Desta forma, as objecções que temos centram-se não na questão da privacidade, que está tão salvaguardada quanto possível, mas na eficácia e na possibilidade de criar falsas sensações de segurança ou gerar ansiedade, mantendo os utilizadores em stress face a uma suposta eminência da recepção de uma mensagem de alerta para o contacto com alguém testado como positivo.
Numa altura em que o stress já é elevado, o recurso a uma aplicação que pode, a qualquer hora, enviar uma informação cujo conteúdo pode ser da extrema gravidade, de acordo com condições objectivas e o sentir subjectivo de cada um, representa sempre um risco, que deve ser avaliado com especial atenção, sabendo-se que em Portugal as questões de saúde mental são tipicamente secundarizadas face às de carácter físico.
Esta situação é tanto mais grave quando se sabe que, de entre meio milhão de descargas, contadas no final da semana passada, apenas 7 utilizadores tinham introduzido um código referente a uma infecção, activando assim o circuito de determinação de quem este em contacto e, segundo os parâmetros da aplicação, em risco, para que fossem avisados.
Do ponto de vista probabilístico, num país com perto de 10.000.000 de habitantes e com aproximadamente 400 infecções diárias, tendo em conta o número de infectados desde o lançamento da aplicação, o número de códigos introduzidos deveria ter sido francamente superior, pelo que nos equacionamos quanto ao tipo de utilização que está a ser feito da aplicação.
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