A queda de um helicóptero ligeiro AS350 Écureuil, que regressava de uma missão de combate a incêndios florestais, no rio Douro, da qual resultou a morte de quatro militares do Unidade Especial de Protecção e Socorro da GNR, enquanto um quinto continua desaparecido, para além da tragédia que envolve, confirma, mais uma vez, o enorme perigo de que se reveste o combate aos fogos e a responsabilidade de todos no sentido de prevenir e evitar este tido de ocorrência.
Em primeiro lugar, há sempre que lamentar o sucedido, homenagear os que partiram no cumprimento de uma missão que envolve sempre riscos, e apresentar as condolências a familiares, amigos e à instituição que serviam, sendo óbvio que todos passam por um perído difícil e necessitam de ser apoiados, não apenas nesta fase de luto, mas no futuro.
Nesta altura, ainda não existem detalhes precisos acerca das causas da queda da aeronave no rio Douro, sabendo-se que o piloto sobreviveu, foi evacuado para um hospital próximo e está livre de perigo, o que, juntamente com as perícias e testemunhas do acidente, irão permitir estabelecer, esperamos que com precisão, as causas desta tragédia, a mais grave dos últimos anos no combate aos fogos.
Nesta altura, qualquer explicação, por muito lógica que seja, será especulativa, com a maior parte dos especialistas a apontar para uma tentativa de amaragem após uma falha mecânica que correu mal, eventualmente devido ao impacto severo da fuselagem, que pode ter começado a inundar, à rotação provocada pelo impacto da hélice, do que resulta um movimento de rotação da fuselagem, e com as operações a complicarem-se devido à corrente.
sábado, agosto 31, 2024
sexta-feira, agosto 30, 2024
Fundador do Telegram preso em França - 3ª parte
É de lembrar que regimes ditatoriais têm vindo a restringir ou proibir estas plataformas, sendo exemplo os casos recentes da Venezuela e da Rússia, e que muitas forças policiais têm, tanto quanto se sabe sem sucesso, exigido acesso às chaves ou sistemas de encriptação, de modo a poderem ter acesso a comunicações suspeitas, consideradas essenciais para a resolução de muitos crimes.
Esta detenção, num país democrático, com base nos argumentos hoje conhecidos, não deixa de ser alarmante, por o Estado colocar questões de segurança, com as quais não sabe lidar, acima da privacidade e segurança dos cidadãos, sendo impossível de saber quais as consequência de um Estado, mesmo com autorização judicial, poder interceptar comunicações privadas e que são garantidamente seguras.
Tal significaria que, tal como tem sucedido noutras situações, a possibilidade de aceder a comunicações iria banalizar-se, sobretudo em países onde se recorre a métodos particularmente intrusivos, como em Portugal, onde são permitidas escutas durante anos, autorizadas sucessivamente, mesmo que os argumentos utilizados para efectuar o pedido sejam pouco claros, deixando suspeitas quanto às consequências de permitir acesso às plataformas de troca de mensagens.
Também não podemos excluir a possibilidade de, uma vez concedido o acesso a autoridades de um país considerado como democrático e respeitador das liberdades individuais, os critérios não tendam a ser modificados, concedendo o mesmo tipo de possibilidades a países com regimes menos transparentes ou a que as tecnologias e chaves que permitem os acessos sejam transferidos, de forma legal ou não, para terceiros, pondo em perigo quem recorre a estas plataformas em países onde a oposição ao regime pode resultar na perda da própria vida.
Esta detenção, num país democrático, com base nos argumentos hoje conhecidos, não deixa de ser alarmante, por o Estado colocar questões de segurança, com as quais não sabe lidar, acima da privacidade e segurança dos cidadãos, sendo impossível de saber quais as consequência de um Estado, mesmo com autorização judicial, poder interceptar comunicações privadas e que são garantidamente seguras.
Tal significaria que, tal como tem sucedido noutras situações, a possibilidade de aceder a comunicações iria banalizar-se, sobretudo em países onde se recorre a métodos particularmente intrusivos, como em Portugal, onde são permitidas escutas durante anos, autorizadas sucessivamente, mesmo que os argumentos utilizados para efectuar o pedido sejam pouco claros, deixando suspeitas quanto às consequências de permitir acesso às plataformas de troca de mensagens.
Também não podemos excluir a possibilidade de, uma vez concedido o acesso a autoridades de um país considerado como democrático e respeitador das liberdades individuais, os critérios não tendam a ser modificados, concedendo o mesmo tipo de possibilidades a países com regimes menos transparentes ou a que as tecnologias e chaves que permitem os acessos sejam transferidos, de forma legal ou não, para terceiros, pondo em perigo quem recorre a estas plataformas em países onde a oposição ao regime pode resultar na perda da própria vida.
quinta-feira, agosto 29, 2024
Tomadas de rede multifuncionais - 2ª parte
Este pequeno "switch" permite ligar um computador a cada porta disponível, via cabo, basicamente funcionando em cascata, podendo ainda disponibilizar uma porta USB, destina a carregamento de dispositivos, mas que não tem outras funcionalidades, como a transmissão de dados.
É comum aos vários modelos ter um ponto de acesso de rede sem fio, sendo de verificar quais os protocolos que respeita, bem como as frequências em que opera, sendo de escolher aqueles que tanto operam nos 2.4 GHz, como nos 5 GHz, e analizar quais as funcionalidades que disponibiliza, sendo essencial que estas permitam manter a rede segura.
Alguns modelos incluem uma tomada com conector RJ-11, usada nos telefones, para o que é necessário passar um cabo, que pode ser uma extensão do que sai de muitos "router", alguns dos quais tem dois destes conectores, permitindo instalar dois telefones distintos, cada um conectado a uma tomada.
Apesar de a instalação, sobretudo se envolver obras de construção civil, para preparara a parede e passar os cabos internamente, poder implicar o recurso a um profissional, com tudo o que tal implica em termos de custos, o resultado final é de bom nível, muito prático e funcional, com estas tomadas a terem preços que partem da vintena de Euros, para os modelos mais simples, sendo este um valor módico face ao tipo de funcionalidade disponibilizada.
É comum aos vários modelos ter um ponto de acesso de rede sem fio, sendo de verificar quais os protocolos que respeita, bem como as frequências em que opera, sendo de escolher aqueles que tanto operam nos 2.4 GHz, como nos 5 GHz, e analizar quais as funcionalidades que disponibiliza, sendo essencial que estas permitam manter a rede segura.
Alguns modelos incluem uma tomada com conector RJ-11, usada nos telefones, para o que é necessário passar um cabo, que pode ser uma extensão do que sai de muitos "router", alguns dos quais tem dois destes conectores, permitindo instalar dois telefones distintos, cada um conectado a uma tomada.
Apesar de a instalação, sobretudo se envolver obras de construção civil, para preparara a parede e passar os cabos internamente, poder implicar o recurso a um profissional, com tudo o que tal implica em termos de custos, o resultado final é de bom nível, muito prático e funcional, com estas tomadas a terem preços que partem da vintena de Euros, para os modelos mais simples, sendo este um valor módico face ao tipo de funcionalidade disponibilizada.
quarta-feira, agosto 28, 2024
Fundador do Telegram preso em França - 2ª parte
Por outro lado, a nacionalidade russa do fundador do Telegram e alegadas ligações com Putin, bem como a estranha situação da plataforma na Rússia, onde se verificam problemas de funcionamente e acesso, que alguns atribuem a "hackers" e outros às próprias autoridades russas, também têm levantado suspeitas, que não constam das informações disponibilizadas, mas que podem ser factores em presença na decisão das autoridades francesas.
Curiosamente, a representação russa em França queixou-se de que não lhe teria sido concedido acesso ao detido, no sentido de lhe prestar apoio, o que levanta suspeitas quanto às reais intenções, já que o detido, tendo nacionalidade francesa e estando detido em França, será tratado como um cidadão francês, sendo a origem russa aqui um factor menor.
A questão da privacidade em diversas plataformas de comunicação, das quais as mais conhecidas são o Whatsapp, o Telegram e o Signal, já foi abordada em textos que publicamos, com análise das funcionalidades, numa vertente mais técnica, mas também nas suas implicações, sendo manifesto que as boas intenções que estiveram na sua origem, pelo menos aceitando a versão dos seus fundadores, pode ser desvirtuada, quando utilizada para outros fins.
Algo comum a estas plataformas, sobretudo ao Telegram e, mais ainda, ao Signal, considerada a mais segura, é a garantia de privacidade, confidencialidade e segurança dada aos utilizadores, sendo esta, em muitos casos, e, talvez, na totalidade, no caso de países onde vigoram regimes opressivos, a principal razão para a sua utilização.
Curiosamente, a representação russa em França queixou-se de que não lhe teria sido concedido acesso ao detido, no sentido de lhe prestar apoio, o que levanta suspeitas quanto às reais intenções, já que o detido, tendo nacionalidade francesa e estando detido em França, será tratado como um cidadão francês, sendo a origem russa aqui um factor menor.
A questão da privacidade em diversas plataformas de comunicação, das quais as mais conhecidas são o Whatsapp, o Telegram e o Signal, já foi abordada em textos que publicamos, com análise das funcionalidades, numa vertente mais técnica, mas também nas suas implicações, sendo manifesto que as boas intenções que estiveram na sua origem, pelo menos aceitando a versão dos seus fundadores, pode ser desvirtuada, quando utilizada para outros fins.
Algo comum a estas plataformas, sobretudo ao Telegram e, mais ainda, ao Signal, considerada a mais segura, é a garantia de privacidade, confidencialidade e segurança dada aos utilizadores, sendo esta, em muitos casos, e, talvez, na totalidade, no caso de países onde vigoram regimes opressivos, a principal razão para a sua utilização.
terça-feira, agosto 27, 2024
Senso comum, procura-se - 3ª parte
A falta de ordenamento florestal, a inexistência das zonas de contenção previstas, a reflorestação feita com recurso a eucaliptos ou a inexplicável autorização camarária para que seja largado fogo de artifício no município do Machico durante o decurso dos incêndios, em nada contribui para que as populações se sintam seguras ou que os operacionais se sintam motivados no combate que continuam a travar contra as chamas.
Ao contrário do que dizem alguns responsáveis políticos, este incêndio pode ter consequências desastrosas para a ilha, sendo possível que se verifique uma diminuição das receitas do turismo, essenciais para a sustentabilidade de uma região que não aposta na diversidade, sendo óbvio que, mesmo que não haja unidades hoteleiras afectadas, a opção de muitos turistas pode não ser a de visitar uma ilha devastada pelas chamas.
Independentemente do seu passado, quando um político não tem a capacidade de ser aperceber do absurdo do seu comportamento, bem patente na reacção das populações, este não deve ter outra opção que não a de se afastar, cabendo aos vários orgãos perante os quais responde, caso não o faça, tomar medidas para que os eleitores se pronunciem decidam em quem confiam para liderar o governo.
Esperamos que o exemplo deste decisores políticos tenha rápidas consequências, com a perda dos mandatos, e que sejam apuradas responsabilidades, sendo certo que as decisões erráticas e tardias tiveram consequências que, pela forma grosseira de que se revestem, justificam uma investigação criminal por parte do Ministério Público que, cremos, terá muitas razões para agir.
Ao contrário do que dizem alguns responsáveis políticos, este incêndio pode ter consequências desastrosas para a ilha, sendo possível que se verifique uma diminuição das receitas do turismo, essenciais para a sustentabilidade de uma região que não aposta na diversidade, sendo óbvio que, mesmo que não haja unidades hoteleiras afectadas, a opção de muitos turistas pode não ser a de visitar uma ilha devastada pelas chamas.
Independentemente do seu passado, quando um político não tem a capacidade de ser aperceber do absurdo do seu comportamento, bem patente na reacção das populações, este não deve ter outra opção que não a de se afastar, cabendo aos vários orgãos perante os quais responde, caso não o faça, tomar medidas para que os eleitores se pronunciem decidam em quem confiam para liderar o governo.
Esperamos que o exemplo deste decisores políticos tenha rápidas consequências, com a perda dos mandatos, e que sejam apuradas responsabilidades, sendo certo que as decisões erráticas e tardias tiveram consequências que, pela forma grosseira de que se revestem, justificam uma investigação criminal por parte do Ministério Público que, cremos, terá muitas razões para agir.
segunda-feira, agosto 26, 2024
Fundador do Telegram preso em França - 1ª parte
A detenção do fundador do Telegram, Pavel Durov, nascido na Rússia, mas também com nacionalidade francesa, na noite do passado sábado, quando o avião particular com matrícula do Azerbaijão que o transportava aterrou na pista do aeroporto Le Bourget, levanta questões complexas quanto à segurança e moderação na Internet.
Para a justiça francesa, a falta de moderação nos canais do Telegram e a falta de cooperação de Pavel Durov com as autoridades, permitindo que, graças às funcionalidades e ferramentas que esta plataforma de comunicações disponibiliza, como os números descartáveis e a criptografia ponta a ponta, o associam aos crimes que diversos utilizadores praticam.
É sabido que no Telegram, mas também outras plataformas semelhantes, são utilizadas para contactos dentro de redes que se dedicam a crimes como o tráfico de droga, a pedofilia ou a fraude, mas que, por outro lado, são utilizadas em países onde não existe liberdade de expressão e quem se opõe ao regime vigente corre sérios riscos de prisão ou mesmo de morte.
Aliás, foi exactamente para permitir comunicações seguras em regimes opressivos, que o Telegram foi criado, quando o seu fundador necessitou de um sistema que lhe permitisse comunicar de forma segura após uma revista à sua residência e a eminência de uma detenção, situações que o levaram a abandonar a Rússia, onde também criou a rede VK, que podemos descrever como o equivalente russo do Facebook.
Para a justiça francesa, a falta de moderação nos canais do Telegram e a falta de cooperação de Pavel Durov com as autoridades, permitindo que, graças às funcionalidades e ferramentas que esta plataforma de comunicações disponibiliza, como os números descartáveis e a criptografia ponta a ponta, o associam aos crimes que diversos utilizadores praticam.
É sabido que no Telegram, mas também outras plataformas semelhantes, são utilizadas para contactos dentro de redes que se dedicam a crimes como o tráfico de droga, a pedofilia ou a fraude, mas que, por outro lado, são utilizadas em países onde não existe liberdade de expressão e quem se opõe ao regime vigente corre sérios riscos de prisão ou mesmo de morte.
Aliás, foi exactamente para permitir comunicações seguras em regimes opressivos, que o Telegram foi criado, quando o seu fundador necessitou de um sistema que lhe permitisse comunicar de forma segura após uma revista à sua residência e a eminência de uma detenção, situações que o levaram a abandonar a Rússia, onde também criou a rede VK, que podemos descrever como o equivalente russo do Facebook.
domingo, agosto 25, 2024
Senso comum, procura-se - 2ª parte
A desculpabilização, com alegações de fogo posto, não provado, que terá ocorrido num local inacessível, e aí temos que nos interrogar como o suposto incendiário aí terá chegado, que se sucede a numerosas contradições quanto aos meios existentes e à necessidade de reforços, sobretudo a nível aéreo, aparentando uma estratégia de controle de danos, levanta desconfiança e resulta muito pouco credível.
A autêntica novela dos meios aéreos, concretamente dos Canadair espanhóis, que, alegadamente, seriam inúteis, por inadequados para operar sobre uma área com a orografia da Madeira e terem que recorrer a água do mar, o que prejudicaria os solos, razão que levou o secretário da Protecção Civil, numa estranha entrevista, a partir da Ilha do Pico, mas envergando o colete da Protecção Civil, a dizer que este tipo de aeronave não seria utilizada.
Em menos de 24 horas, e obviamente sem grandes justificações, porque as condições se mantêm, as mesmas aeronaves provenientes de Espanha passaram a ser indispensáveis, com chegada anunciada para o dia seguinte, continuando-se sem entender porque não houve um pedido nos primeiros dias dos incêndios e porque não foram mobilizados outros meios a partir de Portugal Continental.
Esta atitude não seria de espantar, quando o mesmo responsável recusava a necessidade de reforços, alegando que apenas 10% dos bombeiros estavam empenhados no combate aos incêndios, acabando por aceitar o envio de contingentes do Continente e dos Açores, demonstando assim que existia falta de efectivos, algo que, perante a descrição de autarcas e populares, parece mais do que confirmado.
A autêntica novela dos meios aéreos, concretamente dos Canadair espanhóis, que, alegadamente, seriam inúteis, por inadequados para operar sobre uma área com a orografia da Madeira e terem que recorrer a água do mar, o que prejudicaria os solos, razão que levou o secretário da Protecção Civil, numa estranha entrevista, a partir da Ilha do Pico, mas envergando o colete da Protecção Civil, a dizer que este tipo de aeronave não seria utilizada.
Em menos de 24 horas, e obviamente sem grandes justificações, porque as condições se mantêm, as mesmas aeronaves provenientes de Espanha passaram a ser indispensáveis, com chegada anunciada para o dia seguinte, continuando-se sem entender porque não houve um pedido nos primeiros dias dos incêndios e porque não foram mobilizados outros meios a partir de Portugal Continental.
Esta atitude não seria de espantar, quando o mesmo responsável recusava a necessidade de reforços, alegando que apenas 10% dos bombeiros estavam empenhados no combate aos incêndios, acabando por aceitar o envio de contingentes do Continente e dos Açores, demonstando assim que existia falta de efectivos, algo que, perante a descrição de autarcas e populares, parece mais do que confirmado.
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