segunda-feira, setembro 18, 2006

GIPS: que futuro?


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Mitsubishi: um dos veículos de transporte do GIPS

No termo do Verão, após a sua participação nas operações de combate aos incêndios florestais, coloca-se a questão do destino do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR), destinado a actuar em situações de catástrofe, mas cujo treino e equipamento foi condicionado pela missão inicial de primeira intervenção em incêndios.

Já nos pronunciamos aquando da criação do GIPS relativamente a quem deverá caber a primera intervenção em caso de incêndios e, consequentemente, quem deveria ser equipado com os nos meios que na altura foram disponibilizados e entregues a esta nova força, sendo que, no fim desta primeira experiencia operacional, mantemos a mesma posição de apontar para a profissionalização parcial dos corpos de bombeiros e deixar à GNR a incumbência de missões de segurança e policiamento para as quais os seus elementos foram terinados.

No entanto, e uma vez que o GIPS existe, agora com a experiência recolhida nestes meses de actuação, é necessário reflectir sobre o futuro desta força e a forma de a rentabilizar.

Sendo ainda muito cedo para fazer balanços, entre as polémicas geradas por anúncios de excelentes resultados ou indicadores que os colocam abaixo de outras equipas helitransportadas, torna-se necessário equacionar o futuro desta unidade cujos elementos, escolhidos entre os melhores da GNR, deverão ser colcados onde realmente façam mais falta.

Limitar a actuação do GIPS ao combate aos incêndios é, obviamente, uma opção insustentável, quer do ponto de vista político, quer operacional, e não deixaria de ser factor de desmotivação para todos os que abraçaram esta missão de serviço com entusiasmo e abnegação e certamente não concebem um período de quase inatividade ao longo da maior parte do ano.

Surge, portanto, a possibilidade de tornar o GIPS numa estrutura semi-permanente, facilmente activável, mas cujos efectivos plenos apenas estão disponíveis durante os meses mais críticos de incêndios e que nos restantes meses regressam às suas unidades de origem ou a uma força de reserva onde desempenhem as missões normalmente atribuidas à GNR.

Este opção, para além de permitir rentabilizar os efectivos, oferece a possibilidade de estes partilharem experiências e colaborarem na formação dos restantes elementos as unidades onde estejam integrados, de forma a que, em anos futuros, a capacidade de mobilização para os GIPS seja superior à actual, garantindo assim uma maior rotação do pessoal e um aumento da eficácia.

Na nossa opinião, a disseminação dos actuais elementos do GIPS pelas várias unidades da GNR, sobretudo as de reserva, com funções de instrução nas áreas específicas onde se especializaram, sem por em causa a necessidade de formação permanente e aquisição de novas valências, seria o melhor contributo que poderão dar nestes próximos meses, de forma a garantir à Guarda uma maior capacidade de resposta e de polivalência na acção.

Consideramos que, como o GIPS, pode ter sido dado um passo importante na reestruturação da GNR, tornando-a mais apta a enfrentar novos desafios e a responder às cada vez mais complexas questões de segurança do Mundo moderno, mas para tal é necessário aproveitar a experiência e o capital humano de forma a potenciar esta força de cariz militar particularmente vocacionada para o apoio às populações sobretudo no meio rural.

Fica aqui a sugestão para que, após o termo desta campanha, as equipas de GIPS prolonguem as suas funções como instrutores, constituindo assim o núcleo de uma nova estrutura de formação de que a GNR há muito carece.