sábado, abril 23, 2016

Lisboa, cidade fechada - 3ª parte

Apesar de a intenção de estreitar as vias de rodagem ser positiva, baixando a velocidade de circulação, quando levado ao exagero implica dificuldades para veículos de maiores dimensões, entre eles alguns adstritos ao socorro, mas também aos são utilizados na limpeza urbana ou na distribuição de bens, os quais agora dificilmente podem circular em diversos arruamentos, completamente bloqueados durante as obras.

Por outro lado, a largura das vias permite antecipar pequenas colisões contra veículos estacionados, sobretudo quando perto das apertadas curvas em angulo recto, ou contra os inúmeros pilaretes destinados a evitar o estacionamento sobre os largos e inúteis passeios onde, basicamente, os peões nunca circulam.

Aliás, no projecto original, constante do "site", diversos destes largos passeios eram lugares de estacionamento, tendo sido, sem aviso prévio, convertidos em passeios largos, feitos em calçada, adequados para uma avenida larga, mas absurdos num pequeno bairro onde vive um reduzido número de moradores.

Acresce o facto de diversas vias, algumas delas essencias à circulação no interior do Bairro, terem sido cortadas, com a zona a ser empedrada, resultando em amplos espaços de calçada absolutamente inúteis e que se tornam ainda mais absurdos por ficarem junto de pequenas áreas ajardinadas que podiam ter sido ampliadas, o que, apesar de tudo, sempre teria algum efeito positivo, mas que o projectista foi incapaz de alcançar.

sexta-feira, abril 22, 2016

Relembrar a orientação pelo relógio - 2ª parte

É de notar que o meio dia indicado pelo relógio não corresponde exactamente ao que é designado por "hora solar", o momento do dia em que o Sol atinge o seu apogeu e durante a qual a sombra é mais curta, com este desfasamento a variar conforme o local exacto e a época do ano, podendo ultrapassar uma hora de diferença, e que as indicações dadas são para o Hemisfério Norte, com a direcção a ser invertida no Hemisfério Sul, dado que o Sol se posiciona sobre a linha do Equador.

Como forma de praticar, e de aferir os resultados obtidos, devem-se confrontar os pontos cardeais obtidos recorrendo ao relógio com a leitura de uma bússola, magnética ou electrónica, como a que se pode obter instalando "software" adequado num vulgar "smartphone", fazendo a experiência em horas diferentes do dia.

Naturalmente, irá surgir um desfasamento, assinalado na foto, que decorre essencialmente da não coincidência da hora oficial com a hora solar e da declinação magnética, o que permitirá, caso este método de orientação pelo Sol seja utilizado, introduzir um factor de correcção, essencial quando a direcção obtida servir de base a uma deslocação mais longa, situação na qual um pequeno erro tem um efeito substancial.

É quase certo que a maioria dos nossos leitores nunca terão de confiar unicamente neste método para se orientar, mas, em conjunto com outras técnicas de orientação, algumas das quais relatamos anteriormente, estes são conhecimentos que podem revelar-se extremamente úteis como recurso em situações ou locais onde meios mais sofisticados não se encontrem disponíveis.

quinta-feira, abril 21, 2016

"E se fosse consigo" o falso alarme - 1ª parte

Pelas suas implicações, não podemos deixar de analisar o formato do programa "E se fosse consigo", exibido pela SIC, o qual, não obstante os seus propósitos, mais que louváveis, se aproxima, em diversas vertentes, de uma espécie de "reality show", simulando situações que manipulam quem, involuntariamente, se vê envolvido.

Este programa interfere com a tranquilidade de transeuntes, privando-os da tranquilidade a que têm direito, obrigando-os a participar involuntariamente numa encenação que cria alarme social, provocando reacções e sentimentos como consequência de algo que, podendo reproduzir uma situação real, efectivamente não o é.

Também é certo que os participantes involuntários acabam por dispender tempo, que pode ser relevante em termos profissionais ou pessoais, reorganizar prioridades, como forma de estarem presentes no acompanhamento de uma situação que consideram real, podendo mesmo, no limite, deixar de cumprir ou atrasar tarefas importantes para participar no que não passa de uma simulação.

Estas encenações podem originar confrontações físicas, que implicam uma vertente criminal, com consequências imprevisíveis, não apenas a nível de eventuais donos corporais e materiais, mas na vertente penal, com condenações por crimes resultantes de situações falsas.

quarta-feira, abril 20, 2016

A guerra dos "snorkels" - 6ª parte

O serviço tem um preço variável, conforme o componente ou conjunto de componentes a homologar e a entidade que presta o serviço, mas este começar em menos de uma centena de Euros, para algo simples, como um "snorkel" até centena e meia para averbar uma nova medida de pneus, atingindo um montante bastante mais elevado para conjuntos mais extensos e que impliquem um projecto individual mais complexo e moroso.

Aos custos, que podem incluir modificações relativamente complexas, como a alteração de conta quilómetros electrónicos, no caso, por exemplo, dos Td5, caso se opte por pneus de maiores dimensões, ou outras, menos intuitivas, como a manutenção da distância ao solo do para choques de 55 centímetros, quando se eleva os eixos, acresce sempre o registo no DUA, valor esse pago ao IMTT.

Naturalmente, averbar no DUA a totalidade das modificações, do que resulta um único pagamento ao IMTT e a emissão de apenas um novo DUA sai mais em conta, algo que nem sempre é possível quando as modificações e respectivos testes são desfasados no tempo e surge a necessidade de constarem na documentação do veículo de modo a evitar multas.

Lembramos que enquanto a documentação resultante do processo de testes que visam a inclusão de acessórios não der entrada no IMTT, esta só por sí não legaliza os equipamentos em questão, cabendo à boa vontade e tolerância das autoridades fiscalizadoras a possibilidade de os aceitar o que, provavelmente, acontecerá, caso o espaço de tempo decorrido após o processo de aferição seja curto.

terça-feira, abril 19, 2016

Relembrar a orientação pelo relógio - 1ª parte

Não obstante as enorme popularização de novas tecnologias, que permitem encontrar formas simples de orientação, relembrar alguns métodos antigos, entre eles o uso de um relógio com mostrador analógico, como os que podem ser adquiridos através da revista Visão e que mencionamos num texto muito recente, para determinar os pontos cardeais, pode revelar-se útil e de aprendizagem simples.

Para determinar a posição do Norte, basta apontar o ponteiro das horas para o Sol, e dividir o angulo com as 12 horas ao meio, obtendo assim a respectiva bissetriz, que corresponde à linha Norte-Sul, lembrando sempre que a luz solar provém do lado do Sul.

Com base nesta linha, tendo determinado o Norte e o Sul, é simples determinar a posição do Leste, do lado direito de quem está virado para o Norte, e do Oeste, do lado esquerdo, podendo-se usar, como forma de facilitar a localização dos pontos cardeais, as 12, 03, 06 e 09 horas.

Como exemplo, vamos assumir que o ponteiro das horas está nas 4 horas, sendo que, neste caso, a meio do angulo definido por este e o meio dia, ficam as 2 horas, onde se encontrará o Norte, enquanto o Sul estará do lado oposto, pelas 8 horas, enquanto o Este está nas 5 horas e o Oeste nas 11.

segunda-feira, abril 18, 2016

A guerra dos "snorkels" - 5ª parte

Para aumentar a confusão, diversos opcionais ou acessórios são incluídos em séries especiais ou comemorativas, com os veículos a sairem dos concessionários já equipados, mas sem que tal conste da documentação, encontrando-se também no catálogo da marca, sendo muitas vezes adquiridos e instalados através do fabricante, sem que exista algum tipo de registo ou averbamento adicional.

Deste modo, a homologação pode ser o caminho a seguir, tal como com acessórios onde esta necessidade é unanimemente reconhecida e evidente face às implicações que resultam da sua instalação, tal como o caso dos pneus, o que implica dispêndio e a habitual burocracia, do que resulta alguma morosidade.

O processo, sendo possível, não é complexo, mas revela-se dispendioso, sendo necessário recorrer a uma entidade, individual ou colectiva, com as competências e certificações para o efeito, sendo as mais conhecidas a "Prova Ímpar" ou o "Laboratório de Tecnologia Automóvel", com alternativas menos dispendiosas para quem seja sócio da Land Lousã, que organiza localmente sessões para os associados.

Convém obter informação prévia quanto à aceitação da documentação emitida por uma determinada entidade pela delegação do IMTT onde esta será entregue, para o fim específico a que se destina, dado que não se tem verificado uma completa uniformidade no tratamento destes processos, do que resulta alguma confusão, que vem acrescer a uma legislação que há muito devia ter sido alterada no sentido da sua clarificação e agilização.

domingo, abril 17, 2016

"Kit" para reparação de para brisas

Não sendo uma solução profissional, como a proposta por diversas empresas especializadas, os "kits" para reparação de pequenas falhas nos para brisas são uma alternativa a ter em conta, podendo, pelo seu baixo preço, que fica abaixo dos 5 Euros, ser incluido entre as ferramentas e utensílios transportados no veículo.

A resina vem dentro de uma simples seringa, pelo que não é necessário efectuar misturas, e inclui um par de máscaras e guias para que a aplicação seja efectuada no local pretendido, bem como lâmina de segurança, com este "kit" a permitir proceder a duas reparações distintas, dependendo, naturalmente da extensão destas.

Com um procedimento muito simplificado, quase automatizado, e com os auxiliares necessários, todo o procedimento deve demorar menos de 20 minutos, incluindo secagem, devendo ser efectuado num local arejado, com as portas abertas, para uniformizar a temperatura interior e exterior e sem exposição directa à luz solar.

É, assim, possível obter, sem esforço, resultados dignos de um profissional, reparando marcas de pequenos impactos que, no termo do processo, terão desaparecido, com o vidro a recuperar a visibilidade e resistência originais, por um preço francamente baixo e, sobretudo, sem depender de terceiros, algo que se pode revelar decisivo em locais mais remotos, como durante viagens ou expedições.