sábado, fevereiro 17, 2007

Aumenta o número de equipas de 1ª intervenção


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Formação na Escola Nacional de Bombeiros

Na apresentação do Programa de Formação no Âmbito do Combate a Incêndios Florestais para este ano, que se realizou nas instalações do Serviço Nacional do Bombeiro e Protecção Civil (SNBPC), em Carnaxide, foi anunciada a criação de 200 novas equipas de intervenção permanente até 2009.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Guarda, Viseu e Coimbra vão ter as 60 equipas de 1.ª intervenção a incêndios florestais a criar este ano, sedeadas noutros tantos municípios, conforme anunciou o secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões.

Segundo este governante, os distritos foram escolhidos em função da sua vulnerabilidade e da actual carência de meios disponíveis.

Ainda este ano, a prevenção e combate aos incêndios contará também com mais uma coluna nacional de reforço, com mais 40 sapadores florestais, cujo efectivo será aumentado de 166 para 206, mais dez equipas de sapadores militares, que passarão de 10 para 20, e mais dois Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana, cujo efectivo subirá de três para cinco companhias.

O anúncio deste reforço surpreendeu o director da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) e presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, que desconhece em que moldes funcionarão as novas equipas bem como a formação que lhes será ministrada.

Considerando a medida positiva, Duarte Caldeira, aproveitou para lembrar que já existem grupos de intervenção permanente em 16 municípios, organizados de forma semelhante às equipas cuja constituição foi agora anunciada.

Faltou, no entanto, explicitar como serão constituidas as equipas, quais os critérios de selecção, qual a formação e equipamento que terão e se efectivamente estarão prontas para actuar no próximo Verão em condições de segurança e eficiência.

Anunciar a constituição de equipas sem avisar a ENB, leva a crer que a formação dos seus elementos não foi devidamente acautelada, sobretudo sabendo-se que existem limites para a capacidade que esta instituição tem em termos de número de formandos.

Também ficou por explicar em termos de equipamento e do próprio financiamento, como serão distribuidas as responsabilidades e os encargos, sabendo-se, desde já, que as verbas para o efeito são limitadas quer a nível central, quer autárquico.

Num anúncio em que as novidades escassearam, o aumento de efectivos surge como um mero paliativo que, devidamente analisado, não deixa de aparentar uma falta de planeamento que leva a apontar no sentido da simples demagogia.

Mais do que aumentar os efectivos, é necessário profissionalizar parcialmente os bombeiros existentes e, acima de tudo, dar a formação adequada, para o que é indispensável que relatórios dos quais poderiam ser tirados ensinamentos sejam imediatamente revelados.

Até estas questões estruturais e procedimentais serem devidamente ultrapassadas, não há medidas ou anúncios que devolvam a paz de espírito a todos quantos têm que arriscar a vida em prol do seu semelhante.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Telemóveis antigos ou avariados podem ajudar os bombeiros


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Um antigo telemóvel com pouco uso

Os telemóveis sem uso, mesmo que avariados, podem ainda ter valor para os bombeiros portugueses, ao abrigo de um protocolo entre a empresa britânica Fonebak e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Estes equipamentos, mesmo que sem valor comercial, ainda podem ser recuperados e vendidos em mercados menos exigentes, como a Ásia, África e Europa de Leste ou aproveitados para peças, permitindo reparar um aparelho a partir de peças de vários.

A empresa garante que todos os dados contidos nos telemóveis, seja do utilizador, seja do operador serão apagados de forma a nunca poderem ser recuperados por outrém.

Neste momento ainda não se sabe o valor exacto que renderá cada telemóvel entregue aos bombeiros, mas este depende do estado, sendo que um aparelho operacional valerá mais do que um que só sirva para fornecer peças.

Segundo a Fonebak, "se os milhares de telemóveis que jazem nas gavetas dos portugueses forem doados à LBP, o resultado será valioso no apoio aos bombeiros", e os equipamentos terão "um destino ambientalmente são e economicamente viável".

Os telemóveis podem ser entregues nas instalações da LBP e da Fonebak, e em cerca de 30 corporações espalhdas por todo o país.

Para mais informações e participar nesta campanha, sugerimos o contacto com a LBP, através do "site" ou via telefónica, ou as instalações da Fonebak em Portugal.

Blueprints de veículos na Internet


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No link, "blueprint" de Land Rover com 951 pixels

Os desenhos esquemáticos, designados por "blueprints", são necessários para diversos projectos onde têm que ser incluidas vistas laterais, frontais ou superiores.

Um "site" inglês designado por "The Blueprints" dedica-se a recolher e disponibilizar este tipo de informação, incluindo na sua vasta colecção desde veículos a utensílios, passando por equipamentos militares ou aviões.

Embora a qualidade varie bastante, em função da resolução das imagens e do número de vistas de cada objecto, com uma limitação óbvia devido à falta de medidas dos desenhos, o material disponível pode ser de grande utilidade para quantos necessitem deste tipo de esquemas.

Adicionando uma grelha com as dimensões pretendidas, algo que vários programas de desenho gráfico permitem, torna-se mais fácil obter os desenhos na escala de trabalho pretendida, podendo para tal jogar com ampliações ou reduções dos esquemas originais.

O esquema que apresentamos, referente a um Land Rover Série 3 88", modelo Santana de 1975, altura em que eram idênticos aos seus congéneres ingleses, com a excepção de detalhes que não são relevantes para o efeito, permite uma ideia do que se pode encontrar neste "site" que aconselhamos, desde já, a visitar.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Operações de socorro no rio Tua


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Encosta escarpada nas margens do rio Tua

O helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) que participou nas operações de resgate das vítimas do descarrilamento de um comboio na linha do Tua esteve parado por falta de combustível durante duas horas.

Dado que o helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que estivera no local já tinha regressado a Matosinhos, nesse espaço de tempo, entre as 22:00 e as 00:00 em que o Bell UH-1 do SNBPC aguardou reabastecimento no aeródromo de Vila Real, não teria sido possível proceder ao resgate de quem que tivesse sido então encontrado.

Após resgatar os dois sobreviventes do acidente e de os transportar para Vila Real, o helicóptero do SNBPC, o único existente no Norte do País, já não voltou ao local.

Tal deveu-se ao facto de a bomba de combustível, de acionamento eléctrico, se ter avariado, pelo que o combsutível teve que ser obtido no heliporto de Armamar, normalmente só usado durante o Verão para combate aos incêndios florestais e distante cerca de 50 km.

No entanto, por inexistência de recipientes apropriados, foi apenas possível aos bombeiros de Armamar transportar 200 dos 1.000 litros de combustível solicitados, pelo que o helicóptero se viu obrigado a usá-los para atingir o heliporto onde reabasteceu.

É de notar que este tipo de equipamento carece de uma particular atenção e deve ser testado periodicamente e não apenas quando começa a época de incêndios e o heliporto se encontra ao serviço dos bombeiros, sem o que situações como esta podem acontecer.


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Operações de resgate (imagem Lusa)

Dado que o SNBPC apenas dispõe de dois helicópteros, incluindo este, normalmente baseado em Santa Comba Dão e outro, que opera a partir de Loulé, não foi sequer equacionada a possibilidade de accionar meios alternativos.

Igualmente grave, foi a falta de comunicações entre as equipas no terreno e a tripulação do helicóptero do SNBPC, devido à falta de um rádio capaz de operar nas frequências aeronáuticas e essencial para coordenar operações com meios aéreos.

Numa zona em que os telemóveis raramente têm rede, o local do acidente é, segundo os bombeiros presentes, "dos poucos onde os telemóveis funcionam, mas mesmo assim com falhas", facto que permitiu às vítimas pedir socorro, mas que não permite a utilização deste meio para efeitos de coordenação de operações.

Esta situação pode ser obviada através da instalação de um retransmissor num ponto mais alto localizado na zona de operações, mas o SNBPC optou por não o fazer, o que, logicamente, agravou as dificuladades desta missão.

Parece que o SNBPC, a partir do momento em que foram recolhidos os dois sobreviventes, assumiu que os restantes ocupantes estariam mortos, dado que só assim se compreendem as declarações do Comandante Nacional das Operações de Socorro prestadas durante o dia de ontem.

Numa declaração televisionada, este responsável enfatiza o facto de não ser necessária a permanência do helicóptero, considerando que já teriam sido salvos os sobreventes do acidente, pelo que da sua não disponibilidade, não haveria consequências graves para ninguém.

Esta posição, que vem na mesma linha de uma declaração do Ministro da Saúde, no sentido de não ser possível provar que uma intervenção mais rápida tivesse salvo a vida de um homem que faleceu em consequência de acidente que se verificou em Odemira, onde se verificou uma demora no socorro, deve ser igualmente repudiada.

Efectivamente, só é possível haver certezas no caso de uma não intervenção, certos de que o resultado inevitável será a morte do acidentado, enquanto, por outro lado, mesmo com esforço e eficiência, não se pode garantir o sucesso da operação de socorro.

Logicamente, este conceito e a própria linha de argumentação é inaceitável sob qualquer ponto de vista, colidindo contra todos os princípios básicos que devem orientar as operações de socorro e submetendo-as a um economicismo desumanamente criminoso.

Se houve efectivamente falhas, como tudo parece indicar, o essencial é investigá-las e corrigi-las, nunca escamoteá-las, escondendo a verdade numa teia de justificações que apenas aumentam a desconfiança num sistema de socorro que surge, cada vez mais, como incapaz de prestar um auxílio rápido às populações.

Gmail para todos


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Acesso ao Gmail via "browser"

A criação de um endereço de Gmail deixou de estar dependente de convite e encontra-se agora à disposição dos internautas de todo o Mundo.

Actualmente disponível em mais de 40 línguas diferentes e com um conjunto de características que por diversas vezes mencionamos, esta é a plataforma e correio electrónico por que optamos, seja para endereços a nível individual, seja para os que estão associados a um domínio específico.

Para os que ainda não têm um endereço deste sistema fornecido pela Google, que presumimos serem raros, basta visitar o "site" do Gmail para proceder à inscrição e começar de imediato a utilizar o serviço que consideramos entre os melhores, se não o melhor, da actualdade.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Copiks PhotoMapper 0.2


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Écran de Copiks PhotoMapper 0.2

Também "freeware" como outros produtos que temos apresentado, o Copiks PhotoMapper é um utilitário destinado a colocar informação posicional proveniente de um GPS em fotografias digitais através da inclusão de dados em formato EXIF.

A informação pode ser fornecida quer manualmente, quer através de um ficheiro no tradicional formato NMEA exportado de um GPS e os "thumbnails" das fotos resultantes podem ser, posteriormente, importadas para o Google Earth, de modo a ilustrar um itinerário percorrido.

Para efeitos de apresentação de um percurso, de composição de um "road book" interactivo ou mesmo para fins profissionais, este programa gratuito é um complemento útil para todos quantos se interessam pela orientação e usam o Google Earth como suporte.

Acidente na linha do Tua


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Comboio na linha do Tua (foto Expresso)

Confundir causas com consequências parece ser uma estratégia típica de desculpabilização montada pelas entidades responsáveis por serviços ou equipamentos cujas falhas originam acidentes.

O descarrilamento de um comboio na linha do Tua de que resultou a presumível morte de três tripulantes é disso exemplo, se atentarmos às declarações de responsáveis da Refer, empresa responsável pelo estado de conservação e pela manutenção da mesma.

Segundo as declarações prestadas a queda de pedras teria, por um lado, descalçado a via retirando-lhe a sustentação e por outro atingido a composição na fente e na parte lateral, empurrando-a para o abismo.

Dito desta forma tal parece uma infeliz coincidência, um daqueles acidentes absurdos que, apesar de uma probabilidade mínima, podem acontecer e curiosamente tendem a repetir-se entre nós, dando uma aura de inevitabilidade à "Lei de Murphy".

Mas se em vez de aceitar pacificamente estas conclusões tentarmos elaborar um pouco, alguns factores fundamentais que contribuiram decisivamente para o sucedido podem e devem ser alterados, resultando numa abordagem completamente diferente da descrita pela Refer.

Por um lado, atribuir meramente ao acaso a queda de pedras capazes de provocar este acidente é redutor, pois em zonas onde a possibilidade exista devem ser tomadas medidas para o evitar, como a colocação de redes de protecção nas encostas de modo a evitar deslizamentos, ou a remoção de pedras de maior dimensão que possam provocar um descarrilamento.

Por outro lado estes acidentes acontecem quando um comboio está a passar, pelo que é óbvio que o deslocamento de terras resulta da vibração provocada pela composição quando esta se aproxima, bem como do próprio peso quando passa no local, razão pela qual existe uma relação directa entre a circulação e as supostas causas do acidente.

Como não está disponível e seria difícil de instalar um sistema automático que alerte para danos na via, estes são detectados da pior forma, ou seja, quando ocorre um acidente, dado que uma mera inspecção visual dificilmente pode detectar estas falhas ou perigos potenciais.

Conclui-se que, para além de uma eventual falta de manutenção e de cautelas, a verdadeira causa não é a suposta queda de pedras, fruto de um azar que parece ser tradicional entre nós, mas sim o que provocou o seu desprendimento, ou seja, o movimento da própria composição que circulava numa zona cujo perigo é reconhecido por todos.

Desta forma, sendo a causa diferente, a justificação da Refer acaba por não passar de uma tentativa de refutar a responsabilidade objectiva que tem, sendo inaceitável que se possam aceitar como um mero capricho da Natureza as causas apontadas pela empresa para a ocorrência deste acidente.

Esperamos que, como de costume, o inquérito não seja esquecido e que seja feito com todo o rigor, de modo a que sejam apurados os verdadeiros responsáveis e se evite que situações semelhantes se repitam impunemente no futuro.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Tremor de terra em Portugal


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Efeitos de um tremor de terra

Quando se verifica um abalo de terra em Portugal, mesmo que pequeno, surgem as comparações com o terramoto de 1755 e sérias interrogações quanto à capacidade de alerta às populações e de resposta por parte dos meios de socorro.

Logicamente, nenhum País, tem a capacidade de, só por sí, prestar o socorro necessário no caso de um abalo sismíco grave, podendo verificar-se uma excepção no caso da Rússia, que, por razões geográficas dispoem de meios distribuidos pelo seu extenso território, dos quais a maioria não será afectado ou compronetido, os quais pode deslocar com facilidade para zonas afectadas.

No entanto, entre nós o problema começa logo nas entidades que devem dar o alerta e prestar informações ao público, como o caso do Instituto de Meteorologia, que neste caso falhou clamorosamente, com um "site" permanentemente desactualizado que apenas contribuiu para aumentar os receios das populações, sobretudo as do Sul do País, onde o efeito do tremor foi mais sentido.

E se o próprio sistema de alerta e seguimento falha, então o que poderá suceder com os meios de socorro, que necessitam de informação precisa sobre os efeitos, incluindo áreas atingidas e com que força, possibilidade de agitação no mar ou eventuais réplicas?

A existência de um sistema de aviso das populações, utilizando os recursos actualmente disponíveis não exige custos particularmente altos, bastanto recorrer a um pouco de imaginação e demonstrar alguma iniciativa.

No passado, sugerimos que fossem enviados alertas para os telemóveis registados nas antenas das zonas afectadas, de modo a que apenas os potenciais interessados fossem avisados, evitando assim situações de pânico em áreas onde não se verifique qualquer perigo eminente.

Este sistema foi, igualmente, sugerido para situações tão diversas como o desaparecimento de menores ou perigos rodoviários, sendo que, em várias situações, esbarra com uma legislação caduca que apenas facilita a vida a quem não a respeita.

O susto de hoje, que felizmente não passou disso mesmo, demonstrou uma série de fragilidades, mesmo a nível central, que não transmite um mínimo de confiança nem às populações, nem aos meios de socorro que venham a ser acionados em caso de catástrofe.

Apresentado o Windows Mobile 6


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Écran do novo Windows Mobile 6

A Microsoft revelou na feira 3GSM, em Barcelona, o seu novo sistema operativo Windows Mobile 6 para dispositivos móveis

Entre as novas características, incluem-se a segurança acrescida, visualização de e-mails nos formatos mais standard e visualização de gráficos em formato original, tal como novas possibilidades a nível de voz sobre IP ou VoIP nos telemóveis.

O novo Windows Mobile 6 está visualmente mais parecido com o recém apresentado Windows Vista, e começará a estar disponível a partir do segundo trimestre deste ano, sendo expectável que os produtos feitos à medida do novo sistema operativo surjam na segunda metade de 2007.

O novo produto da Microsoft suporta o Windows Live Instant Messaging, bem como o e-mail associado, cujas mensagens podem ser puxadas instantaneamente do servidor e permite saber permanentemente quem se encontra "on-line".

Em termos de segurança, existe uma nova protecção para dados armazenados, quer no aparelho, quer no cartão, cuja informação passa a poder ser encriptada.

Muitas das possibilidades do novo Mobile 6 dependerão dos operadores de comunicações e dos prestadores de serviços, como os que garantem o acesso à Internet ou gerem servidores de correio electrónico, mas a Microsoft já criou as bases a nível de sistema operativo para que todo este conjunto de novas funções possam ser utilizadas assim que disponíveis.

Esta é uma evolução que, dependendo do preço e das características do dispositivo móvel poder explorar um conjunto de funções inovadoras, aconselhamos a efectuar, sobretudo aos que pretenderem recorrer ao VOIP para efectuar chamadas de baixo custo.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O que esconde a abstenção


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Este pode ser o último dos referendos

Temos abordado, por diversas vezes, questões relacionadas com o envolvimento e a participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas, pelo que não podemos deixar passar o referendo ontem realizado sem qualquer comentário.

Mais do que os resultados, que podem ser interpretados de diversas formas, o nível de abstenção neste último referendo, que bem pode ser mesmo o último, merece alguma reflexão.

A baixissima taxa de participação dos eleitores, que alguns comentadores tentam escamotear usando argumentos que vão desde a desactualização dos cadernos eleitorais até às condições climatéricas, tem que ser analisada sob uma perspectiva mais séria e interpretada de acordo com os múltiplos sinais que os cidadãos têm enviado e a classe política teima em ignorar.

Aliás, tendo em conta os custos, na ordem dos 9.000.000 de euros e o facto de uma percentagem abaixo dos 50% resultar num resultado não vinculativo, já alguns começam a sugerir a inutilidade desta forma de consulta ou mesmo a abolição do limite que torna válido este processo.

No entanto, a falta de participação traduz, no essencial, uma mensagem clara e que se centra na desconfiança perante um sistema político em que os portugueses cada vez menos se reconhecem e diante de uma classe dirigente que protagoniza um verdadeiro autismo, demonstrando a mais completa incapacidade de escutar o sentir popular.

Se bem que esta tendência se venha a verificar desde há anos, factores como a actual perda de poder de compra, o falhanço de serviços vitais do Estado ou a perda de regalias, sentida pela esmagadora maioria dos eleitores, gera revolta e uma óbvia animosidade que tem eco da única forma que ainda é escutada, mesmo que, normalmente, erradamente interpretada.

A mensagem de divórcio entre o sistema político e os seus protagonistas e os cidadãos, acaba por ser expressa na absentenção, que, mais do que um hipotético alheamento, é um grito de revolta por parte de quem se vê sucessivamente ignorado quando tenta influenciar decisões que directamente o afectam.

É inútil dar exemplos, mas todos quantos tentaram, mesmo que em representação de uma associação, marcar uma audiência, enviar ou fazer uma proposta, contribuir com sugestões, de forma voluntária e graciosa, saberão que, a menos que beneficiem de circunstâncias excepcionais, não tiveram direito a mais do que a um vago agradecimento que traduz um rápido arquivamento do processo sem que, efectivamente, tenha sido analizado por qualquer responsável político com capacidade de decisão.

A resposta é, portanto, inevitável e traduz a indiferença recíproca entre eleitores e eleitos, que tende a transformar-se em franca hostilidade, manifestando-se com cada vez maior veemência nas poucas ocasiões em que alguém está disposto a escutar o apelo de um povo que se revolta.

Falhas de linha telefónica e de energia: "router" e UPS


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Um "router" Linksys WRT54G3G-ST

Em todo o País, mas com especial incidência fora dos grandes centros urbanos, as falhas a nível de fornecimento de energia eléctrica e das próprias linhas telefónicas, essenciais para a transmissão de dados, obrigam a adoptar soluções alternativas, capazes de manter em funcionamento sistemas informáticos essenciais à produtividade de quem deles depende.

Mesmo sendo da responsabilidade dos prestadores de serviço assegurar a sua continuidade, acaba por ser dos clientes ou utilizadores a iniciativa de tomar medidas no sentido de se precaver contra falhas alheias.

As medidas de contingência devem, obviamente, ser planeadas de forma antecipada e passam pela aquisição de equipamentos que permitam manter a operação normal, mesmo que um pequeno decréscimo de "performance", em caso de falha de algum dos prestadores de serviços.

No caso de falhas eléctricas, mesmo para quem utiliza um computador portátil, portanto com autonomia, a aquisição de uma unidade de alimentação ininterrupta, tambem designada por UPS ou "uninterrupted power supply", é essencial, devido, sobretudo, às sobretensões e variações de corrente e à necessidade de manter em funcionamento outros equipamentos.

Uma UPS tem, ainda, a vantagem de aumentar a autonomia de um portátil, sendo que só após esta estar esgotada começara a usar a sua própria bateria.

Para evitar interrupções no acesso à Internet, sugere-se um sistema redundante, que utilize primariamente a banda larga, seja cabo ou ADSL, e possa, em caso de necessidade, usar os serviços de dados um operador móvel.

Actualmente, todos os operadores oferecer ligações de alta velocidade a preço cada vez mais competitivos, sendo, obviamente de verificar a cobertura efectiva, o que pode ser feito através dos respectivos "sites", ou recorrendo a um telemóvel de 3ª ou, preferencialmente, de 3.5ª geração, que dará algum tipo de indicação relativamente à capacidade da rede no local pretendido.

A nossa proposta vai no sentido de um "router" com possibilidade de usar uma conexão Ethernet a um modem de cabo ou ADSL, e com "slot" para uma placa de dados de um operador móvel pode ser uma solução, sendo disso exemplo o Linksys WRT54G3G-ST.

Para além de implementar um conjunto de funções de segurança, essenciais nos dias de hoje, este equipamento suporta até 4 computadores ligados via Ethernet por cabos, para além de permitir comunicações sem fios locais.

Mesmo sendo uma solução que, globalmente, atinge valores na ordem dos 400 euros, sem contar eventuais serviços de instalação, os custos em termos de perda de produtividade, de que os operadores tendem a não ressarcir os seus clientes, bem podem justificar o investimento deste montante.

domingo, fevereiro 11, 2007

Novas torres de vigilância da floresta


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Torre de vigilância florestal

O Governo, através dos ministérios da Administração Interna (MAI) e da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP), anunciou a construção de 103 novas torres de vigilância destinadas a uma detecção mais rápida dos incêndios florestais.

Estas torres vão dispor de equipamentos videovigilância e espera-se que 30 já estejam prontas este Verão.

Em declarações prestadas aos jornalistas durante a apresentação de uma nova torre de vigilância das florestas, o titular do MADRP, Jaime Silva, explicou que as novas torres se destinam a substituir as actuais, algumas das quais bastante degradadas, mas que se mantêm operacionais.

Assim, o processo de substituição será gradual, começando pelas torres com menos condições de operacionalidade e irá prolongar-se até 2008, altura em que as novas torres estarão instaladas na sua totalidade.

Este investimento de 2.500.000 euros, segundo o ministro do Estado e da Administração Interna, António Costa, "vale a pena" dado potenciar "a eficácia na primeira intervenção", numa opção seguida neste último ano e que o Governo pretende manter.

Nesta vertente, nas palavras de António Costa, "é preciso detectar cedo e dar o alerta" é essencial para evitar que pequenos focos possam ser prontamente combatidos, evitando assim que assumam proporções que os tornem incontroláveis.

Para além dos novos postos de vigia e do equipamento, será efectuada uma campanha de sensibilização da população, num investimento total que se estima em 4.500.000 de euros nos próximos três anos, visando aumentar a vigilância das florestas na prevenção de incêndios.

A implementação de sistemas de videovigilância, sobretudo se puderem ser activados remotamente e incluirem módulos de infravermelhos, capazes de efectuar detecções de variações térmicas, se associadas a um "software" correctamente desenvolvido, é um dos processos mais eficazes de obter bons resultados com custos controlados.

No entanto, para que os resultados sejam optimizados, é necessária a implementação de um sistema de comunicações eficaz e de localização precisa dos focos referênciados, eliminando o arcaico sistema de triangulação onde se torna necessário que várias torres cruzem ângulos para se determinar o local preciso da ocorrência.

A cartografia digital, com imagens tridimensionais é um auxiliar importante, que permite uma fácil identificação do terreno e a determinação precisa da ocorrência, podendo contribuir para a rapidez da intervenção e facilitar o próprio planeamento da intervenção de meios aéreos.

As soluções propostas devem ser vistas de forma integrada e complementar, aliando um conjunto de novas tecnologias com meios mais tradicionais, para o que é obrigatório, para além de um correcto planeamento, a formação contínua dos vigilantes, não apenas para potenciar os resultados, mas como forma de valorização pessoal que estes, sem dúvida, bem merecem.

Hoje é dia de referendo


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Abertura de uma urna de votos

Não faz sentido queixarmo-nos quando consideramos que ideias, propostas ou outras formas de intervenção cívica são ignoradas e demitir-nos das nossas responsabilidades quando surgem as escassas oportunidades de participar nos destinos do País a que temos acesso.

Hoje é dia de referendo e uma das raras ocasiões em que o poder político, mesmo que por razões pouco claras, opta por dar a palavra aos eleitores e lhes confere o direito e o dever de decidir numa questão particularmente polémica.

Para além do que está na pergunta, o próprio princípio da participação referendária está em jogo, pois as elevadas taxas de abstenção que se verificaram anteriormente poderão no futuro determinar o fim desta forma de consulta popular.

Apelamos a todos, mesmo aqueles para quem a questão colocada faça pouco sentido, ou que não tenham uma opinião formada, para que não deixem passar esta oportunidade de se manifestar, participando no referendo que hoje se realiza.