quarta-feira, julho 09, 2008

Ministério só aceita pagar 47 cêntimos aos bombeiros pelo transporte de doentes - 2ª parte


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Ambulância de transporte dos bombeiros

No fim de Junho, a direcção da LBP reuniu-se com os presidentes das federações distritais de bombeiros em Santarém, altura em foi discutida a evolução das negociações, face à desilusão da proposta do Governo relativamente à nova tabela, algo que resulta, também de uma postura negocial por parte da LBP que estranhamos.

Está previsto para 15 de Julho uma reunião para redefenir os processos de cálculo, esperando a LBP discutir a proposta em Setembro de modo a entrar em vigor no início de 2009, tendo o ministério aceite um sistema de monitorização dos custos de combustível que permita avaliar o impacto destes nos encargos com os transportes.

A proposta do ministério, que era expectável ficasse abaixo dos 50 cêntimos considerados o mínimo pela LBP, é uma consequência da estratégia negocial que fixou um valor de partida demasiado abaixo, em vez de se manter nos 60 cêntimos propostos inicialmente e relativamente aos quais podia haver alguma abertura sem apontar para valores precisos.

Quando a LBP fala em 50 cêntimos como mínimo, os 60 cêntimos são automaticamente esquecidos e o início das negociações vai-se centrar entre o novo mínimo, que agora surge como o objectivo a atingir, e o valor actual de 40 cêntimos por quilómetro, há muito ultrapassado pelos aumentos dos preços, mas que continua a ter peso negocial como ponto de partida.

Por outro lado, o ministério da Saúde tirou partido quer do facto de a LBP ter mencionado um valor limite, quer do facto de os bombeiros não quererem prejudicar as populações, para apostar numa oferta que nenhum orgão governativo ousaria fazer a uma classe social ou sector de actividade disposto a usar meios de contestação cujos efeitos colaterais afectassem terceiros, como sucedeu com a greve das empresas de camionagem.

Espera-se pelo evoluir de um processo do qual depende, em grande parte, a sustentabilidade das corporações e poderá ter efeitos colaterais nas restantes actividades desenvolvidas pelos bombeiros, nomeadamente a nível do socorro ou do combate aos incêndios florestais.

1 comentário:

Reinaldo Baptista disse...

Se os bombeiros não querem prejudicar a população e os políticos, brevemente serão eles prejudicados, quando decretarem falência técnica, depois é tarde, nem com 80 cêntimos ou mais serviram para nada quando a estrutura parar.

Quando isso acontecer, queria saber quem vai assegurar o socorro e o transporte ao cidadãos…