quinta-feira, abril 21, 2016

"E se fosse consigo" o falso alarme - 1ª parte

Pelas suas implicações, não podemos deixar de analisar o formato do programa "E se fosse consigo", exibido pela SIC, o qual, não obstante os seus propósitos, mais que louváveis, se aproxima, em diversas vertentes, de uma espécie de "reality show", simulando situações que manipulam quem, involuntariamente, se vê envolvido.

Este programa interfere com a tranquilidade de transeuntes, privando-os da tranquilidade a que têm direito, obrigando-os a participar involuntariamente numa encenação que cria alarme social, provocando reacções e sentimentos como consequência de algo que, podendo reproduzir uma situação real, efectivamente não o é.

Também é certo que os participantes involuntários acabam por dispender tempo, que pode ser relevante em termos profissionais ou pessoais, reorganizar prioridades, como forma de estarem presentes no acompanhamento de uma situação que consideram real, podendo mesmo, no limite, deixar de cumprir ou atrasar tarefas importantes para participar no que não passa de uma simulação.

Estas encenações podem originar confrontações físicas, que implicam uma vertente criminal, com consequências imprevisíveis, não apenas a nível de eventuais donos corporais e materiais, mas na vertente penal, com condenações por crimes resultantes de situações falsas.

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