sexta-feira, agosto 04, 2006

Área ardida é 1/6 do ano anterior


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Floresta: um bem cada vez mais raro em Portugal

Os mais de 12.000 incêndios florestais ocorridos nos primeiros sete meses deste ano em Portugal consumiram cerca de 14.000 hectares, correspondente a uma área ardida seis vezes inferior que foi devastada pelas chamas em igual período de 2005, segundo informa a agência Lusa.

O mais recente relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) divulgado esta quinta-feira, revela que nos primeiros sete meses deste ano arderam 13.971 hectares, enquanto no período homólogo de 2005 foram consumidos 91.627 hectares de floresta.

O número de incêndios registado pela DGRF neste período ascende a 12.425, 1.390 dos quais fogos florestais e 11.035 fogachos, fogos com menos de um hectare, enquanto no mesmo período de 2005 já tinham sido registados 20.044 incêndios.

Em declarações à agência Lusa, o sub-director da DGRF para a área da defesa da floresta contra incêndios escusou-se a comparar estes dados com anteriores, alegando ser "prematuro fazer qualquer comparação".

Paulo Mateus invocou porém alguns factores meteorológicos registados este ano, referindo nomeadamente "alguns picos de calor, mas também algumas chuvas", que podem explicar os números.

"Mas há muitos mais factores de ordem meteorológica, e outros, que não temos contabilizado", disse, acrescentando que "de uma forma global, houve várias factores que podem ter contribuído ou não".

Uma "maior eficácia na primeira intervenção nos incêndios, de que há alguns indícios, a maior aposta na prevenção, alguns trabalhos de fogo controlado que têm sido realizados no Inverno e que têm diminuído o combustível existente no verão", foram também factores mencionados por Paulo Mateus.

O ministro da Administração Interna, António Costa, considerou que ainda é cedo para fazer um balanço dos fogos florestais, alertando que a "fase mais difícil do ano" está agora a começar.

Em declarações aos jornalistas em Viseu, onde esteve reunido com responsáveis do Centro Distrital de Operações de Socorro, o governante lembrou que, "em anos anteriores, 63% da área ardida foi durante o mês de Agosto", salientando que ainda "é cedo para fazer um balanço".

É obviamente cedo para tirar conclusões mas para além do factor meteorológico, o facto de a floresta portuguesa ter sido dizimada em anos sucessivos, de que resultou uma menor área de risco, permite concentrar meios e aumentar zonas de descontinuidade, muitas elas criadas pelos próprios incêndios.

Assim, as comparações em termos de áreas ardidas são quase inúteis, pelo que deve haver uma maior reflexão relativamente a questões de segurança, reflorestamento e prevenção, habitualmente esquecidas no Verão, a pretexto da prioridade no combate, e no Inverno, quando o risco de incêndio aparentemente não existe.

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