Ferido no combate a um incêndio florestal
Após a divulgação de parte do relatório sobre os fogos florestais do passado Verão, da responsabilidade de uma equipa dirigida pelo professor Domingos Xavier Viegas, durante os quais se contabilizaram nove vítimas mortais, oito das quais eram bombeiros, surgem dúvidas quanto à disponibilização pública do conteúdo actualmente em estudo no Ministério da Administração Interna (MAI).Houve um conjunto de reacções adversas perante o conteúdo do relatório agora conhecido, chegando-se a levantar questões relacionadas com a competência ou eventuais interesses dos seus autores, algo que apenas se pode explicar como consequência da emotividade que sempre resulta destas situações, sabendo-se que, no passado, a competência dos autores, mesmo quando emitiam documentos polémicos, nunca fora questionada.
A atribuição das causas das mortes a erros, como falhas no posicionamento, a atitudes, tal como o não abandonar uma viatura em situação de extremo perigo, à falta de qualidade de alguns equipamentos, sendo exemplo o uso de botas que não oferecem protecção adequada, à utilização deficiente de tácticas, como o contra fogo, naturalmente serão difíceis de aceitar sem alguma emotividade e contestação, pelos operacionais que deram o melhor de sí mesmo no teatro de operações e perderam alguns dos seus companheiros de luta.
Entre as críticas, ganham especial relevo para a falta de uma responsabilização efectiva da estrutura superior que dirigiu as operações, nomeadamente a Autoridade Nacional de Protecção Civil, surgindo a ideia de que, como tende a acontecer entre nós, a culpa irá morrer solteira.