Gráfico de número de ocorrências
No intervalo contemplado pelo relatório da DGRF, estão contabilizados 3.811 ocorrências, correspondendo a 473 fogos florestais e 3.338 fogachos que devastaram 2.336 hectares, dos quais 1.059 são áreas florestais e 1.277 são mato.
Comparados com os valores médios dos últimos cinco anos, a dimuição do número de ocorrências é de -5.702 e o total de área ardida é inferior em -30.033 hectares.
A maior área ardida este ano ocorreu no distrito de Setúbal, com 512 hectares, seguindo-se Beja com 498, enquanto o maior número de incêndios florestais se verificaram no distrito de Braga, com 76 ocorrências e de Vila Real com 68.
Relativamente a fogachos, ou fogos com área ardida inferior a um hectare, o distrito do Porto é o que regista maior número, com 569, seguindo-se o de Braga com 401.
Os números vêm confirmar o que é intuitivo e que aponta para uma muito substancial diminuição a nível de ocorrências, que se cifra perto das 40% da média dos últimos cinco anos, e da área ardida, que fica bastante abaixo de 10% da média do mesmo periodo.
Sem entrar em triunfalismos absurdos, mesmo que no fim de Julho e em Agosto os números subam, espera-se que este seja um ano com valores em termos de área ardida e de ocorrências excepcionalmente baixos pelas razões que temos vindo a indicar e que as previsões para uma diminuição record se confirmem.
Será, no entanto, de analisar objectivamente as causas desta redução, verificando todos os factores que para tal contribuem sem menosprezar nenhum deles e dando especial atenção aqueles que são impossíveis de controlar, como os dependentes da meteorologia, dado que aí se concentram os maiores perigos.
Os relatórios do ano passado centraram-se muito nas melhorias que se verificaram no dispositivo, mas esqueceram que as condições meteorológicas e o aumento da área ardida resultante de anos anteriores especialmente trágicos, como os de 2003 e 2005, entre outros factores, têm uma influência decisiva no número de ocorrências e na forma como os incêndios se propagam ou são contidos.
Sem uma análise correcta e simulações nas quais se façam variar diversos factores, separadamente ou em conjunto e uma comparação com anos anteriores e cenários obtidos a partir de outros países mediterrânicos, dificilmente se chegará a conclusões correctas, essenciais para os trabalhos de planeamento futuro.