Ferido no combate a um incêndio florestal
Houve um conjunto de reacções adversas perante o conteúdo do relatório agora conhecido, chegando-se a levantar questões relacionadas com a competência ou eventuais interesses dos seus autores, algo que apenas se pode explicar como consequência da emotividade que sempre resulta destas situações, sabendo-se que, no passado, a competência dos autores, mesmo quando emitiam documentos polémicos, nunca fora questionada.
A atribuição das causas das mortes a erros, como falhas no posicionamento, a atitudes, tal como o não abandonar uma viatura em situação de extremo perigo, à falta de qualidade de alguns equipamentos, sendo exemplo o uso de botas que não oferecem protecção adequada, à utilização deficiente de tácticas, como o contra fogo, naturalmente serão difíceis de aceitar sem alguma emotividade e contestação, pelos operacionais que deram o melhor de sí mesmo no teatro de operações e perderam alguns dos seus companheiros de luta.
Entre as críticas, ganham especial relevo para a falta de uma responsabilização efectiva da estrutura superior que dirigiu as operações, nomeadamente a Autoridade Nacional de Protecção Civil, surgindo a ideia de que, como tende a acontecer entre nós, a culpa irá morrer solteira.