sábado, setembro 12, 2020

"Stay away Covid" já operacionalizada - 5ª parte

A primeira conclusão é que muitos utilizadores querem ser alertados mas, pelas mais diversas razões, não pretendem introduzir o código que recebem em caso de teste positivo, eventualmente temendo pela sua privacidade, do que resulta uma muito fraca eficácia desta plataforma e revela comportamentos que serão egoístas e perigosos, criando uma ilusão de segurança entre aqueles que não são avisados de que se encontram em risco e que podem dar início a novas cadeias de transmissão do vírus.

Outra possibilidade, será a de os códigos não serem entregues com a prontidão necessária para que a aplicação funcione ou que o sistema não faça este processamento e divulgação entre os possíveis infectados com a rapidez necessária, algo que terá que ser devidamente auditado, sendo certo que terá que se apurar porque existe um desfasamento percentual entre o número de infectados comparado com a população residente e o de códigos introduzidos tendo em conta o número de utilizadores da aplicação.

Assim, a instalação deve ser devidamente equacionada por todos quantos sejam mais vulneráveis à ansiedade, e que, muito possivelmente, irão tremer sempre que ouçam o alerta de chegada de uma mensagem, temendo que seja uma informação de contacto com alguém infectado, o que pode resultar em efeitos colaterias tão perigosos quanto inesperados e, efectivamente, muito pouco acautelados.

A instalação e utilização da aplicação é voluntária, tendo as autoridades governamentais aconselhado o seu uso, pelo que cabe a cada um avaliar se este sistema é eficaz e respeita a sua privacidade, sabendo-se que, em muitos países, este tipo de solução tem tido pouca adesão e, consequentemente, pouco sucesso, dado que apenas o seu uso extensivo permite atingir os resultados pretendidos.

sexta-feira, setembro 11, 2020

Medidas para o "estado de contingência" - 1ª parte

Tal como previsto, o Governo começou a apresentar as medidas incluídas no "estado de contingência", cujo início é no dia 15 de Setembro e que, em muitas vertentes, alarga a todo o território nacional um conjunto de restrições já vigentes no conselho de Lisboa, com possibilidade de implementar medidas específicas a nível concelhio, dependendo da análise de cada situação concreta.

A preocupação centra-se, sobretudo, no início das actividades escolares em regime presencial, abrangendo não apenas o interior dos estabelecimentos de ensino, para os quais já existiam normas, mas também para as áreas envolventes, no sentido de evitar contactos entre alunos e famílias destes no período pós escolar.

Nas imediações dos estabelecimentos de ensino são proibídos ajuntamentos com mais de 4 pessoas, salvo da mesma família, pelo que haverá regras para os restaurantes, cafés ou pastelarias que se situem num perímetro de 300 metros das escolas o que, se incluirmos colégios, infantários e outros, abrange a quase totalidade deste tipo de estabelecimento.

Na restauração, e salvo quando pertencendo à mesma família, são proíbidos grupos superiores a 4 pessoas, com a proibição de venda de bebidas alcoólicas a partir das 20:00 e a proibição do seu consumo na via pública a passar a abranger todo o território nacional, sendo igualmente mantida a proibição de público nos recintos desportivos.

quinta-feira, setembro 10, 2020

"Stay away Covid" já operacionalizada - 4ª parte

Desta forma, as objecções que temos centram-se não na questão da privacidade, que está tão salvaguardada quanto possível, mas na eficácia e na possibilidade de criar falsas sensações de segurança ou gerar ansiedade, mantendo os utilizadores em stress face a uma suposta eminência da recepção de uma mensagem de alerta para o contacto com alguém testado como positivo.

Numa altura em que o stress já é elevado, o recurso a uma aplicação que pode, a qualquer hora, enviar uma informação cujo conteúdo pode ser da extrema gravidade, de acordo com condições objectivas e o sentir subjectivo de cada um, representa sempre um risco, que deve ser avaliado com especial atenção, sabendo-se que em Portugal as questões de saúde mental são tipicamente secundarizadas face às de carácter físico.

Esta situação é tanto mais grave quando se sabe que, de entre meio milhão de descargas, contadas no final da semana passada, apenas 7 utilizadores tinham introduzido um código referente a uma infecção, activando assim o circuito de determinação de quem este em contacto e, segundo os parâmetros da aplicação, em risco, para que fossem avisados.

Do ponto de vista probabilístico, num país com perto de 10.000.000 de habitantes e com aproximadamente 400 infecções diárias, tendo em conta o número de infectados desde o lançamento da aplicação, o número de códigos introduzidos deveria ter sido francamente superior, pelo que nos equacionamos quanto ao tipo de utilização que está a ser feito da aplicação.

quarta-feira, setembro 09, 2020

Bombeiro morre em Oliveira de Frades - 1ª parte

Num ano em que, em consequência da actual pandemia, toda a problemática dos incêndios florestais foi secundarizada, verificando-se um substancial aumento de área ardida face a 2019, registou-se mais uma vítima mortal, de um bombeiro que combatia um incêndio em Oliveira de Frades, num ano atípico e que contraria a tendência de redução do número de mortes resultantes dos fogos ocorridos no Verão, durante o qual morreram 5 bombeiros e o piloto de um Canadair.

O bombeiro, Pedro Ferreira de 38 anos, chefe da EPI da corporação local, foi inicialmente dado como desaparecido, tendo sido encontrado já sem vida, sendo apontado inicialmente como causa da morte a inalação de fumos, já que o corpo não estava queimado, mas outras causas estão em aberto, sendo que apenas a autópsia poderá revelar quais as causas da morte.

Este é um número de vítimas mortais excepcionalmente alta face aos indêndios ocorridos, não se encontrando em linha com os números dos anos mais recentes, e fazendo-nos regressar a alguns dos anos trágicos, onde efectivamente perderam a vida diversos bombeiros, mas que ocorreram há mais de uma década, após o que a tendência tem sido no sentido da redução do número de vítimas, exceptuando-se as tragédias de 2018, onde o grande número de mortes ocorreu entre as populações.

Dado que não acreditamos em coincidências, mesmo tratando-se de número absolutos baixos, se quisermos uma abordagem probabilística, mas que, mesmo neste tipo de dimensão ou universo, se revelam anormais, saindo completamente da sequência, pelo que terá que existir um conjunto de causas para que este número surja, sendo certo que ainda temos pela frente meses onde o número de ocorrências será elevado e, consequentemente, a possibilidade de ocorrência de vítimas irá ser semelhante à destes últimos meses.

terça-feira, setembro 08, 2020

"Stay away Covid" já operacionalizada - 3ª parte

A aplicação necessita de suporte a nível do sistema operativo, e vários utilizadores alertaram, há alguns meses, para a presença de uma suposta aplicação de alerta para o Covid, quando tal não passa de um conjunto de rotinas base, sobre a qual correr a aplicação agora disponibilizada ou outras similares, o que pode deixar em aberto qual o conteúdo e a acção do suporte existente em cada dispositivo.

Em teoria, nunca seriam disponibilizadas mais informações do que aquelas que habitualmente fornecemos quando utilizamos um dispositivo móvel, pelo que o acréscimo seria a informação de que uma aplicação para controle de contactos de risco estaria instalada e em uso e, no limite, a possibilidade de interceptar dados encriptados, sob a forma de cadeias e que, na verdade, pouco acrescem ao que já é fornecido.

Podem ser levantadas outras questões, como a incompatibilidade da aplicação com equipamentos mais antigos, para os quais o "software" de suporte não está disponível, nem virá a estar, dado que representa um investimento que os fabricantes não irão suportar, ou o consumo de bateria resultante de ter uma nova aplicação activa e do estabelecimento de comunicações via "bluetooth" com uma elevada frequência.

Obviamente, desconhece-se a percentagem de dispositivos em que a aplicação não pode ser instalada, por terem um sistema operativo mais antigo, nem quantos poderão já não se encontrar em condições de suportar o acréscimo do peso das comunicações, pensamos será residual e utilizada por quem tem menos interesse na tecnologia e, possivelmente, não iria instalar a aplicação.

segunda-feira, setembro 07, 2020

Land Rover Owners de Outubro de 2020 já nas bancas

Já se encontra nos locais de venda habituais a edição de Outubro de 2020 da Land Rover Owners International, com o destaque a ir, mais uma vez, para o novo Defender e para as aventuras que com ele se podem viver em Inglaterra, numa tendência para apoiar o turismo a nível nacional que resulta das restrições nas viagens e, no caso concreto, da saída da Comunidade Europeia, do que decorrem mais problemas de deslocação entre países.

O 25º aniversário do Range Rover Classic, um dos mais importantes modelos da marca, a excelente reconstrução de um Serie 1, o primeiro modelo da Land Rover, o guida de compra para o Discovery Sport, adaptado à realidade inglesa, mas onde se destacam vários pontos a ter em conta, e um híbrido baseado dum Serie, que demonstra as suas capacidades fora de estrada, estão igualmente em destaque.

Estão, ainda presentes, diversos artigos técnicos interessantes e com utilidade prática, destacando-se a construção de um motor 2.8 litros a partir do que é usado nos modelos 300Tdi, a adição de um turbo-compressor num Freelander a gasolina ou como reparar ou melhorar a suspensão num Defender, e que podem ser inspiração para os trabalhos a efectuar no Inverno que se aproxima.

A apresentação de produtos ganha relevo com um artigo sobre a preparação de veículos para expedições ou como simples alojamento em substituição de um quarto de hotel, sendo complementada por testes e avaliações de produtos e equipamentos e pela publicidade temática, a que acresce todo um conjunto de secções regulares, incluindo-se aqui a divulgação de actividades dos clubes e a participação dos leitores, secções que continuam a ter a preferência de muitos.

domingo, setembro 06, 2020

"Stay away Covid" já operacionalizada - 2ª parte

Por outro lado, o estabelecimento de uma teia de contactos via "bluetooth" não é absolutamente segura, pelas características inerentes a este protocolo, sendo absolutamente possível a existência de erros de comunicação ou um avaliar errado de distâncias, do que resulta uma informação errada que determina um erro nos contactos, erro esse que pode afectar toda uma cadeia de comunicações.

A privacidade é assegurada pelo anonimato e pela destruição dos dados, passadas duas semanas, período que se considera como o necessário para que de um contacto não surja uma infecção, sendo que este prazo nos levanta algumas dúvidas, dado que todo o processo de testagem implica alguns dias, a que acrescem os dias necessários para que alguém sinta sintomas, podendo assim, nalguns casos, exceder os 15 dias.

Assim, não são fornecidas informações quanto ao local e hora de contacto com um infectado, do que podia resultar a identificação do mesmo, sendo certo de que esse tipo de informação, que pode revelar qual o tipo de local e interacção seriam determinantes para apurar qual o nível de risco, mas o equilíbrio entre a precisão e efectividade dos alertas e a privacidade levou a esta opção, sempre discutível, mas que será a que respeita a legislação em vigor.

Segundo os autores, a informação armazenada não passa de um conjunto de sequências encriptadas e apenas a comparação entre estas determinará a existência de um contacto de risco, pelo que estes dados, mesmo nas mãos erradas, não teriam qualquer utilidade.