Em contrapartida, o que está na periferia, desde a segurança física das instalações ao fornecimento de energia, passando pela refrigeração, tende a ser algo negligenciado, como se fosse algo à parte, que os especialistas nas tecnologias de informação não controlam directamente e perante as quais não sentem necessidade de efectuar uma verificação e controle semelhante à dos sistemas que de sí dependem directamente.
Ao ficarem, muitas vezes, numa espécie de limbo, entregues a departamentos cujos responsáveis podem não ter os conhecimentos necessários ou a sensibilidade requerida, muito do que suporta os sistemas informáticos acaba por representar uma vulnerabilidade grave, podendo, no limite, impedir a operação de centros de dados bem concebidos, com a necessária segurança nas operações, mas que, sendo privados de um suporte essencial, são condenados a suspender a actividade.
As vulnerabilidades existentes em Portugal são enormes, algumas ficaram bem visíveis durante o apagão de 28 de Abril, mas muitas outras estão presentes e, na sua maioria, ocultas, sendo apenas detectadas quando denunciadas por acontecimentos, já que os gestores dos sistemas comprometidos e os próprios auditores, caso existam, optam por ignorar situações que, tendo perigo potencial, podem nunca ocorrer, dispensando assim implementar soluções e redundâncias.
O que sucedeu no hospital Amadora-Sintra é da maior gravidade, podendo ter consequências da maior gravidade na segurança das populações, incluindo-se aqui quem necessita de socorro, mas também quem está internado ou necessita de consultas, e justifica bem um inquérito rigoroso, apuramento de responsabilidades e, caso se verifique negligência, punição dos responsáveis.
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