Uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação
Durante uma visita a
Estremoz, durante a qual apresentou quatro novas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), o
ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou um conjunto de novos meios a serem disponibilizados até meados de 2008.
Estas viaturas têm uma tripulação composta por um enfermeiro e um técnico de emergência, mas não dispõe de médico nem de qualquer tipo de equipamento que obrigue à presença deste.
No total, serão 36 novas viaturas de emergência, distribuidas por todo o País, e um reforço dos recursos humanos do
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Assim, haverá mais 23 ambulâncias SIV, 12 ambulâncias de emergência e uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER), a única que dispõe de médico a bordo.
Estas quatro SIV ficarão baseadas nos centros de saúde de
Estremoz,
Moura e
Odemira e no
Hospital de Santa Luzia, em
Elvas, reforçando assim o sistema de emergência no Alentejo e vem no seguimento de uma promessa feita após a morte de dois homens no concelho de
Odemira, distrito de
Beja, na sequência de um
atraso na prestação de socorro.
Para além destes meios, foram instaladas VMER em
Évora e
Portalegre e criados quatro serviço de urgência básica nesta região onde o
socorro enfrenta sérias dificuldades.
Durante a visita, foi também anunciado que o orçamento do
INEM para o próximo ano será aumentado em 11.9%, resultante de uma autorização do
Ministério das Finanças que permite o recurso à mobilização de verbas.
A opção pelo encerramento de centros de saúde, mesmo que supostamente compensados por meios de socorro adicionais, não devolve a confiança necessária às populações residentes e não atrai novos habitantes, mesmo com o argumento de uma
carga fiscal mais baixa ou, o que é ainda mais vantajoso, a proximidade da fronteira espanhola e a possibilidade de adquirir um conjunto de bens a preços mais favoráveis.
Também as novas SIV, que
não incluem um médico na tripulação, acabam por merecer contestação e serão para muitos uma versão económica das VMER, com menos valências e uma capacidade de intervenção reduzida, naquilo que parece ser um escalão intermédio numa cadeia de socorro onde não há, certamente, tempo a perder.
Apesar da necessidade de racionalização de meios, consideramos que estamos diante de apostas erradas, seja no encerramento de centros de saúde, seja na opção pelas SIV em detrimento das VMER, sendo que estas opções transmitem uma mensagem política de
menorização do Interior, sendo, só por sí, suficientes para anular o que de positivo se possa encontrar nas decisões do
Ministério da Saúde.
Os princípio de subsidariedade inerentes resultantes de uma política de solidariedade nacional não se compadecem com medidas que, independentemente do seu valor ou da falta deste, surgem aos olhos da opinião pública como paliativos que pouco compensam as perdas substanciais sentidas pelas populações do Interior, que cada vez mais se sentem abandonadas pelo poder central.