Uma torre de vigilância numa floresta
Este é não um problema de gestão de meios imputável à GNR, como quer fazer crer o secretário de Estado da Protecção Civil, mas uma mera questão orçamental, pois não é possível fazer esticar o orçamento para além dos recursos financeiros atribuidos, independentemente do planeamento que se possa efectuar.
O encerramento dos postos durante a noite é considerado inaceitável pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) para quem as torres de vigia devem não apenas estar operacionais durante a noite como, nalguns casos, se devem manter em funcionamento fora da época de incêndios, dado que os fogos tendem a ocorrer cada vez mais fora da época de Verão e mesmo ora das horas de maior calor.
Um estudo das estatísticas de fogos demonstra que estes deixaram de se concentrar num conjunto restrito de meses quentes e de horas de maior calor, com tendência para ocorrerem mesmo em meses mais frios e, inclusivé, começarem durante a noite, mesmo que entre estes se incluam um número elevado de origem criminosas.
A falta de vigilância noturna, infelizmente, poderá vir a resultar num aumento de fogos postos, sabendo quem perpreta este tipo de crime que a probabilidade de detecção numa fase inicial é baixa e que poderá ter grandes hipóteses de escapar sem ser detectado.
A efectiva ocupação do terreno, recorrendo a postos de vigilância, patrulhas móveis ou outros meios é absolutamente necessária como factor de prevenção, de dissuação e essencial para a segurança de quem combate os fogos e para a tranquilidade das populações que residem nas proximidades das grandes áreas florestais e que tendem a ser as primeiras vítimas em caso de incêndio.