Numa entrevista recente, uma eurodeputada portuguesa manifestou a sua satisfação pelo facto de o Parlamento Europeu ter concordado com um projecto onde, entre outras verbas, são contempladas quantias para o combate à desertificação e para a reposição de áreas integradas na rede europeia Natura 2000 devastadas pelos incêndios florestais.
Sem por em causa a utilidade destas verbas, não se pode deixar de realçar o facto de estarmos perante a utilização de dinheiros do orçamento comunitário numa tentativa de suprir faltas graves do Estado português no ordenamento do território, a nível do desenvolvimento do Interior e na falta de eficácia na prevenção e combate aos incêndios florestais.
Assim, estas verbas provenientes de todos os países contribuintes serão utilizadas como remendo temporário para um problema periódico, pelo que se teme que sejam pura e simplesmente desperdiçadas dada a perspectiva da manutenção do actual "status quo".
Igualmente grave, é o facto de tal desperdício ser facilmente entendido pela família europeia, ciente de que este tipo de problemas em Portugal assume contornos que nada têm a ver com o clima ou as condições meteorológicas, em tudo semelhantes à de outros países do Sul da Europa.
Arriscamo-nos, portanto, a tornarmo-nos um elemento cada vez menos desejado numa família que cresce e onde os membros mais recentes poderão, em breve, vir a ter um tratamento preferencial caso utilizem melhor do que nós os recursos disponibilizados pelo orçamento comunitário.
No fim, arriscamo-nos a ouvir a velha anedota, dos tempos idos do Pacto de Varsóvia, em que, quando perguntavam a um polaco qual a razão pela qual a União Soviética era um país irmão e os restantes membros da aliança apenas países amigos, este respondia: porque a família não se escolhe!
sábado, agosto 05, 2006
Alerta Laranja em dia de fogos
Incêndio florestal perto de Abrantes
Este alerta Laranja pressupõe o reforço da vigilância, detecção e ataque inicial de todo o dispositivo, a continuação do estado de Alerta Especial para os corpos de bombeiros, a passagem do estado de prontidão das Forças Armadas para a fase Vermelha e um reforço da vigilância aérea armada também será reforçada.
Em parte devido às altas temperaturas, mas também a alguma negligência, quatro incêndios não circunscritos lavravam no país às 15:30 horas sendo o de Coadouro-Penhasco, no concelho de Mação, o que mobilizava mais meios terrestres e aéreos, segundo informa o SNBPC.
A combater o incêndio florestal no concelho de Mação, distrito de Santarém que se iniciou hoje às 10:37, estavam 221 bombeiros, 68 veículos, um helicóptero e dois aviões, entre os quais o Beriev Be-200.
Segundo o presidente da Câmara de Mação, várias casas das povoações de Penhascoso e Casal do Barba Pouca foram ameaçadas nas últimas horas e a população mais idosa foi já aconselhada a sair das aldeias por razões de precaução.
O autarca adiantou ainda que o fogo teve origem em fagulhas de uma rebarbadora que estava a cortar ferro perto da aldeia de Penhascoso e que o alegado autor do incêndio, que pode ser acusado por comportamento negligente, já foi identificado.
Um outro incêndio, ainda não circunscrito, lavrava em Torre Penalva, no concelho da Azambuja, no distrito de Lisboa, e era combatido por 27 bombeiros e nove veículos.
Os outros dois fogos por controlar são em Mesão Frio, no concelho de Penafiel, onde 54 bombeiros apoiados por 15 veículos enfrentam as chamas, e em Esposade, no concelho de Gondomar, onde se encontram 57 bombeiros e 15 veículos.
Um outro incêndio lavrava em Baraçal-Maçal do Chão, no concelho de Celorico da Beira, mas já está circunscrito, mobilizando ainda 49 bombeiros, 12 veículos e dois helicópteros.
Em Avantos, no concelho de Mirandela, um incêndio foi circunscrito às 15:24, envolvendo ainda nas operações 25 bombeiros, seis veículos e um helicóptero.
O SNBPC informa ainda que já foi circunscrito o incêndio de Vila Nova de Paiva, no distrito de Viseu, onde se encontram ainda 77 bombeiros apoiados por 20 veículos, um helicóptero e dois aviões.
Também o fogo de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, está circunscrito, mobilizando ainda 12 bombeiros apoiados por três veículos em operações de rescaldo.
No início de um fim de semana que se prevê complicado, este foi um dos dias em que o dispositivo teve que envolver mais meios de combate, sendo de esperar que nos próximos dias não se verifiquem alterações a nível das condições meteorológicas do que resultará um esforço acrescido para os bombeiros.
Assim, e porque se continuam a verificar demasiados casos de negligência, nomeadamente no uso indevido de ferramentas, facto de que este ano já resultaram vítimas mortais, é de apelar a todos que ajam com a máxima cautela e respeitem as disposições legais em vigor, nomeadamente em termos de circulação e de uso de equipamentos.
sexta-feira, agosto 04, 2006
Área ardida é 1/6 do ano anterior
Floresta: um bem cada vez mais raro em Portugal
O mais recente relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) divulgado esta quinta-feira, revela que nos primeiros sete meses deste ano arderam 13.971 hectares, enquanto no período homólogo de 2005 foram consumidos 91.627 hectares de floresta.
O número de incêndios registado pela DGRF neste período ascende a 12.425, 1.390 dos quais fogos florestais e 11.035 fogachos, fogos com menos de um hectare, enquanto no mesmo período de 2005 já tinham sido registados 20.044 incêndios.
Em declarações à agência Lusa, o sub-director da DGRF para a área da defesa da floresta contra incêndios escusou-se a comparar estes dados com anteriores, alegando ser "prematuro fazer qualquer comparação".
Paulo Mateus invocou porém alguns factores meteorológicos registados este ano, referindo nomeadamente "alguns picos de calor, mas também algumas chuvas", que podem explicar os números.
"Mas há muitos mais factores de ordem meteorológica, e outros, que não temos contabilizado", disse, acrescentando que "de uma forma global, houve várias factores que podem ter contribuído ou não".
Uma "maior eficácia na primeira intervenção nos incêndios, de que há alguns indícios, a maior aposta na prevenção, alguns trabalhos de fogo controlado que têm sido realizados no Inverno e que têm diminuído o combustível existente no verão", foram também factores mencionados por Paulo Mateus.
O ministro da Administração Interna, António Costa, considerou que ainda é cedo para fazer um balanço dos fogos florestais, alertando que a "fase mais difícil do ano" está agora a começar.
Em declarações aos jornalistas em Viseu, onde esteve reunido com responsáveis do Centro Distrital de Operações de Socorro, o governante lembrou que, "em anos anteriores, 63% da área ardida foi durante o mês de Agosto", salientando que ainda "é cedo para fazer um balanço".
É obviamente cedo para tirar conclusões mas para além do factor meteorológico, o facto de a floresta portuguesa ter sido dizimada em anos sucessivos, de que resultou uma menor área de risco, permite concentrar meios e aumentar zonas de descontinuidade, muitas elas criadas pelos próprios incêndios.
Assim, as comparações em termos de áreas ardidas são quase inúteis, pelo que deve haver uma maior reflexão relativamente a questões de segurança, reflorestamento e prevenção, habitualmente esquecidas no Verão, a pretexto da prioridade no combate, e no Inverno, quando o risco de incêndio aparentemente não existe.
Respiração Boca-A-Boca
Quando alguém é vítima de asfixia (em virtude de afogamento ou de inalar fumo no contexto de um incêndio) a rapidez nos prontos socorros é essencial. Já anteriormente tinhamos escrito um texto sobre como prestar prontos-socorros a gatos vítimas de asfixia. Para aqueles que não saibam como ministrar respiração boca-a-boca a seres humanos, aqui ficam os passos a seguir:
1º) Certifique-se que as vias respiratórias não estão obstruidas por qualquer objecto estranho ou secreção que impeça a passagem de ar. Endireite o pescoço da vítima para que o ar possa passar; ponha uma mão na nuca e levante o pescoço; apoie a outra mão na testa e force a cabeça para trás. Se puder, enrole uma pequena toalha e ponha-a debaixo do pescoço da vítima, de modo a manter a cabeça inclinada para trás. Em seguida, abra a boca, pressione a língua para baixo e veja se há algum objeto ou secreção que impeça a passagem de ar. Caso haja remova-o com os dedos.
2º) Caso a vítima continue a não respirar, alargue as suas roupas, mantenha o pescoço dela esticado e dê início à respiração artificial.
3º) Feche as narinas da vítima usando os dedos da mão que está sobre a testa.
4º) Inspire fundo, abra a sua boca e coloque-a sobre a boca da vítima (se for uma criança, cubra também o nariz com sua boca).
5º) Sopre o ar até ver que o tórax da vítima se movimenta como quando se respira normalmente. Use força com adultos, suavidade com crianças.
6º) Retire a sua boca, para que a pessoa possa expirar.
7º) Mantenha o ritmo de 18 a 20 respirações por minuto, no caso de adultos, e 15 a 18, no caso de crianças.
8º) Se verificar que a vítima voltou a respirar, interrompa a respiração artificial, mas mantenha-se vigilante. Ela pode parar de respirar novamente.
Por fim, mesmo que a vítima não volte a respirar sozinha, se possivel não desista até que chegue a ambulância. Há casos documentados de socorristas que não desistiram, mesmo quando todos em volta lhes diziam que não valia a pena e que a vítima já estava morta; e a cuja persistência e coragem elas devem a sua vida.
1º) Certifique-se que as vias respiratórias não estão obstruidas por qualquer objecto estranho ou secreção que impeça a passagem de ar. Endireite o pescoço da vítima para que o ar possa passar; ponha uma mão na nuca e levante o pescoço; apoie a outra mão na testa e force a cabeça para trás. Se puder, enrole uma pequena toalha e ponha-a debaixo do pescoço da vítima, de modo a manter a cabeça inclinada para trás. Em seguida, abra a boca, pressione a língua para baixo e veja se há algum objeto ou secreção que impeça a passagem de ar. Caso haja remova-o com os dedos.
2º) Caso a vítima continue a não respirar, alargue as suas roupas, mantenha o pescoço dela esticado e dê início à respiração artificial.
3º) Feche as narinas da vítima usando os dedos da mão que está sobre a testa.
4º) Inspire fundo, abra a sua boca e coloque-a sobre a boca da vítima (se for uma criança, cubra também o nariz com sua boca).
5º) Sopre o ar até ver que o tórax da vítima se movimenta como quando se respira normalmente. Use força com adultos, suavidade com crianças.
6º) Retire a sua boca, para que a pessoa possa expirar.
7º) Mantenha o ritmo de 18 a 20 respirações por minuto, no caso de adultos, e 15 a 18, no caso de crianças.
8º) Se verificar que a vítima voltou a respirar, interrompa a respiração artificial, mas mantenha-se vigilante. Ela pode parar de respirar novamente.
Por fim, mesmo que a vítima não volte a respirar sozinha, se possivel não desista até que chegue a ambulância. Há casos documentados de socorristas que não desistiram, mesmo quando todos em volta lhes diziam que não valia a pena e que a vítima já estava morta; e a cuja persistência e coragem elas devem a sua vida.
quinta-feira, agosto 03, 2006
Comando político único para os incêndios
O presidente da comissão parlamentar eventual dos fogos florestais defendeu a criação de um "comando político único" que coordene todo o trabalho referente às florestas, actualmente dividido pelos ministérios da Administração Interna, Agricultura e Ambiente.
Segundo Rui Vieira "há necessidade de aprofundar mais a coordenação" que, na sua opinião terá de ser feita "por um responsável governamental".
"Esta é a opinião da comissão. Não perguntamos se o Governo vai por em prática esta recomendação", afirmou o deputado, defendendo que a dispersão pelos ministérios torna a política "muito difícil de coordenar".
O deputado defendeu ainda que o Governo "se deve organizar no sentido de haver mais eficácia e mais coordenação a toda esta vastíssima área da protecção e da defesa da floresta nacional".
Segundo o secretário de Estado das Florestas o "Governo entende que a peça essencial é o Sistema Nacional da Defesa da Floresta contra Incêndios", que "estabelece claramente as responsabilidades quer na vigilância, fiscalização e combate", pelo que "agora há uma definição clara de responsabilidades".
Efectivamente, depende de diversos ministérios o comando político relativo aos incêndios florestais, com a área da prevenção na Agricultura e o combate na Administração Interna, verificando-se uma franca subalternização do Ambiente.
Dado que a primazia continua a ser dada ao combate e é este o ministério politicamente mais forte, existe quem defenda que seja o Ministério da Administração Interna a coordenar o esforço a nível político, opção que apenas viria a dar mais força a uma opção manifestamente errada.
Em nossa opinião, esta é uma direcção que, em termos estratégicos e de longo prazo, depende do desenvolvimento do território, de onde poderão ser criadas as condições para uma prevenção eficaz e, em última instância, para que haja recursos de combate nas zonas mais desfavorecidas do Interior.
A forma como se tenta dividir em áreas estanques esta luta e a consequente direcção política, tem sido uma das razões pelas quais nunca houve qualquer sucesso, não obstante o esforço de quem no terreno luta para o conseguir.
Assim, a direcção política deverá estar sob a direcção de quem tutele o Ordenamento do Território e o Desenvolvimento Regional, desde que este tenha real força a nível do Governo, pois só das opções tomadas a este nível depende, em última instância, uma solução duradoura.
Segundo Rui Vieira "há necessidade de aprofundar mais a coordenação" que, na sua opinião terá de ser feita "por um responsável governamental".
"Esta é a opinião da comissão. Não perguntamos se o Governo vai por em prática esta recomendação", afirmou o deputado, defendendo que a dispersão pelos ministérios torna a política "muito difícil de coordenar".
O deputado defendeu ainda que o Governo "se deve organizar no sentido de haver mais eficácia e mais coordenação a toda esta vastíssima área da protecção e da defesa da floresta nacional".
Segundo o secretário de Estado das Florestas o "Governo entende que a peça essencial é o Sistema Nacional da Defesa da Floresta contra Incêndios", que "estabelece claramente as responsabilidades quer na vigilância, fiscalização e combate", pelo que "agora há uma definição clara de responsabilidades".
Efectivamente, depende de diversos ministérios o comando político relativo aos incêndios florestais, com a área da prevenção na Agricultura e o combate na Administração Interna, verificando-se uma franca subalternização do Ambiente.
Dado que a primazia continua a ser dada ao combate e é este o ministério politicamente mais forte, existe quem defenda que seja o Ministério da Administração Interna a coordenar o esforço a nível político, opção que apenas viria a dar mais força a uma opção manifestamente errada.
Em nossa opinião, esta é uma direcção que, em termos estratégicos e de longo prazo, depende do desenvolvimento do território, de onde poderão ser criadas as condições para uma prevenção eficaz e, em última instância, para que haja recursos de combate nas zonas mais desfavorecidas do Interior.
A forma como se tenta dividir em áreas estanques esta luta e a consequente direcção política, tem sido uma das razões pelas quais nunca houve qualquer sucesso, não obstante o esforço de quem no terreno luta para o conseguir.
Assim, a direcção política deverá estar sob a direcção de quem tutele o Ordenamento do Território e o Desenvolvimento Regional, desde que este tenha real força a nível do Governo, pois só das opções tomadas a este nível depende, em última instância, uma solução duradoura.
Quatro incêndios florestais em Portugal
Incêndio florestal em Portugal
Em Meãs, no concelho de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, 71 bombeiros auxiliados por 20 viaturas e dois meios aéreos combatiam as chamas que deflagraram ao início da tarde.
Igualmente por circunscrever, estava outro incêndio, em Murteira, no concelho de Santarém, que mobiliza 53 bombeiros auxiliados por 15 viaturas e um meio aéreo.
Entretanto, foram dados como circunscritos dois outros incêndios, um em Castelo, no concelho de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, que foi combatido por 29 bombeiros com a ajuda de oito viaturas e três meios aéreos, e outro em Vila Seca, no concelho de Tábua no distrito de Coimbra, controlado por 47 bombeiros, auxiliados por 11 viaturas.
Com a subida de temperatura, o reaparecimento das chamas era inevitável mas, por enquanto, não se verificam nem os valores atingidos durante o ano passado, nem uma persistência de tempo quente que leve a uma situação de ruptura.
Com o tempo quente a manter-se até à próxima semana, estes vão ser dias que se prevêm complicados, sobretudo durante o fim de semana, altura em que deve haver um pico a nível de temperaturas.
No entanto, é ainda cedo para tirar conclusões sobre as alterações introduzidas no dispositivo, bem como na área da gestão de efectivos, uma das que durante o ano passado mereceram algumas das críticas que fizemos.
A questão dos efectivos, de que resulta em parte, o tipo de opção tácticas, foi algo que abordamos num texto que mantém a actualidade, dado a existência de condicionalismos demográficos que só através de medidas estruturais podem ser modificados, e que deveria merecer uma análise profunda por parte dos responsáveis governativos.
quarta-feira, agosto 02, 2006
Fundação Focus vai reflorestar 32 hectares de floresta ardida em Seia
Depois dos fogos terem destruído, no ano passado, mais de 44 hectares de medronheiro na freguesia de Teixeira, em Seia, a Fundação Focus - Assistência Humanitária anunciou que vai reflorestar 32.8 hectares.
Segundo o presidente da câmara, Eduardo Brito, o objectivo do plano de reflorestação com medronheiro é "reactivar uma das principais fontes de receita daquelas populações".
O medronho, fruto do medronheiro, é utilizado na produção de aguardente que, a par da produção de mel e da prática agrícola, constitui um dos meios de subsistência das populações locais.
Para além da reflorestação, está prevista a nível de defesa da floresta a abertura de faixas de gestão e a redução do material combustível existente.
A Fundação Focus - Assistência Humanitária é uma agência internacional de ajuda de emergência que proporciona meios de auxílio e assistência durante e após uma situação de calamidade, reconhecida pelo Governo português através de um acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A acção desta e de outras entidades que actuam na área da assistência humanitária, muitas vezes com fraca divulgação, têm sido absolutamente essenciais na recuperação não apenas da actividade económica, mas também de muitos dos bens que foram destruidos pelos incêndios, sendo normalmente mais rápidas a agir do que o próprio Governo.
Segundo o presidente da câmara, Eduardo Brito, o objectivo do plano de reflorestação com medronheiro é "reactivar uma das principais fontes de receita daquelas populações".
O medronho, fruto do medronheiro, é utilizado na produção de aguardente que, a par da produção de mel e da prática agrícola, constitui um dos meios de subsistência das populações locais.
Para além da reflorestação, está prevista a nível de defesa da floresta a abertura de faixas de gestão e a redução do material combustível existente.
A Fundação Focus - Assistência Humanitária é uma agência internacional de ajuda de emergência que proporciona meios de auxílio e assistência durante e após uma situação de calamidade, reconhecida pelo Governo português através de um acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A acção desta e de outras entidades que actuam na área da assistência humanitária, muitas vezes com fraca divulgação, têm sido absolutamente essenciais na recuperação não apenas da actividade económica, mas também de muitos dos bens que foram destruidos pelos incêndios, sendo normalmente mais rápidas a agir do que o próprio Governo.
Banco de voluntariado da Lousã com 146 inscritos
O município da Lousã tem constado várias vezes deste "blog" como exemplo do que se faz de melhor em termos de prevenção e combate aos incêndios florestais, incluindo-se neste capítulo diversas medidas ou iniciativas que devem ser tido como exemplos e o esfoço dos elementos do CMA aí localizado.
Depois da implementação de zonas de silvicultura de descontinuidade, evitando grandes extensões de áreas combustíveis, de modo a facilitar o trabalho dos bombeiros, a criação de condições propícias à colaboração da sociedade civil, através do recurso ao voluntariado, obriga-nos a voltar a mencionar este Município.
Até final de Julho, um total de 146 voluntários inscreveu-se, no Banco de Voluntariado da Lousã, sendo que a maior percentagem, 59 cidadãos, optou pela colaboração a nível da Protecção Civil Municipal.
De salientar que o voluntariado no concelho da Lousã exerce-se em diferenciadas áreas de intervenção, como a Educação, a Solidariedade Social, a Saúde, a Cultura ou o Desporto, num total de 17 entidades.
O Banco de Voluntariado da Lousã foi constituido em Novembro de 2003, tendo desde então uma elevada adesão por parte de cidadãos e entidades e assume-se como um "veículo de fulcral importância, tentando optimizar os recursos locais e como forma de promover a humanização na prestação de cuidados à comunidade".
Temos insistido, desde o início, na inclusão de voluntários no esforço de prevenção dos fogos florestais, não só através da participação em actividades concretas, mas também como forma de unir a sociedade em torno de causas comuns.
Mas também somos da opinião de que deve haver uma forma de retribuição, nomeadamente em termos de formação, ou mesmo a nível fiscal, que diferencie quem opta por desenvolver uma actividade solidária de quem se alheia dos problemas que todos enfrentamos.
Assim, será do interesse de todos que aos voluntários sejam devidamente acarinhados e valorizados, de forma a que estes, enquanto servem de exemplo aos restantes cidadãos, sintam na prática uma discriminação positiva por parte da sociedade que servem.
Depois da implementação de zonas de silvicultura de descontinuidade, evitando grandes extensões de áreas combustíveis, de modo a facilitar o trabalho dos bombeiros, a criação de condições propícias à colaboração da sociedade civil, através do recurso ao voluntariado, obriga-nos a voltar a mencionar este Município.
Até final de Julho, um total de 146 voluntários inscreveu-se, no Banco de Voluntariado da Lousã, sendo que a maior percentagem, 59 cidadãos, optou pela colaboração a nível da Protecção Civil Municipal.
De salientar que o voluntariado no concelho da Lousã exerce-se em diferenciadas áreas de intervenção, como a Educação, a Solidariedade Social, a Saúde, a Cultura ou o Desporto, num total de 17 entidades.
O Banco de Voluntariado da Lousã foi constituido em Novembro de 2003, tendo desde então uma elevada adesão por parte de cidadãos e entidades e assume-se como um "veículo de fulcral importância, tentando optimizar os recursos locais e como forma de promover a humanização na prestação de cuidados à comunidade".
Temos insistido, desde o início, na inclusão de voluntários no esforço de prevenção dos fogos florestais, não só através da participação em actividades concretas, mas também como forma de unir a sociedade em torno de causas comuns.
Mas também somos da opinião de que deve haver uma forma de retribuição, nomeadamente em termos de formação, ou mesmo a nível fiscal, que diferencie quem opta por desenvolver uma actividade solidária de quem se alheia dos problemas que todos enfrentamos.
Assim, será do interesse de todos que aos voluntários sejam devidamente acarinhados e valorizados, de forma a que estes, enquanto servem de exemplo aos restantes cidadãos, sintam na prática uma discriminação positiva por parte da sociedade que servem.
terça-feira, agosto 01, 2006
Acidente com todo o terreno no Algarve provoca 1 morto e 8 feridos
O acidente com um veículo todo o terreno, ocorrido no Algarve, de que resultou a morte do condutor e ferimentos em 8 ocupantes, não pode deixar de ser motivo de reflexão e de preocupação para quem usa viaturas semelhantes fora de estradas alcatroadas.
Para além de lamentar profundamente o sucedido, não podemos deixar de analisar um pouco as condições de segurança em que viajam ocupantes de veículos descapotáveis, que mesmo cumprindo a lei, podem estar a colocar em risco os passageiros.
Muitos destes veículos, embora não nesta caso concreto, circulam sem qualquer reforço ou dispositivo que evite o esmagamento da totalidade dos ocupantes em caso de capotamente devidamente instalado e, mesmo que admitido por lei, sem o recurso a cintos de segurança nos bancos traseiros.
Relativamente aos dispositivos que evitem o esmagamento dos ocupantes, temos vindo a insistir na necessidade de colocar "roll-bars" nos veículos descapotáveis sujeitos a este tipo de utilização, onde um elevado número de passageiros pode ser vitimado em caso de acidente, pelo que temos vindo a publicar alguns textos com um projecto de "roll-bar" universal.
Mesmo sabendo que se perde em termos de estética e da própria sensação de liberdade inerente aos veículos descapotáveis, a colocação de um "roll-bar" intergral deverá ser obrigatória quando o propósito da utilização destas viaturas seja o transporte de passageiros e mais ainda se a idade da viatura for elevada, factor a que corresponde um risco acrescido.
Também a questão dos cintos de segurança, que não é por lei obrigatória em todos os modelos, dependente da data de matrícula, não deverá ser considerado como opcional e, mesmo sabendo que pode ser incómodo ou desagradável quando em férias, numa zona remota e a baixas velocidades, não pode haver transigência por parte de quem organize actividades a nível turístico, tal o risco que essa opção envolve.
A obrigatoriedade do uso de cintos será, provavelmente, a questão mais problemática e de mais difícil resolução, já que em férias, numa situação de lazer e aparentemente sem perigo, qualquer dispositivo de retenção dificulta o convívio e a observação do espaço em redor, parecendo quase impossível de justificar.
No entanto, olhando para as fotografias de veículos da mesma empresa, parece ser hábito que os passageiros se encontrem em pé, mesmo durante o percurso, numa atitude que contraria normas essenciais de segurança.
Nem sempre a legislação em vigor é aquela que melhor serve a segurança de quem circula num veículo motorizado, pelo que cabe aos proprietários e organizadores de actividade determinar quais os níveis de exigência mínimos que garanta a segurança dos pssageiros.
Neste caso, mesmo excluindo qualquer culpa por parte da organização, a qual só poderá ser apurada após uma investigação cuidada, deve haver uma reflexão sobre os padrões de segurança a que esta actividade se deve obrigar, de modo a evitar no futuro a repetição de um acidente semelhante.
Para além de lamentar profundamente o sucedido, não podemos deixar de analisar um pouco as condições de segurança em que viajam ocupantes de veículos descapotáveis, que mesmo cumprindo a lei, podem estar a colocar em risco os passageiros.
Muitos destes veículos, embora não nesta caso concreto, circulam sem qualquer reforço ou dispositivo que evite o esmagamento da totalidade dos ocupantes em caso de capotamente devidamente instalado e, mesmo que admitido por lei, sem o recurso a cintos de segurança nos bancos traseiros.
Relativamente aos dispositivos que evitem o esmagamento dos ocupantes, temos vindo a insistir na necessidade de colocar "roll-bars" nos veículos descapotáveis sujeitos a este tipo de utilização, onde um elevado número de passageiros pode ser vitimado em caso de acidente, pelo que temos vindo a publicar alguns textos com um projecto de "roll-bar" universal.
Mesmo sabendo que se perde em termos de estética e da própria sensação de liberdade inerente aos veículos descapotáveis, a colocação de um "roll-bar" intergral deverá ser obrigatória quando o propósito da utilização destas viaturas seja o transporte de passageiros e mais ainda se a idade da viatura for elevada, factor a que corresponde um risco acrescido.
Também a questão dos cintos de segurança, que não é por lei obrigatória em todos os modelos, dependente da data de matrícula, não deverá ser considerado como opcional e, mesmo sabendo que pode ser incómodo ou desagradável quando em férias, numa zona remota e a baixas velocidades, não pode haver transigência por parte de quem organize actividades a nível turístico, tal o risco que essa opção envolve.
A obrigatoriedade do uso de cintos será, provavelmente, a questão mais problemática e de mais difícil resolução, já que em férias, numa situação de lazer e aparentemente sem perigo, qualquer dispositivo de retenção dificulta o convívio e a observação do espaço em redor, parecendo quase impossível de justificar.
No entanto, olhando para as fotografias de veículos da mesma empresa, parece ser hábito que os passageiros se encontrem em pé, mesmo durante o percurso, numa atitude que contraria normas essenciais de segurança.
Nem sempre a legislação em vigor é aquela que melhor serve a segurança de quem circula num veículo motorizado, pelo que cabe aos proprietários e organizadores de actividade determinar quais os níveis de exigência mínimos que garanta a segurança dos pssageiros.
Neste caso, mesmo excluindo qualquer culpa por parte da organização, a qual só poderá ser apurada após uma investigação cuidada, deve haver uma reflexão sobre os padrões de segurança a que esta actividade se deve obrigar, de modo a evitar no futuro a repetição de um acidente semelhante.
Jornalismo de uma guerra distante
Bombardeamento noturno sobre Beirute
Apesar de neste último domingo 83 bombeiros, apoiados por 23 veículos e um helicóptero combaterem um incêndio florestal que continuava por circunscrever ao cair da noite, no concelho de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, e de três outros se encontrarem em fase de rescaldo, tal passou ao lado dos principais orgãos de comunicação social, ficando, provavelmente relegados para alguns jornais regionais.
Também na 2ª feira, vários incêndios, alguns de gravidade como o que cercou Mirandela, obrigaram a um duro combate, com intervenção de meios aéreos, entre os quais o Be-200, os quais foram relegados para segundo plano, vergados perante critérios de audiência.
Tal como sucedeu em anos anteriores, acontecimentos que, pela sua espectacularidade informativa são passíveis de conseguir maiores audiências, substituem notícias que, em termos nacionais, são provavelmente mais relevantes.
Com a guerra no Líbano a decorrer há quase três semanas e na perspectiva de durar, pelo menos, outro tanto, só situações de verdadeira tragédia parecem poder voltar a focar a atenção da comunicação social portuguesa no que se passa no nosso País.
Há um ano, constatavamos que a prevenção não vende jornais, e agora apercebemo-nos de que os próprios incêndios já parecem demasiado gastos para constarem na "informação a que temos direito".
segunda-feira, julho 31, 2006
Um responsável de segurança por equipa
Treino de bombeiros americanos
Destacar um elemento dentro de cada equipa com funções específicas de segurança, sem nenhuma outra função que divida a sua atenção ou o distraia da sua missão primária, parece-nos ser um imperativo organizacional em muitas das zonas mais densamente arborizadas e com declives mais acentuados.
Entre as atribuições deste elemento, poderão estar tarefas tão distintas como as que deixamos aqui como exemplo:
- Manter contacto rádio e informações actualizadas sobre a situação táctica
- Conhecer a posição exacta da equipa e de meios de reforço ou evacuação
- Estabelecer permanentemente vias de retirada ou evacuação
- Verificar a existência de perigos ocultos
- Assegurar que a equipa não se encontra numa "zona interdita"
Para quem teve experiência militar, o segundo posto, logo a seguir ao comandante, era o de "oficial de segurança", seguidamente o responsável pelas informações, algo que, numa estrutura mais pequena pode ser aliado num único elemento cujo desempenho é essencial ao sucesso de cada missão.
Por outro lado, a tecnologia actual permite equacionar a utilização de toda uma série de equipamentos auxiliares que, facilitando a tarefa dos bombeiros e aumentando a segurança durante as operações, obrigam a uma atenção constante.
Nesta área, temos vindo a estabelecer contactos de modo a que algum "software" para GPS seja melhorado e adequado ao uso em missões ou áreas de risco, estando também a analisar a possibilidade de utilização de sondas que permitam verificar se existe uma temperatura particularmente alta no subsolo, de que poderão resultar erupções súbitas de fogo.
Tal como em situações anteriores, quando houver novidades, estas serão aqui divulgadas de modo a que todos possam tirar partido deste esforço.
Juntem-se à nossa campanha a favor dos animais! É fácil e é grátis
Fazemos um apelo àqueles que como nós são amigos dos animais.
Tal como vocês também ficamos revoltados quando chegam as férias e voltamos a ouvir falar de animais que foram abandonados à sua triste sorte por donos irresponsáveis e cruéis. É um duplo castigo ter que aguentar as campanhas-choque que nos mostram a tragédia que é o sofrimento desses animais. Apesar de inegavelmente terem muito boas intenções essas campanhas são de baixa eficácia, porque aqueles que abandonam os animais são por natureza cruéis, por isso invulneráveis a remorsos. E quanto àqueles de nós que seriam incapazes de abandonar um animal essas campanhas deixam-nos arrasados e com vontade de mudarmos de canal. O que significa que elas não influenciam ninguém, porque ninguém fica a vê-las.
Acreditamos que se investissemos mais energia a louvar e a prestigiar aqueles que são bons donos e levam consigo os seus animais de estimação nas férias (ou que os deixam bem entregues a alguém que deles cuide na sua ausência) que se conseguiria mais pela causa do não abandono dos animais do que se verifica agora, em que só nos concentramos em criticar os que os traiem.
Com esta ideia em vista criamos o site "Proud to Say I'd Never Abandon My Pet" -- "Tenho Orgulho em Dizer que Nunca Abandonaria o Meu Animal de Estimação." O objectivo da campanha é pedir àqueles que são bons donos e que levam consigo os seus animais de estimação nas férias, ou que os deixam bem entregues durante essa época, para que o digam nos seus sites e blogs pessoais, dando assim o bom exemplo aos outros -- para que não se julgue que abandonar os animais é a norma e como tal "natural." Pede-se-lhes que divulguem esta iniciativa nos seus sites colocando um link para o site da campanha. Criámos vários botões, para aqueles que em vez de um link em texto prefiram pôr uma imagem; e atendendo à nossa manifesta falta de jeito para as artes agradecemos a quem quiser contribuir com botões da sua própria autoria. :)
A todos aqueles que aderirem à nossa campanha e que a divulguem entre os seus amigos o nosso muito obrigado! Aqueles que mais vos ficam a dever são os nossos amigos peludos. :)
Tal como vocês também ficamos revoltados quando chegam as férias e voltamos a ouvir falar de animais que foram abandonados à sua triste sorte por donos irresponsáveis e cruéis. É um duplo castigo ter que aguentar as campanhas-choque que nos mostram a tragédia que é o sofrimento desses animais. Apesar de inegavelmente terem muito boas intenções essas campanhas são de baixa eficácia, porque aqueles que abandonam os animais são por natureza cruéis, por isso invulneráveis a remorsos. E quanto àqueles de nós que seriam incapazes de abandonar um animal essas campanhas deixam-nos arrasados e com vontade de mudarmos de canal. O que significa que elas não influenciam ninguém, porque ninguém fica a vê-las.
Acreditamos que se investissemos mais energia a louvar e a prestigiar aqueles que são bons donos e levam consigo os seus animais de estimação nas férias (ou que os deixam bem entregues a alguém que deles cuide na sua ausência) que se conseguiria mais pela causa do não abandono dos animais do que se verifica agora, em que só nos concentramos em criticar os que os traiem.
Com esta ideia em vista criamos o site "Proud to Say I'd Never Abandon My Pet" -- "Tenho Orgulho em Dizer que Nunca Abandonaria o Meu Animal de Estimação." O objectivo da campanha é pedir àqueles que são bons donos e que levam consigo os seus animais de estimação nas férias, ou que os deixam bem entregues durante essa época, para que o digam nos seus sites e blogs pessoais, dando assim o bom exemplo aos outros -- para que não se julgue que abandonar os animais é a norma e como tal "natural." Pede-se-lhes que divulguem esta iniciativa nos seus sites colocando um link para o site da campanha. Criámos vários botões, para aqueles que em vez de um link em texto prefiram pôr uma imagem; e atendendo à nossa manifesta falta de jeito para as artes agradecemos a quem quiser contribuir com botões da sua própria autoria. :)
A todos aqueles que aderirem à nossa campanha e que a divulguem entre os seus amigos o nosso muito obrigado! Aqueles que mais vos ficam a dever são os nossos amigos peludos. :)
domingo, julho 30, 2006
Desgaste e fadiga nas jantes - 5ª parte
Jante de Série 3 pintada com tinta anti-ferrugem
Após ter sido decapada e limpa, a nossa opção foi pintar a jante com uma tinta que isole e proteja da ferrugem, semelhante à conhecida "Hammerite", a qual pode ser aplicada directamente sobre zonas enferrujadas desde que previamente limpas.
Assim, foi após uma última limpeza com diluente e uma lavagem com água, depois de bem seca aplicamos uma camada espessa de tinta da marca "V33", que dispensa primário.
Esta tinta é particularmente espessa e tem que ser aplicada através de um pincel ou trincha, pelo que o acabamento inicial não será tão perfeito como uma pintura feita à pistola ou mesmo através de um "spray".
Outra vista da jante de Série 3 depois de pintada
Deve-se, no entanto, ter o máximo de cuidado em lixar manualmente apenas as zonas com imperfeições e sem remover a camada isoladora, sem o que esta perderá parte da sua razão de ser.
Esta recuperação, que dá um novo fôlego a jantes antigas, permite a sua utilização para efeitos de sobressalente num veículo moderadamente carregado, desde que usado com as necessárias cautelas, mas não se destina a substituir material que, por razões de segurança, devia ser novo.
Excluir o erro humano
Um acidente de viação na Europa
Numa primeira abordagem, tal pode parecer derivar de uma posição corporativa, onde a defesa da instituição surge como prioridade, tentando responsabilizar factores externos de ordem técnica que dificilmente são identificáveis ou quantificáveis e relativizar a intervenção humana, normalmente subordinando-a a uma série de imponderáveis.
No entanto, esta atitude pode destinar-se a proteger os restantes envolvidos no acidente, já de sí traumatizados pela perspectiva de erro do qual pode ter resultado a morte ou ferimentos em colegas ou amigos e cuja situação convém não agravar sem provas do sucedido.
O processo que muitas vezes se verifica, onde a descoberta de um possível culpado parece ser a prioridade, muitas vezes descurando quer as consequências, quer a própria investigação do sucedido, continua a ser uma característica profundamente enraizada num País onde é hábito reclamar cabeças no calor do momento, para logo depois esquecer o sucedido.
Assim, é natural e talvez até positivo que, até à conclusão do processo de averiguações, o elemento humano seja, na medida do possível, excluido, evitando consequências gravosas que poderão levar à perda efectiva de mais elementos para além de eventuais vítimas da ocorrência.
Só após a conclusão do inquérito, e se este apontar decisivamente no sentido de uma responsabilidade individual, esta deverá ser mencionada, sempre com a necessária cautela de modo a que, sem escamotear o sucedido, sejam adoptadas as medidas necessárias de modo a evitar que algo de semelhante ocorra e a, caso seja necessário, responsabilizar quem, pela sua acção, deva ser sancionado.
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