sexta-feira, julho 13, 2007

Três detidos que poderão estar na origem de 12 incêndios


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Uma família perto de uma casa ameaçada pelas chamas

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de dois homens e uma mulher, com idades entre os 22 e os 58 anos, suspeitos de serem responsáveis por 12 crimes fogo posto de que resultaram de incêndio florestal na região Centro.

Dos detidos, um reside na zona de Mortágua e encontra-se indiciado pela prática de dois crimes de fogo posto de que resultaram incêndios nos concelhos de Penacova e de Santa Comba Dão, sendo este caso enquadrado num contexto de doença mental.

O segundo detido reside em Tondela e é suspeito de ser o responsável por nove incêndios florestais, oito dos quais já durante o presente ano, tendo procedido desta foma, segundo apurou a PJ, para depois auxiliar no combate às chamas.

A mulher terá, segundo a PJ, provocado um incêndio em Oleiros, no distrito de Castelo Branco já durante o corrente mês de Julho.

Dois dos suspeitos ficaram obrigados a apresentar-se periodicamente às autoridades do local onde vivem, enquanto ao terceiro foi aplicada uma medida de prisão preventiva.

A questão do fogo posto e da moldura penal já foi abordada, sendo de salientar que tem sido dada formação aos elementos do Serviço de Protecção da Natureza (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana no sentido de identificar as causas dos incêndios, de forma a que a PJ possa actuar com a máxima rapidez.

Ao longo destes últimos anos, com as reestruturações de que resultou, por exemplo, a extinção da Guarda Florestal, a investigação das origens dos fogos tem sido prejudicada, tendo as demoras nas acções de campo comprometido os indícios e impedido que da sua análise resultassem conclusões concretas.

Já salientamos que não é tanto a extenção da pena por crimes de fogo posto mas uma elevada probabilidade de os autores serem identificados e detidos que poderá ser verdadeiramente intimidatória, sendo que a publicitação dos condenados, como acontece em Itália, poderá levar a que estes, perante as consequências sociais resultantes, evitem este tipo de prática que penaliza particularmente toda a população.

1 comentário:

Reinaldo Baptista disse...

Essas detenções simplesmente são uma gota no oceano, se comparar o número de incêndios ocorridos a nível nacional e se compararmos com as pessoas detidas e acusadas.
Mais de 99% dos incêndios não são investigados pelas autoridades, e quem diz os incêndios, diz os atentados ambientais que proliferam ao longo do país. Portugal vive a varias décadas um vazio de justiça nessa matéria, onde as coisas tem estado sempre a piorar.