Bombeiros Voluntários de Lagos em acção
No próximo mês de Outubro termina o mandato de cinco anos do Comandante à frente da Corporação, e a Direcção da Associação não pretende reconduzi-lo, embora seja possível a este vir a recorrer para uma comissão arbitral.
O acumular de tensões gerou agora uma situação insólita nesta instituição centenária, quando uma dezena de sócios, incluindo José Fonseca, o Comandante da corporação, decidiram convocar uma assembleia geral extraordinária à revelia do presidente do órgão.
Um dos pontos da ordem de trabalhos relaciona-se com a "manifestação pública por parte do presidente da direcção da intenção que este órgão tem de destituir o comandante".
Um dos subscritores, Faustino Melo, afirma que "os estatutos dizem que é obrigatória a convocação da assembleia extraordinária. O presidente da assembleia geral só tinha de a marcar, e não marcou".
O visado, Florivaldo Abundâncio, diz que a ordem de trabalhos "não justificava uma assembleia geral extraordinária", adiantando que os assuntos propostos "poderiam ser colocados como pontos prévios na assembleia ordinária, no dia 22 destes mês".
A degradação do ambiente tem vindo a acentuar-se, e o presidente da direcção, Serafim Tavares, recorda que "era amigo do comandante, mas agora não falamos", tendo a direcção já retirado a confiança a José Fonseca.
Faustino Melo, acrescenta ainda que José Fonseca foi "indicado para comandante do sector distrital e a direcção deu parecer negativo, quando devia ser uma honra".
Para o Presidente da Direcção, no entanto, a questão é simples e responde: "se nós lhe tínhamos retirado a confiança para comandar os Bombeiros de Lagos, não fazia sentido dar o parecer favorável para ele ser comandante de sector".
O Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, revela "preocupação" com o agudizar do conflito e diz que, "em devido tempo, já alertámos o coordenador distrital dos bombeiros para o problema", considerando que "as tutelas deviam agir", evitando que "a instituição fique fragilizada".
Esta é mais uma de entre várias situações de conflito que temos vindo a noticiar e que, repentinamente, parecem ter-se multiplicado a nível local e distrital, normalmente envolvendo nomeações para cargos de comando operacional.
Recentemente, apontamos algumas pistas que forcem a um consenso entre os vários intervenientes, dado considerarmos que a imposição de uma nomeação, contra a vontade dos elementos operacionais, traduz-se numa dificuldade acrescida, e por vezes insuperável, para quem não tem o necessário apoio daqueles que vai comandar.
Assim, para além da necessidade de estabelecer critérios a nível de experiência e desempenho profissional, uma proposta para substituição ou renomeação do comandante, deveria ser forçosamente aprovada, separadamente, mas em simultâneo, por voto secreto, pela Assembleia Geral, reunida extraordinariamente, pela Direcção e pelo Corpo de Bombeiros, sendo que uma derrota em qualquer desta votações determinaria a sua não nomeação.
Sem o apoio destes três pilares essenciais, todos fundamentais para o bom funcionamento da instituição nas várias áreas, o desempenho do novo comandante pode vir a ser seriamente penalizado, diminuindo a capacidade operacional da corporação, pelo que urge adoptar processos que evitem conflitos prolongados.
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