segunda-feira, março 13, 2006

Óleos vegetais - 1ª parte


Image Hosted by Imageshack
Planta de Colza: um dos vegetais utilizados

Numa altura em que o aumento de preço dos combustíveis fósseis é sentido por todos os automobilistas, a previsão de uma futura escassez leva a equacionar soluções alternativas, pelo pensamos ser importante explorar as várias possibilidades de substituição, tirando partido da próxima legislação que beneficia os biocombustíveis.

Lembramos que, pela primeira vez, o Orçamento Geral do Estado contempla a especificidade dos biocombustíveis, isentando-os total ou parcialmente de Imposto Sobre Produtos Petrolíferos, faltando, no entanto, a legislação e regulamentação complementar que torne efectiva a decisão.

Se pensarmos em alternativas, o motor a explosão por compressão, mais conhecido como motor Diesel, é o principal candidato, dado que pode utilizar combustíveis densos, ou seja, quaisquer hidrocarbonetos de cadeias carbónicas longas.

Estes motores, devidamente preparados, queimam inclusivé óleos e gorduras vegetais ou animais, como foi demonstrado em 1897 pelo alemão Rudolf Diesel, que utilizou óleo de amendoim no motor que desenvolveu.

Alguns dos nossos leitores provavelmente ainda se lembram das Berliet-Tramagal, utilizadas pelo Exército Português e que podiam funcionar quase com qualquer combustível, fosse de origem vegetal ou mineral, sem com isso danificar os motores sempre sujeitos a grandes esforços.

Comparado com o biodiesel, todos os óleos vegetais brutos e filtrados têm a enorme vantagem de serem mais baratos e de muito simples obtenção, pois basta espremer as sementes para obtê-lo.

Assim, evita-se o oneroso e complicado processo de trans-esterificação necessário para obter o biodiesel, o que contribui para custos de produção mais baixos, do que deve resultar um preço mais competitivo no mercado.

Por outro lado, adaptar motores Diesel para óleos vegetais, é mais fácil do que adaptar motores a gasolina para álcool, pois é apenas necessário elevar a pulverização dos óleos e a temperatura de combustão, como demonstram os mais de 30.000 veículos que na Alemanha consomem óleo de canola ou colza.

No próximo texto serão detalhadas algumas características e cuidados necessário para a utilização deste tipo de combustível alternativo para motores Diesel, que esperamos venha a ser comercializado em Portugal num futuro próximo.

Sem comentários: