Não vemos outra possibilidade que não seja a substituição destas 70.000 golas antifumo fabricadas com material inflamável, que custaram 125.000 euros ao Estado, e cujo preço unitário de 1.80 Euros é mais do que o dobro do valor médio de mercado, e, naturalmente, o apuramento de responsabilidades pelo gasto nestes equipamentos que, em nenhum caso, seja sob que pretexto, seriam de distribuir a populações em zonas ameaçadas pelos fogos, onde a tentação de as utilizar seria inevitável.
Inevitavelmente, depois da lamentável reação do ministro da Administação Interna, o seu ministério anunciou um inquérito urgente da Inspeção-Geral da Administração Interna para averiguar as condições da adjudicação, que pela forma, ao solicitar preços a cinco empresas sem experiência no ramo, com uma única a responder, propondo um preço que nem a urgência justifica, e por ser pertença do marido de uma autarca socialista, levanta fundadas suspeitas.
Quando, depois de o secretário de Estado da Protecção Civil negar participação do Governos, se sabe que foi o seu adjunto a indicar as empresas a consultar e se verifica o tipo de relações entre um dirigente do Partido Socialista de Arouca com os fornecedores, parece óbvio que tudo se tratou de um arranjo destinado a favorecer alguém à custa do erário público e da segurança das populações.
Foram, igualmente, pedidas explicações à ANEPC, responsável pela contratação e pelas especificações de um material que, efectivamente, não corresponde ao adjudicado, já que contratualmente seria de protecção, independentemente do nível desta, e cujas características físicas não protegem do fumo, dado que não possuem tratamento anticarbonização, e são altamente inflamáveis.
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