Veículo de controle ambiental dos Sapadores de Coimbra
Mais de 6.000 bombeiros apoiados por mais de milhar e meio de veículos participaram desde a manhã de sábado no exercício de âmbito nacional PROCIV 2007, destinado a testar o sistema nacional de socorro e protecção civil.
Os dois primeiros simulacros, que incluiam situações de acidente rodoviário com quatro veículos ligeiros com incêndio florestal e outro com suspeita de de transporte de material poluente, da parte da manhã de sábado, tendo o programa continuado da parte da tarde.
Seguidamente, foram simuladas mais quatro situações, que envolvem um acidente rodoviário de veículo pesado com desencarceramento e incêndio urbano, acidente com veículo de transporte escolar, incêndio florestal com evacuação de aldeia ou derrame de produtos químicos.
Este exercício supervisionado pela recém-criada
Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) decorre em 18 distritos e conta com a colaboração da
Polícia de Segurança Pública e da
Guarda Nacional Republicana, que asseguram a segurança e da própria população.
No total das seis situações, está prevista a participação a nível nacional de 6.302 bombeiros, apoiados por 1.528 veículos, como o objectivo de "
corrigir processos nas salas de operações, bem como modernizar, em termos globais, a organização da resposta", segundo informa a ANPC em comunicado.
De entre as deficiências anotadas, encontram-se a falta de uma Viatura de Intervenção Química no distrito da
Guarda, situação comum a muitas
zonas do País, problemas de comunicações em
Valença devido à escassez de repetidores, esperando-se que nas conclusões outras situações, que certamente existiram, sejam contempladas.
No sábado, durante o regresso, 6 bombeiros da Lixa ficaram feridos quando, já perto do quartel, o veículo todo o terreno em que seguiam se despistou à entrada de uma rotunda, tendo os sinistrados sido transportados para o hospital de
Amarante.
Segundo a
ANPC, os resultados serão, em princípio, apresentados na próxima 4ª feira, mas o optimismo revelado nos comunicados difundidos aponta, desde já, para um anunciado sucesso.
Para quem tem experiência de coordenação de exercícios com um número equivalente de militares, onde existem óbvias facilidades derivadas de uma estrutura de comando mais rígida, de procedimentos mais uniformes, de um sistema de comunicações mais compatível, entre tantos outros factores, o número de erros divulgado parece demasiadamente escasso para os efectivos envolvidos, para a dispersão geográfica e para a falta de meios com que muitas corporações se debatem.
Apesar de apenas perante o relatório final se poderem tirar todas as conclusões, do reduzido número de deficiências divulgadas e pelo triunfalismo de algumas expressões utilizadas, teme-se pelo rigor da avaliação, que poderá
ocultar problemas que manifestamente existem e que, sendo ocultados, dificilmente poderão ser resolvidos.
Uma das maiores virtudes deste tipo de exercício é a possibilidade de corrigir atempadamente os erros e as deficiências, mas para que tal se verifique, é necessário humildade e transparência, sem o que dos erros que certamente existiram, não serão aprendidas as necessárias lições nem tomadas medidas que os impeçam de se repetir no futuro.