagem, mas também acessórios tão banais como as escovas do limpa-parabrisas, pode resultar em problemas graves, incluindo-se aqui acidentes.

É de notar que, nesta altura, existem numerosos constrangimentos no respeitante ao socorro, como consequência da falta de médicos nos hospitais, no encerramento de serviços e valências e no empenhamento de meios de socorro no transporte de doentes entre hospitais, pelo que a disponibilidade de meios para o que são as missões efectivas de socorro é menor, enquanto a distância para a unidade hospitalar com as valências adequadas mais perto pode encontrar-se bastante distante.

Assim, será de esperar que, para situações semelhantes, as consequências de um acidente se revelem mais graves, com a possibilidade de o estado de saúde das vítimas se agravar, podendo, no limite, resultar na morte de quem, com um socorro atempado, poderia ter sido salvo, algo que, com rigor, será difícil de determinar, mas que, face às actuais circunstâncias, com toda a probabilidade, irá ocorrer.