Sendo pouco habitual entre nós recorrer a profissionais qualificados quando se trata de implementar soluções que, pela sua aparente simplicidade, parecem estar ao alcance de todos, desta opção podem decorrer riscos sérios, como deixar nos diversos equipamentos autênticas portas de entrada que permitem aceder ao dados armazenados ou permitir o seu controle por quem não esteja legitimado para o efeito, e que pode tirar partido destes dispositivos para fins ilícitos.
Apesar das melhorias verificadas ao longo dos últimos anos, fruto de uma maior sensibilização e da melhor concepção de muitos sistemas, é inegável que o "know how" do utilizador comum não garante segurança adequada, mesmo que tal se verifique em termos efectivos, sobretudo quando estão disponíveis, nomeadamente em "sites" menos conhecidos ou escondidos, um conjunto de ferramentas destinadas a facilitar a intrusão em sistemas, capazes de encontrar e explorar vulnerabilidades, caso estas existam e coincidam com as fraquezas exploradas.
A substituição, em muitos casos, do comando físico pelo remoto, independentemente da forma de transmissão, cada vez mais segura, levanta todo um conjunto de problemas a nível de segurança, surgindo vulnerabilidades imprevistas, por vezes desconhecidas por todos, menos para quem delas tira partido, e para as quais a solução pode tardar, abrindo assim uma janela de oportunidade que pode ser explorada por quem possua os conhecimentos e equipamentos adequados.
Este tipo de vulnerabilidades foi reconhecida, por exemplo, em diversos modelos de automóveis, não apenas a nível de acesso, mas também de controle de funções, com a intercepção e replicação de sinais enviados por ondas de rádio a permitir furtos de modelos sofisticados e cuja segurança, aparentemente, seria quase inexpugnável.
sábado, agosto 04, 2018
sexta-feira, agosto 03, 2018
Estado falha controle accionista do SIRESP - 1ª parte
O Estado falhou a aquisição da maioria do capital do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), um objectivo estabelecido em Outubro de 2017, quando a detenção de 54% do capital passaria a ser realidade no altura do próximo ajuste de participações, uma operação que veio a suceder na passada quinta-feira, sem que este objectivo anunciado como certo tenha sido alcançado.
O Estado acabou por adquirir 33% da extinta Galilei, com a Motorola e manter a sua quota e a Altice a exercer as opções de compra ao seu alcance, ficando com os restantes 52%, ou seja, assumindo assim a maioria do capital social, e, consequentemente, com o controle accionista do SIRESP.
Mesmo tendo a maioria na comissão executiva, é manifesto que o objectivo de aquisição e subsquente controle falhou, já que este orgão responde perante os accionistas e, portanto, seguirá as suas orientações, sob pena de ser destituido, pelo que esta é uma muito fraca consolação, cuja relevância se perde face à intenção inicial que seria a única forma de controle efectivo, salvo havendo recurso a medidas excepcionais, como uma nacionalização.
Naturalmente, e dado que a opção de uma nacionalização parece, à luz do actual enquadramento legal, pouco viável, o Estado acaba por dispender dinheiro público de forma discutível, já que, sem maioria do capital, e havendo um accionista maioritário, temos dúvidas quanto a eventuais vantagens deste investimento que mantém uma posição em minoria, com o reforço da posição a ser pouco mais do que a colocação de dinheiro à disposição de quem efectivamente manda.
O Estado acabou por adquirir 33% da extinta Galilei, com a Motorola e manter a sua quota e a Altice a exercer as opções de compra ao seu alcance, ficando com os restantes 52%, ou seja, assumindo assim a maioria do capital social, e, consequentemente, com o controle accionista do SIRESP.
Mesmo tendo a maioria na comissão executiva, é manifesto que o objectivo de aquisição e subsquente controle falhou, já que este orgão responde perante os accionistas e, portanto, seguirá as suas orientações, sob pena de ser destituido, pelo que esta é uma muito fraca consolação, cuja relevância se perde face à intenção inicial que seria a única forma de controle efectivo, salvo havendo recurso a medidas excepcionais, como uma nacionalização.
Naturalmente, e dado que a opção de uma nacionalização parece, à luz do actual enquadramento legal, pouco viável, o Estado acaba por dispender dinheiro público de forma discutível, já que, sem maioria do capital, e havendo um accionista maioritário, temos dúvidas quanto a eventuais vantagens deste investimento que mantém uma posição em minoria, com o reforço da posição a ser pouco mais do que a colocação de dinheiro à disposição de quem efectivamente manda.
quinta-feira, agosto 02, 2018
Incêndios na Grécia - 3ª parte
Tal como acontece entre nós, apontar para fogo posto, ou simplesmente levantar a suspeita, havendo ausência de provas, é uma das formas mais habituais de afastar responsabilidades e tentar fazer recair numa acção deliberada a origem da tragédia, ignorando que a resistência estrutural deve proteger contra um incêndio, independentemente da sua origem, pelo que esta será uma fraca desculpa que, no limite, pode ser prejudicial, com efeitos nas compensações a atribuir pelas seguradoras.
Face à revolta das populações, que se sentiram abandonadas durante e após os fogos, a resposta do Governo surge como hesitante e pouco credível, contrapondo um conjunto de medidas de emergência pouco satisfatórias, tendo aqueles que foram afectados que esperar que os montantes disponibilizados para reconstrução sejam disponibilizados com critério, brevidade e em valores que permitam a reconstrução ou reparação dos bens atingidos.
Manifestamente, tal como sucede em Portugal, a falta de ordenamento do território, de respeito pela legislação vigente e, no caso grego, uma certa anarquia a nível de licenciamentos ou na tolerãncia com que a falta destes é encarada, aliada a uma sub-avaliação da gravidade da situação e, aparentemente, a uma deficiente gestão dos recursos existentes, facilitou a propagação das chamas e potenciou a vulnerabilidade das populações, resultando num elevado número de vítimas, muitas das quais ainda dadas como desaparecidas.
Face à revolta das populações, que se sentiram abandonadas durante e após os fogos, a resposta do Governo surge como hesitante e pouco credível, contrapondo um conjunto de medidas de emergência pouco satisfatórias, tendo aqueles que foram afectados que esperar que os montantes disponibilizados para reconstrução sejam disponibilizados com critério, brevidade e em valores que permitam a reconstrução ou reparação dos bens atingidos.
Manifestamente, tal como sucede em Portugal, a falta de ordenamento do território, de respeito pela legislação vigente e, no caso grego, uma certa anarquia a nível de licenciamentos ou na tolerãncia com que a falta destes é encarada, aliada a uma sub-avaliação da gravidade da situação e, aparentemente, a uma deficiente gestão dos recursos existentes, facilitou a propagação das chamas e potenciou a vulnerabilidade das populações, resultando num elevado número de vítimas, muitas das quais ainda dadas como desaparecidas.
quarta-feira, agosto 01, 2018
Temperaturas podem ultrapassar os 40º
Depois de um mês de Julho atípico, com temperaturas muito inferiores ao normal, Agosto arranca com uma súbida de temperatura que pode atingir níveis record, com possibilidade de ultrapassar os 40º em várias zonas do Interior e do Sul, o que põe em perigo a saúde das populações, aumentando ainda o risco de fogos florestais.
Mais do que o perigo de incêndios florestais, dado que uma das consequências da devastação dos fogos do ano anterior é o aparecimento de novas áreas de descontinuidade e a menor área florestal será menor propensa a grandes fogos, são os efeitos para a saúde humana que estão no topo das preocupações, sobretudo no respeitante aos mais vulneráveis.
Assim, para além dos habituais conselhos quando o perigo de incêndio é maior, aqueles que visam proteger a saúde ganham primazia, sendo de evitar uma exposição directa aos raios solares, ou mesmo indirecta no caso dos mais vulneráveis, a ingestão de água ou sumos sem açucar, e evitar esforços físicos, dando preferência às horas de menor calor para deslocações que, neste início de Agosto, serão de prever.
Será esta, quase certamente, a primeira ocasião onde o dispositivo de combate aos fogos será testado, previsivelmente muito longe de uma situação de "stress", mas que pode igualmente representar um sério teste a nível do socorro e do sistema de saúde, que certamente terá que acorrer a numerosas situações resultantes das elevadas temperaturas numa altura em que os problemas de falta de recursos, mesmo em períodos considerados de rotina, já são bastante complexos.
Mais do que o perigo de incêndios florestais, dado que uma das consequências da devastação dos fogos do ano anterior é o aparecimento de novas áreas de descontinuidade e a menor área florestal será menor propensa a grandes fogos, são os efeitos para a saúde humana que estão no topo das preocupações, sobretudo no respeitante aos mais vulneráveis.
Assim, para além dos habituais conselhos quando o perigo de incêndio é maior, aqueles que visam proteger a saúde ganham primazia, sendo de evitar uma exposição directa aos raios solares, ou mesmo indirecta no caso dos mais vulneráveis, a ingestão de água ou sumos sem açucar, e evitar esforços físicos, dando preferência às horas de menor calor para deslocações que, neste início de Agosto, serão de prever.
Será esta, quase certamente, a primeira ocasião onde o dispositivo de combate aos fogos será testado, previsivelmente muito longe de uma situação de "stress", mas que pode igualmente representar um sério teste a nível do socorro e do sistema de saúde, que certamente terá que acorrer a numerosas situações resultantes das elevadas temperaturas numa altura em que os problemas de falta de recursos, mesmo em períodos considerados de rotina, já são bastante complexos.
terça-feira, julho 31, 2018
Incêndios na Grécia - 2ª parte
O facto de terem sido severamente atingidas zonas turísticas, cujos empreendimentos à beira mar confinam, do lado oposto, com uma extensa vegetação, encostada às edificações, aponta para uma manifesta falta de respeito por princípios básicos de segurança, com a prioridade a ir no sentido da criação de um espaço tão atractivo para o turismo, como inseguro para quem o frequenta e, naturalmente, desconhece o perigo em que se encontra.
A falta de ordenamento do território, a especulação imobiliária ligada a uma forte dependência do sector turístico, essencial para o equilíbrio das contas gregas, do que resulta uma complacência face a situações de risco particularmente evidentes, numa evidente cumplicidade entre o Estado e privados, todos eles cientes das vantagens resultantes da expansão deste sector que será o mais importante para a economia nacional.
Obviamente, uma vez criado o cenário, entramos no domínio das probabilidades, concretamente nas de um conjunto de factores se conjugarem para que o número de ignições e a rapidez de propagação inviabilize um combate eficaz a todas as ocorrências, bastando que uma pequena percentagem não seja controlada quase de imediato para que a possibilidade de alastramento e de criação de novos focos, via projecções, seja elevada.
Embora existam, como sempre, suspeitas de fogo posto, a evidência não aponta neste sentido, sendo muito mais provável que as condições climatéricas na altura do início dos incêndios, com vento muito forte, e as sucessivas projecções tenham estado na origem dos numerosos focos de incêndio que alguns associam a uma teia criminosa, pelo simples facto de haver alguma coincidência temporal, o que pode ser explicado por razões naturais.
A falta de ordenamento do território, a especulação imobiliária ligada a uma forte dependência do sector turístico, essencial para o equilíbrio das contas gregas, do que resulta uma complacência face a situações de risco particularmente evidentes, numa evidente cumplicidade entre o Estado e privados, todos eles cientes das vantagens resultantes da expansão deste sector que será o mais importante para a economia nacional.
Obviamente, uma vez criado o cenário, entramos no domínio das probabilidades, concretamente nas de um conjunto de factores se conjugarem para que o número de ignições e a rapidez de propagação inviabilize um combate eficaz a todas as ocorrências, bastando que uma pequena percentagem não seja controlada quase de imediato para que a possibilidade de alastramento e de criação de novos focos, via projecções, seja elevada.
Embora existam, como sempre, suspeitas de fogo posto, a evidência não aponta neste sentido, sendo muito mais provável que as condições climatéricas na altura do início dos incêndios, com vento muito forte, e as sucessivas projecções tenham estado na origem dos numerosos focos de incêndio que alguns associam a uma teia criminosa, pelo simples facto de haver alguma coincidência temporal, o que pode ser explicado por razões naturais.
segunda-feira, julho 30, 2018
Internet das coisas cada vez mais próxima - 3ª parte
Outros exemplos bem conhecidos no âmbito doméstico são as lâmpadas, igualmente com ligação via "wifi", ou um conjunto de electrodomésticos, alguns dos quais implementam funcionalidades sofisticadas, como a possibilidade de avisar para a falta de produtos ou contribuir para elaborar uma lista de compras, tendo como base um conjunto de items que devem estar permanentemente disponíveis, alertando sempre que estes estejam em falta.
A proximidade tem uma óbvia vertente a nível de acessibilidade, para o que a diminuição dos preços é essencial, sendo hoje possível adquirir equipamentos conectáveis, como tomadas com suporte de "wifi", por valores inferiores a uma dezena de Euros, sendo provavelmente estes os dispositivos de menor valor existentes no mercado, mas, simultaneamente, alguns dos mais úteis, por poderem controlar todos os equipamentos neles ligados.
O retorno deste investimento, se as aquisições são devidamente estudadas e avaliadas, é francamente rápido, seja em termos de poupanças, seja na mais valia que representam, como forma de recuperação de bens, de aumento da segurança ou de melhorias de eficiência ou de produtividade, verificando-se que a substancial baixa dos preços praticados e a maior facilidade de utilização permite uma cada vez maior generalização do uso.
Por outro lado, tal como acontece com qualquer dispositivo remotamente acessível, surgem as inevitáveis questões ligadas à segurança informática, tanto mais prementes quanto maiores as possibilidades dos equipamentos instalados e sobretudo quando estes abrangem vertentes tão delicadas como a segurança física de residências e respectivos ocupantes ou têm implicações a nível de privacidade, pelo que todas as soluções, sobretudo as mais complexas, devem ser estudadas e instaladas por especialistas e devidamente testadas e auditadas por terceiros.
A proximidade tem uma óbvia vertente a nível de acessibilidade, para o que a diminuição dos preços é essencial, sendo hoje possível adquirir equipamentos conectáveis, como tomadas com suporte de "wifi", por valores inferiores a uma dezena de Euros, sendo provavelmente estes os dispositivos de menor valor existentes no mercado, mas, simultaneamente, alguns dos mais úteis, por poderem controlar todos os equipamentos neles ligados.
O retorno deste investimento, se as aquisições são devidamente estudadas e avaliadas, é francamente rápido, seja em termos de poupanças, seja na mais valia que representam, como forma de recuperação de bens, de aumento da segurança ou de melhorias de eficiência ou de produtividade, verificando-se que a substancial baixa dos preços praticados e a maior facilidade de utilização permite uma cada vez maior generalização do uso.
Por outro lado, tal como acontece com qualquer dispositivo remotamente acessível, surgem as inevitáveis questões ligadas à segurança informática, tanto mais prementes quanto maiores as possibilidades dos equipamentos instalados e sobretudo quando estes abrangem vertentes tão delicadas como a segurança física de residências e respectivos ocupantes ou têm implicações a nível de privacidade, pelo que todas as soluções, sobretudo as mais complexas, devem ser estudadas e instaladas por especialistas e devidamente testadas e auditadas por terceiros.
domingo, julho 29, 2018
Google Snapshot para Android chega em breve
O Google Snapshot, recentemente anunciado, é uma aplicação que integra diversas outras, funcionando como um assistente pessoal, dotado de inteligência, capaz de ajudar na organização e planeamento do dia a dia, acompanhando o utilizador de forma activa, de forma muito mais elaborada do que uma vulgar agenda.
Indo muito para além de uma simples agenda, que se limita a lembrar compromissos, o Snapshot vai complementá-los com os passos necessários, fornecendo informação para que o planeamento seja correcto, podendo ainda sugerir alterações ou métodos e processos que facilitem ao utilizador atingir os seus objectivos.
Assim, a aplicação vai alertar o utilizador para um compromisso com a antecedência necessária para que efectue a deslocação, tendo em conta a densidade do tráfego, podendo sugerir o percurso mais adequado ou propondo um transporte alternativo a utilizar, uma funcionalidade prevista para o Google Maps, enquanto alerta, caso necessário, para outros compromissos subsquentes cujos horários seja necessário respeitar.
A versão para Android estará brevemente disponível para todos os dispositivos, enquanto a que se destina a equipamentos iOS ainda demorará algum tempo a ser disponibilizada, sendo óbvio que o Snapshot será uma das ferramentas mais interessantes em termos de organização da vida pessoal que vão surgir este ano.
Indo muito para além de uma simples agenda, que se limita a lembrar compromissos, o Snapshot vai complementá-los com os passos necessários, fornecendo informação para que o planeamento seja correcto, podendo ainda sugerir alterações ou métodos e processos que facilitem ao utilizador atingir os seus objectivos.
Assim, a aplicação vai alertar o utilizador para um compromisso com a antecedência necessária para que efectue a deslocação, tendo em conta a densidade do tráfego, podendo sugerir o percurso mais adequado ou propondo um transporte alternativo a utilizar, uma funcionalidade prevista para o Google Maps, enquanto alerta, caso necessário, para outros compromissos subsquentes cujos horários seja necessário respeitar.
A versão para Android estará brevemente disponível para todos os dispositivos, enquanto a que se destina a equipamentos iOS ainda demorará algum tempo a ser disponibilizada, sendo óbvio que o Snapshot será uma das ferramentas mais interessantes em termos de organização da vida pessoal que vão surgir este ano.
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