sábado, dezembro 01, 2007

Campanha do Banco Alimentar realiza-se este fim de semana


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Armazém do Banco Alimentar

Realiza-se este fim de semana a já tradicional campanha de recolha de alimentos que o Banco Alimentar promove na época de Natal.

Nos dias 01 e 02 de Dezembro, em centenas de hiper e supermercados, mas também em estabelecimentos de menor dimensão localizados em quase todos os bairros de muitas das principais cidades portuguesas, será possível doar alimentos que irão contribuir para que os mais necessitados vivam esta época de Natal com menos dificuldades.

Deixamos o apelo aos nossos leitores que possam contribuir para esta causa, para que não deixem de o fazer, pois todos os contributos ou doações, mesmo que pequenos, serão da maior importância neste quadro de dificuldades económicas e de crise social que Portgal atravessa.

EBay Microplace: investir no microcrédito (2ª parte)


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Exemplo da probreza a combater

Não vamos analisar esta questão do ponto de vista de investimento puro e do retorno que poderá dar, mas não podemos deixar de mencionar que o dinheiro investido vai susbstituir empréstimos feitos a taxas absurdas, que podem ultrapassar os 100% ao ano e que a esmagadora maioria dos casos de microcrédito são indiscutíveis sucessos económicos, preferindo concentrar-nos no aspecto social e na solidariedade para com os mais necessitados, mesmo que estes se encontrem num continente distante.

Para muitos dos nossos leitores, que pensam em aplicar as poupanças num dos muitos planos de investimento que a banca coloca ao seu dispor, do que resultará algum retorno e lucro para a instituição que gere a aplicação, esta poderá, um dia, vir a ser uma opção interessante, sobretudo se nos lembrarmos que esse investimento pode ajudar alguém que necessita de um apoio para ter uma vida mais digna e recuperar a esperança no futuro.

Também devemos informar que este tipo de investimento, que visa essencialmente um objectivo de solidariedade social, ainda não está disponível em Portugal, estando o Microplace, segundo a informação que nos enviou ontem, a estudar as formas de alargamento a outros países individualmente ou ao espaço comunitário como um todo.

A principal dificuldade em extender este serviço, que embora tenha um propósito essencial a nível da solidariedade, não deixa de ser uma operação financeira, com implicações fiscais a vários níveis, é a adequação às legislações locais e às imposições de cada estado no respeitante a este tipo de actividade.

Apesar de ainda não ser possível investir através do Microplace, nesta época de Natal e de fim do ano, em que a solidariedade assume um maior significado, sugerimos que equacionem a possibilidade de equacionar ivestimentos que, no futuro, nos podem vir a ajudar a todos.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Novos cigarros com papel retardante


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Basta um cigarro para provocar um incêndio

A partir do próximo ano, os estados da União Europeia deverão introduzir medidas que visem consubstanciar o acordo entre os 27 países no sentido de utilizar nos cigarros um papel retardante de fogo.

A partir dessa altura, as indústrias tabaqueiras serão obrigadas a modificar os seus processos de fabrico, passando a utilizar o novo tipo de papel, sendo de prever que a transição dure entre dois a três anos.

O novo papel é composto por múltiplas camadas com material retardante que reduz a velocidade com que o cigarro arde e provoca a sua extinção se deixar de ser aspirado, sendo cópia de uma técnica já utilizada nos Estados Unidos e Canadá, onde o número de mortes provocadas por incêndios resultantes de cigarros mal apagados caiu para metade.

Espera-se que com este novo tipo de cigarros se verifique uma redução semelhante em número de mortes na Europa, onde as estatísticas apontam para mais de 500 vítimas mortais entre 2005 e 2007.

Também se espera que este novo tipo de cigarro, que deverá autoextinguir-se, venha a diminuir o número de incêndios florestais resultantes de actos de negligência, reduzindo o risco de um cigarro mal apagado provocar uma ignição.

Apesar de estarmos ainda a dois ou três anos de distância, este é um processo que as autoridades responsáveis pela Protecção Civil devem acompanhar com a máxima atenção, dadas as implicações que a introdução desta alteração pode ter em termos de incêndios.

Google "My Location"


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Google Maps num dispositivo móvel

Existe um cada vez maior número de utilizadores de dispositivos móveis que recorre ao Google Maps como instrumento de orientação ou navegação, em muitos usando um receptor de GPS para complementar a informação obtida através de um posicionamento exacto.

No entanto, nem todos os utilizadores do Google Maps possuem um GPS e muitos dos equipamentos em que esta aplicação corre nem sequer suportam a ligação "bluetooth" necessária para efectuar a conexão.

O Google acabou de lançar uma nova versão do Google Maps for Mobile que inclui uma nova função destinada aos utilizadores de dispositvos móveis, a qual permite uma navegação sem o recurso ao GPS.

No passado, já mencionamos sistemas de localização através de triangulação de antenas de GSM, tendo usado como exemplo o do já conhecido Loki, sendo que agora algo de semelhante, designado por "My Location" acaba de ser lançado nos Estados Unidos em versão Beta, sendo visível para quem tiver o "browser" configurado para a língua inglesa-americana.


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Écran de um telemóvel com orientação via GSM

Tal como acontece com o Loki, o "My Location" tem as mesmas virtualidades, mas enferma das mesmas limitações, sobretudo em termos de precisão, dado que o sistema de triangulação de antenas GSM apresenta um conjunto de limitações e de condicionalismos que aumentam a margem de erro relativamente aos GPS.

Para usar o "My Location" basta carregar na tecla "0" dentro do Google Maps for Mobile, após o que surge no écran um ponto azul que corresponde ao resultado da triangulação, sendo que pode ser utilizado ao mesmo tempo que o receptor de GPS.

Não tendo a mesma precisão do que o GPS, o "My Location" apresenta a vantagem de funcionar onde existe rede, portanto continua activo dentro de casa, é extremamente rápido a responder, e não aumenta o consumo da bateria do equipamento móvel, algo que sucede quando se usam dispositivos "bluetooth".

Nesta fase Beta, o "My Location" terá, obviamente limitações e falhas, para além de suportar um número limitado de dispositivos móveis, mas com o "feedback" dos utilizadores o Google pretende melhorar o sistema de modo a, na altura em que a versão final for apresentada, a maioria dos problemas já tenha sido ultrapassado.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Catálogo Bearmach agora "on-line"


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Um dos armazéns de peças da Bearmach

No último número da revista Land francesa, para além de um interessante conjunto de artigos a que esta publicação nos habituou, vem incluido o mais recente catálogo impresso da Bearmach.

Esta oferta da Land acabou por nos levar a visitar mais uma vez o "site" deste fabricante de peças e acessórios para todo o terreno, conhecido pela maioria dos proprietários de Land Rover, onde nos podemos aperceber de algumas novidades interessantes, nomeadamente ter colocado "on-line" os seus catálogos, divididos por modelo, bem como uma aplicação interactiva que, inclusivé, permite efectuar encomendas.

Apesar de um catálogo impresso ser o favorito de muitos dos nossos leitores, a facilidade de os descarregar via Internet devidamente actualizados e sem custos justifica uma visita periódica ao "site" da Bearmach, de modo a obter a última versão e estar ao corrente das últimas novidades.

"Luz do Sameiro": Ainda há esperança que se faça justiça (2ª parte)


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O "Luz do Sameiro" jaz no areal

Apesar de termos algumas dúvidas quanto à possibilidade de sucesso nesta acção, esta vem alertar para um conjunto de problemas e de responsabilidades que, normalmente, são esquecidas quando ocorrem acidentes graves nos quais surgem dúvidas quanto aos procedimentos adoptados ou aos meios disponíveis.

Normalmente, as averiguações no sentido de se apurarem responsabiliades tendem a concentrar-se nos níveis operacionais ou em quem dirige a operação, que estão condicionados por um conjunto de limitações e imposições às quais não podem escapar, resultando em flagrantes injustiças que deixam de parte quem, por incúria, incompetência ou outros motivos, preparou um cenário propício a um desfecho trágico.

Agrada-nos que não tenham sido envolvidos nesta polémica aqueles que participaram directamente nas operações de salvamento, que certamente deram o máximo para salvar as vidas dos tripulantes da "Luz do Sameiro", bem como o facto de este acidente não ter sido encarado como uma mera falta de sorte, algo comum em Portugal quando estamos perante situações de perda de vidas em consequência de acções tidas como involuntárias, tendo o advogado optado por centrar-se no nível organizacional e político.

Dependerá do tribunal decidir se serão ou não constituídos arguidos os ministros da Defesa e Administração Interna, os chefes do Estado-Maior da Força Aérea e da Armada e o capitão do porto da Nazaré, mas o simples facto de as famílias das vítimas não terem desistido do processo deve servir de exemplo, esperando-se que outros façam o mesmo e se apurem as responsabilidades por tantos acidentes que só acontecem porque alguém não cumpriu o seu dever.

quarta-feira, novembro 28, 2007

EBay Microplace: investir no microcrédito (1ª parte)


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Exemplo da probreza que é necessário combater

A maioria dos nossos leitores já terão ouvido falar do microcrédito e do impacto que estes empréstimos de pequenas quantias têm tido na vida de muitos desempregados que assim criam os seus próprios postos de trabalho.

Esta visão social da economia e do sistema de crédito valeu ao seu criador um justo Prémio Nobel e tem sido da maior importância nos países mais pobres ou em vias de desenvolvimento, onde o desemprego e a falta de oportunidades são uma das maiores causas de pobreza e exclusão social.

O financiamento das instituições que permitem o acesso ao microcrédito tem, no entanto, sido difícil, bloqueando milhares de iniciativas e comprometendo o futuro de inúmeras famílias para quem uma quantia tão baixa como 250 dólares, hoje menos de 200 euros, podem ser o suficiente para criar uma pequena empresa familiar sem recorrer a sistemas de usura que os podem escravizar durante toda a vida.

Para facilitar a angariação de fundos, sob a perspectiva de um investimento, foi o MicroPlace, uma empresa do grupo do EBay, que dá a quem o pretenda a possibilidade de investir pequenas quantias em projectos nos países mais pobres do Mundo, sendo essa verba emprestada a quem dela necessite e assuma um determinado conjunto de compromissos.

"Luz do Sameiro": Ainda há esperança que se faça justiça (1ª parte)


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O "Luz do Sameiro" sobrevoado por um helicóptero

Os familiares dos pescadores que perderam a vida no naufrágio do "Luz do Sameiro" pretendem acusar de homicídio por negligência os ministros da Defesa e da Administração Interna, respectivamente Nuno Severiano Teixeira e António Costa, os chefes de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) e da Armada (CEMA) e o capitão do porto da Nazaré, alegando que as mortes resultaram de incúria, falta de coordenação e falta de meios de socorro.

Lembramos que a embarcação registada em Vila do Conde naufragou a 50 metros da praia da Légua, em Alcobaça, tendo seis elementos da tripulação perdido a vida após lutarem durante horas por se manter agarrados à embracação encalhada, tendo os meios de socorro demorado demasiado tempo a acorrerem ao local.

Quer a cronologia do desastre, quer o arquivamento do processo decidido por parte do Ministério Público (MP) no termo do inquérito que realizou e que usou como base informações de quem devia ter prestado socorro, concretamente a Marinha e da Força Aérea, já foram abordadas em textos que publicamos, sendo agora contestada uma decisão que surge como inconsistente com os próprios factos relatados nos documentos em que esta se apoia.

Assim, para o advogado das famílias das vítimas, o despacho do MP baseia-se num conjunto de informações prestadas por quem tem interesse directo no caso, suscitando questões de parcialidade e, mesmo com base nestes inquéritos, a conclusão é a oposta ao sugerido pelos factos tidos como provados.

Para além de exigir que o Tribunal nomeie uma entidade independente para realizar uma peritagem, ouça todas as testemunhas e analise o processo, excluindo o Estado e os orgãos dele dependentes que tenham envolvimento ou relação com as operações, o advogado das vítimas considera que a conclusão do MP é impossível de sustentar, baseando-se numa especulação, dado que só se o socorro tivesse chegado mais cedo se poderia averiguar da sua razoabilidade.

terça-feira, novembro 27, 2007

2.400.000.000 de euros para o projecto "Galileo"


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Uma visão do sistema Galileo

Após meses de indefenição e atrasos sucessivos, a União Europeia chegou a acordo sobre o financiamento do sistema europeu de geo-localização e navegação Galileo, através de uma dotação orçamental no valor de 2.400.000.000 de euros.

O sistema Galileo, concorrente do Global Positioning System ou GPS, gerido pelos Estados Unidos, há muito que necessitava de uma redefenição em termos de financiamento, sobretudo depois de se saber que era impossível que este fosse proveniente de entidades privadas na proporção desejada pela União Europeia.

Após um longo processo negocial que envolveu os 27 Estados membros e o Parlamento Europeu, a dotação orçamental será incluida no orçamento comunitário a partir de 2008, criando assim condições para que o projecto, que tem sofrido múltiplos atrasos, possa seguir em frente.

Estas negociações foram particularmente difíceis devido à necessidade de reunir os 2.700.000.000 de euros que, para além do Galileo, irão suportar o lançamento do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, e serão disponibilizados em tranches até ao ano 2013, altura em que o sistema de navegação europeu já deverá estar operacional.

A União Europeia, não obstante os atrasos, continua a apostar em 2012 como o ano em que o Galileo fique operacional, recorrendo a uma tecnologia mais moderna do que a do actual GPS e oferecendo uma maior precisão do que o sistema americano.

Falta carta de risco das escarpas da Ilha da Madeira


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Aspecto parcial do local da derrocada

Após o aluimento de terras e de pedras que atingiu uma unidade industrial e provocou duas vítimas mortais, é novamente notícia o facto de a Madeira não ter uma carta de risco das escarpas não consolidadas.

Se atentarmos à orografia da ilha e ao número de escarpas junto das quais existem edificações, sejam unidades industriais, sejam habitações, a falta de um estudo, necessário para que medidas adequadas reduzam o risco para quantos se encontrem nas proximidades, constitui uma falta grave, agravada pelo facto de ser permitida a construção a escassos metros das escarpas.

Na sequência deste acidente, a Câmara do Funchal decidiu elaborar uma carta de risco, mas o mesmo tem que ser alargado a todos os concelhos onde existam escarpas não consolidadas, particularmente numerosas nesta ilha montanhosa onde a falta de espaço obriga a edificar em zonas perigosas.

Mas também não podemos excluir da lista de responsáveis aqueles que edificaram instalações no sopé de uma encosta sem que esta estivesse devidamente consolidade, correndo assim riscos que, infelizmente, resultaram fatais para dois trabalhadores.

A ausência de estudos e de cartas de risco, que, para além do seu custo e da despesa permanente de actualização, vai determinar a impossibilidade de aproveitamento de áreas extensas, para as quais em várias zonas do País as alternativas são escassas, e o seu aproveitamento por particulares, empresas ou instituições, verifica-se em todo o território nacional, com uma incidência especial em zonas montanhosas, de cheias ou nas que foram mais atingidas pelos incêndios e onde os efeitos destes terão implicações na consistência dos solos ou nos cursos de água.

A falta de uma carta de risco que contenha informação sobre as escarpas da ilha da Madeira, amplamente noticiada pela comunicação social, não pode fazer esquecer que esta é uma situação comum em muitas áreas do País e que muitos dos estudos efectuados, devido à falta de actualização, de pouco servem após alterações significativas que ocorreram nas zonas analisadas.

A nível autárquico, para além de todo o conjunto de obrigações já determinadas por lei, a existência de uma carta de risco actualizada deveria ser uma imposição legal encarada com tanta normalidade como a entrega de um balanço ou de um relatório de actividades anual, devendo os serviços centrais do Estado velar para que este instrumento de trabalho de importância vital para a segurança das populações esteja sempre disponível e actual.

As cartas de risco, sejam elas referentes a perigos específicos, como os incêndios florestais, derrocadas ou inundações, ou integrados, incluindo um conjunto de variáveis, são instrumentos de trabalho da maior importância, pelo que a sua não existência ou não actualização se reveste de uma extrema gravidade que pode, no limite, ser classificada como um crime por negligência.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Há 40 anos as cheias em Lisboa causaram 500 vítimas


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Cheias de 1967

Há 40 anos as cheias em Lisboa e Vale do Tejo causaram, pelo menos, 500 vítimas mortais, sendo de suspeitar que os números foram francamente mais altos, mas a sua divulgação foi impedida.

Naquele fatídico 25 de Novembro de 1967, para além de uma tragédia cuja extensão ainda não é conhecida, viveram-se também momentos de solidariedade, sendo de destacar o esforço dos bombeiros da região e de muitos estudantes universitários de Lisboa que se deslocaram para o Vale do Tejo para auxiliar as vítimas das cheias.


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Cheias de 1989

Naquele dia, para além do esforço para combater as consequências de ter chovido em poucas horas o equivalente a um quinto da precipitação anual, agravada pela maré cheia, das mortes e da destruição, houve uma tomada de consciência social e política por parte de muitos cidadãos, jovens na sua maioria, os quais vieram a ter um papel de relevo na mudança de regime que se veio a verificar alguns anos mais tarde.

Não queremos, também, deixar de lembrar as graves cheias de 1989, que afectaram igualmente Lisboa, o Vale do Tejo e zonas ribeirinhas do concelho de Oeiras, e que vieram demonstrar que mais de uma vintena de anos após o desastre que ocorreu em 1967, pouco se tinha evoluido em termos de prevenção, planeamento e ordenamento.

Quando passam quarenta anos sobre as cheias de 1967, não queremos deixar de lembrar as vítimas, todos quantos participaram nas operações de socorro e alertar para uma vulnerabilidade desta parte do território nacional que subsiste nos dias de hoje, colocando em risco milhares de habitantes que residem em zonas baixas ou leitos de cheia.

domingo, novembro 25, 2007

Quase a mesma área ardida em Novembro e em Agosto


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Aspecto do combate aos fogos

O mês de Novembro deste ano foi aquele em que se verificaram mais incêndios e onde uma maior área, que se cifrava em 7.525 hectares até ao dia 22, ardeu.

Se compararmos esta área com a ardida em Agosto, contabilizada pela Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF)em 7.944 hectares, verifica-se que foi após o termo da "Fase Charlie" que decorreu o segundo mês com maior número de área ardida, quando a maioria do dispositivo, incluindo quase todos os meios aéreos, já não estavam disponíveis.

Ainda segundo dados da DGRF, este ano arderam 29.299 hectares, dos quais 8.903 em áreas florestais e o restante em mato, tornando 2007 o ano com menor área ardida desde há muito, facto que não permite esquecer um conjunto de vulnerabilidades e de condicionantes que determinaram estes números.

Com um Agosto chuvoso, no qual a temperatura foi inferior à média anual, o número de incêndios foi invulgarmente baixo, podendo-se concluir que o dispositivo estava sobredimensionado para o que sucedeu, enquanto em Novembro, com condições climáticas mais favoráveis à propagação das chamas, a área ardida foi maior e o dispositivo apresentou-se como insuficiente.

É, obviamente, defensável o sobredimensionamento do dispositivo em Agosto, mas sê-lo-à menos a sua insuficiência em Novembro, quando era previsível que as condições climáticas iriam ser adversas e, mesmo assim, a opção foi a da redução em excesso dos meios disponíveis.

Este inédito mês de Novembro deverá ser objecto de estudo e enquadrado nas alterações climáticas que cada vez mais se fazem sentir, evitando que no futuro uma falsa sensação de segurança venha a comprometer os resultados dos meses de Verão.

Presidente visita distrito desertificado da Guarda


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Uma aldeia num Interior deserto

Durante a visita de Cavaco Silva à região da Guarda, as declarações que fez em Gouveia, apenas podem ser interpretadas como um incentivo, mas dificilmente traduzem o que se passa numa das zonas mais despovoadas de Portugal.

Se bem que o Presidente da República tenha falado de iniciativa das autarquias e dos empresários, mencionado a melhoria evidente das vias de comunicação, bem como várias outras vantagens, nas quais se pode incluir uma menor carga fiscal para as empresas, existe um conjunto de mensagens políticas que não podem ser ignoradas e comprometem todas as restantes.

Referimo-nos, concretamente, ao encerramento de unidades de atendimento de urgência e à perda de valências das unidades de saúde, que tornam as populações vulneráveis, afastam os residentes e desencorajam eventuais novos habitantes, mas também ao fim de muitas escolas que, tendo ainda alunos em número suficiente para garantir a socialização e a educação dos estudantes, são encerradas a favor de centros educativos massificados e longe das populações.

Poucos, sobretudo entre os mais novos, aqueles que têm família e filhos de pouca idade, ainda em idade escolar ou menos do que isso, aceitarão o risco de se fixar numa zona do País onde não existam uma infraestrutura em termos de cuidados de saúde e de estabelecimentos de educação que permita condições de segurança e de aprendizagem equiparados às de quem reside nos maiores centros urbanos.

Esta vertente, para a qual os mais educados estão particularmente alerta, acaba por determinar o fracasso de muitas das iniciativas das autarquias e dos empresários da região, sendo da responsabilidade do Estado, que tomou decisões que violam princípios básicos de subsidariedade e solidariedade nacional, corrigir um caminho que só leva à exclusão.

Na verdade, a actual política de desenvolvimento regional, baseada apenas em opções de controle do défice, entrecortada por algumas pseudo vantagens secundárias, continua a desertificar um País a duas velocidades, cujos habitantes residentes junto à fronteira com Espanha sobrevivem com base nos serviços prestados no país vizinho onde cada vez um maior número dos nossos compatriotas vive e trabalha.

Infelizmente, continua-se a viver na ilusão de que algumas medidas desgarradas, que não têm real impacto nas empresas e nas populações, podem contrariar algo que é iniludível como a proximidade de uma economia forte e em crescimento cujo acesso está apenas a poucos quilómetros de auto-estrada, sendo esta a principal utilidade das vias rápidas construidas no Interior do País.