Curiosamente, não parece ter sido incluído no pedido de inquérito a avaliação das características, já que tal tem implicações directas no programa "Aldeias Seguras", mas tão somente na contratualização do material, algo que, manifestamente, não esclarece na totalidade o sucedido, pensando os responsáveis que, ao limitar o âmbito de um inquérito, a parte não abrangida será esquecida, situação que, face a atitudes anteriores, será facilmente interpretada como mais uma tentativa de encobrimento que encontrará ampla divulgação numa comunicação social que parece sentir-se ofendida com as reacções do ministro responsável.
A lamentável execução de uma ideia positiva, não a comprometendo na sua totalidade, levanta óbvias dúvidas quanto à sua implementação e ao acompanhamento e formação dos residentes das aldeias a quem este "kit" foi entregue, sobretudo na utilização dos vários componentes, mas também quanto aos procedimentos a seguir, pelo que o programa deve rapidamente ser avaliado no sentido de corrigir eventuais erros que possam afectar a segurança das populações abrangidas.
A postura do ministro da Administração Interna, universalmente reprovada por todos quantos não se incluem na força política a que este pertence ou as justificações contraditórias da ANEPC não podem, portanto, comprometer o essencial do plano, cujos fundamentos são meritórios, mas que, manifestamente, necessita de uma operacionalização diferente, o que implica aprender com os erros, algo que parece estar muito para além da compreensão de alguns responsáveis.
Em vez de, rapidamente, assumir o erro, assegurar uma investigação, corrigir o problema e centrar a atenção no essencial, assistimos a uma postura inaceitável, que, tentando proteger algo de indefensável, não prioriza o fundamental, permitindo que este seja secundarizado e, eventualmente, comprometido, apenas para salvaguardar alguns objectivos políticos de menor importância quando comparados com a segurança das populações.
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