Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil
A intenção de Bargão dos Santos em integrar militares nos serviços do Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil, medida que não era apoiada pelo Ministério da Administração Interna, é outra das razões apontadas para a sua passagem de apenas 9 dias na presidência desta entidade.
Duarte Caldeira disse que "o poder político tem vindo a confundir, e a tentar fundir, o sistema de defesa nacional com o sistema de protecção e socorro", considerando que "este erro tem sido uma das causas da destabilização permanente" deste último.
O mesmo dirigente da LBP adianta ainda que não é contra a nomeação de militares, apesar de defender que o cargo deveria ser ocupado por um civil.
Contactado pelo Correio da Manhã, Bargão dos Santos afirmou: "Não posso dizer nada neste momento. Dentro de algum tempo essas coisas serão esclarecidas. Não faço mais declarações do que aquelas que já foram proferidas pelo senhor ministro."
Embora ainda falte muito para conhecer o que realmente se passou, começa a fazer-se luz sobre uma nomeação polémica, que se revelou desatrosa, e que em nada dignifica o já tão abalado SNBPC, esperando-se que a disponibilidade que Bargão dos Santos manifestou para prestar declarações no Parlamento seja aceite pelos deputados e contribua para o esclarecimento do seu pedido de exoneração.
Já por diversas vezes salientamos que não poderá ser o facto de ser militar ou civil a influir na nomeação do Presidente do SNBPC, mas começa a ser patente que as tentativas de militarização desta estrutura, que tem que ser mantida como civil, revelam uma flagrante incompreensão por parte de quem tem feito escolhas manifestamente erradas.
Exige-se um maior discernimento neste tipo de nomeações, sobretudo quando tocam um assunto tão delicado e que tem trazido tantos dissabores, como é a gestão da emergência e do socorro, a qual necessita não apenas uma reestruturação, mas uma urgente refundação.
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