terça-feira, agosto 01, 2006

Jornalismo de uma guerra distante


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Bombardeamento noturno sobre Beirute

Quem assistir a um noticiário ou ler um jornal, pode ficar com a ideia de que este ano não ocorrem fogos florestais, tal a ausência destes entre os conteúdos informativos.

Apesar de neste último domingo 83 bombeiros, apoiados por 23 veículos e um helicóptero combaterem um incêndio florestal que continuava por circunscrever ao cair da noite, no concelho de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, e de três outros se encontrarem em fase de rescaldo, tal passou ao lado dos principais orgãos de comunicação social, ficando, provavelmente relegados para alguns jornais regionais.

Também na 2ª feira, vários incêndios, alguns de gravidade como o que cercou Mirandela, obrigaram a um duro combate, com intervenção de meios aéreos, entre os quais o Be-200, os quais foram relegados para segundo plano, vergados perante critérios de audiência.

Tal como sucedeu em anos anteriores, acontecimentos que, pela sua espectacularidade informativa são passíveis de conseguir maiores audiências, substituem notícias que, em termos nacionais, são provavelmente mais relevantes.

Com a guerra no Líbano a decorrer há quase três semanas e na perspectiva de durar, pelo menos, outro tanto, só situações de verdadeira tragédia parecem poder voltar a focar a atenção da comunicação social portuguesa no que se passa no nosso País.

Há um ano, constatavamos que a prevenção não vende jornais, e agora apercebemo-nos de que os próprios incêndios já parecem demasiado gastos para constarem na "informação a que temos direito".

1 comentário:

Anónimo disse...

Este ano o Governo meteu o dedo nos médias, e já saíram algumas acusações entre a SIC e a RTP pela a falta de reportagens sobre os incêndios pela a televisão publica, penso que o governo tentou que os médias não efectuassem reportagens dos incêndios para não incentivassem os incendiários a pegar mais fogo, só em Portugal