domingo, março 05, 2006

Portugal dirige estudo de fogos


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Fogos descontrolados no Verão de 2005

Portugal vai liderar um projecto internacional, pioneiro de pesquisa sobre incêndios na floresta mediterrânea, denominado "Fire Paradox", a ser apresentado nesta segunda-feira, que envolve 32 parceiros, de 12 países, e várias organizações não-governamentais.

Este projecto, proposto à União Europeia por várias universidades da Europa, vai analisar os aspectos técnicos e as questões sociais que envolvem os incêndios florestais.

A acção do "Fire Paradox" centra-se nos domínios da pesquisa, avaliação do risco, desenvolvimento de tecnologias e divulgação de conhecimentos e treino vocacional, como, por exemplo, o fogo controlado.

Rui Nobre Gonçalves adiantou que o projecto em causa vai analisar "não só os aspectos técnicos, como também vai abordar as questões sociais que estão à volta do fogo na floresta".

"O fogo tem aspectos negativos, mas também tem positivos, como o fogo controlado que tem como objectivo uma melhor gestão das florestas", adiantou o Secretário de Estado, explicando que foi este paradoxo que deu o nome ao projecto.

Segundo Rui Nobre Gonçalves, o fogo controlado será feito nos meses mais frios e tem como objectivo "reduzir a carga de combustível que existe nas florestas".

Este ano, já foi aplicado na Serra do Marão e na Serra da Estrela, disse o Secretário de Estado, revelando que se encontra em Portugal uma equipa de especialistas americanos a colaborar com a Direcção-Geral dos Recursos Florestais nesta matéria.

Este projecto é co-coordenado pelo "Centro de Ecologia Ambiental Professor Baeta Neves", do Instituto Superior de Agronomia, sendo proponente o professor Francisco Castro Rego, actual director-geral dos Recursos Florestais.

A apresentação do "Fire Paradox" decorre esta segunda-feira, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves.

Este poderá ser um projecto interessante, sobretudo no aprofundamento das consequências sociais dos incêndios, mas, mais importante do que o estudo em sí, será a aplicação prática das conclusões, algo que em Portugal tem falhado sucessivamente.

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