sábado, agosto 10, 2019

Antecipar faltas de combustíveis - 2ª parte

É, igualmente, proíbido armazenar combustível em arrecadações, sendo exigível instalações adequadas, devidamente homologadas e registadas, não apenas por uma questão de segurança, mas, também, por questões fiscais, as mesmas que levaram a uma redução drástica da possibilidade de transportar 50 litros para apenas 10, algo que decorre do preço inferior praticado em Espanha e onde muitos residentes nacionais se abasteciam, privando o Estado português de importantes receitas fiscais.

Sendo óbvio que é a fiscalidade que determina a legislação aplicável, sucessivamente mais restritiva na medida que em que a diferença do preço entre Portugal e Espanha aumenta, existem óbvias questões de segurança, sobretudo no armazenamento de gasolina, altamente inflamável, e que, mesmo em pequenas quantidades, se pode revelar extremente perigosa, podendo dar início a um incêndio da maior gravidade.

Naturalmente, uma greve que abranja o sector dos combustíveis tem efeitos colaterais, afectando todas as cadeias de distribuição rodoviária, pelo se pode esperar que se verifique a falta de alguns produtos, previsível a partir do terceiro dia de greve, mas que pode ser antecipado caso haja um movimento de pânico, levando a alterações de hábitos de consumo que, no limite, resultem no açambarcamento de bens essenciais não perecíveis.

Será, portanto, de ter reservas adequadas, sobretudo de produtos que tendam a esgotar com maior rapidez, como pão ou leite, mas também prever que outros, alguns muito específicos, poderão faltar, pelo que quem tenha crianças ou idosos a cargo, ou mesmo animais, deve antecipar falhas de fornecimento com a antecedência possível, sem o que pode enfrentar situações particularmente complicadas numa altura de maior escassez.

sexta-feira, agosto 09, 2019

"Kit" da Protecção Civil é inflamável - 5ª parte

Curiosamente, não parece ter sido incluído no pedido de inquérito a avaliação das características, já que tal tem implicações directas no programa "Aldeias Seguras", mas tão somente na contratualização do material, algo que, manifestamente, não esclarece na totalidade o sucedido, pensando os responsáveis que, ao limitar o âmbito de um inquérito, a parte não abrangida será esquecida, situação que, face a atitudes anteriores, será facilmente interpretada como mais uma tentativa de encobrimento que encontrará ampla divulgação numa comunicação social que parece sentir-se ofendida com as reacções do ministro responsável.

A lamentável execução de uma ideia positiva, não a comprometendo na sua totalidade, levanta óbvias dúvidas quanto à sua implementação e ao acompanhamento e formação dos residentes das aldeias a quem este "kit" foi entregue, sobretudo na utilização dos vários componentes, mas também quanto aos procedimentos a seguir, pelo que o programa deve rapidamente ser avaliado no sentido de corrigir eventuais erros que possam afectar a segurança das populações abrangidas.

A postura do ministro da Administração Interna, universalmente reprovada por todos quantos não se incluem na força política a que este pertence ou as justificações contraditórias da ANEPC não podem, portanto, comprometer o essencial do plano, cujos fundamentos são meritórios, mas que, manifestamente, necessita de uma operacionalização diferente, o que implica aprender com os erros, algo que parece estar muito para além da compreensão de alguns responsáveis.

Em vez de, rapidamente, assumir o erro, assegurar uma investigação, corrigir o problema e centrar a atenção no essencial, assistimos a uma postura inaceitável, que, tentando proteger algo de indefensável, não prioriza o fundamental, permitindo que este seja secundarizado e, eventualmente, comprometido, apenas para salvaguardar alguns objectivos políticos de menor importância quando comparados com a segurança das populações.

quinta-feira, agosto 08, 2019

Princesinho, outro ano sobre a sua partida

Faz neste dia nove anos que o Princesinho partiu, e este pequeno amiguinho, que deixou este Mundo cedo de mais, é, talvez, a memória mais dolorosa dos vários gatos que aqui viveram, ficando uma sensação de injustiça pela curta vida que teve e pela doença que, inevitavelmente, o levou.

O temperamento muito especial do Princesinho, que alternava entre a maior ternura dentro de casa, e um espírito selvagem e lutador no exterior, tornava-o único, e a surpresa de, praticamente sem qualquer contacto humano, quis conviver e interagir, de forma expontânea e súbita, deixaram antever que se estava diante de um ser muito especial.

Exímio caçador, um dos raros gatos capazes de se auto-sustentar em ambiente urbano, conhecido por trazer presas para alimentar a sua família, o Princesinho demonstrava que tinha uma afectividade e uma forma de integração muito própria, com distintas facetas na sua vida, cumprindo horários muito precisos de forma incrivelmente organizada.

Não há dúvidas que conviver com este amiguinho tão especial foi um raro previlégio, uma experiência única e inesquecível, de uma grande interactividade, onde o desafio e aprendizagem eram constantes, sempre pontuada por surpresas consecutivas, e que prova que, mais importante do que a duração, é a intensidade que realmente faz a diferença.

quarta-feira, agosto 07, 2019

Antecipar faltas de combustíveis - 1ª parte

Quando a greve dos transpostadores de matérias perigosas está eminente, apesar de ainda haver possibilidades de esta ser cancelada ou minimizada, sendo mais do que previsível que o Governo decrete um conjunto de serviços mínimos no limite do possível, ou mesmo ultrapassando-o, algo que apenas pode ser revogado judicialmente, convém abordar este tema e algumas das questões que dele derivam.

Em primeiro lugar, temos a conhecida questão do transporte e armazenamento de combustível, opção que tentará muitos dos potenciais afectados, devendo-se esclarecer que o limite de transporte fora do depósito da viatura é de apenas 10 litros e que o fornecimento só poderá ser efectuado a quem possua um recipiente adequado, tipicamente um "jerry can" em plástico ou metal concebido para o efeito.

Assim, o transporte em recipientes não adequados ao efeito, como garrafões de água, por exemplo, é proíbido, tal como o é a venda a quem se faça acompanhar desse tipo de recipiente, sendo de verificar sempre a real capacidade dos reservatórios utilizados, dado que vários dos que são vendidos possuem, efectivamente, uma capacidade superior ao anunciado, pelo que, sem o saber, da sua utilização pode decorrer uma infração.

Este tipo de reservatório, que deve incluir um bocal que permita verter o conteúdo para o depósito de uma viatura, encontra-se facilmente nos postos de abastecimento, lojas de artigos auto ou mesmo em muitas lojas generalistas, onde o material importado da Ásia abunda, sendo estas onde se praticam os preços mais acessíveis, encontrando-se recipientes com 10 litros de capacidade por valores que rondam a dezena de Euros.

terça-feira, agosto 06, 2019

Fita auto vulcanizadora

Um acessório que se pode revelar particularmente útil para reparações de emergência num veículo é a fita auto-vulcanizadora, também conhecida por fita americana, e que permite efectuar reparações em diversos tipos de tubagens ou condutores eléctricos, pelo que a sua utilidade é extensível a diversos ambientes.

Estas fitas em silicone, são resistentes à água, não conduzem electricidade e suportam pressões elevadas, pelo que podem ser utilizadas em múltiplas situações, seja como fita isoladora, reparação de fugas em condutas de ar ou água, substituição temporária de uma correia de alternador, ou mesmo como torniquete em emergências.

O número de aplicações é, portanto, do mais variado, e a facilidade de utilização, equivalente à de uma vulgar fita adesiva, permite o seu uso mesmo sem que estejam disponíveis ferramentas ou utensílios, bastando enrolar, devidamente esticada, em torno do objecto a isolar para que faça efeito imediato, aderindo completamente mesmo que seja destinada a ficar debaixo de água.

Existente nos mais diversos formatos, um rolo com 150 centímetros de comprimento por 2.5 de largura e uma espessura de 0.5 milímetros, que pode ser utilizada entre os -60º e os 260º, capaz de isolar até 400V/mil e suportar pressões de até 4.9 bar, tem um preço que ronda o par de Euros, incluindo portes a partir da Ásia, enquanto uma com 10 centímetros de largura custa pouco mais do dobro, o que justifica amplamente a sua aquisição.

segunda-feira, agosto 05, 2019

"Kit" da Protecção Civil é inflamável - 4ª parte

Não vemos outra possibilidade que não seja a substituição destas 70.000 golas antifumo fabricadas com material inflamável, que custaram 125.000 euros ao Estado, e cujo preço unitário de 1.80 Euros é mais do que o dobro do valor médio de mercado, e, naturalmente, o apuramento de responsabilidades pelo gasto nestes equipamentos que, em nenhum caso, seja sob que pretexto, seriam de distribuir a populações em zonas ameaçadas pelos fogos, onde a tentação de as utilizar seria inevitável.

Inevitavelmente, depois da lamentável reação do ministro da Administação Interna, o seu ministério anunciou um inquérito urgente da Inspeção-Geral da Administração Interna para averiguar as condições da adjudicação, que pela forma, ao solicitar preços a cinco empresas sem experiência no ramo, com uma única a responder, propondo um preço que nem a urgência justifica, e por ser pertença do marido de uma autarca socialista, levanta fundadas suspeitas.

Quando, depois de o secretário de Estado da Protecção Civil negar participação do Governos, se sabe que foi o seu adjunto a indicar as empresas a consultar e se verifica o tipo de relações entre um dirigente do Partido Socialista de Arouca com os fornecedores, parece óbvio que tudo se tratou de um arranjo destinado a favorecer alguém à custa do erário público e da segurança das populações.

Foram, igualmente, pedidas explicações à ANEPC, responsável pela contratação e pelas especificações de um material que, efectivamente, não corresponde ao adjudicado, já que contratualmente seria de protecção, independentemente do nível desta, e cujas características físicas não protegem do fumo, dado que não possuem tratamento anticarbonização, e são altamente inflamáveis.

domingo, agosto 04, 2019

Suporte de placas de desatascanço da "Mudstuff" - 2ª parte

Uma das vantagens deste modelo de suporte é o facto de, para além de ser modular, ser igualmente rebatível, pelo que, dependendo do modelo da placa transportada, pode dar origem a uma mesa ou plataforma, onde é possível cozinhar ou efectuar trabalhos, como pequenas reparações, sem comprometer espaço no interior e podendo rapidamente rodar a superfície, ficando a mesma na sua posição original.

O preço do suporte, sem as calhas de fixação cujo custo é variável, mas podem passar da trintena de libras o par, é de 155 libras, com o opcional para transportar modelos de placas que exijam algum afastamento a custar outras 45 libras, pelo que temos uma solução que pode custar entre os 200 e 250 Euros, dependendo da configuração exacta, obviamente sem incluir o preço das placas de desatascanço.

Esta não é uma solução barata, efectivamente, é comparativamente dispendiosa quando analisamos outras possibilidades, tendo como principais vantagens o aproveitamento do espaço lateral, habitualmente não utilizado, e evitar que as placas ocupem espaço no interior ou na grade de tejadilho, colocando-as onde são facilmente acedidas em caso de necessidade.

A outra vantagem é, naturalmente, a possibilidade de dispor de uma superfície de trabalho adicional, algo que deve ser valorizado, sobretudo quando em situações onde todo o espaço e capacidade de arrumação são críticos, sendo estes os principais motivos que podem levar a optar por uma solução com este preço e que, por isso, não estará ao alcance de todos e apenas se justifica em casos específicos, como veículos preparados para expedições.