No dia 25 de Abril, dia da Liberdade, escrevemos um texto sobre a forma de objectar à utilização de dados pessoais na rede social Facebook para treino de modelos de inteligência artificial, desconhecendo-se, na altura, qual a real extensão do projecto em curso e até onde podia ir a intrusão desta plataforma na privacidade dos seus utilizadores.
Sabe-se agora que o Facebook quer utilizar dados que estão armazenados nos dispositivos móveis dos utilizadores, concretamente fotos, vídeo e outras imagens, para poder propor a criação de histórias com base num tipo de informação privada e que pode ter tido as mais diversas proveniências, inclusivé ter sido partilhada por terceiros que, desta forma, também vêm a sua privacidade devassada por alguém em quem confiaram.
Segundo o Facebook, os dados acedidos apenas permitirão sugerir publicações, mas não serão usados para complementar o extenso conhecimento que a plataforma já possui sobre cada utilizador e, menos ainda, irão refletir-se na publicidade apresentada, o que implicaria a passagem de dados, mesmo que de forma controlada, a terceiros.
No entanto, e dado que a funcionalidade não está ainda implementada, e primeiramente deve passar pelos utilizadores das versões "beta", ainda se desconhecem detalhes, como, por exemplo, a possibilidade de permitir acesso a uma pasta específica e vedá-lo a outras, mas uma simples permissão pode representar a abertura de uma caixa de Pandora, sabendo-se que, na altura de gravar dados num dispositivo móvel, facilmente pode haver um engano e estes irem parar a uma pasta à qual o Facebook tem acesso.
sábado, julho 05, 2025
sexta-feira, julho 04, 2025
Reponsabilizações individuais por atrasos no INEM - 3ª parte
Caso o comportamento dos dois visados, exceptuando este caso concreto, esteja dentro dos padrões de qualidade adequados, o que não implica que nunca tenham existido falhas, mas tão somente que, as decisões anteriores sejam as que se podem esperar por parte deste tipo de profissionais, o mais provável é que na origem do erro apontado no relatório da IGAS estejam as condições resultantes da greve, o que remete a responsabilização para um nível superior.
Este nível superior pode ser a nível da direcção do INEM, que não geriu adequadamente a greve, e onde, pensamos estar o principal problema, podendo abranger quem procedeu à respectiva nomeação, neste caso incluindo o Ministério da Saúde, mas podendo-se, igualmente, avaliar se a legislação vigente é a mais adequada para enfrentar greves em sectores relacionados com o socorro ou a segurança.
Só mesmo após apuramento completo do ocorrido se poderão alcançar conclusões mais defenitivas, mas uma responsabilização individual por factos que decorrem em circunstâncias excepcionais, resultantes de decisões que os visados no processo não controlam, deve sempre ser equacionada com a maior prudência e rigor, da forma mais objectiva e analizando tudo o que pode ter contribuído para criar um cenário onde erros tendem a acontecer com maior facilidade.
Se a opção for por responsabilizar o elo mais fraco de uma extensa cadeia, e com isto não afirmamos que não possa também aqui haver responsabilidade pelo sucedido, a tendência será para uma disrupção maior no serviço, com a adopção de decisões exageradamente prudentes, que comprometem a disponibilidade de meios diferenciados que, caso sejam necessários na sua função, poderão não agir atempadamente, com as consequências que se podem adivinhar.
Este nível superior pode ser a nível da direcção do INEM, que não geriu adequadamente a greve, e onde, pensamos estar o principal problema, podendo abranger quem procedeu à respectiva nomeação, neste caso incluindo o Ministério da Saúde, mas podendo-se, igualmente, avaliar se a legislação vigente é a mais adequada para enfrentar greves em sectores relacionados com o socorro ou a segurança.
Só mesmo após apuramento completo do ocorrido se poderão alcançar conclusões mais defenitivas, mas uma responsabilização individual por factos que decorrem em circunstâncias excepcionais, resultantes de decisões que os visados no processo não controlam, deve sempre ser equacionada com a maior prudência e rigor, da forma mais objectiva e analizando tudo o que pode ter contribuído para criar um cenário onde erros tendem a acontecer com maior facilidade.
Se a opção for por responsabilizar o elo mais fraco de uma extensa cadeia, e com isto não afirmamos que não possa também aqui haver responsabilidade pelo sucedido, a tendência será para uma disrupção maior no serviço, com a adopção de decisões exageradamente prudentes, que comprometem a disponibilidade de meios diferenciados que, caso sejam necessários na sua função, poderão não agir atempadamente, com as consequências que se podem adivinhar.
quinta-feira, julho 03, 2025
Falha de refrigeração suspende urgências no Amadora-Sintra - 3ª parte
Em contrapartida, o que está na periferia, desde a segurança física das instalações ao fornecimento de energia, passando pela refrigeração, tende a ser algo negligenciado, como se fosse algo à parte, que os especialistas nas tecnologias de informação não controlam directamente e perante as quais não sentem necessidade de efectuar uma verificação e controle semelhante à dos sistemas que de sí dependem directamente.
Ao ficarem, muitas vezes, numa espécie de limbo, entregues a departamentos cujos responsáveis podem não ter os conhecimentos necessários ou a sensibilidade requerida, muito do que suporta os sistemas informáticos acaba por representar uma vulnerabilidade grave, podendo, no limite, impedir a operação de centros de dados bem concebidos, com a necessária segurança nas operações, mas que, sendo privados de um suporte essencial, são condenados a suspender a actividade.
As vulnerabilidades existentes em Portugal são enormes, algumas ficaram bem visíveis durante o apagão de 28 de Abril, mas muitas outras estão presentes e, na sua maioria, ocultas, sendo apenas detectadas quando denunciadas por acontecimentos, já que os gestores dos sistemas comprometidos e os próprios auditores, caso existam, optam por ignorar situações que, tendo perigo potencial, podem nunca ocorrer, dispensando assim implementar soluções e redundâncias.
O que sucedeu no hospital Amadora-Sintra é da maior gravidade, podendo ter consequências da maior gravidade na segurança das populações, incluindo-se aqui quem necessita de socorro, mas também quem está internado ou necessita de consultas, e justifica bem um inquérito rigoroso, apuramento de responsabilidades e, caso se verifique negligência, punição dos responsáveis.
Ao ficarem, muitas vezes, numa espécie de limbo, entregues a departamentos cujos responsáveis podem não ter os conhecimentos necessários ou a sensibilidade requerida, muito do que suporta os sistemas informáticos acaba por representar uma vulnerabilidade grave, podendo, no limite, impedir a operação de centros de dados bem concebidos, com a necessária segurança nas operações, mas que, sendo privados de um suporte essencial, são condenados a suspender a actividade.
As vulnerabilidades existentes em Portugal são enormes, algumas ficaram bem visíveis durante o apagão de 28 de Abril, mas muitas outras estão presentes e, na sua maioria, ocultas, sendo apenas detectadas quando denunciadas por acontecimentos, já que os gestores dos sistemas comprometidos e os próprios auditores, caso existam, optam por ignorar situações que, tendo perigo potencial, podem nunca ocorrer, dispensando assim implementar soluções e redundâncias.
O que sucedeu no hospital Amadora-Sintra é da maior gravidade, podendo ter consequências da maior gravidade na segurança das populações, incluindo-se aqui quem necessita de socorro, mas também quem está internado ou necessita de consultas, e justifica bem um inquérito rigoroso, apuramento de responsabilidades e, caso se verifique negligência, punição dos responsáveis.
quarta-feira, julho 02, 2025
Reponsabilizações individuais por atrasos no INEM - 2ª parte
Por outro lado, o Ministério da Saúde recusa uma relação de causalidade entre a greve e a morte que consta do relatório, atribuindo-a às decisões da técnica e do médico cujos nomes constam do relatório da IGAS e assumindo que, noutro contexto, concretamente na inexistência de uma greve, estes teriam agido da mesma forma, algo que, para nós, não é uma elação imediata.
Numa situação de greve, com um número reduzido de operadores e supervisores, o volume de trabalho individual aumenta substancialmente, resultando num maior cansaço e na necessidade de decidir com maior rapidez, do que resulta, inevitavelmente, o número de erros, alguns dos quais, como neste caso concreto que consta do relatório do IGAS, podem ter consequências trágicas.
Em abstracto, sem opinar sobre a conduta destes dois profissionais, estava criado o cenário que propicia o tipo de erro, que numa situação normal poderiamos considerar como facilitismo ou negligência, mas que, durante períodos de enorme pressão, podem ser erros decorrentes das circunstâncias do momento, sobretudo da necessidade de atendar mais pedidos de socorro numa altura em que estes se acumulavam.
Naturalmente, existem padrões comportamentais, e a actuação da técnica e do médico agora visados num processo disciplinar tem que ser comparada com os respectivos antecedentes e a sua actuação em condições de normalidade, única forma de apurar se existe ou não uma correlação entre a falta de meios verificada durante o período de greve e os erros apontados, assumindo-se que eles existiram.
Numa situação de greve, com um número reduzido de operadores e supervisores, o volume de trabalho individual aumenta substancialmente, resultando num maior cansaço e na necessidade de decidir com maior rapidez, do que resulta, inevitavelmente, o número de erros, alguns dos quais, como neste caso concreto que consta do relatório do IGAS, podem ter consequências trágicas.
Em abstracto, sem opinar sobre a conduta destes dois profissionais, estava criado o cenário que propicia o tipo de erro, que numa situação normal poderiamos considerar como facilitismo ou negligência, mas que, durante períodos de enorme pressão, podem ser erros decorrentes das circunstâncias do momento, sobretudo da necessidade de atendar mais pedidos de socorro numa altura em que estes se acumulavam.
Naturalmente, existem padrões comportamentais, e a actuação da técnica e do médico agora visados num processo disciplinar tem que ser comparada com os respectivos antecedentes e a sua actuação em condições de normalidade, única forma de apurar se existe ou não uma correlação entre a falta de meios verificada durante o período de greve e os erros apontados, assumindo-se que eles existiram.
terça-feira, julho 01, 2025
Falha de refrigeração suspende urgências no Amadora-Sintra - 2ª parte
Os procedimentos de manutenção, segurança e reparação de um sistema de refrigeração destinado a suportar um centro de dados dependem, naturalmente, da sua concepção, nomeadamente a nível de modularidade e da possibilidade de ser parcialmente desactivado sem comprometer a funcionalidade, de modo a que manutenções ou reparações não comprometam o sistema informático que suporta.
Quando se aproxima o período de maior calor, que exige um maior esforço a nível de refrigeração, é necessário efectuar um conjunto de operações de manutenção, revendo os componentes sujeitos a um maior desgaste e testando o funcionamento numa situação mais exigente, numa perspectiva de evitar problemas cuja solução pode ser complexa, sobretudo se houver a necessidade de peças que não se encontrem em stock.
A questão da falta de unidades de substituição ou stock de peças deve ser colocada, sabendo-se que só com um investimento substancial é possível dispor dos recursos adequados para efectuar uma reparação de urgência ou a troca de uma unidade avariada, sem que se verifique uma falha a nível informático, que decorre da necessidade de desligar um sistema antes que uma temperatura excessiva leve a avarias graves.
É normal, para muitos, implementar um conjunto de redudâncias que permitam suprir falhas no sistema informático, transferindo processamento de unidades indisponíveis para outras, activando unidades de armazenamento redundantes, onde os mesmos dados estão alojados, caso exista indisponibilidade dos sistemas em utilização, e com uma estrutura de comunicações sólida e redundante.
Quando se aproxima o período de maior calor, que exige um maior esforço a nível de refrigeração, é necessário efectuar um conjunto de operações de manutenção, revendo os componentes sujeitos a um maior desgaste e testando o funcionamento numa situação mais exigente, numa perspectiva de evitar problemas cuja solução pode ser complexa, sobretudo se houver a necessidade de peças que não se encontrem em stock.
A questão da falta de unidades de substituição ou stock de peças deve ser colocada, sabendo-se que só com um investimento substancial é possível dispor dos recursos adequados para efectuar uma reparação de urgência ou a troca de uma unidade avariada, sem que se verifique uma falha a nível informático, que decorre da necessidade de desligar um sistema antes que uma temperatura excessiva leve a avarias graves.
É normal, para muitos, implementar um conjunto de redudâncias que permitam suprir falhas no sistema informático, transferindo processamento de unidades indisponíveis para outras, activando unidades de armazenamento redundantes, onde os mesmos dados estão alojados, caso exista indisponibilidade dos sistemas em utilização, e com uma estrutura de comunicações sólida e redundante.
segunda-feira, junho 30, 2025
Reponsabilizações individuais por atrasos no INEM - 1ª parte
O relatório da Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS) concluiu que pelo menos uma pessoa morreu em consequência dos atrasos no socorro que se verificaram durante duas greves simultâneas que envolveram técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e para o qual não foram convocados serviços mínimos de forma atempada.
No caso apontado pelo IGAS, o socorro demorou perto de hora e meia para chegar ao local, em Pombal, onde Sérgio Abreu, colega e amigo, com 53 anos tivera um enfarte agudo do miocárdio, tendo sido instaurado um processo disciplinar a uma técnica de emergência pré-hospitalar e a um médico considerados como responsáveis pelo atraso, invocando "falta de zelo, de cuidado e de diligência".
Uma alegada falta de zelo por parte da técnica que atendeu a chamada e uma possível falta de supervisão por parte do médico presente terá resultado no adiamento dos meios diferenciados necessários nestas situações, que devia resultar no activamento da via verde coronária, obrigando a deslocação do doente a ser efectuada por meios de familiares, com o atraso no socorro a ser, segundo o IGAS, insuperável.
Esta greve, segundo a IGAS, pode ter deixado 457 pessoas em risco, por não terem sido atendidas chamadas consideradas como prioritárias, sendo que nalguns dias uma elevada percentagem de chamadas ficou por atender, com perto de 70% de chamadas perdidas no dia 04 de Setembro, estando 100 chamadas em espera na altura em que foi pedido socorro para esta vítima.
No caso apontado pelo IGAS, o socorro demorou perto de hora e meia para chegar ao local, em Pombal, onde Sérgio Abreu, colega e amigo, com 53 anos tivera um enfarte agudo do miocárdio, tendo sido instaurado um processo disciplinar a uma técnica de emergência pré-hospitalar e a um médico considerados como responsáveis pelo atraso, invocando "falta de zelo, de cuidado e de diligência".
Uma alegada falta de zelo por parte da técnica que atendeu a chamada e uma possível falta de supervisão por parte do médico presente terá resultado no adiamento dos meios diferenciados necessários nestas situações, que devia resultar no activamento da via verde coronária, obrigando a deslocação do doente a ser efectuada por meios de familiares, com o atraso no socorro a ser, segundo o IGAS, insuperável.
Esta greve, segundo a IGAS, pode ter deixado 457 pessoas em risco, por não terem sido atendidas chamadas consideradas como prioritárias, sendo que nalguns dias uma elevada percentagem de chamadas ficou por atender, com perto de 70% de chamadas perdidas no dia 04 de Setembro, estando 100 chamadas em espera na altura em que foi pedido socorro para esta vítima.
domingo, junho 29, 2025
Estojo de primeiros-socorros compacto no Lidl
Periodicamente insistimos na necessidade de se dispor para utilização imediata e sempre que necessário, de um pequeno estojo de primeiros socorros, havendo estojos com conjuntos adequados às necessidades básicas e que são facilmente acondicionados em veículos ou na residência, mas menos adequados para veículos de duas rodas, onde a capacidade de armazenamento é menor sem que, com isso o risco diminua.
Nas lojas da cadeia Lidl, a partir de 2ª feira, dia 30 de Junho, vai estar disponível um estojo mais compacto, leve e fácil de acondicionar, destinado, sobretudo a actividades no exterior, como a caminhada, campismo ou ciclismo, tendo um preço de apenas 3.99 Euros, o que o coloca ao alcance de qualquer adepto deste tipo de actividade.
Esta é uma versão mais pequena e compacta quando comparada com os modelos que temos vindo a mencionar em textos anteriores, tendo no seu interior o essencial, como pensos, desintectante, gaze ou tesoura, em menor quantidade, mas permitindo efectuar pequenos curativos de emergência, estancando pequenas hemorragias ou controlando situações mais graves enquanto se espera pelo socorro.
Apesar de neste estojo de 38 peças estarem incluidas instruções, será sempre de estudar um pouco de socorrimo, e estão disponíveis diversos vídeos de entidades oficiais muito bem concebidos, ou, o que seria melhor, frequentar um curso prático, única forma de, num momento de maior complexidade ou aflição, ser possível prestar a assistência possível com o material disponível, sem cometer erros que podem ter consequências gravosas.
Nas lojas da cadeia Lidl, a partir de 2ª feira, dia 30 de Junho, vai estar disponível um estojo mais compacto, leve e fácil de acondicionar, destinado, sobretudo a actividades no exterior, como a caminhada, campismo ou ciclismo, tendo um preço de apenas 3.99 Euros, o que o coloca ao alcance de qualquer adepto deste tipo de actividade.
Esta é uma versão mais pequena e compacta quando comparada com os modelos que temos vindo a mencionar em textos anteriores, tendo no seu interior o essencial, como pensos, desintectante, gaze ou tesoura, em menor quantidade, mas permitindo efectuar pequenos curativos de emergência, estancando pequenas hemorragias ou controlando situações mais graves enquanto se espera pelo socorro.
Apesar de neste estojo de 38 peças estarem incluidas instruções, será sempre de estudar um pouco de socorrimo, e estão disponíveis diversos vídeos de entidades oficiais muito bem concebidos, ou, o que seria melhor, frequentar um curso prático, única forma de, num momento de maior complexidade ou aflição, ser possível prestar a assistência possível com o material disponível, sem cometer erros que podem ter consequências gravosas.
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