Falsos 5G inundam plataformas de vendas - 4ª parte

Como corolário, a bateria permite apenas meio dia de trabalho, o que é manifestamente insuficiente para a utilização prática deste tipo de equipamento, que, ao contrário do anunciado na maioria dos modelos deste grupo, nem sequer suporta o carregamento sem fios, obrigando a que sejam carregados pelo processo convencional.

Mesmo exigindo a devolução do valor, porque o equipamento recebido não corresponde ao anunciado, o facto é que, mesmo esta sendo obtida na totalidade, ficam de fora os direitos alfandegários, esses completamente perdidos, podendo ser este o custo de um equipamento virtualmente inútil, que dificilmente será utilizado, salvo como último recurso, num processo que se pode revelar moroso e incómodo.

Alertamos para o facto de serem inúmeros os modelos que se podem enquadrar aqui, mas todos têm em comum o processador MTK 6889, características de topo de gama, aspecto e designações que lembram as de fabricantes conceituados e um preço inacreditavelmente baixo face a tudo o que é oferecido, pelo que, caso encontrem um equipamento que se enquadre nestes parâmetros, será sempre de desconfiar e proceder de forma especialmente cuidadosa, como forma de evitar surpresas desagradáveis.

Assim, aconselhamos os nossos leitores a não se deixarem tentar por este tipo de equipamento que, para além das questões de direitos de propriedade indústrial que levantam, não correspondem minimamente ao anunciado, sendo de investir um pouco mais num modelo proveniente de uma marca conceituada, mesmo que de baixo custo, as quais já fornecem modelos com suporte para 5G por valores abaixo dos 200 Euros.

"Kit" de motorização para bicicletas - 1ª parte

Cada vez mais fáceis de obter por preços acessíveis, os "kits" que convertem uma bicicleta convencional num motociclo motorizado são, nos dias de hoje uma proposta tentadora, podendo ser uma solução interessante para quem necessite de efectuar pequenas deslocações.

A título de exemplo, apresentamos a proposta da Yonntech, um fabricante com base na China que tem fornecido inúmeros "kits" para a Europa, onde têm provado ser de boa qualidade ecom um desempenho adequado, estando disponíveis em diversas versões, para além de existir material para reparação ou substituição.

Este tipo de "kit" inclui, como base, um motor a 2 tempos de 50 ou 80 centímetros cúbicos, que neste último caso tem 47 x 40 mílimetros de diâmetro e curso, uma potência nominal de 2.5Kw ou 3 hp a 5000 rotações por minuto e uma potência máxima real que atinge os 5 a 6 cavalos.

Com uma ignição CDI, embraiagem a seco e uma corrente de 110 elos que transmite a potência à roda traseira, este pequeno motor arrefecido a ar permite alcançar 38 quilómetros por hora, velocidade a que está limitado, com facilidade, e os 2 litros de combustível contidos no tanque fornecido permitem uma autonomia razoável, mais do que adequada para uma utilização urbana.

Falsos 5G inundam plataformas de vendas - 3ª parte

A configuração inicial revela os primeiros problemas, ao falhar a conexão ao WiFi na banda dos 5 GHz, cujas redes parece ignorar, ficando claro que a operação é apenas nos 2.4 GHz, mas, mais grave ainda, não surge uma ligação a rede 5G, actualmente em teste em várias zonas de Lisboa, nas quais a conexão, ou o reconhecimento da existência, devia ser possível.

Manifestamente, estes são equipamentos que funcionam em 3G e 4G LTE, mas desconhecem o 5G, que aparece em diversas fotos da página que os apresenta e na própria descrição técnica, pelo que o interesse principal cai, imediatamente, por terra, começando a tender para a fraude.

Da análise efectuada por "software" destinado a esse fim, constata-se que estão presentes apenas 2 Gb de memória RAM e, dependendo do modelo, uma fracção de memória para armazenamento, que pode não passar dos 32 Gb, menos de um décimo do anunciado para alguns dos modelos anunciados.

A resolução do écran, bem como a das câmaras fotográficas, fica muito longe do prometido, sendo manifesto que não corre os vídeos em 4K, e que as fotos obtidas são de baixa qualidade, típicas de um sensor de muito pequenas dimensões e a uma distância infinita dos 48 megapixels anunciados para a câmara principal.

Que autoridade resta ao Estado? - 5ª parte

É de realçar que a presença dos adeptos ingleses foi permitida porque, disse o Governo, estes chegariam no dia do jogo, seguiam directamente para o estádio, e regressariam de seguida ao país de origem, sem contactos com as populações locais, algo que não aconteceu, nem sequer foi planeado, pelo que se pode ver, o que significa que estamos diante de uma óbvia mentira, que nada pode justificar e apenas contribui para que as regras mais básicas não sejam respeitadas.

Naturalmente, quando tal acontece, a tendência para não respeitar disposições legais aumenta enquanto, por outro lado, a força para as fazer cumprir, sobretudo quando tal implica recorrer a uma solução mais musculada, diminui, resultando na situação actual, onde o Estado opta por não enfrentar quem, tendo alguma força, seja ela política, entendendo-se aqui a capacidade eleitoral, económica ou social, opta por desobedecer.

Mesmo que a situação em Lisboa continue a evoluir de forma desfavorável, não temos duvidas de que tudo será tentado para evitar um retrocesso no processo de desconfinamento, que, ocorrendo na capital do País e em ano de eleições autárquicas, seria interpretado como um falhanço a nível nacional e local, pelo que será de esperar que, entre pretextos e alterações de critérios, os interesses de dirigentes políticos se sobreponham aos das populações.

Prevemos, portanto, que no absurdamente longo prazo entre a detecção da subida de casos acima do limiar estabelecido e que implica um alerta, até à imposição de um retrocesso no processo de desconfinamento, e porque a evolução dos casos activos tende a aumentar, os critérios serão revistos, o que, podendo ser justificável, é facilmente interpretado como uma mudança a meio do jogo, uma espécie de batota que favorece a capital do País, do que resulta uma menor credibilidade do Estado e nova quebra da sua autoridade.

Governo investe 31.900.000 de Euros no SIRESP - 1ª parte

Numa semana em que o Governo anuncia um vultuoso investimento na rede de dados de emergência, designada por SIRESP, inevitável por este passar, na sua totalidade, para o Estado, com o termo da actual parceria público-privada, é inevitável voltar a este tema e a outro dossier particularmente mal gerido pelo Ministério da Administração Interna.

Está previsto um investimento total de 31.900.000 de Euros até ao final de 2022, "para garantir o funcionamento do SIRESP durante a vigência do modelo transitório da sua gestão, operação, manutenção, modernização e ampliação", mas da Resolução do Conselho de Ministros 59-A/2021, que também atribui 11.000.000 de Euros a título de indemnizações compensatórias até à entrada em vigor do novo contrato, não constam os melhoramentos ou apliações mencionadas.

Assim, continua-se sem saber como esta rede, que tem apresentado diversos problemas e vulnerabilidades, será efectivamente melhorada e quais as tecnologias que serão introduzidas como forma de evitar que um conjunto de situações ocorridas, algumas da maior gravidade, se venham a repetir, esperando-se que haja alterações profundas neste campo.

Existem soluções tecnológicas que, tendo ainda recentemente custos proibitivos, são agora acessíveis, sendo disso exemplo a possibilidade de utilizar comunicações por satélite, como substituto ou complemento da fibra óptica, sem que daí resulte uma despesa excessiva, seja em termos de equipamentos, seja no contratualização do serviço.

Falsos 5G inundam plataformas de vendas - 2ª parte

O primeiro passo é colocar algumas questões simples aos potenciais fornecedores, solicitando alguns dados específicos ou característica concretas, como frequências de operação em 5G, e o manual do utilizador, algo que, efectivamente, nunca foi fornecido, sempre com a justificação de que esperavam resposta do fabricante o qual, por razões óbvias, nunca iria responder.

Também indicia a existência de problemas vários os nomes escolhidos, qua apontam para modelos de outros fabricantes, como o "i12", que evoca a Apple ou o "P40", que faz lembrar a Huawei, ou o estranho nome "Lciea" que surge junto das câmaras, e será algo feito com as mesmas letras da Leica, um dos melhores fabricantes de lentes, pelo que se torna evidente que algo de muito errado espera quem comprar estes modelos.

É de notar que, apesar de o exterior ser diferente, interiormente estes equipamentos são virtualmente idênticos, baseados no mesmo processador MTK 6889 e variando apenas nos detalhes anunciado, com pequenas variantes a nível da câmara fotográfica e da memória, mas recorrendo ao mesmo tipo de circuito impresso principal.

Naturalmente, quando examinados e testados, nada corresponde ao prometido, começando pelos acabamentos e pelo manual, pouco digno desse nome, e pela própria versão de Android instalada, neste caso a versão 10, quando os modelos 5G possuem uma versão 11, e com as verdadeiras surpresas, para quem tenha ilusões, a começarem quando o sistema está pronto para funcionar.

Que autoridade resta ao Estado? - 4ª parte

Seria muito mais fácil caso estas alterações resultassem de uma norma comunitária, mas, à falta de uma alteração proveniente do exterior, o que facilitaria a mudança de posição governamental, um aconselhamento científico, resultante de uma reunião no Infarmed, proporcionaria, igualmente, um pretexto adequado para introduzir alterações nos critérios sem que disso resultem acusações de que esta mudança apenas ocorre por estar em questão a cidade de Lisboa.

A disparidade de critérios, e aqui a expressão "forte com os fracos e fraco com os fortes" é representativa, confirma as dificuldades do Estado em se afirmar como garante de um tratamento justo e equitativo, respeitando todos os cidadãos através de um tratamento idêntico para situações equivalentes, sem o que dificilmente poderá merecer o respeito e obediência de quem sente ser injustiçado.

A final da taça dos Campiões na cidade do Porto, onde praticamente tudo foi permitido aos adeptos ingleses, autorizados a assistir, em número superior a 15.000, a um jogo, no mesmo dia em que foi negada a presença de 500 espectadores numa final de rugby, é um exemplo claro, de entre muitos que podem ser apontados, e confirmam a incapacidade de manter regras que resulta da ausência de autoridade do Estado.

O mesmo sucedeu nas ruas do Porto, pejadas de adeptos que conviviam e bebiam perante a passividade das forças policias, ou no Estoril, onde centenas de jovens conviviam, sem respeitar o estipulado, violando regras básicas de segurança, perante polícias que se limitavam a assistir, impotentes, a estes comportamentos abusivos e que, naturalmente, deviam ser evitados ou, no limite, reprimidos.