Ambulância do INEM em trânsito
Este episódio, que foi registado pela Rádio Televisão Portuguesa (RTP), ocorreu no domingo passado, na Feira do Relógio, em Lisboa, e envolveu um septuagenário que sofreu um ataque de diabetes, tendo a primeira chamada, efectuada por um agente policial sido efectuada pelas 13:40, tendo sido repetida por mais duas vezes.
Só após as insistências, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa enviou a ambulância que chegou ao local pelas 15:04, cerca de 1:24 após o contacto inicial.
Apesar de todo o episódio ter sido gravado pela RTP e acompanhado por agentes policiais, o INEM garante que não houve qualquer atraso no enviou de meios, descartando igualmente a possibilidade de este resultar de uma falha no novo sistema informático do CODU de Lisboa.
Segundo o INEM, que não reconhece o atraso, o CODU tem apenas registada uma chamada, realizada pelas 14.52 horas, algo que se estranha pois todo o processo de contacto é público, está devidamente documentado e é testemunhado por entidades oficiais.
Lembramos que este é o terceiro incidente conhecido do público no espaço de duas semanas que envolvem o CODU de Lisboa e Vale do Tejo, o qual tem um novo sistema de referenciação e activação de meios, actualmente em fase experimental, e que será o responsável pelo envio de meios de socorro.
Infelizmente, não existe um controle externo de qualidade, nem um sistema eficaz de denúncias que permita aferir desde a correcção da triagem à rapidez de activação de meios passando pela sua adequação à situação, pelo que apenas as situações que chegam à comunicação social são devidamente escrutinadas, mas não será difícil de supor que em muitas outras ocorrências haverá erros ou atrasos a lamentar.
Uma entidade como o INEM deveria ser permanentemente observada por um organismo independente e externo, que avaliasse a qualidade do serviço prestado, propusesse alterações no sentido de as corrigir e fizesse um tratamento estatístico dos dados resultantes das intervenções, sem o que a confiança na instituição, após os recentes incidentes, tenderá a ficar abalada.