sábado, outubro 27, 2007

Mail do Google com IMAP no dia de lançamento do Leopard


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Écran de configuração do IMAP

Os utilizadores do correio electrónico do Google, o Gmail, já podem sincronizar a sua caixa de correio com diversos equipamentos através do protocolo IMAP.

O IMAP é usado em diversos equipamentos, como PDA's, computadores e diversos modelos de telemóvel do tipo "smartphone" ou "iPhone", permitindo usar um protocolo comum de sincronização.

Para usar o IMAP, é necessário aceder à caixa de correio do Gmail, selecionar "Settings" e depois "Forwarding and POP/IMAP", onde esta opção pode ser activada e são dadas informações relativas à configuração dos dispositivos a partir do qual será efectuado o acesso.

Num vídeo que o Google disponibiliza, podem-se ver detalhes desta operação que é fácil de executar e não requer conhecimentos técnicos avançados.

O Google vem assim responder a um pedido de vários utilizadores do serviço de correio electrónico, implementando uma funcionalidade que facilita em muito a compatibilidade e interoperatibilidade de várias plataformas, algo especialmente útil numa altura em que a empresa tem no horizonte alargar a sua actividade a outros campos, como os telemóveis.

Esta função está em curso de implementação, pelo que não está disponível em todas as contas de correio, esperando-se que tal venha a suceder nos próximos dias, pelo que, caso não apareça esta possibilidade a algum dos nossos leitores, é uma questão de esperar um pouco.

Mais detalhes podem ser encontrados no "blog" do Google ou no centro de suporte do Gmail, onde os detalhes de configuração já estão presentes.


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Écran do novo OS X Leopard

No entanto, em termos mediáticos, a novidade informática de hoje é o lançamento da versão final do novo sistema operativo da Apple, designado por Leopard.

A Apple já há muito que disponibilizara versões preliminares do Leopard, tendo vindo a anunciar e implementar novas funções que em muito contribuem para uma maior facilidade de utilização potenciada por um sistema intuitivo e interactivo.

Para quem possua um equipamento capaz de suportar o Leopard, esta será uma opção a ter em conta dadas as novidades introduzidas e o preço comparativamente baixo quando comparado com os produtos da Microsoft.

sexta-feira, outubro 26, 2007

One Laptop per Child atrasa-se novamente


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Um OLPC modelo XO-1, a versão a ser construida

A entrega dos One Laptop Per Child (OLPC) vai sofrer mais um atraso, que pode comprometer a campanha de lançamento "Give 1, Get 1" que se vai realizar nos Estados Unidos e Canadá.

Lembramos que ao abrigo dessa campanha o OLPC seria vendido através dos circuitos comerciais pelo valor de 400 dólares, sendo que por cada unidade adquirida, outra seria oferecida num país em vias de desenvolvimento.

Já era previsível que surgissem problemas de última hora num projecto inovador com toda esta complexidade, mas o atraso que agora se verifica, perto da época de Natal, levanta inconvenientes graves na distribuição e no próprio financiamento do OLPC.

De acordo com o calendário previsto, os primeiros OLPC já deveriam ter seguido para o Perú e para o Uruguai, a tempo de serem entregues antes das férias escolares de Natal.

Este problema acresce à subida de preço que se tem verificado desde o lançamento do projecto, com um custo inicialmente previsto de 100 dólares por unidade e que agora já atingiu os 188 dólares, facto a que a crescente desvalorização da moeda americana não é alheio.

Mesmo assim, prevê-se que o modelo XO comece a ser produzido na China a partir de 12 de Novembro e que até ao fim do ano sejam construidos 100.000 OLPC, mas, presumivelmente, muito menos chegarão a ser entregues em 2007.

Apesar das dificuldades, espera-se que durante o próximo ano os OLPC sejam entregues de acordo com o calendário previsto e venham a dar um importante contributo na informatização dos países em vias de desenvolvimento que aderiram ao projecto.

Combate aos fogos custou 78.000.000 de euros


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Um dos meios aéreos utilizados este Verão

O ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira, estimou que o custo total do combate aos incêndios florestais no ano de 2007 foi de 78.000.000 de euros.

Este valor, semelhante ao do ano passado, é ainda uma estimativa e envolve as verbas dispendidas pelo MAI e pelo Ministério da Agricultura, devendo ser ainda confirmado posteriormente.

Rui Pereira adiantou este valor no final de uma audição parlamentar que durou mais de três horas, realçando que, com a mesma verba, a capacidade e os resultados melhoraram relativamente a 2006.

Os valores parcelares, mais do que os totais, são capazes de explicar ideias, conceitos e orientações, ajudando a clarificar um conjunto de opções políticas que continuam a basear-se, essencialmente, numa estratégia de controle de danos cujos resultados a longo prazo serão diminutos.

Esperamos que, brevemente, sejam disponibilizados não apenas os valores defenitivos, mas as parcelas que o poderão permitir compreender a orientação governamental no combate aos incêndios, certos de que a fatia reservada a acções de prevenção será diminuta perante o total.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Incêndios na Califórnia já destruiram 120.000 hectares


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Bombeiros americanos durante o combate às chamas

Apesar de longe do território nacional, não queremos deixar de mencionar a situação de calamidade que se vive no estado norte-americano da Califórnia, assolada por incêndios florestais de proporções gigantescas.

Nestes últimos dias, os incêndios na Califórnia já fizeram pelo menos três vítimas mortais, 38 feridos, destruíram 1.500 habitações e ameaçaram cerca de 68.000 outras.

O número de evacuados atinge os 500.000, provenientes de uma extensa área que vai desde a cidade de Santa Bárbara, a norte de Los Angeles, até a fronteira com o México.

A zona atingida foi declarada pela Presidência americana como de desastre, de modo a que fundos e meios federais possam ser utilizados no combate, apoio e programas de reconstrução.

Os incêndios têm-se propagado devido aos fortes ventos, também derivados dos próprios fogos, de uma baixa humidade e de altas temperaturas, o que tem impossibilitado aos quase 9.000 bombeiros presentes controlar as chamas.

Segundo os dados disponíveis, mais de 120.000 hectares já foram devastados e a extensão dos fogos apenas possibilitam aos bombeiros tentar defender as populações e zonas habitacionais.

Os números desta tragédia ambiental são gigantescos e concentram em poucos dias uma devastação que se torna difícil de explicar, sobretudo se nos lembrarmos que não estamos perante uma situação inédita, pelo que deveriam ter sido implementado um conjunto de medidas que, provavelmente, teriam de ser diferentes das adoptadas entre nós, tal a diferença entre as legislações de ambos os países.

Devemos, no entanto, para além de manifestar a nossa solidariedade, meditar sobre este incêndio, que teima em manter-se activo, não obstante os meios mobilizados para o combater, e adoptar medidas preventivas para que situações semelhantes, mesmo que numa escala mais reduzida, não sucedam entre nós.

Parque Natural Sintra-Cascais vai ter campo de actividades


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Área do Parque Natural

Ao contrário do que têm defendido as direcções de algumas áreas protegidas, que consideram ser a melhor defesa destas afastar visitantes, a agência municipal Cascais Natura optou por desenvolver actividades que permitam não apenas uma educação ambiental dos mais novos, mas também uma efectiva ocupação de áreas que, de outra forma, estariam bastante mais vulneráveis.

A Cascais Natura vai inaugurar um campo de actividades ao ar livre com 117 hectares, integrado no Parque Natural Sintra-Cascais, que se destina, sobretudo a actividades de campo e preservação ambiental das três organizações escutistas nacionais.

O novo Campo Base Pedra Amarela fica a apenas 11 quilómetros do centro de Cascais, na encosta sul da Serra de Sintra, e está integrado no Plano Operacional do Parque Natural, tendo seguido um projecto que se baseia nos princípios do Corpo Nacional de Escutas, Associação dos Escoteiros de Portugal, Associação das Guias de Portugal e que foi apoiado pela Direcção-Geral de Recursos Florestais e o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

O novo campo, que custou 250.000 euros suportados pela Cascais Natura, tem capacidade para até 600 elementos, que numa primeira fase serão provenientes das associações escutistas envolvidas, mas que posteriormente poderá vir a ser alargado às populações escolares.

A possibilidade de acesso de outras entidades ou organizações, menos sensibilizadas para questões ambientais e de defesa da Natureza do que os escuteiros é essencial, sendo igualmente da maior importância potenciar este novo espaço através de um calendário de formação devidamente estruturado e vocacionado para diversas faixas etárias.

Eventualmente, o alargamento a toda a população, de forma a que este espaço passe a servir para passeios familiares, onde os mais velhos, muitas vezes os menos alerta para problemas ecológicos, possam ser sensibilizados para estas questões, será o caminho a seguir após um período de avaliação preliminar.

Espera-se que este exemplo seja seguido noutras áreas protegidas, de forma a criar espaços sustentáveis do ponto de vista ecológico e ambiental, mas também financeiramente, servindo de âncoras a um conjunto de actividades lúdicas e didáticas que necessitam de ser implementadas em termos práticos.

quarta-feira, outubro 24, 2007

O País dos pequenos feudos - 4ª parte


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Vassalagem perante um suserano

Com uma estrutura dirigente cada vez mais fechada, obedecendo a regras remuneratórias que impede a contratação de gestores ou especialistas de topo, selecionada por critérios de lealdade politica, as reformas que surgem no papel perdem o sentido e assumem-se como mero factor de perturbação que prejudica o funcionamento dos serviços, prejudicando quem neles trabalha e as populações que deles necessitam.

Não fora o investimento em tecnologias de informatização, acompanhadas de uma formação insuficiente e sem a revisão de métodos que as potencie, muitas das estruturas e serviços existentes estariam completamente paralisados, incapazes de cumprir qualquer função que não a de dar emprego aos seus funcionários, cada vez mais escassos, e a um número de chefias que teima em manter-se.

Não podemos esquecer que, segundo as estatísticas disponíveis, em Portugal cerca de 30% dos empregos são obtidos através de conhecimentos pessoais, sendo que, obviamente, estão em causa os cargos ou funções de maior prestígio ou rentabilidade, já que para várias profissões nos vemos forçados a usar mão de obra emigrante.

Nesta percentagem, que destrói qualquer princípio básico de competência ou de mérito, entra um cada vez maior número de nomeações ou promoções por via de confiança política, mesmo quando em causa está um cargo ou posição cujo desempenho é predominantemente de ordem técnica, sendo que as qualificações, currículo ou experiência prévia parecem de menor importância face a um conjunto de valores etéreos que ninguém ousa defenir.

Propicia-se assim um sistema de fidelidade que, em termos histórico-culturais, podemos designar como de vassalagem, onde o trabalhador deve a sua lealdade e obediência não ao Estado que lhe paga, mas ao dirigente que o contrata, mantendo ao seu serviço um conjunto de funcionários cujas qualificações e desempenho se enquadram apenas no perfíl de quem os selecionou.

Número de ocorrências quadruplica em Outubro


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Um fogo florestal no Verão de 2005

Desde o início deste mês de Outubro e até ao último sábado, dia 20, registaram-se mais de um milhar de incêndios florestais, o que ronda o quádruplo do número de ocorrências verificadas na totalidade do mesmo mês de 2006.

Segundo os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, houve um total de 1.670 ocorrências de fogos florestais entre os dias 02 e 20 de Outubro, sendo que este número é francamente superior ao expectável para esta época do ano.

Em Outubro de 2006, segundo os dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, contabilizaram-se em Portugal um total de 423 ocorrências, das quais 45 foram classificadas como incêndios florestais e 378 como fogachos, ou seja, como fogos que consumiram áreas inferiores a um hectare.

Só no Sábado passado, o dia em que se registou um maior número de ocorrências neste mês de Outubro, verificaram-se 223 incêndios florestais, que mobilizaram 1.706 efectivos e 467 viaturas, demonstrando o impacto que uma temperatura mais elevada do que o normal para esta época do ano tem a nível de fogos.

Se durante o Verão e até ao fim da "Fase Charlie" a tendência foi para temperatuars baixas, inferiores à média, nesta altura sucede o contrário, pelo que a ligação entre condições climáticas e o número de ocorrências, que alguns pretendem minimizar, é mais uma vez uma evidência.

Também a forma como são disponibilizados meios de combate e os periodos de maior disponibilidade terão que ser reequacionados, mas é na área da prevenção que se notam maiores carências, sendo de salientar a rapidez com que a problemática dos incêndios florestais desaparece da discussão pública e dos orgãos de informação, substituidos por assuntos que, aparentemente, atraem maiores audiências.

Num País onde a mediatização assume contornos de valor fundamental, o desaparecimento noticioso dos fogos corresponde a uma quase inexistência prática, a um menor esforço e à ausência de interesse político na solução de um problema que já não se confina aos escassos meses de Verão.

terça-feira, outubro 23, 2007

Norma WiMax aprovado pela ITU


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Esquema de implementação do WiMax

A Agência de Telecomunicações Internacional (International Telecommunication Union-ITU) aceitou a tecnologia WiMax como parte integrante das normas incluidas na terceira geração de "standards" móveis.

O WiMax permite alcances e velocidades de transmissão de dados muito superiores aos obtidos pelo Wi-Fi, atingindo os 65 quilómetros e um débito de até 70 megabits por segundo.

A adopção do WiMax pela ITU tem uma importância significativa junto da indústria e, sobretudo, dos países que, para que o sistema seja implementado, terão que alocar parte do espectro rádio eléctrico para as comunicações segundo esta norma.

Até agora, o WiMax era uma norma desenvolvida pelo Institute of Electric and Electronical Engineers (IEEE), que determina o "standard" em termos técnicos, mas faltava uma aceitação a nível político internacional pelo ITU, como agência das Nações Unidas para o sector das telecomunicações, sem o que dificilmente haveria a possibilidade de implementação em larga escala.

O WiMax irá revolucionar as comunicações sem fios, sejam elas a nível de computadores, de telemóveis, de sistemas de transmissão de imagem e de tantos outros que poderão passar a operar a distâncias significativas das estações base.

Esta tecnologia permitirá, por exemplo, manter um portátil com acesso à Internet em zonas remotas, permitindo-lhe receber e enviar informação actualizada, ou a uma câmara de vigilância colocada num local estratégico enviar imagens em tempo real para uma base distante.

Quatro bombeiros feridos num acidente a caminho de um incêndio


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Um fogo a consumir vegetação rasteira

Durante o trajecto para o local de um incêndio, quatro bombeiros dos Voluntários de Trancoso, no distrito da Guarda, ficaram feridos num avidente de viação.

O acidente ocorreu cerca das 16:00h, quando o carro em que se dirigiam para o combate fogo no mato capotou perto da localidade de Terrenho quando se deslocava por um caminho de terra batida.

Segundo o comandante da corporação de Trancoso, Luís Vaz, o terreno cedeu durante a passagem do veículo e este tombou de lado, provocando ferimentos em quatro bombeiros.

As vítimas do acidente foram assistidos no Centro de Saúde de Trancoso e dois deles, por precaução, foram transferidos para o Hospital da Guarda para efectuarem exames de raios X.

Este incêndio, que lavra numa zona de mato próximo da Quinta da Teja, na freguesia de Terrenho, foi combatido por 28 bombeiros apoiados por seis veículos, provenientes das corporações de Trancoso, Fornos de Algodres, Vila Nova de Foz Côa e Aguiar da Beira.

Também no distrito da Guarda estava activo outro incêndio não circunscrito próximo de Ribamondego, concelho de Gouveia, estando a ser combatido 28 elementos e sete veículos das corporações de Gouveia, Melo, Folgosinho e Vila Nova de Tazém.

No entanto, estes não foram os únicos incêndios num dia tardio de Outubro que se foi complicando, com outra ocorrência um mais a Norte, em Sabugosa, no concelho de Guimarães, distrito de Braga, onde um fogo que foi detectado pelas 16:36 desenvolvia-se em duas frentes e era combatido por 35 bombeiros apoiados por dez viaturas.

Também em Regodeiro, no concelho de Mirandela, distrito de Bragança, defalgrou um incêndio pelas 15:17, consumindo mato e pinhal, até ser circunscrito às 19:24, após um combate em que participaram 40 bombeiros e dez viaturas.

Finalmente, em Barbeitos, no concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, um fogo lavrou desde as 11:13 até ser dado como circunscrito às 18:47, obrigando a mobilizar 16 bombeiros com quatro veículos, três equipas do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da Guarda Nacional Republicana e outras três equipas da Companhia Especial de Bombeiros.

Nestas semanas de Outubro têm sido numerosas as ocorrências, em número muito superior ao do ano anterior, pelo que, mais uma vez, temos que reforçar a ideia de que as fases de combate aos incêndios não podem estar dependentes de uma calendarização rígida, que não traduz a realidade climática, devendo o dispositivo ser flexibilizado em função dos níveis de alerta.

segunda-feira, outubro 22, 2007

CD's do Ubuntu podem ser encomendados gratuitamente


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Aspecto do "desktop" do Kubuntu

Os sistemas operativos da família Ubundu, um derivado do Debian Linux, estão disponíveis para serem descarregados via Internet, mas o volume de dados a transferior pode causar dificuldades e comprometer o processo.

Cientes de que nem todas as tentativas de obter o sistema operativo via Internet têm sucesso e que muitos utilizadores desistem após uma ou duas experiências fracassadas, foi disponibilizada uma forma de solicitar gratuitamente um ou vários CD's de instalação das versões mais populares do Ubuntu.

Para solicitar o envio, basta preencher um formulário e aguardar um período que pode atingir as 10 semanas, sendo que é possível repetir o pedido após o processamento inicial e respectivo envio terem sido concluidos.

Também é dada uma alternativa de encomendar em DVD, mas neste caso é necessário efectuar um pagamento, tendo a vantagem de receber um produto mais completo, com documentação incluida e num espaço de tempo mais curto.

Desta forma, torna-se possível a quem desenvolve este sistema operativo garantir que este alcança um maior número de utilizadores e eliminar um dos eventuais obstáculos à sua divulgação.

Novo incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês


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Uma área florestal queimada

Já estão circunscritas as duas frentes do incêndio que lavrou desde Sábado em Terras do Bouro, consumindo áreas no Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), segundo dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Um total de 168 bombeiros, apoiados por 53 viaturas e um helicóptero, a que se juntaram dois Canadair provenientes de Espanha combateram este incêndio que lavrou em zonas de difícil acesso, onde a intervenção dos meios aéreos foi decisiva.

Um outro incêndio começou pelas 19:35 do mesmo dia numa zona de floresta do lugar do Vidoeiro, na freguesia de Vilar da Veiga, no monte entre a vila do Gerês e Pedra Bela, considerado como uma das principais atracções turísticas do PNPG.

A ANPC informou ainda que um outro incêndio lavra desde as 12:30 de Domingo em Bezeguimbra, no concelho de Vila Verde, também no distrito de Braga, sendo combatido por 32 bombeiros, apoiados por 10 viaturas.

Para o governador civil de Braga, a "a área ardida não é de grande extensão", tendo sido atingida essencialmente uma "área de pinheiro e não de nenhuma espécie protegida".

Embora ainda não haja conclusões quanto à origem do fogo, para o governador civil "é pouco provável que o incêndio tenha causa natural" dada a hora algo tardia a que este começou, afirmação que surge como prematura dao estarem ainda a decorrer investigações para se apurar as causas deste incêndio.

Devemos, no entanto, ressalvar que o facto de o incêndio ter sido detectado ao fim da tarde não implica que não tenha começado com pouca intensidade algum tempo antes numa área de difícil acesso e numa época do ano em que, não obstante a manutenção do tempo quente, a maioria dos meios já foram desmobilizados.

Concretamente e em relação aos meios disponíveis, reforçamos a necessidade de flexibilizar as fases de combate aos incêndios e as regras a observar, fazendo-as depender dos níveis de risco e não de um calendário rígido que cada vez traduz menos a realidade climática.

Também não podemos deixar de lembrar, uma vez mais, o problema resultante da falta de acessos, que no caso do PNPG é uma opção deliberada que visa afastar os visitantes de determinadas áreas, mas de que resultam sérias dificuldades no combate a incêndios, facto tanto mais gravoso dado ainda não haver meios aéreos permanentes disponíveis durante todo o ano.

Finalmente, devemos lamentar a menorização do problema de mais um incêndio numa área protegida, e a precipitação com que se excluem causas naturais, atitude habitual quando os trabalhos de prevenção e ordenamento não foram devidamente executados, deixando a floresta vulnerável à mais pequena ignição.

A floresta portuguesa continua extremamente vulnerável e, tal como acontece nos mais variados campos, ninguém assume a responsabilidade por anos de incúria, de laxismo e de abandono, cujas consequência são visíveis na diminuição da área florestal portuguesa.

domingo, outubro 21, 2007

Dois incêndios no Parque Natural de Sintra-Cascais


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Um incêndio ao cair da noite

Durante o dia de ontem ocorreram dois incêndios na área do Parque Natural de Sintra-Cascais, com início no intervalo de uma hora e a apenas um par de quilómetros de distância um do outro.

O primeiro destes incêndios começou pelas 15:30, na localidade da Ulgueira, na freguesia de Colares, concelho de Sintra, e mobilizou 31 bombeiros de quatro corporações, tendo sido dado como extinto às 16:57.

O segundo incêndio deflagrou pelas 17:04, na zona da Azóia, na mesma freguesia, e veio a ser dado como extinto às 18:13, depois de combatido por 79 bombeiros.

Mesmo estranhando a coincidencia, o calor que se continua a fazer sentir não deixa de ser uma causa possível, sobretudo se aliada a um decréscimo da vigilância e ao fim de um conjunto de restrições, nomeadamente a nível de circulação, que vem aumentar o risco de incêndios numa época do ano em que tendiam a rarear.

Dadas as alterações climáticas que se têm vindo a sentir, será de equacionar deixar de usar o calendário como forma de orientação, substituindo-o por dados obtidos diariamente, a partir dos quais serão determinados os níveis de alerta e, consequentemente, quais as medidas ou restrições em vigor.

Com base nesta opção passará, por exemplo, a ser possível circular em áreas florestais em dias de Agosto com baixo nível de risco e deixará de o ser mesmo em Outubro se o risco for elevado.

Manter o actual sistema quando se verifica que este não traduz os níveis de risco nem protege a floresta, pode ser mais fácil, mas em pouco ou nada traduz uma realidade que se tem vindo a alterar.

O País dos pequenos feudos - 3ª parte


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Uma manifestação de protesto

Temos, por outro lado, o problema das carreiras e da avaliação do desempenho, excessivamente centradas no indivíduo e que têm em pouco apreço aspectos de integração e os resultados da equipa ou serviço em que este se insere.

Numa altura em que a mobilidade é palavra de ordem, a possibilidade de equipas de funcionários poderem propor, por sua própria iniciativa, assumir uma determinada missão ou desenvolver um projecto que considerem necessário no âmbito das suas funções ou, caso estejam em regime de mobilidade, numa outra área para a qual estejam qualificados e vocacionados, seria não apenas desejável, mas um estímulo no sentido de formar, reintegrar e reutilizar quem sinta a vocação de continuar a servir o interesse público.

Mas tal possibilidade implica que existe o direito de iniciativa, sendo que tal tem como contrapartida uma menor dependência dos funcionários de uma estrutura hierárquica rígida, facto que, infelizmente, não se enquadra no imobilismo que continua a presidir, em termos orgânicos, ao modelo actual da Administração Pública, mesmo tendo em conta as alterações recentemente introduzidas.

Infelizmente, muito da heranças cultural proveniente de outros tempos mantém-se nos dias de hoje, do que resulta uma dificuldade de comunicação interna, nomeadamente quando um funcionário quer propor algo a uma chefia que, normalmente não sabe como acolher ou lidar com a iniciativa de um subordinado.

Este relacionamento, aliado a critérios de avaliação dúbios e a uma crescente partidarização das hierarquias, onde a promiscuidade e a confusão entre cargos de confiança política e de carreira tem vindo a aumentar, com um pendor cada vez maior no sentido de previlegiar a ligação partidária e desfavorecer o mérito, traduz-se em imobilismo e na adopção de um perfil discreto onde a ausência de iniciativa pessoal surge como a melhor defesa contra eventuais arbitrariedades.