quarta-feira, março 08, 2006

Liga Bombeiros Portugueses entrega petição no parlamento


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Ambulância dos BV Pinhal Novo

A Liga dos Bombeiros Portugueses entregou esta terça-feira, no parlamento, uma petição com 15.000 assinaturas para que se debata a polémica decisão do Ministério da Saúde que obriga ao encaminhamento para o INEM das chamadas de emergência feitas para os quartéis dos bombeiros.

A Liga mantém um conflito com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) desde o início de Agosto passado, quando, na sequência de uma decisão do Ministério da Saúde que o tutela, o organismo determinou que todas as chamadas de emergência médica feitas para os quartéis de bombeiros passavam a ser reencaminhadas para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que faria a sua gestão.

Os serviços de emergência pré-hospitalar e transporte de doentes passaram, assim, a ser coordenados directamente pelo INEM, o que desagradou às associações de bombeiros.

Duarte Caldeira, presidente da Liga, diz que isto gerou uma grande indefinição quanto às responsabilidades das duas entidades, pois "há ambulância do INEM a operar nas mesmas áreas dos corpos de bombeiros sem que haja qualquer articulação entre o INEM e os bombeiros".

A LBP refere que a petição para que o plenário parlamentar debata a questão do socorro pré-hospitalar e transporte de doentes pelos bombeiros é apresentada "independentemente das negociações que decorrem com o Ministério da Saúde".

A petição, acompanhada de mais de 15.000 assinaturas, mais do triplo das necessárias para a sua formalização, foi entregue terça-feira de manhã pelo conselho executivo da LBP ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

A Liga dos Bombeiros Portugueses propôs, entretanto, ao INEM a criação de centrais conjuntas para a prestação de serviços de transporte de doentes em ambulância no âmbito do sistema integrado de emergência pré-hospitalar.

Segundo a proposta, divulgada a 15 de Fevereiro deste ano, seriam criadas Centrais Distritais de Emergência Médica (CDEM) a funcionar no espaço físico dos Centros Distritais de Operações de Socorro (CDOS), pertencentes ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Esta poderá ser uma solução de consenso, mas só com o recurso a tecnologias modernas se poderá obter uma forma de coordenação realmente eficaz, que reduza o tempo de espera de quem necessita de socorro e evite a duplicação de meios.

Tal só pode ser obtido através de sistemas de geo-localização, que permita determinar em tempo real qual o meio de socorro adequado a cada emergência específica se encontra disponível a uma distância mais curta, cabendo então ao responsável pela coordenação proceder à respectiva activação.

Só com recurso a novas tecnologias é possível obter uma coordenação mais eficaz, com maior independência geográfica, de forma a que a entidade responsável, seja ela qual venha a ser, possa decidir com base em critérios objectivos, que coloquem as decisões acima de qualquer crítica.

Caso se opte por uma solução deste tipo, o sistema deverá ser de âmbito nacional e, nesse caso, justifica-se um controle unificado, dado que a disposição dos vários meios de socorro estará sempre devidamente afixada e permanentemente actualizada num mapa interactivo.

Mais do que discutir, muitas vezes de forma estéril, a quem compete cada responsabilidade, somos favoráveis a alterações que se traduzam numa melhoria real do socorro, em benefício não apenas da população, mas também de quem efectua estas missões.

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