O mês de Julho de 2007 foi um dos piores meses de sempre em termos de incêndios florestais a nível europeu e o pior Julho de que há registo.
No final de Julho, com a época dos fogos ainda a meio, já arderam 337.600 hectares, valor que se aproxima do total registado em todo o ano de 2006 e que foi de 358.500 hectares.
Estes dados do sistema de informação europeu de fogos florestais confirmam os dados parcelares de vários países particularmente atingidos, como a Grécia e o Chipre, particularmente afectados na segunda quinzena de Junho, e a Bulgária, Croácia, Grécia e Itália nas semanas seguintes.
Nestes dados ainda não estão incluidos os grandes incêndios ocorridos em Espanha e nas Ilhas Canárias, que farão estes números atingir valores ainda mais preocupantes e que perspectivam um futuro sombrio, condicionado pelas alterações climáticas que cada vez mais favorecem a propagação dos fogos.
Apesar de em Portugal, segundo números disponibilizados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), os valores serem os mais baixos dos últimos anos, os dados provenientes dos diversos países europeus e sobretudo da orla Mediterranica devem servir de alerta para as consequências das alterações climáticas e do pouco que se consegue fazer quando estas propiciam incêndios de grandes dimensões.
Não podemos deixar de imaginar o que se teria passado em Portugal, caso nos tivessemos deparado com circunstâncias idênticas às que se verificaram, por exemplo, na Grécia, mas o facto é que, num futuro próximo, tal e pode verificar entre nós, sendo necessário, desde já, prever e planear para essa eventualidade que, mais cedo ou mais tarde, será uma realidade.
Neste ano, em que os fogos têm sido em menor número do que o habitual, teria sido possível aproveitar esta oportunidade para insistir na formação, treinar novas técnicas ou experimentar outros métodos, preparando assim o dispositivo para situações que, inevitavelmente, se irão verificar num futuro próximo.
O reduzido número de incêndios não pode significar descanso, mas tão somente uma ocupação diferente do tempo disponível, em que a actividade operacional é substituida por outras que poderão vir a poupar vidas no futuro.
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