sábado, fevereiro 25, 2006

Alteração de mapas


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Conteúdo de eprom lida por um programador

As unidades de gestão electrónica dos motores dotados de um sistema de injecção, controlam diversos parâmetros, de cujos valores dependem, em grande parte, o rendimento obtido.

Quando é necessário intervir sobre estes mapas, alguns destes parâmetros tornam-se os alvos preferenciais para eventuais alterações:

- Injecção

- Ignição

- Variador de fase

- Limitador de rotações

- Pressão de turbo

- Overboost

A alteração dos mapas de injecção e de ignição é quase sempre obrigatória quando se procede a uma melhoria do rendimento do motor, embora os parâmetros a seguir sejam diferentes.

Quando falamos de injecção, estamos a referir-nos ao período em que os injectores funcionam e consequentemente à quantidade de combustível introduzida em cada cilindro.

Se por um lado o seu aumento poderá levar a uma mistura mais rica, por outro também poderá levar mais tempo a queimar, pelo que terá de haver uma coordenação precisa entre as modificações a nível de ignição e injecção.

Em muitos casos, sobretudo quando as modificações introduzidas são substancias, também devem ser modificados os valores do variador de fase, caso este exista.

No caso da ignição, o valor a modificar corresponde à posição exacta do ponto ou ângulo da árvore de cames, no qual a vela vai proceder à ignição da mistura colocada no cilindro.

O ou os limitadores de rotações permitem controlar o regime máximo de funcionamento do motor, sendo passíveis de, dentro de limites de segurança, serem alterados para valores superiores, permitindo uma maior flexibilização no uso do motor de da parametrização dos restantes mapas.

Nos automóveis com motores sobre-alimentados, uma ligeira alteração da pressão máxima do turbo permite obter um substancial incremento de potência, mantendo-se mesmo assim dentro de valores seguros.

Também o facto de ser possível antecipar a entrada em funcionamento do turbo, poderá aumentar a capacidade de resposta do automóvel a uma rotação mais baixa.

Quando exista, e em coordenação com as alterações dos valores do turbo, também os parâmetros de funcionamento do "intercooler" podem ser modificados, o que num automóvel de características desportivas, como um Ford Escort Cosworth ou um Lancia Delta Integrale pode corresponder a um aumento de 40 a 60 cavalos.

No texto a publicar amanhã, serão abordados alguns dos modelos de gestão electrónica mais difundidos, com referência às possibilidades que cada um oferece, em termos de possíveis modificações.

Novo presidente do SNBPC promete cooperação com Liga de Bombeiros


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Acção de formação na Escola Nacional de Bombeiros

O novo Presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), Arnaldo Cruz, esteve ontem reunido com dirigentes da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e prometeu "uma relação de cooperação franca, trabalho e diálogo".

"Vim aqui apresentar cumprimentos e manifestar respeito pelos bombeiros portugueses", disse o major-general Arnaldo José Ribeiro da Cruz, no âmbito da "visita de cortesia" feita à sede da LBP, em Lisboa.

Duarte Caldeira, Presidente da LBP, considera que a visita de Arnaldo Cruz veio alterar qualitativamente a relação institucional entre agentes dos Bombeiros e da Protecção Civil, "o que assinalamos com muito agrado".

Segundo a LBP, esta foi "a primeira vez que um responsável pelo SNBPC tomou este tipo de iniciativa após a sua tomada de posse".

"Também nós partilhamos o princípio do diálogo, mas é necessário que haja vontade entre as partes. Agora estão criadas condições para isso", acrescentou Duarte Caldeira.

O SNBPC e a LBP mantêm, através de um acordo de parceria, o funcionamento da Escola Nacional de Bombeiros, a única do género em Portugal, pelo que a cooperação e o entendimento entre estas duas entidades é absolutamente essencial para a formação na área do socorro em Portugal.

Lembramos que, ao contrário do que sucedera com Bargão dos Santos, a LBP, conforme referimos, apoiou a nomeação de Arnaldo Cruz para a Presidência do SNBPC, pelo que esta visita, que se saúda, surge como uma consequência natural deste apoio, esperando-se que proceda de igual forma com as restantes entidades com as quais terá de cooperar.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

GoogleVideo na História


Image Hosted by ImageshackUm dos vídeos disponíveis: Aliados em Anzio

Já mencionamos o Google Video, sobretudo para efeitos de lazer, mas a partir de hoje, através de um projecto inovador, este serviço começou a incluir vídeos de carácter histórico ou documental.

Num projecto-piloto em conjunto com os arquivos nacionais dos Estados Unidos, o Google Video começou a digitalizar filmes que serão disponibilizados gratuitamente para todo o Mundo.

Para professores e alunos, sobretudo da disciplina de História, esta novidade permite a possibilidade de organizar aulas mais interessantes, com vídeos de documentários que o Governo dos Estados Unidos editou a partir dos anos 30, e que incluem episódios com a importância e o interesse histórico da 2ª Guerra Mundial.

Esta experiência irá sendo progessivamente alargada a outras áreas, constituindo uma excelente oportunidade para uma aprendizagem diferente, que esperamos venha a ser aproveitada pelos nossos leitores e que a sugiram a quem desconhece esta nova ferramente.

Porque sabemos que o esquecimento das lições da História é um dos maiores perigos que enfrentamos, aqui fica uma forma de recordar as lições do passado.

Alimentação a injecção


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Motor a gasolina com gestão electrónica

No seguimento do texto anterior, vimos mencionar alguns tipos de alimentação a injecção, mencionando alguns princípios básicos de funcionamento que os distinguem.

De entre os vários modos de funcionamento de sistemas de injecção em motores a gasolina distinguimos os seguintes modelos:

Injecção directa

O combustível é injectado directamente na câmara de combustão, como acontece com os motores diesel.

Injecção indirecta contínua

Todos os injectores estão abertos enquanto o motor trabalha.

Injecção indirecta intermitente

O combustível é injectado durante parte do ciclo, sendo o período de injecção coordenado com o cíclo do motor a 4 tempos.

Injecção indirecta sequencial

O período e duração da injecção acontece num instante preciso e previamente definido do ciclo de funcionamento do motor. Isto acontece imediatamente antes da abertura da(s) válvula(s) de admissão.

Por outro lado, os sistemas de injecção podem operar nos seguintes modos:

Mecânica através de uma bomba volumétrica de alta pressão controlada pelo motor. Esta injecção apenas pode ser indirecta intermitente, sendo exemplo as injecção Bosch, Spica e Kugelfisher.

Mecânica intermitente com distribuidor, como o caso da Lucas com distribuidor rotativo.

Por debímetro, também com distribuidor mecânico como o da Bosch, K/KE Jetronic, DVG e Zenith.

Intermitente, como a Bosch L/LE Jetronic, LH Jetronic ou Motronic.

Electrónica sem debímetro, com mistura indirecta, como a Bosch D Jetronic, Lucas e Weber-Marelli.

Electrónica cartográfica, como a Solex ou Renix.

Específicas, usadas sobretudo em sistemas de alto rendimento e destinadas quase exclusivamente à competição dados os altos custos envolvidos na sua concepção e desenvolvimento.

O gráfico anexo ilustra um motor Alfa Romeo Twin Spark, com injecção electrónica, tendo a particularidade de possuir duas velas por cilindro, controlado por um sistema de gestão electrónica Bosch.

No próximo texto serão mencionados alguns dos parâmetros que são habitualmente alterados para obter um maior rendimento.

Bombeiros vão receber 9.000.000 de euros


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Auto-escada dos bombeiros

O Ministro da Administração Interna anunciou que será aprovada, no Conselho de Ministros para cobrir as a realizar na próxima semana, a resolução que autoriza a atribuição de 9.000.000 de eurosdespesas extraordinárias dos bombeiros dutante os incêndios florestais de 2005.

António Costa falava à margem do seminário "Que Modelo de Sistema de Segurança Interna para Portugal no Novo Milénio", que aqui já mencionamos por diversas vezes.

Recentemente, o Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, revelou que muitas corporações vivem numa situação de "ruptura financeira" devido aos atrasos no pagamento desta e de outras dívidas.

Dos 9.000.000 de euros fazem parte verbas referentes a combustível, reposição de material e salários, bem como a reparação de viaturas ou a compra de alimentação, segundo explicou o Presidente da LBP.

Já abordaramos a questão das dívidas aos Bombeiros, não só por reduzirem a capacidade operacional, forçarem ao endividamento e restringirem o treino, mas como um factor de desmotivação que pode contribuir para a desmobilização dos voluntários.

Mesmo tendo em conta as dificuldades económicas que o País atravessa e compreendendo a necessidade de equilibrar as finanças públicas, o adiamento do pagamento de dívidas a quem tanto contribui para a segurança dos cidadãos, surge sempre como um péssimo investimento.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Gestão electrónica


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Unidade de gestão electrónica e conector

No texto anterior fizemos uma breve introdução ao funcionamento mecânico dos motores a explosão, como forma de introdução à implementação da gestão electrónica.

Os motores tecnologicamente mais avançados possuem um maior número de sensores, pelo que os dados de funcionamento obtidos permitem uma gestão muito mais elaborada de que resulta um maior rendimento e menor consumo do que modelos com alguns anos.

Nos motores com carburadores, os dados relevantes limitavam-se a temperaturas e valores de admissão, sendo qualquer regulação feita mecanicamente através do ajuste do carburador.

Esta afinação não era dinâmica, dado obrigar a regular o ou os carburadores com o veículo parado, normalmente recorrendo à intervenção de um especialista e, muitas vezes, a uma certa dose de intuição.

A gestão electrónica permite fazer variar os vários parâmetros com base nos dados permanentemente recolhidos pelos vários sensores, reflectindo imediatamente as alterações de condições de utilização, desde a diferença da qualidade de carburante até à variação das condições climatéricas.

Com o uso de uma gestão electrónica, para além de ser sempre utilizada a quantidade ideal de combustível e uma correcta mistura gasolina/ar, estes valores são permanentemente aferidos com os dados recolhidos, permitindo uma maior potência e um menor consumo.

O consumo específico de combustivel para um motor de explosão a 4 tempos depende principalmente da relação de mistura entre ar e gasolina, que é, na teoria, em termos ideais, de 14 para 1.

Nesta altura surgem várias possibilidades a nível de combinação, conforme esta proporção é alterada, pelo que inclusivé seria de supor que aumentando a percentagem de ar se poderia diminuir o consumo de gasolina.

No entanto, verifica-se que durante a maior parte do seu funcionamento o motor apenas é usado em regimes baixos ou médios e, portanto, numa situação de carga parcial.

Dado que a gestão electrónica do motor tem instruções para que o consumo nestas condições seja baixo, verifica-se que o empobrecimento da mistura causaria uma evidente falta de potência e, em casos extremos, uma dificuldade ou irregularidade de funcionamento.

Por isto se compreende que uma nova programação da gestão do motor facilmente poderá aumentar a sua potência, fazendo variar a mistura gasolina/ar sobretudo nas situações de maior carga, permitindo o uso de um mistura mais rica.

Convencionalmente, o valor lambda ideal é igual a 1, correspondendo ao quoeficiente entre a quantidade de ar admitida e aquela que teoricamente é necessária ao funcionamento do motor num determinado regime e condições, pelo que teoricamente teriamos obtido a mistura ideal.

A lambda > 1 o volume de ar admitido seria teoricamente excessivo, provocando uma mistura pobre e uma diminuição quer da potência, quer do consumo.

Por outro lado, se o valor for superior a 1.3 a quantidade de ar admitida seria de tal forma elevada que não seria possível manter o motor em funcionamento.

Nos motores deste tipo, a carência de ar admitida compreendida entre os 5 e os 15%, correspondente a um valor lambda variando entre os 0.95 e 0.85, é aquele a que corresponde a potência máxima, mas, como é óbvio, dada a variação contínua das condições de funcionamento, torna-se necessário fazer variar igualmente a percentagem da mistura.

Nesta operação intervêm o módulo de gestão electrónica, e os dados recebidos através da sonda lambda e diversos sensores complementares e baseando-se nas instruções e parâmetros gravados numa "eprom", de cujas modificações falaremos futuramente.

O valor lambda, previamente mencionado, é obtido através da sonda com o mesmo nome, que é um dispositivo cerâmico, colocado em parte em contacto com os gases de escape e parte exposta às condições ambientais do exterior do automóvel.

A cerca de 300º, o material cerâmico de que é composta a sonda começa a conduzir iões de oxigénio e quando a relação entre a ionização das duas partes da sonda se altera, gera-se uma corrente eléctrica mesurável em mini-volts que põe em evidência a diferença de oxigénio entre ambas.

Nas combustões com excesso de combustível existirá, ainda, uma certa percentagem de iões de oxigénio no gás de escape.

O conteúdo destes iões depende da riqueza da mistura que acaba de ser queimada, dado que uma mistura pobre possuirá uma percentagem de oxigénio superior ao de uma mistura rica, que necessitou de consumir uma maior percentagem de oxigénio.

É desta forma que a concentração de oxigénio ionizado no gás de escape é utilizada para transmitir qual o nível da mistura gasolina/ar e através da sonda lambda informar o módulo de gestão do motor.

Este módulo irá permanentemente interpretar os dados e fará o possível para que sejam os mais adequados, tendo em atenção que o máximo rendimento térmico é conseguido com um valor lambda próximo de 0.9.

No próximo texto, a publicar amanhã, iremos descrever alguns modelos de módulos de gestão electrónica, de entre os mais difundidos actualmente, para depois abordar possíveis modificações que se podem efectuar.

Na dúvida, é fogo posto


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Floresta queimada, um cenário habitual

Num País onde ardeu, em 25 anos, o equivalente a um terço do território nacional, a tentativa de encontrar culpados tem conduzido a uma sobrevalorização, pela opinião pública, do peso das causas de natureza intencional, facto que referimos num texto anterior.

A primeira dúvida foi lançada por José Cardoso Pereira, professor do Instituto Superior de Agronomia, que utilizou dados de um estudo realizado em Espanha, considerados "perfeitamente extrapoláveis" para a realidade portuguesa, para mostrar a dissonância entre a percepção subjectiva que as populações têm das causas e as efectivamente apuradas.

Embora as queimadas tenham muito mais peso na origem de fogos, em Espanha como em Portugal, relativamente a situações de intencionalidade, nomeadamente económica, quando questionada sobre as causas que valoriza a população-alvo do estudo inverteu essa relação.

Segundo Cardoso Pereira há muitas ideias feitas que se têm instalado e influenciado decisões políticas incorrectas, como o caso da criminalização do uso de fogo para renovação de pastagens, que agrava o problema.

Dado que estas são práticas úteis e inculcadas em meios rurais, defende antes "o controlo e acompanhamento técnico da sua realização" e não a criminalização, de que resulta a clandestinidade e os subsquentes riscos de incêndio.

Outra dúvida lançada pelo investigador prende-se com a classificação de causas feita pela Direcção-Geral de Recursos Florestais, que com expressões como a de "causa provável" parece inflaccionar, "na dúvida", os casos de fogo posto.

Desconfiança em que foi secundado por António Carvalho, inspector da PJ, que considera haver, "por receio de imagem de incompetência do investigador", a tentação de assumir como intencionais causas indeterminadas.

Essa determinação foi, contudo, considerada essencial para definir as estratégias de prevenção criminal ou, em sentido lato, as de prevenção florestal, como alertou Luciano Lourenço, presidente da Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais, que criticou a "falta de soluções de continuidade".

Salientando que a "eficácia da investigação depende essencialmente da rapidez", por estar muito dependente de prova material, António Carvalho defendeu o modelo americano, em que há um investigador em cada corpo de bombeiros.

A falta de meios de investigação, a pouca formação, a pressão da opinião pública e a necessidade de resultados rápidos, acabam, portanto, pela inevitável conclusão de que, na dúvida, é fogo posto.

Esta conclusão, que normalmente não corresponde à verdade, mistura sem critérios negligência, acidentes e intencionalidade, do que resultam as conclusões absurdas de que vivemos num País de incendiários onde, mais do que encontrar soluções, procuram-se culpados.

Assim, uma das possibilidades seria, como mencionou António Carvalho, formar um elemento em cada corporação de Bombeiros, que fizesse uma investigação inicial e perservasse as provas existentes, mas tal investimento deverá ser feito, provavelmente, em profissionais, de forma a ser devidamente rentabilizado.

Logicamente, caso sejam tomadas as medidas necessárias para a diminuição da incidência de fogos florestais, a própria opinião pública e a maior disponibilidade para investigação, seria suficiente para que as estatísticas dissessem algo completamente diferente, resultando uma substancial redução do número de incêndios começados deliberadamente.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Introdução ao motor de explosão


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Ciclo de motor de explosão a 4 tempos

Com base numa descrição que fizemos há 8 anos, no ambito de um projecto de modificação da gestão electrónica de motores a explosão, começamos hoje a publicar um conjunto de textos relativamente a algumas questões relacionadas com este assunto, começando hoje por uma breve introdução.

A parte relativa à mecânica, com base em motores a gasolina simples, que serve de introdução, será muito breve, dado que o objectivo é abordar alguns aspectos da gestão electrónica e não o funcionamento mecânico dos motores, que é conhecido pela maioria dos nossos leitores.

O motor de explosão a 4 tempos, também designado por de "ciclo Otto", é um motor de combustão interna e comando externo, capaz de transformar a energia contida na mistura explosiva de combustível e ar em energia cinética ou movimento.

Nos motores de explosão, a mistura combustível/ar é doseada no exterior da câmara de combustão, sendo aspirada pelo movimento descendente do pistão, após o que é comprimida no seu movimento ascendente e feita explodir pela faísca de uma vela.

O aumento súbito de pressão resultante da explosão faz o pistão voltar a descer, transmitindo o seu movimento à biela e à árvore de cames controlando as válvulas de escape através das quais os gases são expelidos para o exterior, dando início a um novo cíclo se inicie.

Desta forma, os 4 tempos deste ciclo de funcionamento, conforme a ilustração junta, são:

- Admissão: Válvula(s) de admissão aberta(s) e de escape fechada(s). Movimento de pistão descendente.

- Compressão: Todas as válvulas de admissão e de escape fechadas. Movimento de pistão ascendente.

- Combustão: Todas as válvulas de admissão e de escape fechadas. Movimento de pistão descendente.

- Escape: Válvula(s) de admissão fechada(s) e de escape aberta(s). Movimento de pistão ascendente.

Embora parte do controle seja mecânico, feito através de correntes, correias ou rodas dentadas que transmitem movimentos coordenados, na maioria dos motores modernos existe um complemento a nível de electrónica, que determina, entre outros, factores tão importantes como a quantidade de combustível injectado em cada cilindro ou o instante exacto em que tal acontece.

Esta breve descrição, que apenas serve apenas para relembrar conceitos básicos, provavelmente conhecidos por todos, serve de introdução aos textos sobre gestão electrónica que começaremos a publicar a partir de amanhã.

Souto Moura comenta a investigação dos incêndios florestais


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Procurador-Geral da República Souto Moura

O Procurador-Geral da República, Souto Moura, subscreve a ideia de que a investigação sobre incêndios florestais é "extremamente difícil", não só ao nível da recolha da prova, mas também porque "há uma percentagem grande de pessoas que dificilmente poderão ser punidas por serem inimputáveis, em razão da idade ou de anomalia psíquica".

Além dos problemas relacionados com a prova e a sua valoração, Souto Moura indicou dificuldades na própria previsão dos tipos legais de crimes previstos na legislação, tal como outros participantes na mesma acção já o haviam referido.

Souto Moura revelou que foi feito um levantamento junto dos magistrados do Ministério Público sobre os constrangimentos que resultam deste tipo de crimes, tendo sido enviadas as conclusões ao Ministério da Administração Interna, como um "modesto contributo" para a resolução destas questões.

Tem razão o Procurador-Geral quanto à questão da inimputabilidade, pois das acções destes já resultou a perda de vidas humanas, mas o facto de inúmeros arguidos serem colocados em liberdade enquanto aguardam julgamente, permanecendo nas imediações dos locais onde atearam fogos, levanta questões delicadas, já colocadas pela Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários, que responsabilizam o próprio sistema judicial.

Efectivamente, sem um sistema judicial que afaste os indiciados por crimes de fogo posto das áreas onde praticam estes actos, esta discussão acaba por ser algo estéril, dado que até ao fim da investigação e da eventual aplicação de uma pena efectiva, existe uma forte possibilidade de reincidência.

Temos ainda o facto de ser comum considerar fogo posto qualquer situação suspeita, para a qual não se encontra uma causa imediata, o que distorce as estatísticas e a percepção que temos deste problema, apontando assim numa direcção errada eventuais medidas que venham a ser adoptadas.

Dado que da situação descrita decorrem vários problemas, a ele voltaremos em breve para analisá-la com maior profundidade.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Acidente com ambulância dos Bombeiros


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Ambulância dos bombeiros acidentada

Uma ambulância de transporte de doentes dos Bombeiros Voluntários de Peniche despistou-se, anteontem, à entrada da cidade, e foi chocar contra um veículo ligeiro, provocando a morte do condutor deste automóvel, um pescador de 63 anos.

Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), considerou existirem "grandes lacunas no plano de formação dos bombeiros condutores de ambulâncias" e só agora estar a ser preparado um plano para dar treino aos condutores de veículos de emergência.

"Pode ser motorista quem tiver carta de condução, a que é averbada a condução de ambulância, mas é preciso que haja uma despistagem do perfil psicológico, que nem sempre é o adequado, a avaliar pelo índice de sinistralidade das ambulâncias", diz o Presidente da Liga.

Fernando Curto, Presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, classifica de "péssima" a formação dada aos motoristas de ambulâncias, apontando que "está desactualizada e não tem como preocupação acções de reciclagem dos condutores" e defende a diferenciação entre a condução de socorro e a condução de doentes.

Mais do que atribuir responsabilidades a quem esforçadamente tenta cumprir um dever para o qual pode não estar preparado, é necessário reavaliar os processos de selecção, formação e implementar acções periódicas de treino e reavaliação, de forma a evitar o elevado número de acidentes com veículos de socorro que se actualmente se verificam em Portugal.

As capacidades de cada ser humano evoluem ao longo da vida, modificando-se, e, no caso de características específicas, deterioram-se, podendo deixar de ser capaz de desempenhar determinadas funções em condições de segurança.

Em áreas tão sensíveis, como a emergência e o socorro, é urgente implementar medidas que garantam a segurança, não só dos que abnegadamente arriscam a vida nestas missões, mas também de todos aqueles que deles dependem ou interagem, de forma a reduzir os riscos inerentes ao desempenho destas funções.

Para além do treino em situações de emergência, sempre necessário, também a condução fora de estrada devia ser objecto de uma especial atenção, sobretudo como preparação para a época de incêndios florestais que se avizinha.

Nesta área, especificamente, esperamos que alguns dos entusiastas do todo o terreno que lêm estes textos se disponibilizem, quer para dar algumas lições de condução, quer para aconselhar na preparação dos veículos e nos cuidados a ter, de modo a evitar os acidentes ou as situações complicadas de que temos conhecimento.

PJ quer que incêndios florestais tenham prioridade na investigação criminal


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Investigação de fogo posto nos Estados Unidos

Os incêndios florestais devem ter prioridade na investigação criminal em Portugal considerou o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária, Carlos Anjo.

O dirigente sindical afirmou que, num país com 325.000 hectares ardidos em 2005, que corresponde ao dobro da área ardida em Espanha, os incêndios florestais "têm de figurar obrigatoriamente" nas prioridades da lei-quadro da investigação criminal, a definir pelo Parlamento.

Falando à margem da conferência "Incêndios Florestais, da Prevenção à Investigação", Carlos Anjos disse que os incêndios florestais devem ter prioridade na investigação criminal em Portugal e considerou o presidente que a situação neste momento é nebulosa, tanto mais que o Ministério da Administração Interna (MAI) pretende aprovar nova legislação, não estando definido se este tipo de crimes "ficará só" na alçada da PJ, como hoje acontece, ou se serão competências repartidas entre a PJ e a GNR.

O Director Nacional da PJ, Santos Cabral, um dos convidados da sessão de abertura da conferência, lembrou que no ano passado o número de investigações aumentou, tendo sido instaurados mais de 2.000 inquéritos e realizadas mais de 140 detenções.

A par de "uma maior intervenção" da PJ, Santos Cabral quer também "maior prevenção" no combate a este tipo de crime, que admite ser "de investigação difícil", muito embora os meios técnicos ao dispor da PJ sejam bem diferentes "dos que existiam num passado recente".

"Hoje, a investigação do crime de incêndio não é feita em formas quase artesanais. Hoje, é objecto de uma abordagem científica. É talvez dos crimes relativamente aos quais houve uma transição maior", disse o Director Nacional da PJ, observando que actualmente os investigadores têm formação adequada e conhecimentos "que vão desde a química à dinâmica de fogos, passando por sociologia e conhecimento da própria realidade, em termos territoriais".

Este destaque para a componente científica contrasta com o empirismo e a falta de meios tecnológicos com que é feita a prevenção e combate aos incêndios, demonstrando com só o investimento em formação e inovação permite obter resultados.

Embora o sucesso na investigação seja essencial, sobretudo como dissuasão, o combate principal contra os incêndios deve ser travado na origem, ou seja, na prevenção, a qual só é possível mobilizando a sociedade civil e combatendo a desertificação do Interior.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Google Scholar local


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Logo do Google Scholar Beta

O sistema de pesquisa bibliográfico Google Scholar, que permite aos estudantes fazer pesquisas em bibliotecas de diversos países, já abrange Portugal.

Assim, os estudantes portugueses que utilizem este sistema de pesquisa de bases de dados bibliográficas, podem verificar se o livro em causa existe no nosso País, de modo a saber onde consultá-lo ou requisitá-lo.

Este sistema, ainda em fase de teste, aceita candidaturas de novas bibliotecas, de modo a aumentar a capacidade de pesquisa e permitir encontrar livros raros ou sobre temas específicos.

Podemos estar a assistir ao início da primeira base de dados bibliográfica universal, na qual será possível aceder a livros e registos de bibliotecas de todo o Mundo sem a necessidade de aceder a "sites" sucessivos, com a informação está devidamente organizada de forma a que os estudantes de cada País possam conhecer os recursos de que dispoem.

Sugerimos aos nossos leitores, sobretudo aos que se encontram a estudar ou fazem trabalho de investigação, que experimentem este sistema em franco progresso e que promete revolucionar a pesquisa bibliográfica.

Adicionamos novas ligações


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Palácio Ducal de Vila Viçosa

Recentemente adicionamos ligações para dois "blogs" de Vila Viçosa, O Restaurador da Independência e O Calipolense, onde, para além de questões locais, são discutidos assuntos de carácter mais geral e que se podem revelar de interesse para a maioria dos nossos leitores, os quais se poderão sentir tentados a visitar esta Vila de tão grande importância para a história de Portugal.

Convidamos os nossos leitores, especialmente aqueles que são provenientes daquela Vila ou do Alentejo, a uma visita a estes "blogs" e, caso seja possível, ao próprio Paço Ducal.

Por serem mencionados quase diariamente neste "blog", também adicionamos ligações para o Portal do Governo, Ministério da Administração Interna e para a Liga dos Bombeiros Portugueses onde se podem encontrar informações importantes relativamente a questões ligadas aos incêndios florestais.

Brevemente, serão adicionadas outras ligações para entidades ou espaços de reflexão onde sejam debatidos assuntos que de alguma forma se relacionem com o nosso, ou cujo interesse dos temas abordados assim o justifique.

Bombeiros preparam-se para riscos químicos


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Fato de protecção NBQ

O director da Escola Nacional de Bombeiros está convicto que os bombeiros portugueses estão aptos a dar uma resposta adequada a incêndios como o que deflagrou, em Dezembro passado, no depósito de combustível de Buncefield, que foi resolvido em quatro dias naquela que é considerada a maior intervenção de combate às chamas da história recente da Inglaterra.

O responsável pelas operações de luta contra o incêndio nos arredores de Londres, Mark Yates, esteve Sábado em S. João da Madeira, num encontro que juntou de mais de 400 chefias de corporações de bombeiros de todo o país para discutir os novos riscos tecnológicos.

O terrorismo, a guerra nuclear e os perigos químicos e biológicos foram alguns dos temas abordados da parte da manhã.

"O nosso país não está indefeso", sustentou Américo Mateus, referindo as quatro unidades especiais para acorrer em casos de contaminação química, sediadas em Santa Maria de Feira, Coimbra, Lisboa e Setúbal, que dispõem de equipamento e pessoal especializado.

Formar os bombeiros para avaliarem os riscos, de forma a não actuarem quando não estiverem convenientemente equipados, era um dos objectivos principais objectivos deste encontro.

Esta questão de prevenção e controle de situações NBQ, não obstante estas iniciativas isoladas, continua particularmente descurada e com poucos meios atribuidos, facto patente pela existência de apenas 4 unidades, cada uma delas dependente de um único veículo chave para o seu funcionamento.

Lembramos que, para além do escasso número, uma simples avaria que provoque a imobilização de um destes veículos de descontaminação, como já sucedeu, deixa parte do País sem um mínimo de defesa contra acidentes a nível químico, isto sem mencionar o que sucederia se o incidente fosse, por exemplo, bacteorológico.

Sabendo que esta é uma área em constante mutação, cujos riscos evoluem diariamente, onde os equipamentos ficam rapidamente desactualizados, sendo muitos deles perecíveis mesmo quando submetidos a adequada manutenção, permitimo-nos duvidar da real preparação do País para fazer frente a este tipo de ameaças, pelo que sugerimos um substancial reforço dos meios disponiveis.

domingo, fevereiro 19, 2006

Behave Plus


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Écran de entrada do Behave Plus

Embora ainda pouco conhecidos por parte de quem não estuda a problemática dos incêndios florestais, existe
"software" para simulação da progressão dos fogos em diversos terrenos e nas mais variadas combinações de vegetação e condições atmosféricas.

Entre os vários programas utilizados para este fim, o Behave Plus, que pode ser obtido gratuitamente, é um dos mais conhecidos internacionalmente e fornece informações importantes que ajudam a prever o comportamento dos fogos e a forma como os vários factores influenciam, por exemplo, a velocidade de propagação ou a altura das chamas.

Este "software", compatível com o Windows, é de utilização simples, necessitando, sobretudo de uma cuidadosa introdução dos dados, de modo a que estes reproduzam as reais condições em que os incêndios se verificam.

Factores como o tipo e a composição da vegetação, a humidade do ar ou a velocidade do vento, entre outros, são reconhecidos por todos como influindo no comportamento das chamas, mas, para além da intuição ou da experiência, os avanços tecnológicos permitem obter resultados mais coerentes e rigorosos.

Para os mais interessados, sugerimos uma visita ao "site" onde este e outros programas podem ser obtidos gratuitamente, de modo a obter mais informações e testar inúmeras possibilidades que estes oferecem, eventualmente comparando os resultados obtidos nas simulações com casos conhecidos e devidamente documentados.

A utilização de "software", ou de outros meios tecnológicos, é algo que deve ser estimulado a nível dos Corpos de Bombeiros, despertando o interesse para a aquisição de novos conhecimentos que, não substituindo a experiência, complementam-na com um novo leque de informações.

Temos vindo a insistir na promoção da formação, quer pela melhoria dos resultados a nível operacional, que esperamos seja atingido, mas também pela valorização pessoal dos formandos, a qual se deve traduzir num melhor desempenho profissional, com merecidos benefícios pessoais para os próprios participantes.

Tal como já referimos, a concessão de oportunidades de formação, seja através de programas próprios, seja pela atribuição de quotas em acções já existentes, poderá ser uma das formas de compensar quem tanto se sacrifica pela comunidade, contribuindo para uma melhoria do desempenho e para uma maior capacidade de atrair novos voluntários.

Bargão dos Santos só admitia ordens do Ministro


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Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil

"São estas as razões que circulam como causas para esta precipitada demissão. Não estou em condições de as confirmar, mas é verdade que elas vinham sendo cada vez mais perceptíveis, sendo transmitidas como um facto", disse ao Correio da Manhã Duarte Caldeira, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A intenção de Bargão dos Santos em integrar militares nos serviços do Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil, medida que não era apoiada pelo Ministério da Administração Interna, é outra das razões apontadas para a sua passagem de apenas 9 dias na presidência desta entidade.

Duarte Caldeira disse que "o poder político tem vindo a confundir, e a tentar fundir, o sistema de defesa nacional com o sistema de protecção e socorro", considerando que "este erro tem sido uma das causas da destabilização permanente" deste último.

O mesmo dirigente da LBP adianta ainda que não é contra a nomeação de militares, apesar de defender que o cargo deveria ser ocupado por um civil.

Contactado pelo Correio da Manhã, Bargão dos Santos afirmou: "Não posso dizer nada neste momento. Dentro de algum tempo essas coisas serão esclarecidas. Não faço mais declarações do que aquelas que já foram proferidas pelo senhor ministro."

Embora ainda falte muito para conhecer o que realmente se passou, começa a fazer-se luz sobre uma nomeação polémica, que se revelou desatrosa, e que em nada dignifica o já tão abalado SNBPC, esperando-se que a disponibilidade que Bargão dos Santos manifestou para prestar declarações no Parlamento seja aceite pelos deputados e contribua para o esclarecimento do seu pedido de exoneração.

Já por diversas vezes salientamos que não poderá ser o facto de ser militar ou civil a influir na nomeação do Presidente do SNBPC, mas começa a ser patente que as tentativas de militarização desta estrutura, que tem que ser mantida como civil, revelam uma flagrante incompreensão por parte de quem tem feito escolhas manifestamente erradas.

Exige-se um maior discernimento neste tipo de nomeações, sobretudo quando tocam um assunto tão delicado e que tem trazido tantos dissabores, como é a gestão da emergência e do socorro, a qual necessita não apenas uma reestruturação, mas uma urgente refundação.