Um incêndio florestal em Portugal
O ano de 2012 tem-se revelado trágico, quer pelo número de mortes, quer pela extensa área ardida, que supera em muito a de anos anteriores, com os fogos, em média, a consumir áreas mais vastas do que se verificara nos tempos mais recentes, pelo que deve haver uma averiguação independente do que está por detrás destes números.
Sabemos que as condições climáticas ou a regeneração de zonas queimadas em anos anteriores tem um impacto significativo, mas tal não pode ser considerado como uma justificação cabal para o aumento da área ardida, que mais que duplicou desde o ano passado, sobretudo depois dos problemas evidentes na coordenação das operações no Algarve e de alturas em que o dispositivo demonstrava um maior desgaste, do que resulta uma menos eficácia e um muito maior risco no combate.
Também será, para além da vertente operacional, de analizar situações conjunturais e causas estruturais, que, sem dúvida, criaram cenários de autêntico terror, entre zonas de mato sem limpeza, caminhos intransitáveis, pontos de abastecimento secos, e tantos outros que colocam em grande perigo quem participa nas operações de combate aos fogos, sobretudo em terra.