Com um maior número de utilizadores de serviços de Internet, em parte como consequência do recurso ao trabalho não presencial, os problemas de segurança têm aumentado, com o número de ataques de "phishing" a aumentar e, nalguns casos, a revelarem-se mais sofisticados.
Dado que muitos "sites" e contas estão hoje mais protegidos, com validações em dois passos, ou seja, para além da necessidade de introdução de uma "password", esta deve ser validada através de um dispositivo ou endereço previamente registados, os esquemas de "phishing" evoluiram, podendo incluir ataques em mais do que uma vertente.
É normal, ou expectável, nos dias de hoje, haver ataques simultâneos contra contas, tipicamente de correio electrónico ou de redes sociais, e, quase simultaneamente, o envio de mensagens, normalmente por SMS, com ligações infectadas no seu interior, como forma de ganhar acesso ao dispositivo a partir do qual se efectua o acesso.
Desta forma, adquirindo o controle do dispositivo móvel, o código enviado na altura do pedido de novas credenciais de acesso a uma dada conta fica em poder dos intrusos, sendo usado para validar a entrada e, eventualmente, para proceder às alterações que permitem obter o controle da conta, alterando dados de "login" e forma de validação, transferindo-a para outro dispositivo.
sábado, julho 31, 2021
sexta-feira, julho 30, 2021
112 inoperacional com falha de energia - 1ª parte
Talvez, entre tantas situações lamentáveis, roçanado o escândalo, que ocorrem quase diariamente, a falha da linha de emergência 112 como resultado da falha de energia originária em França e que atingiu Portugal e Espanha tenha passado quase desapercebida.
Está previsto que, no caso de o atendimento do 112 ser impossível, como sucede actualmente quando a energia falha, as chamadas sejam reencaminhadas, e, mesmo que com maior dificuldade ou demora, atendidas e tenham a sequência adequada, sendo enviados, caso necessário, meios de socorro, algo que, desta vez, não aconteceu.
Se esta solução nos parece completamente inadequada, devendo haver sistemas de energia redundantes, com geradores e baterias, que permitissem manter pelo menos parte do atendimento nos locais originais, a falha no encaminhamento de chamadas é inaceitável, comprometendo o socorro sobretudo nas cidades e redes viárias.
Exceptuando localidades mais pequenas, onde todos conhecem os números das autoridades locais e dos bombeiros aé sedeados, poucos serão aqueles que conhecem números alternativos que possam ser utilizados em caso de emergência, e, mesmo conhecendo-os, nada garante que se mantenham operacionais e haja atendimento, menos ainda que os meios de socorro necessários sejam activados.
Está previsto que, no caso de o atendimento do 112 ser impossível, como sucede actualmente quando a energia falha, as chamadas sejam reencaminhadas, e, mesmo que com maior dificuldade ou demora, atendidas e tenham a sequência adequada, sendo enviados, caso necessário, meios de socorro, algo que, desta vez, não aconteceu.
Se esta solução nos parece completamente inadequada, devendo haver sistemas de energia redundantes, com geradores e baterias, que permitissem manter pelo menos parte do atendimento nos locais originais, a falha no encaminhamento de chamadas é inaceitável, comprometendo o socorro sobretudo nas cidades e redes viárias.
Exceptuando localidades mais pequenas, onde todos conhecem os números das autoridades locais e dos bombeiros aé sedeados, poucos serão aqueles que conhecem números alternativos que possam ser utilizados em caso de emergência, e, mesmo conhecendo-os, nada garante que se mantenham operacionais e haja atendimento, menos ainda que os meios de socorro necessários sejam activados.
quinta-feira, julho 29, 2021
Polícia vai ter "body cams" - 3ª parte
Naturalmente, em situações mais dinâmicas, quer o aviso, quer o próprio acto de activar a câmara podem revelar-se impossíveis, sendo improvável que o agente verifique se esta está a funcionar correctamente e gravando na direcção correcta, algo que se revela ainda mais difícil quando não se trata de um procedimento de rotina, que permite adquirir um melhor conhecimento do funcionamento do sistema.
Assim, e de acordo com o actualmente previsto no diploma governamental, a possibilidade de muitas gravações falharem, não serem efectuadas ou não apresentarem a qualidade ou enquadramento adequados, é elevada, mesmo assumindo que as câmaras terão a manutenção adequada, incluindo no carregamento e substituição de baterias e cartões de memória, que obviamente, terão uma vida útil mais limitada e necessitam de ser periodicamente renovados.
Nem sequer fica claro se as câmaras, mesmo sem estar em uso, serão habitualmente usadas no uniforme, sendo um complemento tão normal como o rádio ou a arma, nem se haverá situações específicas onde devem ser levadas, mesmo que sem estar prevista a sua utilização, nem uma tipificação adequada de situações ou locais onde devem estar preparadas para serem utilizadas.
Temos, seguidamente, todo o processo de recolha de dados, não apenas das gravações, mas dos registos de utilização que, para manter a confiança no sistema, terá que obedecer a procedimentos regulamentados, efectuados por pessoal com treino específico e com envio para uma base de dados, sem possibilidade de uma alteração que se revele indetectável.
Assim, e de acordo com o actualmente previsto no diploma governamental, a possibilidade de muitas gravações falharem, não serem efectuadas ou não apresentarem a qualidade ou enquadramento adequados, é elevada, mesmo assumindo que as câmaras terão a manutenção adequada, incluindo no carregamento e substituição de baterias e cartões de memória, que obviamente, terão uma vida útil mais limitada e necessitam de ser periodicamente renovados.
Nem sequer fica claro se as câmaras, mesmo sem estar em uso, serão habitualmente usadas no uniforme, sendo um complemento tão normal como o rádio ou a arma, nem se haverá situações específicas onde devem ser levadas, mesmo que sem estar prevista a sua utilização, nem uma tipificação adequada de situações ou locais onde devem estar preparadas para serem utilizadas.
Temos, seguidamente, todo o processo de recolha de dados, não apenas das gravações, mas dos registos de utilização que, para manter a confiança no sistema, terá que obedecer a procedimentos regulamentados, efectuados por pessoal com treino específico e com envio para uma base de dados, sem possibilidade de uma alteração que se revele indetectável.
quarta-feira, julho 28, 2021
Que incendiários temos? - 4ª parte
Obviamente, face a uma adversidade imputável a alguém concreto, a forma de reagir, assumindo contornos criminais, revela traços de carácter, no mínimo falta de controle, e tal é, obviamente, um factor a ter em conta e que, por ser permanente, deve ser incluído no perfíl, sendo que neste caso o fogo será posto quase de imediato, antes que a racionalidade se sobreponha ao impulso, pelo que não haverá aqui um planeamento elaborado.
Alguns factores potenciam este imediatismo, como o consumo de álcool ou estupefacientes, podendo levar a uma acção irrefletida, mas este tipo de consumo não está directamente ligado ao acto em sí, estando sobretudo presente nos casos em que o fogo é provocado de forma involuntária, como consequência da falta de observância de normas de prudência básicas o que, sendo um crime, não se integra numa tipificação que implica intenção.
Elaborar um perfíl que corresponda ao incendiário mais comum, tipificando as suas principais características, é complexo, e a tentação de nelas incluir um conjunto de generalidades, que, aparentando complementar a imagem, não passam da transcrição de traços comuns, que, pela sua frequência são facilmente extrapoláveis, é um erro, por fazer uma associação que deriva de uma normalidade estatística e não da excepcionalidade que isola um dado conjunto de indivíduos.
Quando algumas das características incluídas num perfíl acabam por ser pouco mais do que a extrapolação, de forma proporcional, de características sociais, está-se a focar em aspectos errados, não significativos, e que podem ocultar factores determinantes, sobre os quais deve, efectivamente, incidir toda a atenção, e que, pela sua subtileza e escassez, necessitam ser evidenciados.
Alguns factores potenciam este imediatismo, como o consumo de álcool ou estupefacientes, podendo levar a uma acção irrefletida, mas este tipo de consumo não está directamente ligado ao acto em sí, estando sobretudo presente nos casos em que o fogo é provocado de forma involuntária, como consequência da falta de observância de normas de prudência básicas o que, sendo um crime, não se integra numa tipificação que implica intenção.
Elaborar um perfíl que corresponda ao incendiário mais comum, tipificando as suas principais características, é complexo, e a tentação de nelas incluir um conjunto de generalidades, que, aparentando complementar a imagem, não passam da transcrição de traços comuns, que, pela sua frequência são facilmente extrapoláveis, é um erro, por fazer uma associação que deriva de uma normalidade estatística e não da excepcionalidade que isola um dado conjunto de indivíduos.
Quando algumas das características incluídas num perfíl acabam por ser pouco mais do que a extrapolação, de forma proporcional, de características sociais, está-se a focar em aspectos errados, não significativos, e que podem ocultar factores determinantes, sobre os quais deve, efectivamente, incidir toda a atenção, e que, pela sua subtileza e escassez, necessitam ser evidenciados.
terça-feira, julho 27, 2021
Polícia vai ter "body cams" - 2ª parte
Também a utilização será, de acordo com as intenções do governo, controlada através de uma plataforma, onde constará o registo de gravações, que será controlado pelas autoridades judiciárias e auditado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, a quem compete verificar a conformidade dos dados gravados com a lei em vigor.
Estamos, portanto, diante de uma legislação que, aparentando defender todos os potenciais envolvidos, pela sua concepção, limitando a utilização a situações específicas e fazendo depender de aviso prévio a sua utilização, pode acabar por não ter qualquer tipo de eficácia, podendo mesmo revelar-se contraproducente e resultar noutro tipo de conflitos.
O facto de as câmaras não estarem ligadas em permanência tem, como resultado, que o uso pode ser descricionário, dependendo do tipo de missão ou situação que podem ser avaliadas de forma distinta, incluindo aqui a possibilidade de a classificação poder ser alterada para que as câmaras sejam ou não utilizadas, conforme tal seja mais conveniente ao decisor.
Também a necessidade de avisar antes de proceder à sua activação levanta problemas, por ser sempre possível contrapor que não houve aviso, e neste momento a câmara estaria ainda desligada, ou que este não foi dito de forma perceptível, não foi entendido ou ouvido, passando o conteúdo da gravação a poder ser contestado por quem considera que os dados lhe podem ser prejudiciais, entrando-se aqui num outro nível de problemas legais.
Estamos, portanto, diante de uma legislação que, aparentando defender todos os potenciais envolvidos, pela sua concepção, limitando a utilização a situações específicas e fazendo depender de aviso prévio a sua utilização, pode acabar por não ter qualquer tipo de eficácia, podendo mesmo revelar-se contraproducente e resultar noutro tipo de conflitos.
O facto de as câmaras não estarem ligadas em permanência tem, como resultado, que o uso pode ser descricionário, dependendo do tipo de missão ou situação que podem ser avaliadas de forma distinta, incluindo aqui a possibilidade de a classificação poder ser alterada para que as câmaras sejam ou não utilizadas, conforme tal seja mais conveniente ao decisor.
Também a necessidade de avisar antes de proceder à sua activação levanta problemas, por ser sempre possível contrapor que não houve aviso, e neste momento a câmara estaria ainda desligada, ou que este não foi dito de forma perceptível, não foi entendido ou ouvido, passando o conteúdo da gravação a poder ser contestado por quem considera que os dados lhe podem ser prejudiciais, entrando-se aqui num outro nível de problemas legais.
segunda-feira, julho 26, 2021
Que incendiários temos? - 3ª parte
Será de supor que a este perfíl corresponde, quando a opção exista, uma residência discreta, num local mais isolado, com acesso controlado ou condicionado, se possível, ou, não sendo possível, uma vida discreta, mesmo que num edifício com diversos residentes, evitando notoriedade no local de residência.
Problemas com álcool ou outras substâncias, tal como problemas mentais, podem ter como resultado a colocação de fogo, tipicamente sem planeamento, sendo de esperar que o responsável seja identificado com alguma rapidez, face a uma falta de planeamento e precauções que o tendem a expor à comunidade e a levar a uma denúncia que, no limite, pode ser feita pelo próprio, mesmo que de forma inadvertida.
Naturalmente, motivações directas, como conflitos ou vinganças, sendo óbvios, derivam de factos ou ocorrências concretas, podendo a motivação extinguir-se com o acto, pelo que, sendo um crime de fogo posto, não tipificam um incendiário, resultando de um impulso, no limite de um acto planeado, mas não de uma tendência ou inclinação.
Tal significa que o acto de colocar fogo é instrumental, tão somente uma alternativa a outras formas de suposta resolução de conflitos ou vingança, e que depende da facilidade ou oportunidade, sendo empregue da mesma forma como o seria um método alternativo destinado a provocar danos, com um fim como objectivo e sem uma preferência especial nos métodos ou meios utilizados.
Problemas com álcool ou outras substâncias, tal como problemas mentais, podem ter como resultado a colocação de fogo, tipicamente sem planeamento, sendo de esperar que o responsável seja identificado com alguma rapidez, face a uma falta de planeamento e precauções que o tendem a expor à comunidade e a levar a uma denúncia que, no limite, pode ser feita pelo próprio, mesmo que de forma inadvertida.
Naturalmente, motivações directas, como conflitos ou vinganças, sendo óbvios, derivam de factos ou ocorrências concretas, podendo a motivação extinguir-se com o acto, pelo que, sendo um crime de fogo posto, não tipificam um incendiário, resultando de um impulso, no limite de um acto planeado, mas não de uma tendência ou inclinação.
Tal significa que o acto de colocar fogo é instrumental, tão somente uma alternativa a outras formas de suposta resolução de conflitos ou vingança, e que depende da facilidade ou oportunidade, sendo empregue da mesma forma como o seria um método alternativo destinado a provocar danos, com um fim como objectivo e sem uma preferência especial nos métodos ou meios utilizados.
domingo, julho 25, 2021
Polícia vai ter "body cams" - 1ª parte
Já não é a primeira vez que um governo tenta implementar a utilização de câmaras individuais, habitualmente designadas por "body cam", a nível das forças policiais, tendo recentemente sido aprovada nova legislação que será remetida à Assembleia da República para apreciação.
Este tipo de equipamento, muito semelhante ao de uma câmara de acção em termos de funcionalidades, tem uma configuração que permite ser acoplada ao fardamento ou equipamento, permitindo gravar imagens e som numa perspectiva que se aproxima da do portador.
Em termos conceptuais, estas câmaras permitem garantir os direitos dos cidadãos e dos próprios polícias, esclarecendo de forma objectiva, através da gravação vídeo e áudio, a interacção entre ambos, evitando situações de dúvida e potencial futura conflitualidade.
Segundo o projecto actual, as câmaras não estarão sempre em uso, destinando-se a situações concretas, devendo o agente informar que irá iniciar a gravação, algo que, pelo que se sabe actualmente, será restringido a um conjunto limitado de situações.
Este tipo de equipamento, muito semelhante ao de uma câmara de acção em termos de funcionalidades, tem uma configuração que permite ser acoplada ao fardamento ou equipamento, permitindo gravar imagens e som numa perspectiva que se aproxima da do portador.
Em termos conceptuais, estas câmaras permitem garantir os direitos dos cidadãos e dos próprios polícias, esclarecendo de forma objectiva, através da gravação vídeo e áudio, a interacção entre ambos, evitando situações de dúvida e potencial futura conflitualidade.
Segundo o projecto actual, as câmaras não estarão sempre em uso, destinando-se a situações concretas, devendo o agente informar que irá iniciar a gravação, algo que, pelo que se sabe actualmente, será restringido a um conjunto limitado de situações.
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