sábado, agosto 11, 2007

Fogos circunscritos em Constância e Gouveia


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Operação de socorro dos Bombeiros Faialenses

Os dois incêndios activos em território continental, um no concelho de Constância e outro no concelho de Gouveia, já se encontram circunscritos, segundo o "site" da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

No concelho de Constância, distrito de Santarém, um incêndio florestal começou hoje pelas 13:21 perto da Estrada 358-2 que liga Constância à Barragem de Castelo de Bode, sendo combatido por 82 bombeiros, apoiados por 22 viaturas e três helicópteros.

Em Cativelos, no concelho de Gouveia, distrito da Guarda, outro incêndio que começou pelas 13:42 consumiu áreas de mato e foi combatido por 59 bombeiros, com 14 viaturas e dois helicópteros.

A actual instabilidade meteorológica tem continuado a evitar situações demasiadamente complicadas, resultantes, normalmente, de um esforço excessivamente prolongado, mas com o tempo quente a vir para ficar, segundo as previsões actuais, a partir de meados da próxima semana poderemos assistir a um aumento do número de ocorrências que, apesar de tudo, não deverão atingir valores comparáveis com anos anteriores.

Maddie McCann: 100 dias sem rasto


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Missing: Madeleine Beth McCann

Passam hoje 100 dias que Maddie McCann desapareceu de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve e, muito embora o caso não tenha sido esquecido, merece ser recordado não apenas pela criança inglesa desaparecida, mas por tantas outras a que se perdeu o rasto nestes últimos anos e cujo esforço para serem reencontradas foi manifestamente insuficiente.

Não vamos analisar as diligências nem os métodos utilizados durante esta investigação ou o facto de só muito recentemente e após um texto aqui publicado e enviado a um conjunto de entidades, as fotografias dos desaparecidos começarem a ser actualizadas, mas não podemos deixar de criticar a postura de uma polícia de investigação criminal que parece demasiado influênciada e submetida aos media, mudando de estratégia comunicacional de acordo com o interesse e a pressão da comunicação social.

Passou-se da teoria do assassínio para o rapto, voltou-se à ideia inicial, mas o facto é que, aparentemente, continuam a não surgir provas conclusivas que, pelo menos, permitam excluir uma ou mais das numerosas hipóteses que têm sido colocadas, pelo que, aparentemente, pouco se tem avançado.

Sem por em causa o trabalho da Polícia Judiciária (PJ), que não se conhece em profundidade e está sob segredo de Justiça, não podemos deixar de criticar a forma como esta se relacionou com os media e com a população em geral, mudando por completo a sua postura em virtude da presença de diversos orgão de comunicação social britânicos e das críticas que estes fizeram quanto à falta de informações disponibilizadas.

A forma como a nossa polícia se habituou a trabalhar e o controle que exerce sobre a informação são essenciais para o sucesso dos método de investigação seguidos, e uma súbita alteração devido a pressões externas pode comprometer em muito os resultados que se pretendem obter.

A cedência aos orgãos de comunicação social ingleses será, portanto, uma das grandes derrotas da PJ, independentemente dos resultados que vier a conseguir, mas também o relacionamento com o público e com os orgãos de polícia estrangeiros, nomeadamente ingleses, não deixa de merecer reparos.

A cooperação com o público é essencial, bem como a disponibilidade para ouvir teorias que, por absurdo que pareçam, podem introduzir elementos novos ou despertar possibilidades nunca imaginadas, pelo que limitar os pedidos a um auxílio nas buscas, cuja iniciativa parte da Guarda Nacional Republicana, é redutor e um despedício de recursos.

Saber escutar, filtrar e aproveitar as ideias que sejam sustentadas pelos indícios existentes ou que não sejam por eles desmentidos é prática comum em muitos países e pode levantar possibilidades que nunca teriam ocorrido aos investigadores.

Também o tardio recurso ao Forensic Science Service, dependente do Home Office, o equivalente britânico ao Ministério da Administração Interna e considerado como um dos serviços forenses mais competentes do Mundo, com recursos técnicos inexistentes em Portugal e capacidade de análise com muito maior rapidez, pode ser apontado como um erro na condução de um processo que levanta demasiadas dúvidas.

Neste caso, o relacionamento com as entidades externas, inclusivé com a própria polícia inglesa, que tem mais recursos em determinadas áreas e poderia ter ajudado logo no início, pode comprometer os resultados e por em causa a competência e a qualidade dos investigadores portugueses.

Espera-se, sinceramente, que este caso termine com o retorno de Maddie para a sua família, mas também que se extraiam as necessárias lições sobre um relacionamento entre autoridades policias, comunicação social e sociedade em geral que necessita de ser revista, evitando prejudicar as investigações devido a uma excessiva mediatização ou à manifesta incapacidade de solicitar apoio nas alturas em que este é mais necessário.

As investigações, ou qualquer actividade ou operação de que dependa uma vida humana, não são o local para discussões estéreis, ânsia de protagonismo ou orgulho insensível, factores que, fundamentalmente, constituem sérios obstáculos ao sucesso de qualquer empreendimento.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Skype cria serviço de partilha de vídeos


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Écran de configuração do vídeo no Skype

A Skype, líder nos sistemas de voz sobre IP utilizados para comunicar via Internet, após ter disponibilizado um serviço de conversação com suporte de vídeo, tem agora um novo serviço destinado a partilhar vídeos no perfil dos utilizadores.

O desenvolvimento da versão 3.5 do Skype para Windows teve a colaboração de "sites" dedicados à partilha de vídeos, concretamente a Dailymotion e a Metacafe, dando a possibilidade de descarregar os vídeos aí armazenados para o perfíl de cada utilizador.

Também é possível usar os vídeos nas conversações via texto do Skype ou retirar "frames" de uma videochamada e guardá-las para serem usadas mais tarde.

O Skype 3.5 dá ainda a possiblidade de efectuar transferências de chamadas, a nível individual ou em modo conferência ou efectuar remarcações automáticas para outros utilizadores.

O serviço básico do Skype é gratuito, mas vários dos seus adicionais, como a possibilidade de telefonar para um telefone fixo, são pagas, pelo que é fundamental para a empresa aumentar o número de utilizadores, atraindo-os através da implementação de novas funcionalidades.

O "software" do Skype pode ser descarregado gratuitamente a partir do "site" do fabricante e, tal como temos vindo a aconselhar, é uma solução eficaz e económica para quem necessite de manter comunicações prolongadas ou de longa distância.

Bombeiro morre em missão de socorro


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Viatura do INEM durante um treino

Um bombeiro voluntário da corporação da Azambuja, morreu pelas 16:00 de 3ª feira na sequência de um acidente de viação na Estrada Nacional 13 durante uma missão de socorro.

O acidente ocorreu em Vila Nova da Rainha na altura em que um veículo pesado de mercadorias saia de umas instalações industriais, tendo sido abalroado pela ambulância, que não conseguiu evitar o embate dado que ambas as faixas de rodagem estavam ocupadas.

O bombeiro Pedro Salema, de 26 anos, ficou preso dentro da ambulância, tendo sido retirado sem vida, enquanto o segundo ocupante sofreu ferimentos ligeiros, sendo evacuado para o Hospital de Vila Franca de Xira.

Não dispomos de estatísticas comparativas com anos anteriores que permitam avaliar se o número de acidentes com meios de socorro estará a aumentar num período em que os acidentes de viação têm vindo a diminuir, mas as notícias de acidentes com ambulâncias parecem repetir-se, muitas vezes com resultados trágicos.

Independentemente do número de acidentes, o aumento das distâncias e do tempo de percurso que resulta do encerramento de numerosos serviços de atendimento, sobretudo no Interior do País, constitui um risco acrescido para quem desempenha missões de socorro, sendo quase inevitável que resulte em maior número de acidentes.

Nos cálculos, mais do que discutíveis, que determinaram os encerramentos ou a perda de valências de unidades de atendimento, para além da análise do número de utentes, dos custos ou de um conjunto de possibilidades alternativas, foi esquecida a vertente que diz respeito a quem, em última instância, terá que suprir as falhas do sistema, correndo riscos para encurtar distâncias e salvar vidas que de outra forma se perderiam.

Lamentavelmente, nas várias reivindicações e protestos de entidades que representam os bombeiros, muito se discutiu as compensações a pagar por quilómetro percorrido, mas pouco se avaliou quais as consequências para as tripulações dos meios de socorro em termos de segurança e do desgaste físico e psicológico a que são submetidas em resultado do aumento das distâncias a percorrer e do acréscimo de tempo que daí resulta, bem como do impacto que o prolongar do sofrimento das vítimas tem em quem efectua o socorro.

A falta de uma perspectiva global, capaz de entender as várias vertentes e os efeitos colaterais de uma decisão política, que deveria analisar cada possibilidade de uma forma abrangente, tem levado a sucessivos erros com efeitos desastrosos para as populações, facto amplamente noticiado, mas também para quem efectua missões de socorro, aspecto esse que raramente é referido pela comunicação social.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Manómetro e medidor de perfil


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Manómetro e medidor de perfil

A partir de 5ª feira, dia 9 de Agosto, vai estar à venda no Lidl um manómetro e medidor de perfil para pneus com visor de LCD que poderá contribuir para a segurança de quem se desloque num veículo automóvel.

Este pequeno equipamento permite medir a pressão entre 0 a 150 psi / 0 a 10.34 bar e verificar a profundidade do perfil do pneu até ao máximo de 12.5 mm, emitindo um sinal sonoro no fim da medição.

Por um preço de apenas 4.99 euros, este é um utensílio muitas vezes esquecido e que poderá contribuir significativamente para diminuir o risco de condução, verificando um dos equipamentos dos veículos de que depende a segurança deste, dos seus ocupantes, e dos restantes utentes da via.

Para além deste utensílio, a partir desta 5ª estão à venda no Lidl diversos outros acessórios, incluidos nesta "semana do automóvel", os quais poderão suprir algumas das necessidades dos nossos leitores e contribuir para a sua segurança na estrada.

Voluntariado na prevenção de incêndidos na Serra de Sintra


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Paisagem da Serra de Sintra

Está a decorrer até ao dia 15 de Setembro um projecto de vigilância e prevenção de incêndios na Serra de Sintra com base no voluntariado.

Os interessados, desde que com idades entre os 18 e os 30 anos, podem-se inscrever "on-line" através do Portal da Juventude e terão como missão patrulhar a Serra a pé ou de bicicleta, reportando eventuais incêndios à Protecção Civil.

As inscrições decorrem até ao dia 31 de Agosto e os participantes terão direito a equipamento, uma comparticipação diária de 12 euros e a um seguro de pessoais.

Estes programas que surgem anualmente destinados as jovens terão como vantagem principal a sensibilização dos participantes, já que em termos operacionais, as escassas distâncias percorridas, os meios de comunicação e o equipamento disponibilizado comprometem os resultados.

Continuamos a considerar que, sobretudo no Interior do País, será muito mais vantajoso o recurso a um misto de turismo rural e de solidariedade, com a participação de adultos e a colaboração de clubes de todo o terreno, do que a promoção deste tipo de programa em que o Instituto Português da Juventude insiste anualmente.

A utilização de veículos todo o terreno, integrados em programas de turismo rural aliados a uma vertente cívica, garantem uma cobertura mais efectiva do terreno, sistemas de comunicação mais adequados e uma capacidade de deslocar-se a pontos ou locais mais distantes, os quais nunca poderão ser patrulhados de pé ou de bicicleta.

Fazendo as contas, a cobertura recorrendo aos proprietários de veículos todo o terreno e adeptos deste tipo de actividade sai mais económico, relacionando os custos com os resultados possíveis devido ao melhor equipamento, para além de favorecer o turismo rural e a solidariedade nacional, através da deslocação de voluntários de um ponto do País para outro.

Lamentavelmente, as entidades responsáveis pelas várias regiões de turismo continuam a não se aperceber das vantagens de estabelecer parcerias que permitam proteger as paisagens de que dependem para a sua própria viabilidade, optando por políticas conservadoras e insustentáveis, sobretudo caso um incêndios nas proximidades comprometa a sua capacidade de atracção de visitantes.

Uma maior abertura e colaboração entre os promotores do turismo regional e local, com envolvimento das autarquias e da Protecção Civil permite, com alguma facilidade, organizar programas que aliem um conjunto de vertentes, nas quais a solidariedade e as actividades lúdicas sejam parcialmente suportadas pelo mecenato ambiental, reduzindo os custos para todos os envolvidos e protegendo um património cada vez mais escasso.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Incêndio em Pombal circunscrito


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Um incêndio florestal no Verão de 2006

O incêndio florestal que lavrava desde as 15:44 de terça-feira na localidade de Vale das Moitas, concelho de Pombal, no distrito de Leiria, ficou circunscrito às 16:38, depois de consumir áreas de pinhal e eucaliptal.

Segundo a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), participaram nas operações um total de 117 bombeiros, apoiados por 30 viaturas, um helicóptero e um aerotanque ligeiro.

Na passada segunda-feira, a ANPC registou em todo o território continental português um total de 83 ocorrências de fogos florestais, que foram combatidas por 1.080 bombeiros e 266 viaturas, números que ficam abaixo do pico verificado no dia 29 de Julho, quando se verificaram 123 incêndios que mobilizaram 2.933 bombeiros e 792 viaturas.

Comparando os valores mais elevados, em termos de ocorrências e de meios mobilizados, com anos anteriores, verifica-se uma flagrande diminuição em 2007, ano em que nunca o dispositivo disponível para combate aos incêndios esteve sob uma pressão semelhante aquela a que assistimos no passado.

Já em meados do mês, quando em anos anteriores se estava no limite máximo do esforço, a evolução dos números e as previsões meteorológicas continuam a apontar para um 2007 excepcionalmente favorável em termos de ocorrências e de área ardida, mesmo salvaguardando a possibilidade, bastante real, de uma segunda quinzena de Agosto com maiores dificuldades do que as sentidas até agora.

Assim, o maior risco poderá transitar para Setembro, dado que o tempo quente irá manter-se e parte do dispositivo poderá já não se encontrar disponível, resultando num maior esforço e desgaste dos efectivos presentes.

GIPS da GNR pode ser extinto


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Equipa do GIPS, com um Bell ao fundo

Os elevados custos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR) podem determinar o fim ou a remodelação desta força.

O objectivo do GIPS era o de realizar o ataque inicial aos incêndios, para além de outras missões na área do socorro para as quais pouca formação e meios foram disponibilizados, deixando a estes militares a ingrata tarefa de complementarem os bombeiros que sempre contestaram o envolvimento da GNR no combate aos fogos.

Estava previsto que os GIPS tivessem formação noutras áreas do socorro, incluindo mergulho, no qual apenas 24 elementos participaram, ameças de radioactividade ou resgate em zonas montanhosas, entre outras, as quais nunca se concretizaram, pelo que a esperada polivalência não se verifica.

Dois problemas são essenciais, sendo um os enormes recursos financeiros atribuidos aos GIPS e o outro o facto de os militares nele integrados, entre os melhores da Guarda, serem necessários para missões mais de acordo com os objectivos primordiais da GNR na área da segurança e da manutenção da ordem.

A alocação de meios financeiros, que poderiam ser atribuidos às Equipas Permanentes que o Ministério da Administração Interna (MAI) quer nos concelhos mais ameaçados pelos fogos, bem como a criação de uma Companhia Especial de Bombeiros, que também requer um orçamento importante, são factores que podem levar à reestruturação ou mesmo à extinção dos GIPS.

A decisão de extinguir os GIPS, pelo mesmo Governo que os criou, levantaria problemas políticos, agravados pelo facto de o MAI sempre ter elogiado o desempenho desta força e a cooperação entre esta e os bombeiros, mas poderá ser, por outro lado, uma forma de pacificar o sector e redistribuir os sempre escassos recursos da Protecção Civil.

Para representantes dos militares da Guarda, apesar do sucesso reportado, esta não é a vocação da GNR, exige um esforço adicional a um dispositivo que é manifestamente escasso para as necessidades e tem sido obtido à custa do sacrifício da segurança das populações, pelo que a opção de devolver os elementos dos GIPS a missões de policiamento será a mais adequada.

Para os bombeiros, nomeadamente para a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), a extinção do GIPS faz todo o sentido, já que sempre se opuseram à criação desta força cuja importância, com a profissionalização dos bombeiros, tenderá a diminuir.

Já num texto publicado há alguns meses nos debruçamos sobre o futuro do GIPS, sendo que a nossa opinião não mudou desde então, pelo que será de equacionar a substituição da actual estrutura por uma mais flexível e de carácter não permanente, mobilizável em situações onde o reforço dos meios de socorro seja necessário.

Continuamos, também, a manter que o treino dado aos militares dos GIPS deveria ser extendido e complementado, de modo a que a GNR pudesse desempenhar outro tipo de missões ou complementar as que tem vindo a desenvolver através da aquisição de novas valências.

Com isto não queremos dizer que o GIPS, independentemente do seu futuro, tenha sido uma experiência negativa, pois vieram conferir à GNR um conjunto de potencialidades que esperamos sejam exploradas e potenciadas no futuro, contribuindo para uma nova perspectiva do papel que as forças de segurança devem ter na sociedade de hoje e colocando um conjunto de militares, aos quais prestamos uma justa homenagem, ao serviço de uma causa e de uma luta particularmente difícil.

O destino dos GIPS será, no fim, o resultado de uma decisão política que, provavelmente terá como principal preocupação questões meramente económicas, pelo que entenderemos a extinção desta unidade, mas lamentaremos profundamente se as lições aprendidas e as valências adquiridas se perderem, algo que será um lamentável desperdício com o qual o País não pode compactuar.

terça-feira, agosto 07, 2007

Fogo não circunscrito em Idanha-a-Nova


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Um incêndio durante o Verão de 2006

Continua por circunscrever o incêndio florestal que lavra desde as 18:24 de 2ª feira na localidade de Ribeiro do Freixo, concelho de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.

Este fogo tem vindo a destruir uma zona de pinhal, e estava a ser combatido agora por 67 bombeiros, apoiados por 19 viaturas, tendo seguido reforços para o local.

Durante o dia e até ao anoitecer, participaram nas operações dois helicópteros, dois aerotanques ligeiros e dois aerotanques pesados Canadair, tendo estado presente o comandante operacional distrital de Operações de Socorro.

O arrefecimento neste início da semana terá, obviamente, um impacto positivo no controle dos incêndios, voltando-se a repor a situação ocorrida nos fins de Julho em termos de temperatura e de humidade.

Neste Verão atípico, em que Portugal tem sido poupado a situações de autêntica catástrofe, como se verifica nos Balcãs, o relativo descanso deveria ser aproveitado para efeitos de formação e de treino, melhorando os procedimentos e a coordenação ar-terra numa altura em que é possível contar com a participação dos meios aéreos, com os quais é difícil ter oportunidades de treinar.

A possibilidade de substituir actividade operacional por períodos de treino, sem comprometer a disponibilidade, deveria, portanto, ser equacionada para os períodos em que o nível de alerta seja baixo, devendo existir um conjunto de exercícios ou de formações preparadas para estas eventualidades.

Desperdiçar a oportunidade, provavelmente única, de um Verão com baixo número de ocorrências sem promover a formação de todos quantos estão envolvidos no combate aos fogos, será uma atitude irreflectida e um mau planeamento que põe em causa as operações de anos onde a disponibilidade será, inevitavelmente, escassa.

Equipamentos de visão noturna russos no EBay (2ª parte)


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Detalhe do iluminador acoplado ao Cyclop

Destinando-se a uso militar, o "Cyclop" é inteiramente metálico, de grande robustez, e inclui protecção para a lente, um estojo e uma correia de transporte.

O iluminador, opcional, destina-se a situações de maior escuridão e opera com baterias, podendo ser acoplado ou aparafusado a outros sistemas de visão noturna.

De construção semelhante, mas em formato de binóculo, o "Felin 1" inclui também um iluminador, algo que é comum a muitos dos equipamentos de origem soviética de 1ª geração, existindo versões que permitem ser montadas em capacetes.


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Binóculo de visão nocturna Felin 1

Sendo mais eficaz do que o "Cyclop" em termos de capacidade de visão, correspondendo à fase final dos equipamentos de 1ª geração e transição para a 2ª, o "Felin 1" tem um dimensões e peso muito superior, que o torna incómodo de usar fora de veículos, mas é uma boa alternativa para situações onde estas limitações sejam secundarias.

Modelos de dupla óptica eram particularmente populares entre os condutores de viaturas como os BMP-1, que não possuiam sistema de visão noturna, permitindo uma deslocação rápida e sem os faróis ligados, mas foram também utilizados por unidades da Protecção Civil, que na Rússia pertencem ao Ministério para as Situações de Emergência, em missões de resgate e salvamento.

Estes modelos não se destinam a operar numa completa escuridão, mas tão somente a auxiliar a visão em condições de iluminação deficiente, sendo interessantes para missões de busca e salvamento e, no caso do modelo adequado, para a condução nocturna em situações específicas, como quando é necessário ter atenção permanente a zonas que os faróis não iluminam adequadamente.

Tal como mencionamos anteriormente, este poderá ser um compromisso entre o baixo custo e uma excelente resistência, mesmo sabendo que a capacidade de visualização perto da escuridão absoluta ou em noites muito escuras será algo deficiente.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Nº 17 da revista Land Portugal já nas bancas


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Capa do nº 17 da revista Land Portugal

Já se encontra nas bancas o nº 17 da revista Land Portugal, incluindo, entre outros, artigos sobre o Rates Billing deste ano ou de apresentação da nova versão do Defender.

Estão também presentes artigos sobre o Lousã Camp 4X4 e de ordem técnica, como o relativo à montagem de sistemas de duplo amortecedor, bem como as habituais rúbricas sobre eventos recentes, apresentação de productos ou classificados.

Esta é uma leitura que sempre aconselhamos, sobretudo nesta época de férias, só lamentando que este número chegue às caixas de correio de muitos assinantes quando estes se encontram fora.

Bombeiros portugueses sob enorme stress


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Acidente na Sertã - foto BV Alhandra

Um estudo do CeFIPsi - Centro de Formação e Investigação em Psicologia, revela que os bombeiros portugueses consideram a actividade como "muito stressante".

As respostas de elementos das corporações da Guarda, Santarém, Samora Correia, Trafaria e Cacilhas, demonstram que lidar com vítimas de sofrimento se torna numa fonte de permanente tensão que permanece ao longo de todo o ano e não apenas quando os bombeiros lutam contra incêndios ou defrontam situações de risco.

Do mesmo estudo consta o impacto da actividade na vida familiar e na saúde dos participantes e pode-se verificar quais os locais estudados onde o desgaste psicológico é maior e que se verifica na Guarda, de Santarém e de Samora Correia, do que decorre maiores problemas a nível de perturbações psíquicas e fisiológicas.

Segundo o estudo, o resultado poderá resultar das situações enfrentadas, nomeadamente os incêndios florestais que ocorrem na Guarda e Santarém, os acidentes de viação graves, mais comuns em Santarém e Samora Correia e os afogamentos na Trafaria e em Cacilhas.

Segundo o CeFPsi, "a exigência profissional que causa mais stress aos bombeiros das cinco corporações é lidar com vítimas em sofrimento", e verifica-se que "esta fonte de stress é uma categoria inédita neste tipo de estudos".

Anteriormente, já nos debruçamos sobre a falta de acompanhamento psicológico nas corporações de bombeiros e na escassez de estudos que permitam minorar os problemas resultantes desta actividade.

Os estudos efectuados com militares, que são submetidos a um stress prolongado, incluem um conjunto de ensinamentos importantes, seja a nível de causas, seja na forma como lidar com os efeitos, mas não é possível fazer uma transposição directa dado a existência de uma perspectiva diferente a nível de missões, de motivações pessoais e da própria avaliação de sucesso ou fracasso, essenciais para a determinação e avaliação dos efeitos nos participantes.

Mas salvaguardando as diferenças, um estudo comparativo entre o "stress de combate" e os efeitos sofridos pelos bombeiros nas suas actividades dará a conhecer dados importantes que permitirão recorrer a muito do que já se aprendeu com a experiência de tratamento de militares e aplicá-los, com as devidas alterações, aos bombeiros.

Vários manuais que lidam directamente com a vertente militar do stress estão disponíveis on-line, nomeadamente em "sites" americanos onde é possível encontrar alguns destes "field manual", destinados a vários escalões da hierarquia e que contêm informações particularmente úteis para as estruturas de comando.

A título de exemplo, deixamos aqui a ligação para o "Combat and Operational Stress Control", editado em língua inglesa pelo Exército Americano em Julho do ano passado e cuja leitura poderá ser interessante para quantos queiram fazer uma análise comparativa entre diversos tipos de stress e a forma como os seus efeitos podem ser minimizados.

Sabendo-se que a avaliação e o tratamento do stress devem ser da responsabilidade de especialistas, existe um conjunto de conhecimentos básicos que devem ser adquiridos por todos quantos tenham a seu cargo a responsabilidade de comando ou coordenação, sobretudo quando em missões de risco.

O tratamento do "stress" pós-traumático tem vindo a ser melhorado devido ao esforço desenvolvido na área militar, cabendo agora usar as bases adquiridas e adaptá-las a outras profissões onde o período de desgaste ultrapassa em duração o da maioria das guerras dos nossos tempos.

domingo, agosto 05, 2007

Alguém supervisiona os meios aéreos que combatem os fogos?


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Dromader durante uma largada

O infeliz acidente com um Dromader no combate a um incêndio florestal, para além das causas directas, não pode deixar de fazer reflectir sobre os motivos mais longínquos pelos quais se deu a queda da aeronave.

Aparentemente, não terá sido um problema técnico, dado que o avião era submetido diariamente a operações de revisão e manutenção, mas não se pode excluir que, durante a delicada manobra de aproximação, o sistema hidráulico de largada de água não tenha funcionado, impedindo a recuperação atempada da aeronave que veio a embater numa árvore.

Mas mesmo admitindo que houve uma avaria a este nível, a manobra de largada deve ser efectuada de forma a que, na eventualidade de não ser possível largar a água, ainda seja possível recuperar e evitar um embate contra obstáculos no terreno.

Aparentemente, não havia a margem de segurança que permitisse subir antes de se verificar um embate, pelo que o inevitável aconteceu com as consequências que todos conhecemos.

No entanto, esta questão levanta outra, a da experiência e do treino do piloto para operar este tipo de avião ligeiro, particularmente vulnerável a alterações súbitas de vento ou de pressão atmosférica, muito comuns em quando se sobrevoa incêndios e, sobretudo, naquelas em que o terreno é mais acidentado.

A influência destes factores, entre outros, é completamente diferente no pequeno Dromader e no muito mais pesado Canadair, que segue um perfíl de voo diferente, protegendo-o de alguns dos riscos de manobras de aproximação a muito baixa altitude ou seguindo a evolução do terreno, pelo que transpor a experiência aos comandos de um avião para o outro é, no mínimo, abusivo, podendo ser considerada como uma mera desculpa de quem tem a obrigação de supervisionar as operações.

Será exactamente na necessidade de supervisão e de acompanhamento que se encontra outra falha, que reputo de particularmente grave, pois se o piloto diz que está apto para uma dada missão, alguém deverá verificar se a sua actuação aos comandos da aeronave estão de acordo com as normas e os níveis de segurança exigíveis numa situação tão exigente e complexa como o combate a fogos florestais.

A supervisão, que deverá ser efectuada pela entidade contratante e pelos responsáveis operacionais, crendo nas declarações de testemunhas, terá manifestamente falhado, colocando em perigo de vida o piloto e quem, no solo, esteja envolvido nas operações.

Seja pela impossibilidade de substituição do piloto, seja por desleixo, por razões económicas ou por quaisquer outras, o facto é que não houve um controle da actuação que detectasse factores de risco e promovesse seja a sua correcção, seja a transferência para outro aparelho, onde o piloto em causa pudesse operar dentro de limites de risco aceitáveis.

Na próxima 2ª feira, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, responsável pelo inquérito que se espera seja mais célere e responsabilizante do que o que a mesma entidade realizou aquando do acidente com o Beriev, cujas conclusões consideramos um completo desapontamento ao minimizar a gravidade de um incidente que só por sorte não terminou numa tragédia.

Agora, cabe-nos reflectir e interrogarmo-nos se, entre as dezenas de outros pilotos que combatem as chamas, não haverá casos semelhantes que devam ser imediatamente investigados e clarificados de forma a evitar outros acidentes ou se, mais uma vez, a culpa vai morrer solteira.