sábado, agosto 18, 2007

MAI diz que presidente da EMA não apresentou motivos para se demitir


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Dois Kamov Ka-32 preparam-se para descolar

O ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira negou que a demissão de José Vilaça do cargo de presidente da Empresa de Meios Aéreos (EMA) tenha sido motivada por falta de meios humanos e financeiros.

Seugundo o titular do MAI "no pedido de exoneração não foi evocado nenhum motivo" que José Vilaça entregou a 23 de Julho, o antigo presidente da EMA "não adiantou as razões".

Minimizando a situação, Rui Pereira considerou que o importante é "preparar a empresa para o que esperamos dela", incluindo as várias áreas de operação "e não apenas na prevenção de incêndios florestais", garantindo que a substituição de José Vilaça por Rogério Pinheiro não terá consequências nas missões de prevenção e combate aos fogos deste Verão.

O novo presidente, Rogério Pinheiro, pertenceu às direcções da Protecção Civil e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e tem experiência na área da segurança rodoviária.

Esta é uma demissão incómoda, apenas dois meses após a nomeação, e numa altura em que se percebe que a EMA poderá não ter condições para assegurar a vertente comercial que permitiria uma melhor rentabilização de meios quando estes não estivessem ao serviço da Protecção Civil ou de outras entidades públicas.

Os pressupostos que presidiram à criação da EMA, e que seriam interessantes no seu conceito, acabaram por ser vítimas de processos complexos e inadequados na aqusição de meios, resultando numa descapitalização efectiva da empresa que, aliado à falta de meios humanos, compromete as expectativas criadas.

Quem tenha experiência de gestão, independentemente do ramo, considerará como incompatível com as boas práticas a perda de autonomia, seja finaceira, seja operacional, mantendo apenas um controle nominal de uma entidade cujo destino passa para terceiros.

Gerir uma empresa nova, destinada a ter um papel importante na área da Protecção Civil e do socorro, sem um conjunto de meios, que provavelmente estariam apalavrados, acaba por resultar numa responsabilização de quem está nomeado, sem que possa tomar as decisões que determinem o sucesso ou fracasso de um projecto que necessita, essencialmente, de competência e pode passar a vaguear de acordo com os interesses polítcos de quem governa.

Tal como mencionamos previamente, perdendo a perspectiva de uma genuina gestão empresarial, a EMA acaba por transformar-se numa estrutura intermédia, com utilidade prática duvidosa, e cujas atribuições poderiam caber a algums dos orgãos oficiais ligados à protecção civil já existentes e com o capital de experiência que permita uma gestão operacional mais efectiva dos meios disponíveis.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Incêndio aproximou-se de estabelecimento prisional em Sintra


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Um incêndio à beira da estrada

Encontra-se em fase de rescaldo o incêndio que consumiu uma área florestal na zona do Tenhal, no concelho de Sintra, e que se aproximou do Estabelecimento Prisional da Carregueira e de um hospital psiquiátrico

O fogo foi dado como circunscrito pelas 19:45, após ter sido combatido por 180 bombeiros, apoiados por 53 viaturas, que enfrentaram dificuldades provocadas por um vento forte, tendo-se chegado a recear que colocasse em perigo a prisão e o hospital, obrigando a evacuá-los.

Nesta mesma tarde e também no concelho de Sintra, um incêndio destruiu mato perto do condomínio Belas Clube de Campo.

Igualmente complicado foi o combate a um incêndio numa fábrica de móveis que começou pelas 16:00, no concelho de Penacova, que ficou parcialmente destruida.

Neste combate participaram uma centena de bombeiros provenientes de de oito corporações, apoiados por 25 viaturas, que conseguiram circunscrever as chamas pelas 17:30.

Pelas 19:00, o incêndio, de origem desconhecida e que destruiu a zona de acabamentos da fábrica, localizada perto de Paredes, entrou em fase de rescaldo, com os trabalhos a prolongar-se por mais duas horas.

Num dia em que as temperaturas permaneceram moderadas, foram sobretudo os fortes ventos que se fizeram sentir em várias partes do País que levantaram maiores dificuldades no combate ás chamas.

Tal como em dias anteriores, o número de ocorrências continua baixo, fruto de mais uma queda nas temperaturas e de alhuma chuva, no que, possivelmente, será a última destas variações que muito têm contribuido para que 2007 seja o ano em que se verificaram menos incêndios florestais em Portugal.

Sistema de videovigilância da Arrábida não funciona


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Uma câmara de vigilância "wireless"

Deste Maio que o sistema de videovigilância do Parque Natural da Arrábida está desactivado, não restanto nenhuma das câmaras em funcionamento.

Este sistema, destinado a garantir a protecção desta área protegida, necessita de reparações orçamentadas em 33.000 euros, a que acrescem outros 50.000 se, como pretende o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), fosse implementada uma ligação directa ao Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

Sendo despesas não previstas no orçamento geral do Estado de 2007, o ICNB optou por contactar diversas entidades de modo a tentar obter as verbas necessárias para a reposição em funcionamento do sistema de video-vigilância, para o que está a elaborar um estudo detalhado sobre os trabalhos de recuperação e manutenção destes equipamentos.

Este problema motivou a visita de alguns deputados da Comissão Parlamentar de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional da Defesa da Floresta Contra Incêndios ao distrito de Setúbal, de modo a avaliar no local a situação que, aparentemente, contradiz afirmações do ministro do Ambiente que garantia que o sistema estava operacional e em funcionamento.

Este sistema de video-vigilância é de importância estratégica para a defesa desta área protegida contra incêndios e a sua recuperação um imperativo absoluto, devendo a ocasião ser aproveitada para se equacionar uma eventual substituição dos equipamentos por outros mais actuais.

Existem câmaras com tecnologia "wireless" que podem enviar imagens sem a necessidade de dispendiosos sistemas de cablagem, que se tornam particularmente vulneráveis e de difícil manutenção, resultando num encargo anual que, muitas vezes, poderá não estar contemplado no orçamento do Estado.

Reparar o actual sistema, mesmo que saia mais barato numa primeira fase, poderá resultar em gastos acrescidos a médio prazo e numa menor eficiência do que optando por um investimento numa tecnologia mais recente.

Sabemos que existem limitações orçamentais, mas é fundamental que os dinheiros públicos não sejam desperdiçados em reparações que apenas adiam uma inevitável remodelação, quando poderiam contribuir para uma solução mais duradora e que oferecesse maiores capacidades operacionais.

Dispender recursos em soluções transitórias, inaproveitáveis no médio prazo, para poupar algumas verbas no dia de hoje, pode constituir uma tentação para quem apenas pensa nas aparências, mas será sempre um mau serviço feito ao País.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Acidente na prática de todo o terreno


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Roll-bar num Série 3 "truck cab"

O acidente que ocorreu recentemente e vitimou o condutor e único ocupante de um veículo todo o terreno, quando se deslocava numa estrada florestal, merece uma breve reflexão, dado que é uma situação que, infelizmente, se pode repetir.

Para além de lamentar o sucedido e exprimir a nossa solidariedade para com a família e amigos da vítima, será de equacionar as condições de segurança em que muitos de nós praticamos o todo-o-terreno, sobretudo quando ao volante de um Land Rover Série ou um Defender descapotável, veículos particularmente vulneráveis em caso de capotamento.

Segundo a descrição do acidente que temos, a morte do condutor derivou do facto de ficar debaixo do veículo acidentado, que terá capotado, havendo marcas de impactos no "roll-bar" que indiciam fortemente esta possibilidade.

Com base nesta posibilidade, lembramos a importância da utilização permanente do cinto de segurança, algo que nem sempre acontece em veículos mais antigos, onde não existe obrigatoriedade da sua instalação e esta se pode tornar algo complexa devido à ausência de pontos de fixação.

Relativamente à instalação de cintos nos modelos mais antigos, como o caso dos Land Rover Série, já disponibilizamos diversos textos, sendo que muito do que neles está contido pode ser adaptado a modelos de outras marcas que foram construidos de forma similar, tal como acontece com alguns modelos japoneses.

Também a necessidade de haver outro veículo por perto, com a capacidade de alertar para o sucedido, deve ser tido em conta, bem como a necessidade de possuir meios de comunicação adequados à localização geográfica, devendo-se verificar se os telemóveis têm cobertura e, caso tal não se verifique, optar por equipamentos alternativos.

Os localizadores pessoais, que já abordamos, ou sistemas de alarme com GPS e acesso via SMS integrados podem, neste caso, ser particularmente importantes, já que ambos possuem sistemas de alerta que podem ser activados em caso de acidente, enviando a posição precisa do veículo.

Circular acompanhado, a velocidade moderada e, em caso de dúvida, efectuar reconhecimentos a pé, são importantes para evitar acidentes derivados do estado da via, dado que aluimentos de terra, erosão e perda de sustentação dos solos devido aos inúmeros incêndios e outros factores, podem resultar em verdadeiras armadilhas.

Finalmente, lembramos a importância de dar a conhecer a alguém o trajecto a percorrer e o horário que se pretende cumprir, de modo a que, em caso de ausência prolongada, seja dado o alerta e efectuadas buscas na área correcta.

Para além do bom senso e regras básicas de protecção ambiental, circular em caminhos florestais num veículo todo o terreno obriga a ter uma especial atenção e planear atempadamente, de modo a que, em caso de um imponderável, o socorro seja tão rápido e eficaz quanto possível, factores de que dependem a segurança e, eventualmente, a própria vida dos ocupantes da viatura.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Incêndios em Mirandela e Valongo


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Um incêndio no Verão de 2005

Um incêndio de dimensões consideráveis está activo na zona de Morel, no concelho de Mirandela, distrito de Bragança, segundo o "site" da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC).

O fogo começou pelas 16:40, com duas frentes e tem consumido zonas de mato, tendo participado nas operações 61 bombeiros, apoiados por 15 viaturas e um helicóptero.

Devido à extensão das frentes foi accionado o Grupo de Análise e Uso de Fogo, com capacidade para recorrer a técnicas de contra-fogo ou de fogos tácticos como forma de impedir o avanço das chamas.

Anteriormente, outro incêndio, com três frentes, devastou mato em Alto Vilar, no concelho de Valongo, distrito do Porto, sendo combatido por 58 bombeiros, com 15 viaturas e três helicópteros.

Este fogo, que começou às 15:37 e entrou em fase de rescaldo pouco depois das 18:00, numa altura em que a temperatura já começara a baixar.

Neste feriado esperam-se temperaturas abaixo da média para esta época do ano, pelo que o risco de incêndio tenderá a diminuir, mas sendo o dia escolhido por muitos portugueses para início ou fim das férias, o trabalho dos bombeiros na área do socorro tenderá a aumentar.

Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses não se recandidata


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Brasão da LBP

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, anunciou que não se recanditará a um novo mandato nas eleições do próximo ano.

No dia em que o Regime Jurídico das Associações Humanitárias de Bombeiros foi publicado em Diário da República, o presidente da LBP apelou a uma renovação de quadros nas associações humanitárias e, para "dar o exemplo" não se recanditará ao cargo que desempenha desde o ano 2000.

Do novo Regime Jurídico consta a possibilidade de as Associações Humanitárias puderem desenvolver outras actividades de cariz económico, de modo a financiar os corpos de bombeiros, mas também está previsto um maior controle da tutela sobre a gestão, impondo regras mais estritas e diversas limitações.

Os novos modelos de gestão agora permitidos, incluidos num diploma que gerou polémicas, implicam, provavelmente, uma renovação de muitos dirigentes, no sentido de um maior profissionalismo e de uma adequação às novas possibilidades de cariz empresarial que agora são abertas e das quais vai depender, em muito, a capacidade de financiamento das Associações.

Num País em que existem 435 corporações de bombeiros, sedeadas em 307 dos 308 concelhos do país, ou seja em todos menos num, concretamente o de Castro Marim, no Algarve, suportadas por 1.200.000 de associados, com um total de 38.000 elementos nos corpos activos, entre voluntários e assalariados, e geridas por 7.000 dirigentes, desempenhando cargos de direcção nas organizações humanitárias, o universo dos bombeiros voluntários em Portugal ultrapassa em muito os números que a opinião pública imagina, pelo que a importância da sua gestão é extraordinariamente importante.

No entanto, para além da gestão e da organização das Associações, a que a LBP tem dado particular importância, exitem vertentes onde o silêncio tem imperado ou que têm sido secundarizadas, nomeadamente quando se fala do bombeiro como indivíduo e não como membro de um corpo ou de uma associação.

Quando se fala do bombeiro, que enfrenta problemas completamente diferentes daqueles com que se deparam as estruturas organizativas, consideramos que a LBP falhou em muitos aspectos, abdicando de reivindicações que beneficiariam os indivíduos em favor de uma posição de força na defesa das Associações.

Problemas como o apoio psicológico ou formas de compensação complementares para quem presta serviço activo nos corpos de bombeiros, só para exemplificar, não tiveram a mesma atenção que o valor pago por cada quilómetro de serviço de ambulância ou o número de mandatos em que um dirigente pode estar à frente de uma Associação Humanitária.

Mesmo admitindo que a LBP é uma estutura que agrega associações, é bom não esquecer que estas dependem dos homens e mulheres que nelas prestam serviço e sem os quais a sua existência carece de sentido, pelo que uma revisão da postura da Liga, dando prioridade ao indivíduo e não às estruturas, é algo que consideramos da maior importância.

Será esta uma ocasião para a LBP se renovar, mas também para cada um, individualmente, refletir sobre a defesa que esta faz dos seus direitos e sobre a necessidade de apoiar associações directamente vocacionadas para esse fim.

terça-feira, agosto 14, 2007

Fórum Land Rover novamente disponível


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Land Rover abandonado

Depois de mais um período "off-line", em que surgia uma mensagem para os responsáveis contactarem o departamento de contabilidade de quem fornece o serviço de alojamento do "site", o Fórum Land Rover está novamente disponível

Foi a segunda vez, em poucos meses, que o Fórum esteve "off-line", sendo que anteriormente a indisponibilidade se deveu a um ataque contra o servidor onde está alojado.

Recentemente, um vírus do tipo "trojan" encontrava-se alojado nas páginas deste "site", sendo detectável por quem nas defenições de segurança do "browser" permite a execução de "scripts" escritos em Java e tivesse instalado um anti-vírus actualizado.

Espera-se que após este regresso, o Fórum deixe de sofrer com os problemas que se têm verificado e, porque sonhar não custa, com uma moderação mais eficaz que controle conflitos ou abusos numa fase inicial, evitando situações que se têm repetido sem vantagem para ninguém.

PJ investiga incêndios em Alpiarça


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Um incêndio florestal em 2006

O elevado número de ignições de incêndio registadas durante a passada segunda-feira no concelho de Alpiarça levantou suspeitas, pelo que o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ).

Neste concelho verificaram-se seis a sete focos de incêndio em áreas tão diversas como vinhas, eucalipatal ou pinhal, no curto espaço de um par de quilómetros ao longo da estrada que liga Alpiarça a Fazendas de Almeirim, no concelho de Almeirim.

O número de ignições ocorridas num concelho de pequenas dimensões, como o de Alpiarça e o facto de terem sido detectadas pelas 03:00 vem dar força à tese de que se trata de fogo posto, dada a óbvia improbabilidade de puderem ocorrer por causas naturais.

Esta situação ocorre no mesmo dia em que a PJ deteve um ex-bombeiro, indiciado por causar 4 incêndios em datas posteriores à sua expulsão da corporação dos Bombeiros Voluntários de Tabuaços.

Os quatro incêndios de que o agora detido se encontra indiciado ocorreram entre 27 de Maio e 8 de Agosto, este último na véspera da sua detenção, nas localidades de Desejosa, Vale Figueira, Pinheiro e Granja, todas no concelho de Tabuaço.

Num ano com um baixo número de ignições, o problema do fogo posto, em conjunto com a elevada percentagem de ocorrências que se verificam em áreas protegidas, constituem, sem dúvida, motivo de reflexão e de preocupação.

Se no respeitante às ocorrências em áreas protegidas, que rondam os 50%, se pode encontrar justificação no facto de terem sido poupadas em anos anteriores, com excepções conhecidas, como os incêndios no Parque Nacional da Peneda Gerês, o elevado número de fogos provocados intencionalmente deve ser objecto de uma análise baseada nos dados revelados pelas autoridades competentes.

Havendo menor número de ocorrências, torna-se possível proceder a uma investigação mais cuidadosa de uma maior percentagem de fogos, pelo que as suas causas podem ser apuradas com maior rigor, dando assim uma imagem mais correcta de uma realidade que tem sido fruto de demasiadas especulações.

Durante anos, em caso de dúvida, as causas dos incêndios apontavam para fogo posto, muitas vezes incluindo acções deliberadas e negligentes, do que resulta uma manifesta impossibilidade de adoptar medidas preventivas dado que os responsáveis têm perfís completamente diferentes.

Também a moldura penal constante da legislação em vigor acaba por ser influenciada pela fraca precisão dos resultados das investigações, tal como sucede com o perfíl psicológico do incendário, feito a partir de um conjunto restrito de indivíduos cuja ingenuidade da maioria permite uma captura fácil.

Os dados recolhidos no respeitante a incêndios florestais têm-se verificado como pouco precisos, nalguns casos como manipulados, de modo a construir realidades convenientes ao poder político, que assim pode tomar decisões ou implementar medidas que raramente respondem às causas dos problemas estruturais que determinam o evoluir deste tipo de fenómeno.

Espera-se que este ano as investigações sejam feitas e concluidas atempadamente, dando assim origem a dados fidedignos, objectivos e úteis, capazes de caracterizar as causas reais dos incêndios e perspectivar as soluções mais adequadas para a solução deste problema.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Chuva volta ao Norte do País


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Floresta em dia de chuva

Após alguns dias de bom tempo, prevê-se que este piore a partir de terça-feira, sobretudo na região Norte do País, onde deve chover no final tarde.

Os dados avançados pelo Instituto de Meteorologia, apontam para céu que durante esta segunda feira o céu esteja pouco nublado ou limpo, apresentando-se muito nublado no litoral a norte do Cabo da Roca, mas com tendência para piorar terça-feira

A chuva fraca deve-se prolongar até quarta-feira, altura em que o tempo começará a melhorar, esperando-se que no dia seguinte já não haja ocorrência de precipitação.

Na carta de risco, pode-se verificar a influência desta descida de temperatura e da chuva na probabilidade de ignições, resultando não apenas na previsão de um período de acalmia, como na projecção deste para os dias seguintes, numa demonstração inequívoca entre o clima e o deflagrar de incêndios.

Esta realidade, conhecida por todos, parece apenas escapar a alguns responsáveis políticos que tentam comparar os dados meteorológicos deste Verão, no qual não se verificaram períodos prolongados com altas temperaturas, com o ocorrido noutros anos, em que as condições meteorológicas propiciaram um elevado número de incêndios de grandes dimensões.

Ministro diz que não é o clima que evita os fogos


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Incêndio florestal

O ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira, afirmou em Évora, durante uma visita ao Centro de Coordenação de Operações de Socorro realizada na passada na 5ª feira, que os resultados positivos obtidos este ano no combate aos incêndios florestais não têm sido o "resultado da sorte", mas de uma "resposta adequada" do dispositivo.

Para o titular do MAI, "para ter sorte, temos trabalhado muito e continuaremos a trabalhar muito", sendo que os "resultados ilustram o esforço" de um dispositivo com cerca de 9.500 elementos.

Referindo-se às condições climatéricas que se verificaram durante este ano, o ministro considerou que anos anteriores, "com condições idênticas, os resultados foram piores", salientando a rapidez da resposta, a coordenação, quer ao nível político, quer operacional, e a programação dos meios envolvidos.

Lembramos que, segundo os dados fornecidos pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), os incêndios florestais ocorridos em Portugal até 31 de Julho destruiram cerca de 5.000 hectares, tendo sido contabilizadas 4.529 ocorrências de fogo, das quais 571 foram classificados como incêndios florestais e 3.958, em que ardeu menos de um hectare, como fogachos.

Os comentários de Rui Pereira, de um triunfalismo injustificado, escamoteiam a realidade, sobretudo no referente às condições climatéricas e omitem um factor de extrema importância, o da área ardida em anos anteriores e que serve de barreira de contenção, impedindo a propagação de incêndios de grandes dimensões.

Num texto recente, cuja releitura sugerimos, suportado pela opinião de especialistas, as causas para a redução do número de ignições e de incêndios tem, essencialmente, outras causas que não as apontadas pelo MAI, alertando para a transitoriedade de uma situação que é, fundamentalmente, conjuntural.

Países com dispositivos de combate em nada inferiores ao nosso, como a Itália ou Espanha, com melhor ordenamento do território, como acontece na Galiza, sofreram graves prejuizos devido aos incêndios florestais, sendo a grande diferença em relação a Portugal as condições meteorológicas aí verificadas.

Os comentários do MAI são, portanto, incorrectos, dado ocultarem substancial parte da verdade, contradizerem especialistas e darem uma falsa sensação de segurança, aparentando que foi efectuado um trabalho que, praticamente, ainda nem foi começado.

Em condições atmosféricas adversas, tal como aconteceu em diversos países da orla mediterrânica, a realidade seria completamente diferente e, provavelmente, ouviriamos uma série de desculpas igualmente absurdas, em linha com o distanciamento da realidade das frases proferidas por responsáveis políticos que, manifestamente, não conhecem o País em que vivem.

domingo, agosto 12, 2007

Especialistas confirmam que diminuição de incêndios se deve à meteorologia


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Incêndio florestal

Para diversos especialistas, a substancial diminuição da área ardida verificada este ano deve-se a condições meteorológicas favoráveis, à área ardida nos últimos anos, e a uma melhor organização da vigilância e do combate aos incêndios.

Destes factores combinados, resulta que a área ardida este ano seja só 6.6 % da média dos últimos cinco anos, mas tal situação é transitória dado resultar, em grande parte, de factores que não são controláveis.

Os grandes incêndios ocorridos em 2003 e 2005 destruiram largas áreas florestais que ainda não se regeneraram e funcionam como barreiras naturais, impedindo ou dificultando a propagação das chamas, mas o facto de a vegetação estar a ser reposta sem um verdadeiro ordenamento poderá permitir que, dentro de poucos anos, a situação volte ao que era antes destes anos fatídicos.

É, no entanto, nas condições meteorológicas excepcionais que reside o menor número de ocorrências e o baixo valor de área ardida, vindo os dados da Direcção Geral dos Recursos Florestais confirmar que em Junho e Julho, sobretudo no Norte do País, choveu mais do que o habitual e as temperaturas foram mais baixas do que a média.

Mais importante ainda, não houve períodos longos com elevadas temperaturas, sendo estas ciclicamente interrompidas por dias mais frios e, em muitos casos, pela ocorrência de precipitação, factores decisivos para diminuir o risco de incêndios.

Estas condições, opostas às que se verificaram em diversos países mediterrânicos, evitaram situações semelhantes às que se verificaram nas Canárias ou na Grécia, onde os incêndios tiveram um impacto significativo durante este Verão e transformaram o passado mês de Julho no pior de sempre a nível europeu.

Relevante, mas com impacto menor, tem sido a melhoria do sistema de detecção e vigilância, onde se verificaram progressos a nível de coordenação e de comunicações, bem como os trabalhos de diversas autarquias, mais sensíveis à problemática dos incêndios e que têm implementado medidas a nível de faixas de combustível, aceiros e caminhos, criando assim uma quadícula que contém os incêndios no interior de perímetros delimitados.

Em contrapartida, a nível de particulares, as alterações têm sido muito diminutas, resultando, em grande parte, da diminuta dimensão de propriedades rurais e de uma excessiva fragmentação destas, as quais, na maioria dos casos, não são englobadas em áreas ordenadas ou zonas de intervenção floresta, em que a gestão é partilhada pelos proprietários.

Temos, pois um País que continua essencialmente dependente de um conjunto de factores que não controla, de legislação que não é cumprida ou de projectos que não chegam a ser implementados, pelo que a vulnerabilidade em que nos encontramos deve ser motivo de reflexão de todos quantos se preocupam não apenas com a problemática dos incêndios florestais, mas com todas as vertentes a eles ligados, como o desenvolvimento regional ou a solidariedade nacional.