sábado, agosto 27, 2005

OziExplorer - Configuração - 1ª parte

Como qualquer programa informático, o OziExplorer permite inúmeras opções de configuração, que vão desde opções meramente estéticas a informações a nível geográfico de que depende a correcta operação do programa e dos dispositivos que lhe estão associados. Logo após a instalação, configurar o programa de acordo com as necessidades é essencial, dado que muitas das selecções irão afectar o trabalho e a forma como serão recolhidos dados.


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Existem diversos menus de configuração, sendo os primeiros particularmente relevantes para o desempenho do programa, enquanto os últimos estão mais directamente relacionados com a forma de apresentação dos dados em termos de forma, cor ou disposição. Relativamente aos menus de configuração mais relevantes pela sua influência no desempenho, estes vão ser apresentados individualmente os capítulos seguintes.

A configuração de sistema inclui os parâmetros a nível dos locais no disco onde o OziExplorer irá procurar os vários tipos de ficheiro, essenciais caso se use ficheiros em CD-ROM ou em áreas diferentes do disco. Também estão contempladas opções relacionadas com o início do programa, nomeadamente se desejamos ou não que o último mapa utilizado seja aberto e, nesse caso, se será carregado na mesma posição e configuração de zoom em que deixamos o trabalho.

A opção Show Map View faz aparecer automaticamente a janela no qual se vê num mapa reduzido a posição da área em que trabalhamos, enquanto a opção Show Zoom Window nos mostra de forma ampliada a zona onde se encontra o cursor.


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Igualmente importante é a selecção correcta do Data File Datum, dado que será esse o formato adoptado por defeito. No caso de utilizar primordialmente os mapas topográficos militares, deverá ser escolhida a opção correspondente de European 1950 Spain – Portugal.

As informações genéricas referentes ao tipo de unidades a utilizar, que vão desde distâncias a informações de carácter geográfico devem ser configuradas no menu de Mapas.

Deve ser dada uma especial importância a distâncias e velocidades, que devem ficar em quilómetros, a forma de apresentação da latitude e longitude a ao datum para mapas em branco, que deve coincidir com os mapas com que habitualmente se trabalha.

sexta-feira, agosto 26, 2005

A falência do Estado


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Fogo florestal


Da vaga de incêndios não resultou apenas a morte e destruição, mas também uma consequência visível na desresponsabilização do Estado ao falhar na sua responsabilidade de defender os seus cidadãos e o património colectivo e individual, permitindo, pela sua inépcia e incompetência, perdas irreparáveis cujo impacto atravessará gerações.

O papel do Estado, como garante de um conjunto de direitos, viu-se assim comprometido, quebrando um contrato entre este e os cidadãos indivíduais que contribuem com o seu esforço para a edificação de um País que soçobra perante uma vaga de incêndios mais do que previsível.

Refugia-se o Estado na limpeza das matas, manifestando a sua intenção de a tornar coerciva, bem como nas excepcionais condições meteorológicas. Se a primeira medida não passa de uma declaração de intenções, de que resultará a desresponsabilização não só do Estado, mas de seguradoras e todas as entidades que é suposto garantirem alguma protecção aos proprietários, a segunda não é mais do que uma justificação da inação com base numa perspectiva fatalista.

O desculpa de que foram as condições meteorológicas extraordinárias, que efectivamente existiram, mas eram previsíveis e anunciadas, impunham a adopção de medidas igualmente excepcionais que não foram sequer anunciadas e menos ainda implementadas.

Alega-se o aumento dos meios disponíveis, a antecipação em alguns dias da época dos fogos e a criação de uma nova autoridade coordenadora que nada mais é do que uma almofada de ar que visa amortecer a responsabilidade política do Governo. Todas as medidas seriam bem vindas, mas todas se revelaram inúteis quando confrontadas com questões estruturais que não houve a coragem de enfrentar.

Todos os meios imagináveis, na presente situação, são um fraco paliativo e uma imensa desculpa, que não faz esquecer o caos que se vive em grande parte do País onde milhares de bombeiros esgotados dão o seu melhor numa luta que foi perdida durante os longos meses de hibernação invernal, pelo que presumivelmente em Outubro, após a entrega de um relatório que pouco adiantará ao Livro Branco publicado há um par de anos, assistiremos a mais um conjunto de medidas irrealistas por parte de quem é incapaz de aprender as lições, mas que não hesitará em imolar todos os que, em teoria, coordenaram esta desastrosa campanha de 2005.

quinta-feira, agosto 25, 2005

OziExplorer - Download de ficheiros de calibragem


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GPS portátil

O conjunto completo de ficheiros de calibragem para as mapas topográficos da série 888, escala 1/25.000, prontos a ser utilizados no OziExplorer, pode ser descarregado a partir deste link. Trata-se de um único ficheiro que ao ser executado descomprime a totalidade dos ficheiros de extensão map correspondentes às cartas de Portugal Continental. Cada ficheiro é idêntificado com um número correspondente à carta militar que lhe serve de base.

Este conjunto de ficheiros está de acordo com o datum European 1950 - Portugal - Spain, opção que deve ser selecionada no OziExplorer ou noutro programa que suporte a sua importação. Caso haja alguma questão referente a datums, aconselha-se a ler o texto recentemente publicado. Em todos os testes realizados, verificou-se que a calibragem está correcta, não havendo desvio entre o ponto assinalado pelo GPS e a sua correspondência no mapa.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Exemplos do melhor e do pior


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Bombeiros franceses


Foi uma agradável surpresa verificar que, para além das suas funções anti-motim, os canhões de água ao serviço do Corpo de Intervenção da PSP também são utilizados como auto-tanques no combate aos incêndios.

Para além de ser uma forma de rentabilizar estes dispendiosos veículos, a demonstração de imaginação e flexibilidade nesta altura de crise deve servir de exemplo a outras entidades que, igualmente dispondo de meios que podiam e deviam ser utilizados, os mantêm em reserva para as suas funções iniciais ignorando que há um País para salvar.

Em contrapartida, por razões burocráticas que derivam da inexistência de um protocolo, um grupo de bombeiros-sapadores franceses que viajou a suas próprias expensas até ao nosso País para ajudar no combate aos incêndios, viu a sua colaboração ser recusada.

Para além do absurdo da situação, sobretudo tendo em conta que se trata de profissionais treinados e com seguro válido internacionalmente, capazes de efectuar um excelente trabalho é um exemplo da burocracia no seu pior. Felizmente não será esta atitude absurda que irá impedir este grupo de bombeiros franceses de demonstrar o seu profissionalismo e espírito de sacrifício ao serviço de um País cujas autoridades não os souberam acolher.

terça-feira, agosto 23, 2005

OziExplorer - Rotas


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Carta topográfica


A criação de uma nova rota pode ser feita através do menu View, Route Editor ou das teclas alt + r, que nos permite quer adicinar waypoints directamente sobre uma rota, através da opção Add Waypoint que nos vai permitir adicionar waypoints previamente criados a rota. Tal como mecionamos anteriormente, uma rota acaba por ser uma sucessão de waypoints, segundo uma determinada sequência à nossa escolha, pelo que da inclusão e união dos vários pontos irá resultar uma linha contínua.

Outra opção é a de aceder ao menu através do menu Properties, o que nos permite adicionar ou retirar waypoints, modificar a sua ordenação, mudar o nome da rota ou a cor com que esta irá surgir sobre o mapa.

Tal como com outras opções, no fim o ficheiro deve ser guardado com um nome que permita uma fácil identificação.

De forma similar, os itinerários são obtidos através de sucessivas informações enviadas pelo GPS segundo critérios determinados, que permitem quando sobrepostos ao mapa e convertidos numa linha contínua, obter um registo de um percurso previamente seguido.

Uma vez carregado, podemos proceder às alterações consideradas necessárias, dado que a forma automatizada como são criados estes itinerários podem incluir desvios, passagens por zonas erradas ou, inclusivé, erros de navegação.

Torna-se, portanto, conveniente examiná-los e corrigí-los através da edição dos waypoints, o que deve ser realizado através das teclas ctrl + t, que permite a visualização do itinerário, após o que podemos utilizar as teclas alt + t para proceder à sua edição. É também nesta altura que se devem acrescentar waypoints em falta que sejam relevantes para um melhor entendimento do percurso, como curvas, pontes ou pontos de passagem obrigatória e que ajudem a um melhor entendimento do itinerário.

Os vários processos de ajuste estão interligados e devem ser efectuados em simultâneo, clarificando quaisquer dúvidas e com o máximo cuidado para obter uma navegação precisa e segura, sobretudo no caso de este tipo de informações vir a ser partilhada por quem não tenha conhecimento prévio da zona.

segunda-feira, agosto 22, 2005

OziExplorer - Datums


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Lista de datums


Um datum é um ponto, linha ou superfície usado como referência para medição de outra quantidade ou um modelo da Terra utilizada para cálculos geodésicos. Desta forma, pode-se considerar um datum é um modelo matemático que representa uma parte da superfície da Terra. As linhas de latitude e longitude de um mapa, são sempre referencia de um datum específico a que corresponde uma distorção resultante da planificação de uma superfície tridimensional.

Num receptor ou sistema de GPS com cartografia, o datum selecionado tem que corresponder ao do mapa sobre o qual a posição deste deverá aparecer, sob pena de erros de leitura que originam um afastamento entre a posição assinalada pelo GPS e o ponto do mapa que representa a posição deste.

Desta forma, segundo o esferoide utilizado pelos cartógrafos e um conjunto de parâmetros como a projecção, podem-se obter desenhos diferentes para uma mesma realidade. Como exemplo, pode-se imaginar que se pretende tornar plana uma esfera. Terá que se começar por abrir, seguidamente selecionar um ponto central, e a partir daí efectuar os cortes que permitem transformar este objecto tridimensional em algo com apenas duas dimensões. Dependente do local que consideramos central, e das linhas de cortes, assim o aspecto será diferente de uma outra planificação feita segundo critérios diferentes, resultando distorções próprias e mapas com aparências distintas no promenor.

Esta é a razão pela qual um erro na selecção de datum resulta num afastamento entre o ponto assinalado pelo GPS e o local referenciado pelo mapa, correspondento a duas planificações diferentes do mesmo objecto inicial.

O OziExplorer utiliza os datums mais comuns, no entanto existe sempre a possibilidade de nos depararmos quer com um mapa feito segundo um datum diferente, seja com um ficheiro de calibragem pouco standard. Para suprir essa falha, é possível criar um ficheiro que adicione ao OziExplorer o novo datum, que desta forma será acrescentado à lista dos que estão disponíveis, permitindo a sua selecção. Para tal deve ser criado com um editor de texto um ficheiro de nome datums.dat, onde será feita a correspondência entre o nome atribuido a este datum e os parâmetros geográficos que deram origem à sua criação. Este é um exemplo do conteúdo do referido ficheiro:

European 1950 - Portugal, -6, -84.0, -107,0, -120.0

Nome do datum, que no exemplo é European 1950 - Portugal e tem que ser o mesmo que aparece no ficheiro de calibragem a utilizar.

Elipsoide utilizada no datum, no exemplo -6. Tem que ser verificada através das tabelas disponíveis.

Dx, Dy e Dz são os parâmetros relativos à criação do datum e constante das tabelas de criação e correspndem ao afastamento segundo os 3 eixos em relação ao datum WGS 84. O Z corresponde à direcção do Polo Norte, o X à intercepção do meridiano principal e do plano do Equador e o eixo do Y-axis é obtido através de um ortogonal à direita por um plano a 90º este do eixo do X e da respectiva intercepção com o plano do Equador.

Após criação deste ficheiro, no final da lista de datums, aparecerá um de nome European 1950 - Portugal, que ficará sempre fora da ordem alfabética. Caso haja necessidade de incluir outros datums, bastará editar o ficheiro datums.dat e acrescentá-los segundo os mesmos critérios.

Na lista da Universidade do Colorado encontram-se os datums em uso e os valores necessários à introdução de novos datums no OziExplorer. Nela se podem encontrar as mais utilizadas no nosso País, como a European 1950 - Portugal Spain, mas também o invulgar datum de Porto Santo, na Madeira, que também serviu de base à elaboração de diversos mapas do arquipélago.

Dado que o maior factor de imprecisão do uso de GPS, na minha experiência, decorre do mau uso de datums, mais do que de uma deficiente calibração dos mapas, espero que a extensão deste texto se justifique.

Contas erradas


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Imagem de satélite -Agosto 2003


Quando assistimos aos comparativos entre a área ardida de ano para ano, estes apenas incluem dados totais, sem descriminar quer o que ardeu, se floresta, mato, áreas de cultivo ou outras, e sem ter em conta o facto de haver cada vez menos zonas verdes.

Se há 5 anos o impacto de um incêndio de grandes proporções já era grave, após o terrível ano de 2003, com a diminuição substancial das áreas florestais, uma mesma área ardida tem consequências muito mais devastadoras.

No entanto, o discurso político não entra em conta nem as áreas ardidas e não reflorestadas, nem o facto de que o impacto da perda de uma determinada área ser cada vez mais grave em termos percentuais. Poucos lembram que perder 100 hectares em 1000 não é o mesmo que perder a mesma área de um total de 500. Infelizmente é exactamente isto que se passa em Portugal, e alegar que este ano a área ardida, mesmo nas difíceis condições meteorológicas, sendo inferior à de 2003 resulta de melhorias no dispositivo, é absurdo e uma flagrante falta de honestidade intelectual.

Qualquer comparação teria de ser feita relativamente à área verde ainda existente, sabendo que à sua diminuição deveria corresponder uma maior concentração de meios nas áreas sobreviventes e a uma maior facilidade na defesa destas. Lamentavelmente, nem mesmo os jornalistas colocam esta questão perante quem se vangloria de uma maior eficácia no combate aos incêndios, permitindo assim manter a ilusão de que algo foi efectivamente melhorado.

Não sabendo sequer fazer as contas, menos ainda é possível fazer uma análise correcta, um planeamento rigoroso e aceitar as responsabilidades reais por uma situação que continua completamente fora de controle.

domingo, agosto 21, 2005

Pedido de ajuda


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Bandeira Europeia


No momento em que há mais de 50 fogos activos, foi com alívio que tomei conhecimento do pedido de ajuda aos nossos parceiros comunitários no sentido de enviar meios aéreos de combate aos fogos florestais.

Não considero que um pedido de ajuda corresponda a uma admissão de culpa, apenas à necessidade de proteger melhor as populações e os bens numa situação em que os recursos nacionais são insuficientes. Considero grave, criminoso mesmo, tomar a opção contrária, recusando o auxílio possível a quem dele necessita.

Infelizmente, este pedido veio tarde, talvez por razões políticas ou por uma questão de orgulho nacional, e deste atraso resultaram perdas num património natural absolutamente irreparáveis, sobretudo sendo previsível que a seca prolongada iria tornar este Verão num dos mais difíceis de sempre em matéria de fogos.

Esperemos que, mesmo após este pedido tardio, ainda seja possível que os meios solicitados venham dar um contributo importante na normalização desta situação que no dia de hoje se pode considerar como desastrosa.

OziExplorer - Wayponts

Após ter o mapa calibrado pode-se começar a utilizá-lo, acrescentando os vários elementos que servirão de auxiliares à navegação, como waypoints, rotas e itinerários.

Após carregar o ficheiro map desejado, que irá automaticamente buscar o mapa gráfico que lhe serviu de base, será possível proceder à colocação de novos elementos. Tal como nos capítulos anteriores, iremos começar pelos waypoints, que se podem traduzir genericamente como pontos de passagem, selecionando o icon correspondente, um quadrado amarelo com o número 1 e as letras wpt em baixo, e clicando sobre o mapa para proceder à sua marcação no local desejado.

Após a marcação, é possível editar as características dos waypoints colocando o cursor sobre este e clicando o botão direito do rato. No menu que surge pode-se mudar desde o nome, a representação gráfica ou a descrição, de forma a torná-lo mais facilmente identificável com o ponto que pretende assinalar.

Outra forma de marcar waypoints é através do menu View, Lists e Waypoint List ou da combinação de teclas alt + w, escolhendo a opção de adicionar, após o que devem ser introduzidas as coordenadas e restantes dados referentes a este novo waypoint.

Na imagem seguinte podemos ver o aspecto da janela de introdução de waypoints, ainda sem estar preenchida, sendo necessário utilizar a opção de adicionar para dar início ao seu prenchimento.


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Introdução de waypoints


Desta forma, os waypoints criados serão guardados num ficheiro de extensão wpt, que deverá ter um nome que facilmente o associe ao mapa em uso. Estes ficheiros mais tarde poderão ser carregados através do menu File, Load from File e Load Waypoints from File, podendo-se clicar a opção de Read Only se pretendemos evitar qualquer possível alteração.