sábado, março 31, 2007

Relatório afirma que acidente do Tua foi provocado por desabamento de pedras


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Local do acidente nas margens do Tua

O acidente na Linha do Tua, ocorrido a 12 de Fevereiro e do qual resultou a morte de três pessoas, foi provocado pelo desabamento de pedras, segundo concluem os resultados finais de dois inquéritos enviados ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

O LNEC deverá apreciar, no prazo de 90 dias, as conclusões dos relatórios do acidente com a composção do Metro de Mirandela, elaborados pelo Instituto Nacional do Transporte Ferroviário (INTF) e pela Rede Ferroviária Nacional (REFER).

Segundo o relatório do INTF, o descarrilamento terá sido causado pelo desmoronamento de terras e pedras de grande dimensão, "que se terão desprendido da trincheira do lado direito no sentido da marcha do comboio, sendo difícil de prever este tipo de acidentes", não tendo sido "detectadas situações anormais que pudessem pôr em perigo a circulação ferroviária".

Ainda segundo o mesmo relatório, das informações recolhidas sobre o estado da linha e constantes no Relatório de Inspecção Semanal realizado pelos serviços da REFER em 7 de Fevereiro, apenas 5 dias antes do acidente, "não indiciam qualquer tipo de anomalia, tanto na via, como nas barreiras existentes acima do nível da plataforma".

O INTF recomedou à REFER que proceda à adopção de medidas de observação e que instale sistemas de detecção de aluimentos de terras e pedras que possam por em risco a circulação ferroviária.

Por seu lado, a comissão de inquérito da REFER, concluiu que o descarrilamento e posterior queda do comboio teve origem na derrocada de blocos rochosos de grande dimensão, antes da passagem do comboio, que provocaram "o colapso da plataforma ferroviária", tendo, alegadamente, pelo menos um bloco embatido na carruagem quando esta passava no local onde se verificou o acidente.

Como factores que contribuiram para o sucedido, a REFER aponta para as condições naturais adversas que se verificavam na zona, nas quais se inclui um sismo de muito fraca intensidade e uma grande quantidade de chuva, que, segundo o relatório "em nada favoreceram a solidez da encosta".

No mesmo relatório, a REFER lembra que nos últimos cinco anos "apenas se verificaram situações de queda de pedra ou árvores rapidamente solucionadas" e não foram encontradas "situações que indiciassem alguma anomalia ou perigo para a circulação ferroviária".

No entanto, e tal como no relatório do INTF, existem recomendações no sentido de se efectuar o levantamento das condições reais dos taludes em termos de risco de desmoronamento ou aluimento e que se adoptem as "medidas adequadas de segurança à circulação de comboios".

O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC) deu instruções ao LNEC e à REFER no sentido de avaliar as intervenções necessárias à reabertura da linha, incluindo os custos, prazos de execução da obra e propostas de solução técnica, encarregando a CP de fornecer "dados objectivos sobre os custos de exploração associados ao serviço ferroviário na Linha do Tua".

O MOPTC também menciona que, segundo o relatório de inspecção à Linha do Tua, realizado pela REFER em 2000, "o local onde ocorreu o acidente não registava qualquer indício de anomalia, pelo que não era evidenciada qualquer recomendação relativa a esta zona em concreto".

Também a Procuradoria-Geral da República está também a investigar as causas do acidente, dado que nele houve perda de vidas humanas, esperando-se que algumas situações sejam esclarecidas, nomeadamente através de uma avaliação independente de riscos, dado que usar como base o relatório de um dos interessados, concretamente a REFER, prejudica a credibilidade do mesmo.

O facto de ser com base em dados da REFER que se afere da existência ou não de problemas prévios, sem que haja confirmação de uma entidade independente, acaba, portanto, por ter um significado reduzido pois caso esta entidade tivesse detectado algo e o incluisse num relatório, provavelmente haveria uma acção correctiva.

Não tendo a REFER detectado nada de anormal, e aqui não existe uma confirmação externa que garanta o necessário rigor das inspecções, tal pode suceder seja por não haver nenhum problema, seja por falta de rigor, dado que nos recusamos a crer que os técnicos não reportem situações de risco.

Assim, e porque existem interesses económicos subjacentes, deveria ser obrigatório que as inspecções fossem efectuados ou, no mínimo, controladas por uma entidade externa, certificada para o efeito e sem qualquer tipo de ligação com quem explora comercialmente a linha.

Em consequência, espera-se que o Ministério Público possa eliminar as dúvidas surgidas, muitas das quais derivam do facto de haver óbvios interesses nos relatórios divulgados, seja directamente, seja porque se baseam em informações fornecidas por um dos interessados.

Num País em que a culpa tipicamente morre solteira, onde os resultados dos inquéritos não são revelados e as manipulações da verdade são uma constante, só através de uma profunda revisão de métodos e procedimentos se pode recuperar a necessária credibilidade para que os relatórios tenham um valor superior ao do seu peso em papel.

sexta-feira, março 30, 2007

Google Pack, Norton Security & Spyware Doctor


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Google Pack

O Google Pack tem vindo a incluir um cada vez maior número de productos destinados a aumentar a funcionalidade dos computadores pessoais e a segurança de quantos navegam na Internet.

Este conjunto de aplicações disponibilizadas pelo Google inclui agora o Symantec Norton Security Scan, destinado a detectar e remover virus, e o PC Tools Spyware Doctor Starter Edition, que previne e combate a instalação de "spyware".

Ambos os productos agora adicionados são livres de custos e incluem um sistema de actualizações que não obriga a qualquer subscrição paga.

O próprio sistema de protecção de écran, ou "screensaver", foi redesenhado, passando a ser possível obter fotos directamente a partir da Internet, usando para tal os sistemas "on-line" de alojamento ou partilha de imagens mais populares, o que permite uma variação infindável de imagens no écran do computador.

Para além destas novidades, produtos como o Google Desktop, o Picasa, o Firefox com o Google Toolbar, o Skype ou o Google Earth estão incluidos no conjunto que pode ser obtido e instalado a partir dos servidores do Google.

Tendo em conta não só o conjunto de programas constantes deste Pack, mas também a facilidade de actualização sem custos, esta será uma boa opção para quem pretenda manter um sistema anti-virus e de detecção e eliminação de "spyware" capaz de proteger o computador das constantes ameaças a que está sujeito quem navega na Internet.

quinta-feira, março 29, 2007

Land Rover Série 2 109" em cartão


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Land Rover Série 3 109" em cartão

Não é muito habitual entre nós, mas em vários países, como a Alemanha e a ex-União Soviética os modelos em cartão colorido, para recortar e colar, são ainda bastante populares.

De entre os muitos modelos em cartão que ainda se vendem no EBay alemão, foi possível encontrar um Land Rover Série 2 109", produzido pela Schreiber-Bogen à escala 1/24.

Este modelo, após finalizado, tem um comprimento de 18 cm, 7 de largura e 8.5 de altura e o resultado final, conforme pode ser visto na fotografia, representa bem o original.

O preço de 7.90 euros, a que acrescem portes, pode parecer algo exagerado, mas a facilidade de duplicação e a possibilidade de introduzir alterações de modo a convertê-lo, por exemplo, no modelo curto de 88", não deixam de ser um valor acrescentado e uma vantagem em relação a modelos construidos noutros materiais.

Áreas protegidas vão recorrer ao fogo controlado


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Incêndio no Verão de 2006

O recurso ao fogo controlado vai ser um dos processos de prevenir incêndios florestais no Verão de 2007.

A formação de técnicos do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) já se iniciou, de forma a que as áreas protegidas dependentes deste organismo sejam protegidas através de zonas tampão que evitem a propagação das chamas.

Segundo Nuno Silva Marques, responsável pela protecção civil no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o método a adoptar será o de usar o fogo controlado antes da época de maior calor, criando áreas ardidas que evitem à posteriori a propagação das chamas.

Também para Ascenso Simões, secretário de Estado da Administração Interna, esta técnica, aliada à limpeza das áreas florestais, será da maior importância para evitar fogos de grandes dimensões.

Para o secretário de Estado, é necessário que exista uma "melhor articulação" entre os responsáveis pelas várias áreas, de forma a conseguir-se "uma melhor utilização dos recursos que, devido aos défices orçamentais, não são muitos".

Estas técnicas de prevenção, que foram usadas durante décadas pelos antigos Serviços Florestais e cairam em desuso, com a perda de um "know how" precioso, demonstraram ao longo de décadas a sua valia numa altura em que os escassos recursos obrigavam ao uso de fogos controlados e contra-fogos.

Deve-se, no entanto, ter em atenção que o uso do fogo, quer para efeitos de prevenção, quer de combate, obriga a extremos cuidados e a um planeamento rigoroso, onde a experiência é essencial, pelo que não basta formação, por muito rigorosa que seja, sendo também necessário o acompanhamento no local por que tenha recorrido a estas técnicas.

Recentemente, houve situações de uso de fogos controlados que acabaram em incêndios, demonstrando o risco inerente a este método, sendo também de ter em conta que esta deve ser uma opção limite, dado que corresponde, em sí própria, na destruição de parte do património que se quer proteger.

Sendo favoráveis ao recurso ao fogo controlado, temos que alertar para tentações facilitistas, eventualmente derivadas de contingências orçamentais, que podem levar ao uso desta técnica como uma alternativa barata à limpeza das matas e ao ordenamento do território, algo que, infelizmente, nos parece possível de vir a acontecer sempre sob a justificação da prevenção dos incêndios.

Espera-se, pois, que esta técnica seja um complemento e não um substituto, para que o paciente, em vez de morrer da doença, não morra da cura.

quarta-feira, março 28, 2007

Kamov ainda não está certificado pela EASA


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Kamov durante um reabastecimento

Os Kamov Ka-32 adquiridos pelos Ministério da Administração Interna (MAI) no termo de um polémico concurso que visava dotar o Estado de meios aéreos próprios ainda não está certificado pela Agência Europeia para a Segurança Aeronáutica (EASA em inglês).

Esta situação pode obrigar a que os helicópteros adquiridos para combate aos fogos florestais sejam operados como aeronaves do Estado, algo que, normalmente, não é usado na União Europeia.

Assim, os aparelhos, cujo valor de aquisição ultrapassou os 40.000.000 de euros, poderão não poder efectuar todas as missões a que inicialmente estavam destinados, nomeadamente em serviços pagos, tal como equacionado para rentabilizar este investimento.

Mesmo no respeitante a outras missões, como as que envolvam transporte de passageiros, a situação não é clara, não obstante haver especialistas que defendam o contrário.

A certificação da EASA destina-se a garantir que as aeronaves cumprem normas de segurança, mas é possível operar meios em situações específicas, nomeadamente para tarefas militares, aduaneiras, policiais e "serviços similares" ao serviço do Estado sem estarem previamente certificados.

O MAI pretende recorrer a esta figura para utilizar os Ka-32, alegando o interesse público, mas o facto é que a utilização deste argumento ou de "situações de necessidade" para recorrer a um meio não certificado parece-nos francamente abusiva.

O "estado de necessidade" o ou "interesse público" destinam-se a situações de excepção, para as quais não há uma possibilidade legal de ultrapassar uma deficiência formal em tempo útil, mas não podem ser usadas para contornar a legislação ou regulamentos em vigor, que, nesta perspectiva, seriam inúteis.

Apesar de o MAI continuar a garantir que os Kamov podem desempenhar as missões para que foram adquiridos, inclusivé o transporte de passageiros e da Associação Portuguesa de Direito Aéreo e Espacial ser da opinião que missões de "interesse público" podem ser desempenhadas, é óbvio que sem certificação estes helicópteros não poderão passar para a dependência da Empresa de Meios Aéreos, dado esta ser uma sociedade anónima de capitais públicos e não uma entidade estatal.

Actualmente, o Ka-32A11BC está em curso de certificação pela EASA, sendo de prever que o processo possa estar concluido até ao fim de 2007, altura em que esta aeronave, que reputamos de excelente, poderá a vir a desempenhar a totalidade das missões a que se destina.

terça-feira, março 27, 2007

56 Serviços de Atendimento Permanentes vão encerrar


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Um sobrevivente: o Centro de Saúde da Murtosa

Já é conhecida a lista dos 56 Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos Centros de Saúde a encerrar por determinação do Ministério da Saúde.

A região Centro do País, sobretudo no Interior, será a mais afectada com um total de 36 SAP a serem encerrados, seguindo-se a região Norte com 10, enquanto em Lisboa e Vale do Tejo fecham 6 e no Alentejo e Algarve outros 4.

Dos 56 serviços a encerrar, 13 já deixaram de funcionar, dos quais 7 na zona Centro e 3 na de Lisboa e Vale do Tejo e na do Alentejo e Algarve.

Esta sequência de encerramentos dos SAP, integrada na reestruturação dos serviços de urgências, tem sido motivo de constantes protestos e de alguns recuos do Governo, tendo a polémica chegado ao Parlamento, com o Partido Social Democrata a exigir a presença do Ministro da Saúde e a ameaçar com a abertura de um inquérito parlamentar.

A lista dos 56 SAP a encerrar, alguns deles já fechados, por região do País é a seguinte:

Região Norte:

- Caminha
- Monção
- Paredes de Coura
- Murça
- Alfândega da Fé
- Carrazeda de Ansiães
- Vila Flor
- Vimioso
- Freixo de Espada-à-Cinta
- Vieira do Minho

Região Centro:

- Castelo de Paiva
- Mealhada
- Oliveira do Bairro
- Sever do Vouga
- Vale de Cambra
- Oleiros
- Condeixa-a-Nova (já encerrado)
- Góis
- Lousã (já encerrado)
- Miranda do Corvo (já encerrado)
- Montemor-o-Velho
- Oliveira do Hospital
- Penacova (já encerrado)
- Penela
- Soure (já encerrado)
- Tábua
- Vila Nova de Poiares (já encerrado)
- Norton de Matos
- Coimbra (já encerrado)
- Aguiar da Beira
- Almeida
- Celorico da Beira
- Figueira de Castelo Rodrigo
- Fornos de Algodres
- Gouveia
- Manteigas
- Meda
- Pinhel
- Sabugal
- Trancoso
- Nazaré
- Marinha Grande
- Armamar
- Castro Daire
- Resende
- Santa Comba Dão
- Vouzela

Região de Lisboa e Vale do Tejo:

- Ourém (já encerrado)
- Azambuja (já encerrado)
- Cadaval
- Lourinhã (já encerrado)
- Sesimbra
- Grândola

Região do Alentejo:

- Beja (já encerrado)
- Montemor-o-Novo

Região do Algarve:

- Silves (já encerrado)
- Lagos (já encerrado)

Chamamos a atenção para a localização de algumas destas unidades encerradas ou a encerrar, sobretudo na zona da Beira Interior, onde se irão verificar sérias dificuldades em termos de socorro e de evacuação de doentes e sinistrados, os quais poderão ficar a distâncias inaceitáveis de um serviço de urgência.

Aliás, basta recorrer a um simples mapa ou ao Google Earth e assinalar os SAP que se mantêm activos para ter uma noção do substancial aumento das distâncias a percorrer pelos veículos de emergência e dos tempos de espera com que será necessário contar, algo que será agravado em caso de más condições atmosféricas ou na eventualidade de múltiplas ocorrências simultâneas ou de um problema com o meio activado em primeiro lugar.

Ao contrário do que alguns estudos podem indicar, as estradas no Interior não oferecem as mesmas condições de circulação consideradas como normais ou médias, chegando a ficar intransitáveis em várias épocas do ano, pelo que é de prever situações de isolamento em que o socorro das populações se torna praticamente impossível.

Mesmo com o Ministério da Saúde a informar que só após existirem alternativas se procederá ao encerramento, os critérios a seguir para que estas existam e sejam consideradas aceitáveis é ainda desconhecido, surgindo como um argumento pouco credível face ao sucedido até hoje.

O socorro no Interior do País, que aqui já abordamos por diversas vezes, suge cada vez com maiores deficiências, agravadas pela escassez de meios e por opções políticas que se sobrepoem aos pareceres técnicos de especialistas, sendo de prever um cada vez maior número de casos de mortes por falta de uma intervenção atempada.

O encerramento destes serviços de primeira necessidade, para além de descriminar negativamente parte da população residente em Portugal, acentua assimetrias regionais e pode, facilmente, levar ao abandono de zonas já deprimidas economicamente por parte de quem tenha os recursos para o fazer, sendo que entre estes se encontram os elementos mais jovens, dinâmicos e productivos que aí residem.

Ao encerrar os SAP, não se fecham apenas os serviços de atendimento, mas, sobretudo, dá-se um passo decisivo no encerramento de importantes áreas do País, onde as condições de vida e de segurança ficam muito abaixo do mínimo exigível num país europeu no século XXI.

segunda-feira, março 26, 2007

Pilotos militares no combate aos fogos


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C-130 da Força Aérea Portuguesa (foto FAP)

Negociações permitiram que oito pilotos da Unidade de Aviação Ligeira do Exército fossem requisitados pela recém-criada Empresa de Meios Aéreos (EMA) para prestar serviços no combate aos fogos florestais.

Apesar de o Ministério da Administração Interna (MAI) manter a intenção de preparar a Guarda Nacional Republicana para coordenar a operação da frota, a disponibilidade de pilotos do Exército, cujos helicópteros apenas chegarão em 2008 levou a optar por colocá-los ao serviço da EMA.

O Estado Maior do Exército já confirmou os contactos com o MAI relativos à cedência de pilotos, embora ressalve que ainda não existe um acordo final.

Dado que os pilotos do Exército ainda não têm helicópteros, tornava-se impossível recusar a sua colaboração no combate aos fogos, sobretudo se o prazo de requisição terminar antes da chegada das aeronaves que lhes são destinadas, embora, pelas declarações do titular do MAI, António Costa, que afirmou que nem a Força Aérea nem o Exército tinham disponibilidade de pilotos, esta cedência possa não ter sido efectuada da melhor vontade.

Falta, ainda, ultrapassar questões burocráticas, pois os oito pilotos do Exército, formados em Espanha, não viram as suas licenças reconhecidas pelo Instituto Nacional de Aviação Civil e pela Força Aérea, esperando-se que este acordo permita desbloquear rapidamente o problema.

Este é um processo que se tem revelado complexo e com incidentes, tendo o MAI recusado por carta candidaturas de pilotos militares no activo que não reunissem as condições necessárias para passar à reserva.

Agora, são esses mesmos pilotos militares que são requisitados pela EMA para cumprir as mesmas missões para as quais não se puderam candidatar durante o processo de admissão.

Logicamente, é compreensível que, quer a Força Aérea, quer o Exército coloquem obstáculos a que os pilotos em que investiram quantias avultadas passem para o serviço de outra entidade, mesmo que estatal, pelo que a recusa do MAI em aceitar candidaturas nestas condições faz todo o sentido.

Pode, no entanto, fazer pouco sentido recorrer a pilotos militares, com experiência limitada e um treino para missões completamente diferentes, para efectuar voos de combate a fogos florestais, que obedecem a técnicas muito específicas e para as quais é obrigatório uma aprendizagem e uma prática que evite possíveis acidentes.

Recordamos que o envolvimento de militares no combate directo contra incêndios florestais já causou vítimas, pelo que esta possibilidade deve ser encarada com reserva e com extemas cautelas.

Sendo, em princípio, favoráveis à participação limitada de pilotos militares, esta só deverá ocorrer após treinos teóricos e práticos que permitam operar com meios pouco familiares num ambiente completamente diferente do habitual, onde diferenças de temperatura enormes, expessas colunas de fumo, mudanças súbitas de vento e tantas outras situações imprevistas obrigam a um cuidado redobrado.

Se não for possível, neste curto espaço de tempo que vai até ao início da época de fogos, dar a formação necessária, então será de optar pela contratação de pilotos experientes, evitando riscos inúteis para os pilotos militares e para o pessoal em terra ou comprometendo o sucesso das operações aéreas.

domingo, março 25, 2007

Google pode estar a desenvolver telemóvel


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Google num écran de PDA

Existem rumores de que a Google está a desenvolver um telemóvel de baixo custo, tendo entrado em conversações com operadores no sentido da sua utilização.

Para além de constar que mais de 100 funcionários da Google estão envolvidos neste projecto, reuniões recentes com o operador móvel Orange, detido pela France Telecom, e pesquisa de parceiros industriais na Ásia indiciam que esta poderá ser uma realidade.

Algumas fontes adiantam que a Google e a coreana Samsung estejam a trabalhar em conjunto nesta realidade, consubstanciada num projecto designado por "Switch", enquanto outras referem que será a HTC, baseada em Taiwan, a fornecer equipamentos de linha branca nos quais será colocado o logotipo da Google.

A notícia foi confirmada por um responsável em Espanha, mas a multinacional não quis comentar a fuga de informação, mesmo adiantando que os telemóveis são um segmento de mercado importante para a Google.

Se atentarmos ao actual modelo de negócio da Google, essencialmente baseado em publicidade, entrar num mercado de telemóveis de baixo custo e que integrem "software" próprio da empresa poderá fazer sentido como complemento do "core business" que irá continuar essencialmente inalterável.

Este novo telemóvel destinar-se-ia, pois a um mercado específico, onde muitos utilizadores não têm acesso à Internet, mas poderão ir a utilizar serviços do Google e a receber publicidade anexa, aumentando assim a influência da empresa junto de uma importante fatia de consumidores que até agora lhe escapavam.

Por outro lado, sabe-se que a Google está a desenvolver "software" específico para telemóveis, onde o recurso ao seu mecanismo de pesquisa estará presente, o qual poderá vir a ser instalado nos iPhone da Apple, dispensando assim um modelo próprio.

No entanto, como o iPhone é dispendioso e não permite entar em todos os segmentos de mercado, esta solução não entra em confronto com um sistema proprietário de baixo custo integralmente concebido pela Goggle.

Mesmo sendo ainda baseado em informações não confirmadas, a possibilidade de a Google entrar no mercado dos telemóveis com um produto específico ou através de "software" próprio, parece-nos bem real e integra-se perfeitamente na estratégia seguida até agora pela empresa que mais se opõe à Microsoft no controle das redes informáticas a nível mundial.