Um Beriev Be-200 no combate aos fogos
Mais do que uma mera opção táctica, a evolução demográfica tem condicionado a forma de combater os fogos, tentando-se suprir a falta de efectivos em várias zonas do País através de uma maior mobilidade e do impacto resultante do recurso maciço a aeronaves, mesmo quando os fogos são de pequenas dimensões e a utilização de meios aéreos pode parecer injustificada.
A substituição de meios humanos por material pode, em certa medida, resultar, mas só enquanto houver um equilibrio aceitável, pois não podemos, por exemplo, proceder racionalmente a operações de rescaldo, algo que muitas vezes falha, através do emprego de meios que excluam um número razoável de efectivos no terreno.
Por outro lado, os meios aéreos são dispendiosos, mais ainda com o aumento do preço dos combustíveis, eficazes em situações específicas, mas não podem ser encarados como uma panaceia ou uma solução milagrosa que compense debilidades ou faltas de investimento noutras áreas de actuação.
Será, pois, devido à falta de investimento em prevenção e ao cada vez maior desequilibrio regional que as tácticas foram sendo alteradas, respondendo a contingências sem que o problema de fundo, que consideramos residir na insustentabilidade de largas áreas do Interior e do seu consequente abandono, seja resolvido.