domingo, março 12, 2006

Prontos-Socorros a Gatos Vítimas de Asfixia


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Quando os incêndios ocorrem, para além das pessoas os animais também podem ser vítimas de ferimentos, queimaduras e asfixia. No entanto poucos são aqueles que lhes sabem prestar prontos socorros, mesmo quando sabem fazê-lo a humanos.

Por isso e porque os animais também merecem ser socorridos nestas alturas de aflição, transcrevemos aqui um excerto do livro "Manual Completo de Tratamento de Gatos," escrito pelo médico veterinário Andrew Edney e publicado em Portugal pela Livros e Livros. Se clicarem em qualquer uma das imagens poderão ver uma versão maior dessa página, com ilustrações úteis para uma melhor compreensão.
"Reanimação

A actuação pronta numa situação de emergência, como um acidente de viação
(...) pode salvar a vida ao seu gato. Felizmente estas situações são raras, mas em geral são inesperadas e pode não haver tempo para recorrer a um veterinário. Se um gato estiver inconsciente e não der sinais de respiração nem de ritmo cardíaco, peça a alguém que telefone ao veterinário para que este o aconselhe enquanto você tenta reanimar o animal.

A reanimação pode ser feita seguindo as instruções da página seguinte (ou as instruções do veterinário) para que um animal tenha as melhores hipóteses de recuperação. Um gato pode sofrer uma paragem cardíaco-respiratória na sequência de um afogamento, de um choque eléctrico ou de um envenenamento
(ou na sequência de inalar fumo num incêndio, acrescentamos nós.) Para que o gato sobreviva, terá de recomeçar a respirar e o seu coração terá de recomeçar a bater dentro de poucos minutos.

Respiração Artificial

1) Tire a coleira ao gato. Deite o gato de lado na posição de recuperação
(de lado com a cabeça tombada.) Abra-lhe a boca e certifique-se que a passagem de ar se processa normalmente. (Se tiver sido vítima de afogamento*) abra-lhe a boca e liberte-lhe as vias respiratórias de qualquer líquido.

2) Se o gato deixou de respirar mas o coração continua a bater, inicie a respiração artifical. Com uma toalha, puxe-lhe a língua para a frente para libertar a garganta. Isso pode estimular a respiração, permitindo que o gato recupere os sentidos.

3) Se o gato se mantiver inconsciente, ponha-lhe as mãos no tórax e exerça uma ligeira pressão. Desse modo, o ar sairá dos pulmões, permitindo que estes se encham de ar limpo. Repita a operação de cinco em cinco segundos até que o gato recomece a respirar.

Massagem Cardíaca

Se um gato estiver inconsciente e não houver indícios de respiração nem de actividade cardíaca, poderá tentar-se a estimulação directa do coração. Coloque os dedos no tórax do animal, na zona do cotovelo, e exerça uma pressão leve mas firme. Repita a operação cinco ou seis vezes com intervalos de um segundo. Alterne com a respiração artificial até ao máximo de dez minutos. Depois disso, não é provável que o processo resulte.


Reanimação Boca-A-Boca


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1) Se a cavidade torácica tiver sido afectada, é provável que os pulmões não voltem a encher-se automaticamente e você terá de insuflá-los. Apoie o corpo do gato inconsciente e mantenha-o na posição vertical, com a boca fechada.

2) Insufle ar pelas narinas do gato durante dois a três segundos para lhe encher os pulmões. O movimento do tórax será bem visível. Faça um intervalo de dois segundos e depois repita a operação.

3) Prossiga a reanimação até que o gato comece a respirar sozinho. Um método alternativo implica insuflar ar ao mesmo tempo no nariz e na boca aberta do gato.

Atenção

Os métodos de reanimação aqui referidos só devem ser tentados se o gato estiver inconsciente e não reagir aos estímulos normais. Não faça demasiada força para não ferir o gato.

*Afogamento

1) A maioria dos gatos detesta aproximar-se demasiado de água, mas os acidentes acontecem -- por exemplo, um gatinho pode caír a um lago ou a uma piscina.

2) Tire o gato da água e enxugue-o rapidamente com uma toalha. Se o gato estiver imóvel, retire-lhe a água dos pulmões. Segure no gato de cabeça para baixo, agarrando-o firmemente pelas patas traseiras acima das articulações da canela. Agarre bem o gato para que ele não escorregue.

3) Sacuda o corpo do gato com força (mas não com violência) para baixo para retirar a água dos pulmões. Se o gato continuar a a não dar sinais de respirar, deve dar início à operação de reanimação. Transporte o gato para um ambiente quente o mais depressa possível."



Este texto é agora também uma homenagem a Gatochy, que nos deixou em Julho de 2008, mas que permanecerá sempre nos nossos corações.

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