Visita de políticos ao quartel dos BV Lourosa
O presidente da direcção, Joaquim Cardoso, não volta atrás e disse ao Correio da Manhã que: "quem não estiver de livre vontade, que se vá embora".
Depois de não terem conseguido reunir com a direcção, os voluntários reagiram e começaram um abaixo-assinado, subscrito por 62 elementos, a quase totalidade dos elementos do corpo activo, que foi endereçado ao Ministério da Administração Interna (MAI).
A revolta entre os voluntários é grande, mas o sub-chefe Carlos Castanheira afirma que não querem chegar ao extremo de "voltar a cruzar os machados" e obrigar à demissão da direcção.
O sub-chefe pede, por isso, a intervenção do MAI, que tutela os corpos de bombeiros, e "uma revisão urgente dos estatutos, porque esta situação não é só em Lourosa, mas em todo o País", ocorrendo a vários níveis hierárquicos, conforme temos vindo a noticiar.
O presidente da direcção, Joaquim Cardoso, não se deixa "intimidar por abaixo-assinados" e afirma que "a recondução ou não do comandante é um direito da direcção, que votou unanimemente contra a continuidade de José Oliveira".
Nega, ainda, que a escolha tenha recaído no sargento-ajudante do Exército Nélson Sousa, conforme avança a Imprensa local.
"Foi feita uma abordagem, ele aceitou o convite, mas não há ainda uma decisão final", segundo garantiu ao Correio da Manhã.
Continuam a verificar-se problemas em termos de nomeações a vários níveis da estrutura, quer nos comandos locais, quera nível distrital, onde surgem situações de conflito ou falta de consenso, muitas vezes agravadas por atitudes de prepotência ou falta de diálogo.
A nomeação de militares em substituição de comandantes experientes, por decisão do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, ou a imposição de comandantes por parte das Direcções das corporações, sem o necessário diálogo que o bom senso impõe, é um factor de desmotivação para os bombeiros e de alarme para as populações, que em nada contribui para a segurança de todos.
Esta situação, na nossa opinião, pode ser ultrapassada através de um sistema de nomeações que obrigue ao consenso entre as várias entidades envolvidas, com base em propostas ou candidaturas e numa votação paritária, capaz de co-responsabilizar todos os intervenientes e garantir a transparência do processo.